terça-feira, 1 de novembro de 2011
EU DESISTO!
Não aguento mais viver sob pressão.
Uma vida ... vida? Não! Não posso chamar isso de vida. Sobrevivo entre o fogo cruzado das pressões financeiras, afetivas e minhas próprias cobranças. Trôpego, às cegas, tento encontrar um caminho que satisfaça o egoísmo de todos os envolvidos.
Caio outra vez. Ergo-me novamente, através da névoa que me tolda a visão acredito vislumbrar uma saída, um novo caminho. Nem mesmo as feridas nos pés, causadas pela insana caminhada, me impedem de perseguir a miragem daquele novo caminho. Qual nada, o novo caminho se revela ainda mais íngreme e sofrido que o atual, e uma nova queda é uma questão de tempo.
Sinto-me extenuado, derrotado, entregue.
Revolto-me contra mim, contra minhas escolhas, contra meus sentimentos.
Quantas atitudes impensadas, tomadas no calor da paixão.
Quantas perdas oriundas da procrastinação doentia.
Quanta dor provocada pela absurda necessidade de adrenalina.
Quanto sofrimento causado pela busca incessante do novo.
Quando isso vai acabar?
Será que somente a morte será capaz de controlar essa mente insana?
Serei sempre vítima dessa ebulição química em meu cérebro?
Um órgão descontrolado, morro abaixo, sem freios, sem motorista. O resultado sempre será uma tragédia.
Sou um passageiro de minha mente, preso ao assento pelo cinto de segurança vejo o avião em chamas em queda livre rumo ao choque final no solo lá embaixo.
O medo da morte compete com o êxtase da adrenalina.
No fundo da alma eu sabia do risco daquela viagem. Eu tinha conhecimento da altíssima probabilidade da tragédia. Mas caminhei a passos largos e firmes em direção a ela. Agora, com a aeronave despencando rumo ao solo, o medo e o êxtase se misturam e se somam num vulcão de emoções que me exaurem mas, inexplicavelmente, me impulsionam rumo ao próximo desastre que certamente virá.
Quem de nós, portadores, nunca se sentiu dessa maneira?
Quantas vezes somos assaltados por um sentimento de derrota acachapante.
A tragédia final, o último colapso, a derradeira queda.
Machucados ou não, reerguemo-nos a duras penas, reconstruindo nossas vidas e nos preparando para a próxima queda.
Mas não desistimos. Os TDAHs possuem uma chama de vida que não se apaga. Nela nos agarramos, nos apoiamos e nos levantamos. Infinitamente se for preciso, indefinidamente se for necessário, incansavelmente.
Eu desisto!
A frase que sai fácil da boca não consegue romper a força de nossa alma. Um mínimo sopro reacende a brasa que parecia adormecida.
Qual Sísifo, recomeçamos a rolar a enorme pedra morro acima com a certeza de que, dessa vez, atingiremos a estabilidade do pico da montanha.
Pouco importa se parece impossível ou insano.
Quanto maior o desafio, maior a nossa força interior.
Ao infinito e além!
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Meu querido amigo, VIVA pare de pensar um pouco no amanha.Viva o hoje e agora intensamente.Seja feliz.O nosso amanha só Deus sabe.Grande abraço Wal
ResponderExcluirÉ isso aí, não podemos parar! Vamos tentar usar toda essa energia positivamente, fazendo coisas que sabemos, que amamos. O amor, o prazer, a paixão, são os nossos combustíveis. Força e coragem pra todos nós!
ResponderExcluirQuando mais leio seu blog, mais me entendo.
ResponderExcluirAqui eu a anônima, estou nessa condição não por me sentir constrangida ao me identificar, mas sim por ser a forma menos complicada de postar meus comentários.
ResponderExcluirMe sinto assim também muitas vezes, perdida, inquieta, cheia de ideias, mas sem saber por onde iniciá-las,uma avalanche de ideias invadem meu cérebro e não sei por onde começar, entende? A bendita ritalina me ajuda um pouco, mas nesse setor problemático a minha força interior deve ser maior para assim eu conseguir superar e dar início a um projeto.
Percebo que meus erros me deixam muito triste, chego a ficar de baixo astral, e todos percebem, sou bem transparente em relação aos meus sentimentos, e quase nunca consigo fingir.
Já procurei alguns terapeutas mas a maioria foge dos TDAHs como o diabo foge da cruz.
Tenho medo do futuro.
Um abraço
Eu tambem sou TDAH, tomo venvanse, porém sinto que só fez efeito nos dois primeiros dias..... Muitas vezes penso em desistir, não suporto meus erros, afetando as outras pessoas, principalmente em trabalho ! Como é dificil sonhar com uma carreira sólida, e pensar que onde vou chegar dessa forma ? Esqueço isso, esqueço aquilo .... uma angustia, um sentimento de inutilidade, espero um dia poder me livrar dessa condição !
ResponderExcluirBom dia!
ExcluirNão desista, qual nossa outra opção?
Ficar sem o remédio é pior.
Hoje estou muito melhor do que no dia que escrevi esse texto.
Aliás nem me lembrava dele e me emocionei relendo-o.
Sabe o que fiz? Mudei minha vida. Estou eliminando aquilo que me pressionava. Tento encontrar alternativas menos estressantes.
Muitas vezes nossas escolhas são feitas de forma impensada e impulsiva. Tente meditar com calma aonde estão as arestas da sua vida que a fazem tão pesada e difícil. Você deve encontrar um monte de coisas que você pode mudar e que farão a diferença em sua vida
Um abraço
Alexandre
É impossivel viver em paz, o hiperativo só quer paz.... mas o mundo quer que você entre em guerra contra ele.
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