Resolvi voltar a esse assunto, que não é novo, mas que tortura a quase todos nós: A busca incessante por respostas, explicações...
Não existem respostas para o TDAH.
É uma doença. Uma doença biológica, física. E nenhum de nós pode fazer nada quanto a isso.
Não temos uma doença moral. Não é doença psicológica. Não é doença de caráter.
É doença do cérebro. Exatamente onde as ações, as reações, as atitudes e sentimentos são construídos.
Somos deficientes. Deficientes de um neurotransmissor. E se a ciência quase não avançou em uma solução para o TDAH nesses cem anos de conhecimento da doença, o que nós podemos fazer?
O tratamento mais eficiente contra a doença ainda é o auto conhecimento.
Conheça-se, conheça o TDAH e enfrente-o. Só isso podemos fazer.
O tratamento medicamentoso é limitado e restrito a alguns sintomas.
Não existe nenhum remédio que acabe com a impulsividade do TDAH. Assim como não existe medicamento que elimine a auto sabotagem. Tampouco existe um fármaco anti baixa auto estima.
O remédio é bom nos quesitos: Foco, atenção, disposição e memória.
O resto é com a gente...
Siga alguns passos ao descobrir-se TDAH:
1) Perdoe-se. Você não pode mudar o passado e o que você fez (ou acredita que fez) estava fortemente influenciado pelo TDAH.
2) Transforme-se num expert em TDAH. Ao conhece-lo profundamente, você saberá reconhecer quando suas atitudes estiverem contaminadas pela doença. E poderá mudar seu comportamento.
3) Saiba que mesmo sob tratamento você não será perfeito.Você é doente e o remédio é limitado.
4) Pare de se punir. Aceite sua realidade e tente transforma-la. Se não der, não deu. Nem sempre dará.
5) Não tente se enganar endeusando o TDAH. O fato de sermos criativos e inteligentes não supera os estragos que a doença faz em nossas vidas.
6) Não se esconda atrás da doença. Primeiro por que nem tudo o que fazemos é fruto do transtorno; segundo por que a maioria das pessoas desconhece a existência da doença e não acredita que você que é tão 'normal' (talvez só um pouco voadinho e inconsequente) possa ser portador de uma doença mental.
7) Livre-se de pessoas e situações que te fazem mal ou só aumentam seu sofrimento e seu sentimento de inferioridade. O TDAH já é um fardo pesado demais na sua vida.
No mais, perdoe-se. Você vai repetir os mesmos erros ao longo da vida. Vai falar o que não deve, fazer o que não deve, adiar o que não deve, comer o que não deve, beber o que não deve, fumar o que não deve.
Mas esses somos nós. Somos essa soma de idiossincrasias e não podemos negar ou ignorar que fomos construídos - em parte - pelo TDAH.
Não se entregue; não se renda; você acordará amanhã TDAH e nada pode fazer contra isso.
Mas pode, e deve, tentar fazer seu dia melhor.
Por isso trate-se, observe-se, cuide-se e, principalmente, ame-se.
E não procure respostas, elas não existem.