terça-feira, 27 de dezembro de 2011

MELANCOLIA?




O som do sax de Leo Gandelman invade minha alma.  A velha música Pra dizer adeus numa interpretação belíssima e emocionante.Uma espécie de melancolia toma conta de mim. não é uma tristeza, mas uma nostalgia. Nostalgia nem sei de quê. Uma vontade de escrever...
Mas escrever o que?
Talvez a escrita automática de Breton, um estado êxtase, um jorro mental, sem filtros ou sem qualquer forma de lapidação.
Talvez algo sem fim, que só termine com o sono. Não que terminem os pensamentos, mas a possibilidade de escrevê-los.
Sentimentos confusos, inconcludências.
Apenas uma vontade de escrever.
Dor? Longe disso. Tristeza? Não. Raiva? Muito menos.
Apenas escrever. Escrever, escrever, escrever.
De repente me bate uma enorme saudade de Florença, a cidade mais bela do mundo, berço da renascença italiana, porta de saída da escuridão da Idade Média. Saudades de andar em suas ruas estreitas e sinuosas, sentir o cheiro de história que exalam suas paredes. A cada esquina a possibilidade de entrever o vulto de um dos membros da família Médici, os grandes responsáveis pela grandeza e glória de Florença. Quedar-me diante da beleza perfeita das portas de seu batistério. Ah, Florença! Quantas saudades deixastes em mim; ainda que eu nunca tenha te conhecido.
Saudades dos livros que não li; das comidas que não experimentei; dos sonhos que não tive, ou ainda, dos que tive mas não concretizei.
Saudades dos amores não vividos, das dores não sentidas. Saudades...
Saudades por que?
Jamais fui a Florença, mas conheci Veneza. Caminhei pela piaza di San Marco, dei milho aos pombos. Conheci os belíssimos canais que a tornam única e inigualável. Saudades de Florença? Não a conheci, mas pude ver o mar azul do alto da ilha de Santorini; atravessei a baía de todos os santos no ferryboat que liga Itaparica a Salvador.
Saudades dos livros que não li? Jamais, quem leu Cem anos de solidão; o Germinal; Ensaio sobre a cegueira e tantas outras obras espetaculares não conhece saudades. Você já leu O Aleph? Pois leia. Ali tem um conto que pode mudar sua visão da morte, ou  da imortalidade.
Saudades? Que nada! Um saxofone ao fundo é um privilégio, conhecer Veneza, Santorini, Ilhéus e tantas outras cidades que conheci é um privilégio; eu já li Cem anos de solidão, isso é um privilégio de verdade. Sou um privilegiado, tomei café espresso em Veneza, almocei na ilha de Rhodes, vi o sol nascer em Ilhéus e por-se na popa de um transatlântico. Amei as melhores mulheres do mundo, as piores também, mas isso é história de vida. Já tomei sorvete da La Basque e da Häagen-Dazs; já assisti a shows do Gonzaguinha, Milton Nascimento; já fui a um show do Chico Buarque. E um do Chico Anísio.
Aprendi a tocar saxofone aos 48 anos.
Já fui ao Maracanã e ao Engenhão.
Já abracei Chico Xavier e Divaldo Franco. 
Já fui a um comício do Lula, já fui comunista e ateu.
Chupei jabuticaba no pé e fruta do conde e amora e pêssego e cana; comi lasanha e chocolate, chocolate meio amargo suíço...
Sou um privilegiado, filho do Lenier e da Suely; pai da Marina e da Deborah; marido da Jaque e padrasto da Duda. Sou irmão da Livia, da Erika e da Adriana.
Aprendi e exerço uma nova profissão aos 50 anos.
Até meu TDAH deu samba, ou um blog pra ser mais preciso. Guiado pelas melhores mãos estou conseguindo fazer do TDAH uma alavanca pra mudar de vida.
As músicas se alternam ao fundo: Maria Rita, Marisa Monte, Caetano Veloso, Gil, Ivete e Ed Motta, mais Leo Gandelman, Wilians até Village People  já tocou enquanto escrevo este post em meu Atrix.
Sou mesmo um privilegiado.
Obrigado meu Deus!

domingo, 25 de dezembro de 2011

O TDAH NÃO É DESSE TEMPO.




Foco! A palavra agora é foco. Até jogador de futebol agora está focado.
Tenha foco!
Administração por metas.
Administração por resultados.
Não basta ter currículo, os empregadores agora analisam sua vida pelas redes sociais, suas interações sociais.
Caminhe; caminhe pelo menos três vezes por semana. Mas atenção, não corra, pode fazer mal às articulações.
Coma fibras.
Alimente-se de três em três horas.
Beba, no mínimo, dois litros de água por dia.
Beba um cálice de vinho por dia. UM CÁLICE APENAS!
Dê preferência ao pão integral.
Muito açúcar não! Olhe o diabetes.
Cuidado com o sal! Aumenta a pressão arterial.
Aliás uma Coca Cola possui uma tonelada de açúcar. Tudo bem; tome coca zero.
NÃO! Você já viu a quantidade de sódio que existe numa garrafinha de coca zero?
Siga as regras!
Criança no carro só na cadeirinha!
Palmada nas crianças? Nunca mais!
Cuidado com suas palavras; cuidado com suas brincadeiras. Olha a homofobia; cuidado com o racismo; respeite a liberdade de religião. Isso não! pode ser considerado bullyng.
Assédio sexual, isso é assédio sexual. Ou seria assédio moral?
Olhe as regras!
Metas, foco, resultados, restrições, limites, imposições, normas legais...
Que mundo chato!
Talvez uma ritalina do tamanho de um sonrisal dê jeito.

Obs.: Por favor, não me processem. Espero não ter ofendido nenhuma minoria, nenhuma norma legal.          Crianças não leiam esse post, pode ser que interfira na sua formação moral ou intelectual, e eu ainda          posso ser processado por isso.
Não sou contra mulheres, homossexuais, negros, pardos e/ou indígenas ou amarelos, nem sou contra           as crianças. Espero que não me entendam mal. Não gostaria de ser processado ou preso por um post           que julgo inofensivo. Perdoem-me se julgo inofensivo, não quis ofender ninguém. Nenhum grupo.
Desculpem-me

Obs.2 Todas essas leis e normas chatas e idiotas foram incapazes de impedir a violência contra a mulher, a           discriminação dos homossexuais, à segregação de negros e pardos ou por fim a pedofilia. E apesar de           toda essa babaquice, nasceu no Brasil algo que eu nunca vi em minha vida de estudante: o bullyng. Não são leis e restrições que fazem um povo melhor. O que precisamos no Brasil, todos nós sem exceção, é de educação. E que comece na família.

          Feliz Natal!

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

CASAMENTO TDAH





Ontem, assistindo ao excelente show de Caetano Veloso e Maria Gadu, me veio á mente (que novidade) que a letra da música O QUERERES, de Caetano é a personificação de um casamento entre dois portadores de TDAH. Um casamento entre dois camaleões, entre duas metamorfoses ambulantes, um relacionamento quase impossível - por isso mesmo tão desejado por ambas as partes - onde um nunca é o que o outro espera, ao mesmo tempo que busca no outro o que ele não pode dar.
Certa vez assisti a um Café Filosófico na Tv Cultura, em que o psicanalista Flavio Gikovate falava sobre amor positivo e amor negativo; sendo o primeiro a amizade e o segundo o amor entre casais. A certa altura ele afirmou que é muito comum as pessoas se relacionarem com seu oposto; com pessoas tão diferentes de si mesmas, que a batalha conjugal está garantida até o fim dos tempos.

Nada mais TDAH; uma vida de pura adrenalina, uma ferrenha disputa de poder e sedução dentro e fora do casamento.
A música do Caetano -creio que sem querer - retrata muito bem isso. Seres mutantes que jamais se encontram, nunca se acham, mas que vão se engalfinhando pela vida afora na esperança de domar a personalidade rebelde do outro, ou quem sabe sobrepujar o outro em inteligência, poder de sedução, força, etc, etc.
Leiam a letra com cuidado, é um belíssimo desencontro. Linhas paralelas que jamais se tocam, mas que não se abandonam.

O QUERERES:

Onde queres revólver, sou coqueiro
Onde queres dinheiro, sou paixão
Onde queres descanso, sou desejo
E onde sou só desejo, queres não
E onde não queres nada, nada falta
E onde voas bem alta, eu sou o chão
E onde pisas o chão, minha alma salta
E ganha liberdade na amplidão

Onde queres família, sou maluco
E onde queres romântico, burguês
Onde queres Leblon, sou Pernambuco
E onde queres eunuco, garanhão
Onde queres o sim e o não, talvez
E onde vês, eu não vislumbro razão
Onde o queres o lobo, eu sou o irmão
E onde queres cowboy, eu sou chinês

Ah! bruta flor do querer
Ah! bruta flor, bruta flor

Onde queres o ato, eu sou o espírito
E onde queres ternura, eu sou tesão
Onde queres o livre, decassílabo
E onde buscas o anjo, sou mulher
Onde queres prazer, sou o que dói
E onde queres tortura, mansidão
Onde queres um lar, revolução
E onde queres bandido, sou herói

Eu queria querer-te amar o amor
Construir-nos dulcíssima prisão
Encontrar a mais justa adequação
Tudo métrica e rima e nunca dor
Mas a vida é real e de viés
E vê só que cilada o amor me armou
Eu te quero (e não queres) como sou
Não te quero (e não queres) como és

Ah! bruta flor do querer
Ah! bruta flor, bruta flor

Onde queres comício, flipper-vídeo
E onde queres romance, rock'n roll
Onde queres a lua, eu sou o sol
Onde a pura natura, o inseticídio
Onde queres mistério, eu sou a luz
E onde queres um canto, o mundo inteiro
Onde queres quaresma, fevereiro
E onde queres coqueiro, eu sou obus

O quereres e o estares sempre a fim
Do que em mim é de mim tão desigual
Faz-me querer-te bem, querer-te mal
Bem a ti, mal ao quereres assim
Infinitivamente pessoal
E querendo querer-te sem ter fim
E, querendo-te, aprender o total
Do querer que há e do que não há em mim



Perfeito!
Uma ode ao amor TDAH.
Se não conhecerem a música, no vagalume.com.br tem o clipe. No youtube também, inclusive com a parceria com a Maria Gadú que ficou ainda mais bonita.
Ainda no programa Café Filosófico que citei acima, Flavio Gikovate afirma que devemos nos relacionar com quem temos amizade, com quem temos coisas em comum e não buscarmos o nosso oposto. Afinal, quando o tesão ou o vigor físico acabarem, o que vai restar é uma grande amizade, um grande prazer na companhia do outro, o que é impossível de obter de seu inimigo íntimo.
Pode parecer monótono, mas tudo o que um TDAH precisa é de paz, ainda que não saiba.
Paz!

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

MENTES CONFIANTES







Encerrou-se em 18/12/2011, o primeiro ano do programa MENTE CONFIANTE.
Criado pelas brilhantes, Luciana Fiel e Valéria Modesto, o programa MENTE CONFIANTE acolhe e trata o portador de TDAH (e sua família) de uma maneira que eu jamais havia visto, participado ou ouvido falar em minha vida.
O TDAH é uma doença que abarca toda a família, muitas vezes o comportamento do portador desagrega o núcleo familiar, provoca atritos entre os pais, etc, etc, etc...
Até aqui o que se fazia era prescrever os medicamentos e, quando muito, indicar o paciente para um psicólogo comportamental. Ambos os tratamentos eram estanques, sem uma integração e sem sinergia.
Assim surgiu o MENTE CONFIANTE. Uma sinergia entre a medicina e o coaching, uma parceria entre duas profissionais que se completam e se multiplicam. Ontem, num salão lotado de portadores e familiares, tive a noção exata da magnitude do trabalho da Dra. Valéria e da Luciana. Depoimentos emocionados de pais que estão vivenciando mudanças radicais no comportamento de seus filhos e portadores adultos, emocionados por enxergarem uma luz no fim do túnel. Mas, creio que a maior emoção que sentimos ali foi a de nos descobrirmos amparados, acolhidos, como seres humanos que merecem muito mais do que uma simples receita de ritalina ou concerta.
O programa MENTE CONFIANTE baseia-se, além das consultas com a Dra. Valéria – que chegam a durar mais de duas horas – em um conjunto de sessões de coaching que visam reorganizar a vida do portador de TDAH. Através da orientação da Luciana, vamos aprendendo a nos organizar, a criar foco, a nos descobrir, de uma maneira clara, simples e objetiva. Recentemente foi integrada à equipe a psicóloga cognitiva Erika, ampliando ainda mais o espectro desse tratamento de acolhimento e atenção. Mas, na minha opinião, a grande sacada do MENTE CONFIANTE foi a criação dos grupos de portadores e dos grupos de familiares. Esses grupos reúnem-se mensalmente para discutir as dificuldades e conquistas de cada um com o tratamento. Logicamente a presença e a manifestação são opcionais, mas tenho certeza de que, quem vai a uma reunião quer participar de todas. Estar inserido em um grupo nos dá a certeza de que não estamos sozinhos, de que nossa luta não é uma luta solitária, mas que outras pessoas enfrentam problemas semelhantes, com dores e alegrias parecidas e com soluções e estratégias que muitas vezes podem ser usadas em nossos casos particulares.
Uma concepção diferente da medicina, uma visão nova para o coaching, um caminho mais efetivo para a psicologia, esse é o MENTE CONFIANTE. Duas profissionais que enxergaram que o TDAH é uma doença que a atinge seres humanos e que eles precisam – e merecem – ser tratados como tal. O carinho e a atenção dedicados a cada um de nós é o melhor tratamento que podemos ter.
O MENTE CONFIANTE – graças a DEUS – está fazendo escola; a psicóloga Katia..... está levando para Belo Horizonte esse conceito novo de tratamento do TDAH, já tendo realizado as primeiras reuniões de portadores e familiares. Um dia, a medicina vai reconhecer esse revolucionário tratamento e ele se estenderá a todas as especialidades médicas. Um tratamento que enxerga, respeita e acolhe o paciente como um ser humano passível de erros, de medo, e de necessidades outras que não apenas alguns exames e receitas.
Obrigado Dra. Valéria Modesto Leal, obrigado Luciana Fiel, obrigado Walkíria, obrigado Erika, esse ano que termina foi muito importante na minha vida, um ano de mudanças e conquistas e grande parte disso foi graças ao trabalho e ao carinho de vocês.
Muito obrigado por me ajudarem a ter uma MENTE CONFIANTE em 2011 e com certeza, mais confiança em 2012.
Obs.: Apesar de parecer, esse post não é uma propaganda e muito menos foi escrito a pedido das autoras do Mente Confiante. Pelo contrário, esse post é fruto da emoção da reunião de ontem, pela gratidão que tenho por elas e por seu programa. O programa é um sucesso por suas próprias virtudes e não precisa de minha minúscula propaganda.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

UNIÃO DE BLOGS DE TDAH




Bom dia!
Atendendo aos insistentes pedidos de nosso companheiros Peregrino DDA, publico abaixo uma relação de links  de blogs que discutem o TDAH. Alguns não conheço, outros já li e gostei. De qualquer forma, qualquer esforço para divulgar o TDAH é válido e merece nossa atenção.
Segue abaixo a relação dos blogs:



http://universodda.blogspot.com/

http://vidaaposdda.blogspot.com/

http://diariodeumdda.wordpress.com/

http://poesiatdah.blogspot.com/

http://www.desligadohiperativo.blogspot.com/

http://discutindotdah.blogspot.com/

http://estapensandoemque.blogspot.com/

http://diariodeumaavoada.blogspot.com/

http://tdahrecife.blogspot.com/

http://www.tdah-reconstruindoavida.com.br

http://ritalinacombobagem.blogspot.com

http://meuhipocampo.blogspot.com/

http://criancahiperativa.blogspot.com/

Além dos blogs acima, recomendo o http://mentetdah.blogspot.com/, escrito por minha irmã Adriana; http://umamentetdah.blogspot.com/, escrito por minha amiga de TDAH e blog Laís Fortaleza,   http://eutenhotdaheagora.blogspot.com/ e http://almafrenetica.blogspot.com/.

Alguns desses blogs podem não possuir novos posts, mas o que tem ali é excelente como aprendizado e conhecimento do TDAH.

Aproveitem!!
Bom dia!

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

INSÔNIA




Qual o melhor remédio para insônia?
Café com Coca Cola. Juntos ou separados.
Esse coquetel molotov de cafeína é um santo remédio para a insônia.
Com ele sua insônia ficará forte e saudável.
Esse é o remédio que me mantém acordado até agora, 2:37 de quarta feira.
Estou com sono, muito sono e muito cansado. Mas quero escrever.
Quero escrever, sentir-me vivo.
Bati um recorde de quantidade, não sei como está a qualidade.
Mas adoro escrever nesse blog.
Adoro escancarar minha alma, meus amores e temores.
Amanhã tenho de trabalhar, acordar às 6 horas.
Esse desafio ao sono, aos limites do corpo também me fazem bem.
Quando durmo pouco acordo elétrico e assim vou até o meio do dia. A outra metade é uma luta árdua contra o sono. Mas vale o prazer imediato. O desafio de enfrentar a noite, o sono, a vida.
Mas devo confessar, estou perdendo essa batalha.
Os olhos ardem, a cabeça pesa, os erros de digitação aumentam dramaticamente.
Creio que fui derrotado.
Vou partir.
Boas noites!
Não venci a guerra, mas dei um tremendo trabalho para esse sono.

QUEM TEM MEDO DA SOLIDÃO?


"Porque eu só preciso de pés livres, de mãos dadas, e de olhos bem  abertos"      
Guimarães Rosa





Não temo a solidão.
Em vários momentos a desejo.
Na solidão posso ser ridículo, posso ser infantil, posso ser grotesco, posso tirar a máscara.
Na solidão posso tudo; ser infalível, ser admirado, ser amado.
Na solidão posso ser; posso ter, posso querer. E obter.
Na solidão não tenho TDAH, nem barriga, nem inconvenientes.
Na solidão o amor é perfeito, o silêncio é de ouro e a música, os males espanta.
Na solidão rio sozinho, choro em silêncio, sinto sem medo.
Na solidão mostro-me a mim mesmo, sem reservas ou ressalvas.
Na solidão eu sou eu.
Ah, chega de tanto eu. Voltemos a ser nós, voltemos a representar um papel que para o bem 
da verdade nos faz melhores. Ou pelo menos mais civilizados, mais amáveis.
Demo-nos as mãos, caminhemos juntos com nossas solidões individuais, que não se misturam,
que não se conhecem, que não se tocam.
Não tema a solidão, ela permite que sejamos nós mesmos e poupa os outros de conviver
com o que temos de pior.
Ou melhor, dependendo do ângulo.


UM SEGUNDO NA MENTE TDAH


Um segundo em minha mente.
Doente?
Jamais!
Incongruente?
Talvez!
Chocante, envolvente,revoltante,conflitante,incandescente, fraterna,violenta,irrequieta,covarde, impulsiva,instigante,fascinante,original,rápida, hesitante, faiscante, irascível, incontrolável, irritável, insondável, indecifrável, inimitável, inigualável, incomensurável, inatingível,intangível, inimaginável.
Por que?
Por que é minha.
E isso basta.
 






terça-feira, 13 de dezembro de 2011

O MEDO NOSSO DE CADA DIA





O medo que impede de fugir,
o medo que impede de amar,
o medo que impede de sonhar,
o medo que impede de sorrir,
o medo que impede de crescer
o medo que impede de viver;
o medo que impede,
o medo que paralisa,
o medo que impulsiona,
o medo que acovarda,
o medo que transtorna,
o medo que desespera,
o medo que domina,
o medo que governa.
O medo.
Sempre ele...

O QUE TE IMPEDE DE FUGIR?



O que te impede de fugir?
Laços de família?
Compromissos financeiros?
O que te impede de fugir?
A vida modorrenta?
A estabilidade medíocre?
O que te impede de fugir?
A vida em família?
A estabilidade financeira?
O que te impede de fugir?
Laços modorrentos?
Compromissos medíocres?
O que te impede de fugir?
A família modorrenta?
A mediocridade financeira?
O que te impede de fugir?
A mediocridade familiar?
A modorra financeira?
O que te impede de fugir?
O que te impede de fugir?
O medo;
apenas o medo.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

ENTRA NUM OUVIDO E SAI PELO OUTRO




Semana passada aconteceram dois fatos que me chamaram a atenção: no domingo teve uma reunião de família na casa de sobrinhos meus e na segunda eu e Marina demos carona a um vizinho nosso, pela manhã.
Em comum, esses dois fatos aparentemente desconexos têm a minha falta de memória em uma questão previamente avisada. E surgiu um alerta dessas situações.
Vamos aos fatos: na sexta feira meu pai esteve na Maxxtel e comentou que no domingo iria na casa de meus sobrinhos onde haveria um lanche com o sorteio do amigo oculto de natal, reunião a que eu estava convidado e deveria estar ciente. Tal informação saiu em meio a uma conversa e, para mim, fazia parte de um todo e não um aviso ou uma lembrança de um compromisso futuro; resultado, esqueci da reunião. No domingo à tarde, quando eu já deveria estar na reunião de família, estava eu do outro lado da cidade ocupado com coisas muito diferentes. Quando o telefone tocou era minha sobrinha Camila cobrando nossa presença; resposta: eu não sabia, nem lembrei, ninguém me avisou. Na hora ouvi meu pai afirmando: sexta feira estive na loja e falei com ele. Essa é a questão; não me foi falado ou comunicado à parte ou com exclusividade, não, o comunicado foi em meio a uma frase do meu pai sobre o que ELE faria no final de semana e eu não registrei como um aviso. Passou em brancas nuvens.
No próprio domingo à noite, conversando com a Marina, ela comentou em meio a uma frase que o Mateus, nosso vizinho, desceria de carona conosco de manhã cedo. Novamente passou em branco. Na manhã seguinte já não me lembrava mais de que tinha um carona.Logo a Marina me cobrou: anda pai, vamos atrasar o Mateus! Que Mateus? perguntei. Pai, disse Marina, o Mateus vai descer com a a gente, eu te disse ontem. Pois é, eu não registrei. Depois conversando com a Marina eu resgatei a conversa e o comunicado em meio a outros assuntos.
Assim não dá!!!! Se você quiser que um TDAH honre seus compromissos ou lembre-se de algo, comunique-o oficialmente. Para tudo! Esqueça o que estivemos conversando até então. Amanhã, teremos tal compromisso, em tal lugar, a tal hora. Entendeu? Mesmo que ele tenha entendido, é bom que registre na agenda do celular para que apite uns minutos antes e ele se lembre do compromisso.
Em meio a um bate papo, nem pensar. Entra em um ouvido e sai pelo outro. Imediatamente.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

REPETIÇÃO DE UM VELHO FILME!





Pai, depois você me entrega o recibo do PISM, disse a Marina.
Que recibo do PISM?, indaguei.
Pai, o recibo da taxa do PISM que você pagou em outubro, insistiu a Marina.
Um calafrio atingiu-me o estômago; Marina, será que eu paguei essa taxa, minha filha?
Outra vez pai, o ano passado foi a mesma coisa, disse Marina.
Filha, não me lembro de ter pago essa m... dessa taxa. Quando eu deveria ter pago essa taxa?
Em outubro, pai, dia sete era o último dia; disse Marina.
Minha filha, de maneira nenhuma me lembro de ter pago isso.
Você se lembra se eu paguei ou não, Marina?
Não, pai, não me lembro - respondeu minha desmemoriada filha.
Assim que cheguei na loja fui procurar o tal recibo, e nada. Não estava na loja, nem na minha mochila, nem em casa. Quanto mais eu procurava mais a dúvida me assaltava.
Lembrei-me que havia pago a taxa do PISM. Minha funcionária lembrava-se do dia e das circunstâncias com minúcias.
Acalmei-me, até certo ponto. O sumiço do recibo ainda me preocupava. Será que saí para pagar o PISM e esqueci?
Aqui um parentese: esse momento desapareceu da minha vida. Completamente. E o pior é que em virtude de ter acontecido exatamente a mesma coisa ano passado, em 2011 prometi que seria diferente. Não foi.
Esses fatos aconteceram há cerca de duas semanas, e venho vivendo a expectativa de ter ou não pago a miserável da taxa.
Hoje, somente hoje, a UFJF disponibilizou a relação dos inscritos no PISM 2011, graças a Deus o nome da Marina estava lá. Tirei um peso enorme das costas. Exatamente como no ano passado.
Incrível como repeti o mesmo comportamento do anterior. Paguei o recibo e esqueci que paguei e fiz pior, desapareci com o recibo. Ano passado encontrei-o esse ano não.
Não sei onde isso vai parar, mas é como assistir àqueles péssimos filmes da sessão da tarde que a Globo repete indefinidamente.
Que diabo, será que nunca vou aprender?

domingo, 27 de novembro de 2011

VOCÊ SE LEMBRA? NEM EU.






Ontem estive lendo trechos do livro 'No mundo da lua' do médico Paulo Mattos. Marina pegou emprestado de uma amiga e o leu inteiro em uma sentada. Depois eu li os trechos dedicados ao TDAH adulto. Um trecho chamou-me a atenção e me fez pensar; uma professora de biologia aposentada afirmava que cinco anos após deixar de lecionar ela havia esquecido tudo o que ensinara a vida inteira. Fiquei pensando naquilo e constatei que sou absolutamente igual. Não me lembro de nada, nada mesmo do que aprendi na escola ou mesmo na faculdade. Recordei-me do fato de um amigo ter mencionado certa vez que usara um logaritmo para calcular determinada área ( ou capacidade) de uma piscina. Eu nem sequer me lembro pra que serve um logaritmo, ou raiz quadrada, ou o que se estuda em cinemática, ou mesmo a utilidade do Pi ( o valor eu me recordo que é 3,141516). Imediatamente relacionei o esquecimento à falta de interesse nessas matérias, mas depois pensei que mesmo de química matéria em que eu era bom, lembro-me de algo. História que eu amava, recordo-me de fragmentos. O pior foi constatar que do livro que eu mais amo, 'CEM ANOS DE SOLIDÃO' que eu já li cerca de oito vezes, não lembro-me dos detalhes. Os nomes dos principais personagens, não tenho certteza. Lembro-me do Cel. Aureliano Buendía; mas da grande personagem feminina, não tenho certeza; Samanta... não sei ao certo. Amei o livro 'QUANDO NIESTZCHE CHOROU" e em seu final há uma reviravolta que adorei, um fato surpreendente, algo que achei genial, mas esqueci qual foi. Já quebrei a cabeça para me lembrar, mas não teve jeito. Uma densa neblina cobre tudo. Vejo vultos, diviso sombras, mas não consigo enxergar os detalhes. Nem mesmo os importantes. Isso deixou-me triste e decepcionado. Essa era uma característica da qual eu não havia dado importância, mas esquecer os detalhes de "CEM ANOS DE SOLIDÃO" é imperdoável.  Nesse exato momento flashes com o nome da personagem feminina atravessam minha mente. Com certeza seu nome não é Samanta, mas não me vem à mente de jeito nenhum.Lembro-me da caminhada até o local de fundação de Macondo, lembro-me da casa cheia de gente, dos peixinhos de ouro que um dos Buendía fazia, lembro-me também que um deles ficou anos amarrado a uma árvore no quintal.Os anos de chuva ininterrupta, a chegada e depois a partida da cia bananeira. Lembro-me até da alegria que sinto ao ler esse livro, como amo a escrita de Gabriel Garcia Marquez. Aquela história confusa de idas e vindas, que tanta gente odeia e abandona a meio caminho, eu li no mínimo umas oito vezes. E não me lembro dos detalhes. O mesmo acontece com " O AMOR NOS TEMPOS DO CÓLERA", do mesmo autor. Desse ainda me lembro dos nomes: Florentino Ariza e Firmina Daza; do médico que casou-se com Firmina falhou-me o nome agora. Da história  lembro-me das linhas gerais, mas sem detalhes.
Estranho que letras de músicas lembro-me de velharias que quase ninguém se recorda. Há algum tempo, num bar em Ilhéus, havia música ao vivo; um cara tocando violão. Depois de umas vinte músicas ele comentou que estava impressionado com meu conhecimento musical. Eu conhecia todas as músicas que ele cantou; de Noel Rosa a Fagner, passando por Chico, Caetano, Gil, Quinteto Violado, e outros que quase ninguém lembra.
Mas, tudo o que eu estudei ao longo da vida, os livros que li, são hoje toldados por uma neblina espessa que impede de aproximar-me deles.
E o pior, às vezes faço algo - no trabalho por exemplo - e se tiver que repetir uma semana depois tenho dificuldade em lembrar do caminho que tomei, da solução que encontrei naquele caso.Parto quase do zero novamente.
Aliás, minha vida é um quase um  partir do zero diariamente.


Ps.: Do nome do médico de "O amor nos tempos do cólera" lembrei-me sozinho: Juvenal Urbino. Do nome da matriarca de "Cem anos de solidão" só no Google: Úrsula. Pra Samanta há uma pequena diferença, né.

sábado, 26 de novembro de 2011

REMANDO CONTRA A CORRENTEZA.



Algumas características são tão arraigadas em minha personalidade, tão 'minhas' que não sei se tem alguma influência do TDAH. Mas, pensando bem, o TDAH está arraigadíssimo em minha personalidade, rsrs.
Uma de minhas características mais marcantes é ser do contra.
Hay gobierno, soy contra!
Comecemos por aí, pela política. Cresci sob os efeitos da ditadura, na minha adolescência era chiquérrimo ser de esquerda, comunista, socialista. Eu era governista. Defendia com unhas e dentes o governo militar. Tive discussões homéricas com amigos por causa de minha posição política. Até contra as diretas já eu fui. E não era por convicções políticas, era pelo prazer de por fogo no circo. Na verdade, minha alma é livre e amo o direito de expressão e as liberdades individuais; mas naquela época eu era contra.
Nunca bebi, e desde sempre, as pessoas próximas tentavam influenciar-me ou convencer-me pra que bebesse. Ninguém jamais conseguiu; não sei o que é um porre ou uma ressaca. Durante cerca de dez anos desfilei num bloco carnavalesco de Juiz de Fora chamado, Domésticas de Luxo. São centenas de homens,
( é proibida a participação de mulheres) todos vestidos de mulher, com o rosto pintado de preto e vestindo uma malha de corpo inteiro preta, inclusive os homens negros que participam. O resultado é hilário, abríamos o desfile oficial do carnaval de Juiz de Fora, com bateria e samba enredo próprios. A cara pintada já era por si, um salvo conduto para aprontarmos. Brincávamos com os homens - principalmente os acompanhados e com cara de sérios; 'disputávamos' o mesmo homem ( o alvo preferido eram os policiais da PM em serviço, que não podiam nem sorrir naqueles tempos de repressão) trocando insultos entre nós e bolsadas para delírio dos milhares de fãs que iam para a avenida só para ver as 'domésticas' passarem. Saía do desfile e seguia para os bailes dos principais clubes de JF, tudo de cara limpa, sem uma gota de nada.
E quanto mais as pessoas tentavam me convencer a beber, mais irredutível eu ficava. Me sobe uma ira santa, uma vontade incontrolável de 'queimar' a língua daquela pessoa.
Normalmente, tenho essas reações com comportamentos padronizados pela sociedade, aquelas modas. Claro que em alguns momentos segui a moda vigente. Nem sempre fui esse ET. Mas os grandes comportamentos me causam repulsa.
O amor quase obrigatório aos animais me incomoda. Tenho uma cadela em casa por causa da Marina. A Prenda está conosco há doze anos e nesses anos todos não aprendi a amá-la. Aliás, acho inconcebível amar uma animal. Amor é um sentimento restrito aos seres humanos. Sei que vão cair de pau em mim, mas o amor aos cães e gatos é um sentimento novo, produzido artificialmente por uma sociedade que não consegue enxergar os seres humanos e devota a um animal o sentimento que deveria ser dirigido ao seu irmão humano. Para se chegar a amar os animais, já deveríamos ter superado todas as anomalias sociais como o preconceito, a discriminação, a fome. Concordo em gênero, número e grau com o Eduardo Dusek em sua canção: Troque seu cachorro por uma criança pobre. Houve um tempo em que essa música fez sucesso, as pessoas entendiam a mensagem de que o amor e o respeito ao ser humano antecedem aos animais.
Claro, não sou a favor do extermínio nem da crueldade com os animais, mas discordo radicalmente desse sentimento de amor e proteção exacerbada aos animais.
Assim é com quase tudo. Odeio o Big Brother. Acho aquilo uma das coisas mais aviltantes e humilhantes que se criaram no mundo. Uma dúzia de idiotas expõem suas vidas e seus comportamentos mais mesquinhos e degradantes em troca de dinheiro e fama. O prazer de quem assiste, creio eu, é ver o ser humano em seu mais baixo grau de degradação moral. Comportamentos desonestos, traições, pequenos golpes baixos, são as armas expostas nesse programa medíocre e baixo.
Assim é com a música sertaneja. A qualidade das letras é rastejante. A sociedade brasileira conformou-se com o que tem de pior. Quem cresceu ouvindo Chico Buarque, Milton Nascimento, Caetano Veloso, Gonzaguinha, Gilberto Gil, entre outros, não pode se conformar em ouvir essa pobreza musical que tomou conta do Brasil. É a mediocrização da música brasileira. Chamar a isso de arte e seus intérpretes de artistas é ofender a arte. São caça níqueis que se aproveitam desse momento triste da vida brasileira para faturar com o nada.
Sei que vão cair de pau em mim. Muita gente me detesta por conta dessas opiniões. Mas esse sou eu. Com ou sem TDAH. E creio que muita gente pensa e sente como eu, mas não tem coragem de externar.
Odeio me sentir membro de uma manada, seguindo a maioria sem saber onde, quando e se vai chegar em algum lugar.
Claro que não sou dono da verdade e todas as minhas teorias podem estar erradas. Mas não me preocupo com isso. Se algum dia eu mudá-las, será por minha própria vontade e não por que passou na Globo.
Posso mudar tudo amanhã. Sou uma versão viva da Metamorfose Ambulante, e não me envergonho disso.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

BOOOMMM DIIIAAAA!






Bom dia!
Escrevo este post às 6:25 da manhã.
Já arrumei minha cama, fiz e tomei café, fiz o nescau da Marina e estou navegando na internet. Acordar me dá uma estranha euforia, uma enorme vontade de cantar, só não o faço em respeito à Marina que odeia minhas musiquinhas ao amanhecer.kkkkkk
Acordar significa estar vivo. Mais uma jornada em que vou amar, trabalhar, aprender, ensinar, rir, curtir, viver enfim. Estarei com as pessoas que amo e com meu trabalho, meu blog, comigo mesmo.
Ao contrário do sono, acordado sonho com o que quero, quando quero.
Acordado não fico à mercê do inconsciente. Dirijo minha vida, meus passos.
Sei que vão cair de pau em mim (kkkkkk) mas odeio dormir. Pareço aquelas crianças que querem continuar brincando, só vou deitar-me com os olhos ardendo, e tão pesados que às vezes é impossível contê-los e durmo no sofá diante da TV com o notebook no colo.
Acho o máximo dividir com Machado de Assis a repulsa ao sono; mas pense bem, quanta coisa útil e prazerosa pode ser feita com as horas de sono. Quantos livros podemos ler madrugadas a dentro, quantas músicas novas podemos conhecer e degustar, por falar em degustar, quanta coisa gostosa podemos comer em lugar de dormir (mas aí tem a droga da balança). Para quem gosta - que não é o meu caso - poderia se usar a noite para malhar. Eu prefiro amar.
Um dia a medicina ainda vai criar um remédio que recarregue nossas energias acordados, igual a carregar um celular com ele ligado.
Vida 24 horas por dia!
Tá certo que tem gente cuja vida é tão ruim que, quanto menos tempo acordado melhor. Mas aí é só não tomar o remédio, e dormir.
Não é o meu caso. Sofro um pouco da síndrome da Pollyana - para os mais jovens eu explico: Pollyana foi uma série de livros para meninas adolescentes da década de 60/70. Pollyana era uma menina feliz, tudo ela arrumava uma compensação positiva; exagerando no exemplo, se ela quebrasse a perna ela sorria e dizia: que bom que eu quebrei a perna assim posso colocar um gesso branquinho para meus verdadeiros amigos assinarem. Ou assim posso ficar quieta em casa e estudar mais. Pois é, sofro um pouco dessa síndrome, por mais que eu apanhe da vida, eu a amo, e me sinto feliz. E pode parecer estranho, mas o TDAH me transforma num camarada raro, diferente. Rabujento, mas diferente. E confesso, adoro ser diferente.
Por isso, BOM DIA!
Pra mim, pra você, pro mundo!
Como diz o José Simão: Bom dia flor do dia!
Camarão que dorme, a onda leva!!!!

Obs.: O lindo sol da foto não é compartilhado por Juiz de Fora, na cidade onde vivo chove ininterruptamente há horas. As vendas não serão boas, mas o dia será.

domingo, 20 de novembro de 2011

SUJEITO ESQUISITO!




Eu sei que sou esquisito.
Não gosto de cachorro, nem de gato. Não gosto de música sertaneja, não gosto de gente, não gosto de aglomeração, não gosto de festa - nem pra mim - não gosto nem de natal mais. Detesto emails lindos, com frases edificantes e imagens tocantes. Não gosto de poesia. Não como verduras ou coisas saudáveis, odeio cerveja - e bebidas alcoólicas em geral - não como torresmo, nem feijoada. Acabo ficando meio à margem das coisas e das pessoas - o que diga-se de passagem não acho ruim. Detesto barulho, gritaria, ou pessoas escandalosamente felizes. Essas pessoas que de tão felizes externam seu estado de espírito aos urros e em público. Odeio mensagens em carros, aquelas em que as pessoas externam suas crenças, seus gostos, e seus amores; seja por Deus, pela família ou pela esposa, noiva ou pelo cãozinho.
Não gosto de filmes de luta e aventura, nunca gostei de Stalonne, Schwarzenegger, Van Damme e outros astros da luta. Detesto desenho animado, principalmente dos Simpsons; jamais gostei do Ayrton Senna, sempre torci pelo Piquet.
Não suporto regras, nem restrições.
Quando começo a conviver com novas pessoas, o que mais digo é: não gosto.
Apesar de a Luciana Fiel me repreender todas as vezes que falo isso, eu não consigo encontrar outra definição: eu sou um sujeito esquisito.
Gosto mesmo de muita pouca coisa.
Gosto de praia; vazia.
Gosto de música, de qualidade.
Gosto de livros, de internet, de escrever, de saxofone, de chocolate, de lasanha, de poucas pessoas. Pouquíssimas.
Adoro tecnologia, amo celulares e computadores.
Gosto da solidão.
Quase tudo o que gosto é individual, solitário.
Gosto de viver na corda bamba. Mas detesto conviver com esse sentimento, que me desespera, me angustia, me enche as mãos de desidrose. Mas continuo na corda da bamba. Continuo procurando a corda bamba, o fio da navalha.
Detesto a dor, mas procuro-a.
Odeio a incerteza, mas a cultivo.
Detesto confrontos, mas os provoco.
' Meu caminho é cada manhã,
não procure saber onde vou.
Meu destino não é de ninguém,
eu não deixo meus passos no chão.'
É, sem dúvida, eu sou um sujeito esquisito.
Tem dias que nem eu me aguento...

terça-feira, 15 de novembro de 2011

EU NÄO SOU HIPERATIVO!

Eu recebo diversos comentários de pessoas recém diagnosticadas como portadoras de Tdah; em sua grande maioria afirmam que não possuem o H, ou seja, não são hiperativas. Até eu mesmo acreditei que minha hiperatividade havia ficado na infância. Lêdo engano. Hoje de manhã, enquanto fazia meu café, eu me distraía lendo a embalagem de um bolo. Imagine, algo interessantíssimo de ser lido. Nesse momento, caiu a ficha; sempre relacionamos a hiperatividade àquele comportamento fisicamente inquieto. Lembramo-nos daquelas crianças insuportavelmente levadas, ou daqueles adultos que agitam mãos e pés sem parar. Mas, esquecemos de nós mesmos, de nossos comportamentos mentais. Comecei a pensar em como me comporto quando estou sozinho; só assisto televisão com o notebook, um livro ou o celular na mão. Enquanto assisto, leio algo. Sempre foi assim. Raríssimos são casos em que acompanho somente o que está na TV. Em geral, programas legendados me obrigam a um acompanhamento exclusivo. Acabo levantando no meio do filme ou programa para beber uma água ou qualquer outra desculpa para sair do imobilismo. Por isso prefiro às séries aos filmes. Aquelas são mais curtas, são rapidamente concluidas e me liberam pra dar uma movimentada. Ou pelo menos quebram aquela sequência de tempo preso a um só sentimento, a um só enredo, a um só clima. Quase não vou ao cinema. Vou bem durante uns trinta, quarenta minutos; depois disso começo a consultar o relógio e a entrar em conflito com a poltrona, por mais confortável que ela seja.
Quando  almoço sozinho sempre tenho um livro ou um jornal à mão, que leio enquanto como. Hoje em dia, levo meu celular com acesso à internet. Acho terrível ficar ali sentado com os olhos boiando e a cabeça no nada.
Em casa sozinho? A TV ta ligada o tempo todo. Mesmo quando estou no banho e não consigo distinguir o que ela está dizendo, seu ruído me conforta e me enche o cérebro.
Mas é tarde da noite, tenho que respeitar o sono alheio? Ocupo minha cabeça com histórias, algumas inverossímeis, outras nem tanto; mas solto minha imaginação e assim não vejo o tempo passar.
Odeio dormir. Considero o sono como um estado de coma. Um momento inútill, em que, consumimos um pedaço de nossa vida sem saboreá-lo. Sem, sequer, saber que consumimos um pedaço significativo de nossas vidas. Parafraseando Machado de Assis: dormir é uma forma provisória de morrer.
É, realmente, eu não sou hiperativo!


quarta-feira, 9 de novembro de 2011

MAIS DE MEIO SÉCULO DE TDAH EM EBULIÇÃO




Este post foi iniciado no último domingo dia 06 de novembro. mas por questões tecnológicas só pode ser terminado hoje.

Completo hoje 51 anos. Mais de meio século de vida, e de TDAH. Cinquenta e um anos de esquecimentos, de procrastinação, de impulsividade; mas acima de tudo isso, são 51 anos de muita paixão e muita emoção. Muito prazer e muita dor. Muita vida!
Menino levado, hiperativo; adolescente meio rebelde, displicente, meio perdido.
Muito cedo, ainda adolescente casei-me e tive uma filha. Mais perdido fiquei. Os sonhos da adolescência foram cortados pela responsabilidade de uma familia. A necessidade de ganhar dinheiro, de ser adulto.
Eu não estava preparado para ser adulto, muito menos ser pai.
O resultado foi um desastre, muito antes, anunciado pela clarividência de meu pai.
Mas amei intensamente minha primeira esposa; como amei a todas as mulheres com quem convivi.
A emoção do amor, essa sensação fortíssima provocada pela presença da pessoa amada sempre norteou minha vida. Para vivê-la fiz verdadeiras loucuras, tomei atitudes e caminhos recriminados pelos outros. Mas quando essa emoção bate, não tem jeito, não consigo me controlar. Sou movido a paixäo. Até tentei, em alguns momentos, racionalizar os sentimentos, pesar tudo o que estava em jogo; mas nada adiantou. O sentimento superou a razão, e eu o segui. Expus-me a críticas e julgamentos rasteiros mas segui minha necessidade de paixão, de emoção, de sedução. Esse comportamento exacerbadamente apaixonado, fez a festa daquelas pessoas que, apesar de possuir telhados, paredes e portas de vidro que se acham no direito de criticar a vida alheia.
Claro que nem sempre foi bom. Essa paixão me fez sofrer em muitas vezes, decepcionei-me, abandonei e fui abandonado; traí e fui traído; mas amei e fui amado. Isso é o principal.
A paixão, gera raiva, explosões, amores, mágoas e dores. Uma vida rica, porém pesada.
Não sei se está certo ou errado, mas parafraseando Roberto Carlos: o importante é que emoções eu vivi.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

O MEDO DO DESCONTROLE




Existem algumas coisas difíceis de serem explicadas. Durante toda a minha vida, mesmo na adolescência, sempre evitei bebidas, drogas, armas e jogo. No fundo de minha alma sempre tive muito medo de não conseguir me controlar. A bebida, graças a Deus, nunca foi um prazer pra mim; até hoje qualquer bebida, de qualquer tipo, me causa desconforto e todas me provocam um estranho arrepio pelo corpo. Jamais insisti ou tentei superar essa  rejeição física à bebida. Sempre temi chegar ao fundo do poço, de beber até cair.
Meus amigos mais antigos lembram-se de que eu sempre fui aquele que acompanhava os tontos até em casa, mais tarde dirigia para aqueles sem condições para isso. Até experimentei alguns tipos de bebida e, claro, ao contrário da maioria odeio cerveja. Na adolescência, desfilei em escolas de samba, fantasiei-me de mulher em blocos de embalo, pulei carnaval em clubes da cidade; sempre de cara limpa. Lembro-me perfeitamente de uma senhora que ficava no caixa do bar do clube Bom Pastor, onde eu pulava carnaval, ela sempre dizia que eu era seu folião preferido; talvez eu fosse o único adolescente sóbrio daquele salão.
Se cheguei a experimentar algumas bebidas, com relação ao jogo eu era ainda mais radical. Nunca joguei a dinheiro, nem mesmo centavos. O máximo que eu concordava era jogar com grãos de feijão ou coisas equivalentes. Sempre temi perder tudo no jogo, viciar-me até ao mais baixo nível.
Sempre temi as armas. Com um temperamento explosivo, instável e, acima de tudo, incontrolável, disparar uma arma sem pensar seria fácil demais. Nunca cogitei ter uma arma, nem ontem, nem hoje, nem nunca.
Na minha adolescência as drogas tinham um certo glamour, um charme. Era meio que coisa de gente que se rebelava contra o sistema, os pais, a ditadura, etc, etc...
Existia até mesmo um perfume com um aroma muito parecido ao da maconha: patchouli. Não sei se é assim que se escreve, mas lembro-me do cheiro e da embalagem perfeitamente.
Fiz algumas incursões pelas drogas leves, maconha, uns chás que se usavam na época. Mas também o medo do descontrole, o receio de me afundar nas drogas me fez desistir da experiência.
Sempre tive em meu íntimo uma noção da passionalidade da minha personalidade; sempre tive consciência de que tudo aquilo que me dava prazer me absorvia completamente. Assim foi com as namoradas, o cigarro - desse só consegui me livrar em 1998, após 24 anos de fumacê explícito - a leitura, o sexo, e todos os prazeres que se apresentaram na minha vida.
Sei lá que mecanismo em minha mente fez o medo ser maior do que a compulsão por esses vícios. Outras características do TDAH não consegui controlar, mas enfim, ninguém é perfeito.
Nem eu sou um TDAH perfeito. Como profissional do TDAH também cometi minhas falhas. Graças a Deus, senão provavelmente hoje eu estaria na cadeia ou no cemitério.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

EU DESISTO!



Não aguento mais viver sob pressão.
Uma vida ... vida? Não! Não posso chamar isso de vida. Sobrevivo entre o fogo cruzado  das pressões financeiras, afetivas e minhas próprias cobranças. Trôpego, às cegas, tento encontrar um caminho que satisfaça o egoísmo de todos os envolvidos.
Caio outra vez. Ergo-me novamente, através da névoa que me tolda a visão acredito vislumbrar uma saída, um novo caminho. Nem mesmo as feridas nos pés, causadas pela insana caminhada, me impedem de perseguir a miragem daquele novo caminho. Qual nada, o novo caminho se revela ainda mais íngreme e sofrido que o atual, e uma nova queda é uma questão de tempo.
Sinto-me extenuado, derrotado, entregue.
Revolto-me contra mim, contra minhas escolhas, contra meus sentimentos.
Quantas atitudes impensadas, tomadas no calor da paixão.
Quantas perdas oriundas da procrastinação doentia.
Quanta dor provocada pela absurda necessidade de adrenalina.
Quanto sofrimento causado pela busca incessante do novo.
Quando isso vai acabar?
Será que somente a morte será capaz de controlar essa mente insana?
Serei sempre vítima dessa ebulição química em meu cérebro?
Um órgão descontrolado, morro abaixo, sem freios, sem motorista. O resultado sempre será uma tragédia.
Sou um passageiro de minha mente, preso ao assento pelo cinto de segurança vejo o avião em chamas em queda livre rumo ao choque final no solo lá embaixo.
O medo da morte compete com o êxtase da adrenalina.
No fundo da alma eu sabia do risco daquela viagem. Eu tinha conhecimento da altíssima probabilidade da tragédia. Mas caminhei a passos largos e firmes em direção a ela. Agora, com a aeronave despencando rumo ao solo, o medo e o êxtase se misturam e se somam num vulcão de emoções que me exaurem mas, inexplicavelmente, me impulsionam rumo ao próximo desastre que certamente virá.
Quem de nós, portadores, nunca se sentiu dessa maneira?
Quantas vezes somos assaltados por um sentimento de derrota acachapante.
A tragédia final, o último colapso, a derradeira queda.
Machucados ou não, reerguemo-nos a duras penas, reconstruindo nossas vidas e nos preparando para a próxima queda.
Mas não desistimos. Os TDAHs possuem uma chama de vida que não se apaga. Nela nos agarramos, nos apoiamos e nos levantamos. Infinitamente se for preciso, indefinidamente se for necessário, incansavelmente.
Eu desisto!
A frase que sai fácil da boca não consegue romper a força de nossa alma. Um mínimo sopro reacende a brasa que parecia adormecida.
Qual Sísifo, recomeçamos a rolar a enorme pedra morro acima com a certeza de que, dessa vez, atingiremos  a estabilidade do pico da montanha.
Pouco importa se parece impossível ou insano.
Quanto maior o desafio, maior a nossa força interior.
Ao infinito e além!

sábado, 22 de outubro de 2011

PROCRASTINAÇÃO É MEDO!






O que vou narrar aqui é idiota, quase infantil - ou infantil - mas foi responsável por uma grande descoberta em minha vida: procrastino por medo.
Já mencionei em outro post que minha vida financeira anda num aperto danado. Premido por esse aperto ando à  procura de novos 'dinheiros'. Essa procura levou-me a um devaneio, um sonho, uma esperança. Lembrei-me que andei guardando dinheiro em uma caixa que há muito não mexia. Assim que lembrei-me, tive a esperança de haver esquecido ali algum dinheiro, quem sabe até um valor significativo, que pudesse me ajudar de alguma forma. Imediatamente pensei: quando chegar em casa vou direto àquela caixa conferir se ficou algo lá. Ao mesmo tempo, um sentimento de que eu jamais teria esquecido dinheiro naquela caixa ou em qualquer outro lugar tomou conta de mim. Mas, a esperança é a última que morre. Pois bem, cheguei em casa e não fui olhar a caixa. Lembrei-me, mas não fui. Deixei pra depois. Lembrei-me de novo, e adiei novamente. Os dias se passaram e eu não tive coragem de abrir aquela caixa e conferir se havia ou não dinheiro ali dentro. Hoje, agora há pouco comecei a pensar sobre isso; por que não fui abrir a maldita (ou bendita, dependendo do seu conteúdo) caixa. Logo me veio à mente de que adiei por receio - ou quase certeza - de que não há dinheiro lá dentro. Comecei a pensar nesse sentimento e nessa característica de adiar as coisas. Em vários momentos em que me lembrei haver procrastinado, havia este sentimento de medo presente. O medo de que o resultado fosse diverso daquele que eu queria ou imaginava. O medo de que o resultado fosse diverso daquele que eu precisava ter. Em todos esses momentos o resultado da procrastinação me foi desfavorável. Em alguns, os menos negativos, eu descobri que torturei-me à toa, que sofri com aquele sentimento desnecessariamente. Nos momentos piores, eu descobri que uma ação imediata poderia reverter o resultado negativo, ou pelo menos minorar o resultado que eu tanto temia.
Em todos os casos, o sentimento que paralisou minhas ações foi o medo do resultado. O medo de confrontar situações ou pessoas que me poderiam decepcionar, magoar, ofender, ou qualquer outra coisa que me fosse desagradável.
No fim, o medo. 
O medo que habita cada um de nós, portadores de TDAH. O medo de não conseguir, de não dar conta, de não saber resolver; de demonstrar ignorância, fragilidade, fraqueza. O medo de que descubram que nós somos um embuste, uma farsa. O medo de que descubram que tudo aquilo que falam de nós desde a mais tenra infância seja descoberto e escancarado ao público.
O medo. A raiz da procrastinação esta fincada nele. A base da paralisia se fundamenta nele. O medo cultivado em nossa alma desde a infância por aqueles que nos deviam proteger, ensinar, instrumentalizar. 
O medo, a concretização de todos aqueles apelidos 'engraçados' e comentários feitos sob gargalhadas entre parentes, amigos, professores e todos que nos cercam.
Procrastinação eu te reconheci; sois o medo e hei de vencê-la.

Obs.: Realmente não havia nem um centavo dentro da caixa. O que ali habitou um dia, foi devidamente gasto. Infelizmente. Mas ficou a descoberta, e essa tem um valor enorme.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

ISSO É BOM OU RUIM?



Minha ex esposa volta e meia falava que eu tenho a capacidade de seguir adiante na vida, sem olhar para trás.
É claro que não é exatamente assim, mas tenho uma característica de não me prender ao passado, nem mesmo quando - visto de fora - esse passado poderia parecer melhor.
Essa é uma característica providencial para um TDAH, cuja impulsividade leva a mudanças drásticas de vida; algumas delas dramáticas.
Hoje, por exemplo, meus rendimentos devem girar em torno de dez por cento do que eu ganhava há dois anos e pouco atrás. Isso de forma nenhuma me incomoda. Lógico que em alguns momentos a falta de dinheiro incomoda, mas de maneira nenhuma me deprime ou me desanima. Vivo o presente; se essa é minha realidade é nela que vivo.
Outro dia, conversando com um amigo ele comentou que eu não me abati com a derrocada das lojas e a queda de meu padrão de vida. A vida é mais do que isso, e eu tenho muito mais do que isso. Estar vivo é mais importante do que o padrão de vida.
Depois que fechei as lojas descobri o TDAH, passei a me tratar, aprendi uma nova profissão, criei esse blog, praticamente sou uma nova pessoa. É muita coisa nova, e boa, para eu perder meu tempo lamentando o que passou.
Prender-se ao passado é perder a oportunidade de conhecer tudo o que pode acontecer de bom no novo caminho trilhado.
Algumas vezes, dói; noutras vezes, bate um medo de haver errado; mas em geral, não olho para trás. De nada vale olhar para trás, se estou nesse caminho - por escolha ou não - é para ele que eu vou olhar.
E pronto.
Já fui chamado de egoísta, de insensível, de mil outras coisas.
Sou um pouco disso também, mas quem não é.
Isso bem pode ser uma defesa inconsciente do TDAH, uma forma de preservar minha sanidade com tantas mudanças provocadas pela minha impulsividade e pela necessidade de adrenalina.
Pouco importa, vou construindo uma nova vida; o que passou serve de experiência, mas jamais será uma âncora a impedir que eu singre novos mares.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

IMAGENS DE UMA MENTE TDAH

UMA TORRENTE DE IMAGENS ME ASSALTA A MENTE
SE COMPLETAM E SE SUBSTITUEM
VIDA E MORTE
AMOR E DOR
LUXURIA
O CAOS
O MUNDO IMAGINÁRIO

NUM CALEIDOSCÓPIO INFINITO
VIDA E MORTE
TÃO DOLORIDO
TÃO INDOMÁVEL
TÃO IRASCÍVEL.

MAS ACIMA DE TUDO, TÃO HUMANO, DEMASIADAMENTE HUMANO!