quinta-feira, 22 de setembro de 2016

O TDAH E A AUTO PIEDADE





Ninguém terá pena de você! 
Muito menos você mesmo! 
Chega de olhar pro chão! 
Levante a cabeça, olhe-se nos olhos e diga-se: 
Cheguei até aqui arrastando, além de todos os problemas normais, esse transtorno; as conquistas que tive foram apesar dele. Não tenho que me lamentar, se enfrentei-o até aqui sem conhece-lo, muito mais força terei para derrota-lo agora que o conheço. 
A auto piedade só o transformará numa pessoa desagradável a ser evitada. 
Erga seus olhos, liberte seu melhor sorriso e siga em frente! 
O transtorno é incurável, mas é domável, enfrente-o, subjugue-o.  
Escolha seu caminho, trate-se; com ou sem medicamento, com ou sem terapia, com ou sem coaching... Em qualquer delas, conheça-se e à sua doença; encha-se de coragem e enfrente aquela característica que mais lhe amedronta. Se não der, perdoe -se, e continue tentando. Muitos superaram por que não você? 
Não prego aqui que cada um de nós haja como uma mosca contra o vidro. Jamais! Conhecendo a si mesmo e ao transtorno você separará o que é seu e o que é a doença. O conhecimento liberta. Quanto mais conhecemos o inimigo mais perto estamos de derrota-lo. 
Chega de ser vítima, chega de ser apontado pela família e amigos, chega de ser 'tirado'; enfrente-se, derrote-se. Só assim você conhecerá o verdadeiro renascimento e as novas possibilidades de vida que estão à sua disposição. 

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

O TDAH E AS SOLUÇÕES PERDIDAS





A irritação é inevitável! Como posso ter esquecido a solução de um problema pelo qual estou passando? Aquela solução que imaginei anteontem, e que era a melhor solução possível, desapareceu da minha mente. Isso mesmo, desapareceu. 
Agora, premido pela necessidade de uma solução imediata, acabo por optar por outro caminho que tenho certeza não me trará o mesmo resultado. 
Me perguntarão os 'trouxas": Mas se você esqueceu como sabe que era  a melhor solução? 
Eu sei, e isso basta! Mas não é bem assim, quando encontrei o caminho ideal, pensei em várias alternativas, medi e pesei as consequências e concluí que aquela era a melhor opção. 
E então, ao acordar na manhã seguinte aquela solução desapareceu; apagou!  
E não voltou mais! Por mais esforços e tentativas que eu faça, essa solução não existe mais e conformado, posso tratar de procurar outra. Ainda que menos eficiente. 
Outra variante é simplesmente não me lembrar de que um dia existiu uma solução na minha cabeça. Ela desaparece como fumaça.
Aí a coisa toma ares de tortura quando após optar pela solução menos eficiente, e já conformado com isso, me lembro daquela que teria sido a opção ideal. Quando já não pode mais ser aplicada.  
Auto sabotagem? Falhas de memória?  
Acredito mais na auto sabotagem, um dos pilares do TDAH. A primeira providência é escrever. Mas escrever por completo, problema e solução. Não escrever apenas frases esparsas ou lembretes, possivelmente não vou conseguir conectar as tais frases com o problema, e terei perdido a solução do mesmo jeito. Mas cuidado ao guardar a anotação, você pode nunca mais acha-la. 
Por mais difícil que possa parecer, criar rotinas pode ser a melhor alternativa; tenha um local fixo para os escritos o uma pasta fixa no notebook ou celular. Claro que com o tempo vão transbordar de papéis e anotações, mas nada na nossa vida é perfeito. Parta para a operação limpeza e poderá descobrir, como descobriu a inspiradora desse post, que algumas soluções podem estar soterradas nesses desvãos concretos de nossa desmemória.

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

O TDAH E O EXERCÍCIO DO PERDÃO







Não vou falar sobre perdoar nosso semelhante, mas o auto perdão; o perdoar-se a si próprio.
O TDAH é mais ou menos como o Mito de Sísifo, aquele que deveria empurrar uma pedra morro acima e ao atingir o cume, a pedra rolava e ele deveria começar de novo.
Quantas vezes nos aproximamos de atingir uma meta, um sonho, a conclusão de um trabalho, e destruímos tudo; desistimos; abandonamos?
Quantos relacionamentos destruímos da mesma forma...
Qual o nosso maior sonho? Mudar esse padrão de comportamento!
E aí começamos; empurramos nossa pedra morro acima, fazemos enormes esforços e a deixamos rolar pelos mais diversos motivos; dos mais justificáveis à preguiça, o saco cheio, a mudança de foco...
E aí nos punimos, nos criticamos, esmagamos ainda mais nossa auto estima.
Antes de mais nada, não estou aqui defendendo nosso direito de humilhar o parceiro(a) ou usar o TDAH como desculpa para aprontar. Não!
Só se supera o TDAH se ACREDITARMOS que ele existe e QUISERMOS enfrenta-lo.
Então, a partir do momento em que abandonamos a postura passiva e criamos e implementamos estratégias para vencê-lo, merecemos o auto perdão ao errarmos.
A melhor maneira que encontrei foi a auto análise e a confrontação da realidade com o TDAH.
Exemplo:
Fui PHD em procrastinação. Adiava do mínimo ao máximo. Perdi vendas, amigos, clientes... Tudo pela procrastinação. A arte de adiar indefinidamente as situações que demandem solução.
Hoje ainda procrastino; muito menos do que antes. Ao me defrontar com a vontade de procrastinar, paro e analiso: Existem motivos concretos para adiar isso? Se não existem, e na maioria dos casos não existem mesmo, enfrento o TDAH e faço o que devo. Mas, claro, não funciona sempre. Erro, falho, esqueço, adio a análise, mas me perdoo se não consigo.
Ainda existem consequências, mas não me prendo ao erro. Foco na tentativa e naquilo que consegui vencer.
E isso serve pra tudo.
Primeiro passo: Conheça-te a ti mesmo. Pare e pense, honestamente, quem é você? Pra onde você está levando sua vida? O que você quer dessa vida?
Segundo passo: Conheça o TDAH! Profundamente! Aprenda de cor e salteado os sintomas característicos do transtorno e suas manifestações.
Terceiro passo: Misture os dois anteriores. Misture não, confronte-os. Compare-os.
Exemplo: Eu tinha enormes variações de humor. E sempre pra baixo! Do nada, ou partir de quase nada eu me sentia um pano de chão sujo. Me sentia o pior dos seres humanos, com uma enorme vontade de desistir de tudo. A partir do diagnóstico adotei a estratégia de confrontar o desânimo; eu pensava assim: Por que tô tão mal? O que aconteceu de objetivo? Nada em 99% dos casos. Então eu me obrigava a mudar de humor. Punha uma música, dava uma volta, ou simplesmente abanava a cabeça e ia pensar em outra coisa.
Ridículo? Experimente! Funciona tanto que hoje em dia não passo mais por isso. Desapareceu!
Mas se erro, me perdoo!
Agora, irmão/irmã, vamos respeitar a quem nos ama por que conviver com a gente não é mole, não.
Dê valor a quem te aguenta, só mesmo um TDAH pra entender e harmonizar com outro.
Perdoe-se, mas peça perdão quando errar!