segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
POEMINHA TDAH! (ARGH)
O título eu esqueci
O início eu adiei
Agora não posso começar,
pois a conta de luz não paguei
No escuro, a vela tento encontrar
mas nunca, nada meu, está em seu lugar.
O que faço agora não sei,
Esta paralisia me irrita, parece que vou explodir
cuidado!, você pode apanhar se não parar de rir.
Vou desistir deste poema,
não sei escrever, muito menos rimar
desistir? que pena!
Mas também, ninguém iria gostar.
Um poema tão fajuto,
de um poeta pouco astuto,
que tenta iludir o leitor
com este embuste sem pudor.
Não me irrite caro amigo,
com raiva sou um perigo,
mas, no mais das vezes
só faço mal ao meu umbigo.
Em minha mente as idéias jorram,
os talentos se multiplicam,
mas disciplina para aprimorá-los, não se iludam
apenas nas tentativas ficam.
Sou um quase saxofonista,
Um quase escritor,
Quase advogado,
Quase filósofo,
Quase bloguista,
Quase um perito no amor,
que não se faz de rogado
se não acha rima para filósofo,
e, não insista,
ser poeta na web, sei lá
não há quem resista,
E se há alguém que desista,
esse alguém sou eu.
Desisti de ser poeta,filósofo e advogado,
sou apenas um sujeito tentando se achar e ser achado.
Mas o google não me vê, o ueba não me enxerga, o ocioso nem me aceita,
que vida horrível essa da net que o mundo inteiro me rejeita.
Ou pior, nem sabe que existo.
Mas não me entrego,
não desisto.
nunca vou me entregah
afinal sou um TDAH.
(aaarrrrrrrrrrrrrrrrrgggggggggggggghhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh)
quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
AUTO SABOTAGEM; TDAH CLÁSSICO.
Você já se sentiu caminhando em direção ao desastre, e mesmo assim continuou caminhando até que ele se confirmasse?
Você já tomou atitudes sabidamente prejudiciais à sua própria vida?
Algo dentro de você avisa que esse é caminho errado, mas você permanece. Quase que com um sentimento de prazer em experimentar o desastre que se anuncia !
Esse é um comportamento comum no TDAH.
Insistimos em nos auto boicotar, em tomar atitudes arriscadas demais, ou pior, manifestamente prejudiciais à nossa vida.
Por que?
Não tenho a menor idéia. Já imaginei mil coisas. O sentimento de inferioridade que carregamos conosco, nos leva a querer ficar no limbo, no pântano. Continuaremos sendo os coitadinhos. A família, os amigos, ficarão pensando: coitado, a vida dele não dá certo! A verdade, é que não dá, por que não queremos que dê! Algum ganho temos com isso. Outra coisa que pensei certa vez: não temos coragem de atentar contra nossa vida física; assim, suicidamos várias vezes durante nossa existência. Um medo de ser feliz, e perder algumas 'regalias' que temos como coitadinhos. De novo a inferioridade.
Pois bem, a razão deste comportamento não importa. Importa que, quase sempre, detectamos esse comportamento e não o impedimos. Enxergamos o abismo à frente, a ponte em ruínas mais adiante, e aceleramos. Ou pelo menos não reduzimos a velocidade. Mas sentimos a dor da queda. Arcamos sobre nossos ombros com o resultado do desastre.Sabemos em nosso íntimo que nós poderíamos tê-lo evitado. Mas negamos, inventamos mil desculpas para justificar nosso comportamento suicida. Mas cada um de nós sabe ser o responsável pelo resultado. E, enquanto justifica-se em público, sua alma grita a mentira em sua cabeça.
Não temos razão para continuar a conviver com isso. A partir do momento em que sabemos que isso faz parte de um déficit químico no cérebro; uma complexa rede de trocas químicas que desaguam nesses comportamentos auto destrutivos, podemos combatê-lo de frente, de cabeça erguida. O ganho é falso, a auto piedade é falsa, mesmo a inferioridade é embasada em falsas premissas. Nós não somos esses. Esse comportamento faz parte de uma personagem de um filme do qual, somos nós os diretores. Podemos mudar tudo nesse filme. Vejamos as cenas já gravadas, sabemos de cor o final. Conhecemos o sofrimento e a tortura que sofre a personagem principal. E mais ainda, sabemos que os ganhos que ela consegue com seu comportamento auto destrutivo, são migalhas, são esmolas que só a mantém de pé. Não lhe dão forças para viver, só lhe impedem de sucumbir. Ninguém opta por ser mendigo; ninguém vive da caridade alheia por opção. Muito menos nós. Se você está lendo este artigo, você sabe do que estou falando. Nenhum de nós precisa mais disso.Nós queremos reconhecimento, não favores; admiração, não bajulação; respeito, não piedade.
A vida não nos deve nada, muito menos nós a ela. Só conquistamos o que arrancamos com nossas próprias mãos, portanto, vamos arregaçar nossas mangas e deixar a auto sabotagem para quem precisa da piedade alheia.
NA LUTA CONTRA O TDAH, ME SINTO NAS CORDAS.
Há pouco mais de um mês fui diagnosticado como portador de TDAH. Naquele momento foi um alívio. Encontrei a razão de meu comportamento autodestrutivo, minha procrastinação, meu esquecimento, minha impulsividade...
Acreditei que ao tomar o remédio, uma nova vida se abriria diante de mim. Uma estrada florida rumo à paz interior e à vida que aos vinte anos eu acreditei que teria. Ledo engano, comecei a fazer uma restrospectiva de minha vida, ao mesmo tempo em que comecei a prestar atenção ao meu comportamento. Confesso que estou decepcionado. Os erros do passado, mesmo com o salvo conduto da TDAH, têm me torturado. Nunca havia dissecado meu comportamento desta forma. O que descobri, não gostei. A pessoa que emergiu deste passado me assustou. Não havia prestado atenção ao resultado de minha conduta ao longo da vida. Simplesmente vivia. Esse passado tem sido muito doloroso.
Mas não é só isso. Tenho percebido em mim todos os comportamentos típicos do TDAH, e que não os abandonei. Ontem foi um dia típico. Adiei várias coisas que me propus fazer, e elas ficaram me martelando a cabeça. Depois tive que mentir às pessoas envolvidas para limpar minha barra afinal, havia descumprido meus compromissos.
Tenho tido sérias dúvidas em relação à eficiência da Ritalina, ou se não há alguma comorbidade, ou sei lá o quê.
Estou me sentindo aquele boxeador que, depois de acreditar estar vencendo a luta, se vê acuado pelo adversário, só se defendendo apoiado às cordas que cercam o ringue. Preciso urgentemente sair da defensiva, virar este jogo.
Talvez tenha subestimado o adversário. Depois de 50 anos enraizado em minha alma, o TDAH deve ter se fortalecido, lançado seus tentáculos em todos os recônditos da minha mente. Extraí-lo agora vai ser um bocado complicado.
Lembrei-me de uma frase de Clarice Lispector: " Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro."
Pois é, serei eu um edifício alicerçado sobre o TDAH ? Não, não pode ser isso. Não posso crer que jamais conseguirei me ver livre desses sintomas.
Não suporto mais a procrastinação e a tortura mental que ela trás em seu bojo.
Não suporto mais a impulsividade e as consequências nefastas que ela acarreta.
Não posso me render ao meu esquecimento crônico, e rir-me dele como um idiota a rir de sua própria desgraça.
Não posso sucumbir à paralisia provocada pela indecisão diante da enxurrada de novas idéias, dos múltiplos caminhos (verdadeiros ou delirantes) que abro diante de mim.
Não quero mais conviver com as emoções provocadas pela montanha russa amorosa que assola minha vida há décadas.
Não posso ficar inerte diante da possibilidade de continuar machucando as pessoas que me cercam, que me amam, mas que são obrigadas a conviver com esse vulcão de sentimentos.
Não posso me permitir continuar a malbaratar o dinheiro (que não tenho) da mesma forma como fiz nos últimos 50 anos.
Tenho de arrancar as raízes dessa planta nefasta, venenosa, que tomou conta de minha mente. Vai ser muito mais difícil do que eu imaginava.
Mas não posso desistir.
Não vou desistir.
A VINÇANÇA DO TDAH OU, BEM FEITO IDIOTA!
Ontem tive um típico comportamento TDAH.
Procrastinei e troquei o trabalho por um prazer momentâneo.
Estou fazendo a mudança de um depósito que tenho. Vai me proporcionar economia de dinheiro e de tempo. Facilitará minha vida. Levei dois meses decidindo, pagando aluguel do novo imóvel. E ainda não sei se estou absolutamente certo do que estou fazendo.kkkkkkkkkk
Normal.
Ontem tomei outra decisão. Surpreendente, né? Viva a Ritali(na) minha nova amiga.
Paguei a mensalidade atrasada da internet e resolvi comprar um modem desbloqueado e cancelar a vivo.
Praticamente pelo valor da mensalidade da vivo, comprei um modem da tim. Legal para caramba, um tal de Ducati Corse, em forma de um carro da Ducati. TDAH com brinquedo novo? Só deu internet.
Claro, primeiro apanhei para instalar o modem. Li o manual de instruções, mas li sem prestar atenção. Coisa simples, auto instalação. Levei uma hora até perceber que o que eu procurava estava no manual. Passei por cima várias vezes.
Bem, o modem é ótimo! Muito melhor que o da vivo.
Mas não fui organizar o novo imóvel como deveria. Resultado? Levei ferro!
Hoje, a transportadora chegou lá com um horror de coisas e eu não tinha espaço suficiente e organizado para colocá-las. Trabalhei hoje como um condenado às galés, ficou uma zona e eu vou levar uma semana de trabalhos forçados para arrumar tudo.
Bem feito, idiota!
A diferença de ontem para todas as outras vezes que fiz isto nos últimos 50 anos, foi que eu sabia o que estava fazendo. Sabia que procrastinava, que troquei o dever pelo lazer, sabia das consequências. Só não sabia o tamanho delas. Até ontem estava tudo arrumadinho, um primor. Hoje tá um caos.
Bem feito, idiota!
Hoje comecei a trabalhar às 7:30 e terminei às 19:30. E ficou uma porcaria. Uma bagunça. Não deu tempo de me preparar.
Bem feito, idiota!
O conhecimento tem essa grande vantagem, você sabe o que está fazendo e sabe que os resultados obtidos são de sua exclusiva responsabilidade. Fui um TDAH consciente, não posso reclamar se ele se vingou em forma de condenação à trabalhos forçados.
Bem feito, idiota!
DOR, MUITA DOR NA VIDA DE UM TDAH.
Escrever esse blog tem sido muito bom para que eu detecte onde estão meus comportamentos viciados e autodestrutivos. Por outro lado, tem sido duro revolver meu passado mais íntimo; e não é apenas uma revisão de fatos, mas uma revisão de comportamentos e sentimentos pretéritos. Tenho tentado ser imparcial, verdadeiro e cru. Mas olha, é muito difícil.
Desnudar certos comportamentos, sentimentos que eu vivi em silêncio, em segredo.Relendo a postagem sobre a montanha russa amorosa, vi ali retratado quase um psicopata. Um cara frio, insensível, cruel. Um sujeito que eu não sabia, ou não queria saber que existia. Mas que agia com carta branca em minha vida. Dei a ele o direito de tripudiar sobre a vida e o sentimento das mulheres que amei.
Posso por a culpa no TDAH, mas fui omisso. Jamais enxerguei o mal que causei a essas mulheres que tão importantes foram em minha vida. Ou não queria enxergar. Talvez, o salvo conduto do TDAH tenha me feito olhar para trás e enxergar o rastro de sangue que deixei pelo caminho.
Não sei se sinto remorso, vergonha, culpa ou apenas dor. E como dói!
Derramei sobre a vida de todos que viveram comigo, a tensão das reações inesperadas, das explosões súbitas, da insatisfação com a vida, das abruptas mudanças de humor, da frustração com minhas seguidas derrotas e o abandono.O abandono como herança. Um dia, em um momento de briga com minha filha mais velha, ela me tachou de “especialista em abandonos”; na hora briguei, neguei. Mas ela estava certa. Minha vida foi uma sucessão de abandonos. Abandonei pessoas que me amaram muito (inclusive minha filha), abandonei empregos – bons e ruins, abandonei cidades, abandonei faculdades, tudo isso em busca de...
De quê, meu Deus? Afinal, o que eu busco? O que eu quero?
Abandonei a tudo e a todos. Abandonei os sonhos de menino, abandonei a primeira namorada, a primeira mulher, a primeira filha, a primeira faculdade. E continuei abandonando. Abandonei a mim mesmo. Abandonei-me a tal ponto, que não me reconheço em vários momentos das postagens deste blog.
Mais do que as atitudes, o que me choca é minha cegueira. Não enxerguei o estrago que causei ao longo da vida. O descaso com que tratei as pessoas. A frieza com que parti. A tranquilidade com que continuei seguindo em frente.
Não existe remédio que cure o passado. Arrependimento não cura feridas ou apaga cicatrizes. Peço perdão às pessoas que magoei. A uma delas, a quem eu mais amei e, paradoxalmente, com quem tive meu pior comportamento, o mais frio, o mais cruel, eu peço perdão todas as noites em minhas orações.Creio que a melhor forma de me redimir com todas essas pessoas, seja construindo um futuro diferente, com menos abandonos, menos dor e mais respeito.
COMPORTAMENTO TDAH - UMA CITAÇÃO CIENTÍFICA.
Ao ler os textos sobre TDAH me pergunto por que não monto um manual de instruções para pessoas com TDAH. Todos os textos citam a minha vida. Eu me reconheço em cada um dos sintomas, em cada uma de suas consequências e em cada um de seus sofrimentos. Quem não possui a TDAH tende a achar que exageramos ou que existe um pouco de exagero ou fantasia nesse "sofrimento".
Nada disso! A vida é um fardo muito pesado. Imagine-se escalando o Himalaia sem o equipamento completo. Você possui apenas o necessário para manter-se vivo. O resto, é por seu esforço pessoal, sua persistência e uma obstinação em alcançar o cume, que creio, vem da nossa de consciência em nos sabermos capaz de atingi-lo; mesmo sem os equipamentos necessários. E aí está o nosso erro. Desprezamos o equipamento, achamos que conseguiremos sem ele ou, nem mesmo sabemos que eles existem. Apenas subimos, e caímos. E subimos,e caímos. E subimos, e caímos. Após cinquenta anos subindo, muitas das vezes conseguindo enxergar o cume, e cinquenta anos caindo, o sentimento é terrível. O cume parecia tão próximo! Tão fácil de atingir!
Uma enorme vontade de se isolar, de evitar as pessoas; de não ter de explicar o porquê de você ainda estar a meio caminho do cume.
Um cansaço extremo!
Bem, o texto abaixo foi tirado do site: tdah.org.br,, que por sua vez a extraiu da revista amanhã: (http://amanha.terra.com.br/edicoes/201/capa01.asp).
Como disse acima,me vejo em tudo o que é descrito abaixo. A diferença é que: cinquenta anos sem tratamento só me trouxeram os prejuízos. Minha criatividade quase ilimitada, me é pouco útil devido a enorme dificuldade em transformá-la em realidade. Fica nisso para citar apenas um item.
Dois lados de uma síndrome
Se o assunto é TDAH, poucas pessoas são tão lembradas quanto Edward Halowell, autor do best-seller Tendência à Distração. O livro foi o primeiro a revelar para leigos as causas, conseqüências e os tratamentos do déficit de atenção. Agora, dez anos mais tarde, Hallowell prepara o lançamento de sua segunda obra: Delivery from Distraction (algo como "Causado pela Distração"). O livro deverá chegar às bancas dos EUA em dezembro deste ano. AMANHÃ teve acesso a um trecho do texto e reproduz, com exclusividade, um dos pontos mais curiosos - em que Hallowell enumera os diferenciais e os problemas dos portadores de TDAH. Em tempo: a maioria dos psiquiatras brasileiros sustenta que o distúrbio só traz prejuízos. DIFERENCIAIS- Têm muitos talentos criativos, que geralmente não aparecem até que o TDAH seja tratado
- Demonstram ter pensamento original, "fora da caixa"
- Tendem a adotar um jeito diferente de encarar a própria vida. Costumam ser imprevisíveis na maneira como abordam diferentes assuntos
- Persistência e resiliência são suas características marcantes - mas, cuidado, às vezes podem parecer cabeças-duras
- São geralmente muito afetivos e de comportamento generoso
- São altamente intuitivos
- Com freqüência, demonstram ter uma inteligência acima da média
PROBLEMAS
- Grande dificuldade para transformar suas grandes idéias em ação verdadeira
- Problemas para se fazer entender ou explicar seus pontos de vista
- Falta crônica de iniciativa
- Humor volúvel, da raiva para a tristeza rapidamente
- Pouca ou nenhuma tolerância à frustração
- Problemas com organização e gerenciamento do tempo
- Necessidade incessante de adrenalina. Inconscientemente, podem provocar conflitos apenas para satisfazer essa necessidade de estímulo
- Tendência ao isolamento e à solidão
- Raramente conseguem aprender com os próprios erros
Fonte: Delivery from Distraction, novo livro de Edward Hallowell
DEPOIMENTO TDAH - UM NOVO AUTOR NO BLOG.
Com o que aconteceu ontem fiquei muito chateado, prá baixo. Hoje está muito difícil de levar. Acabei pegando carona na internet da minha filha e comecei a pesquisar sobre TDAH, tratamentos textos e etc. Encontrei no site: http://www.tdah.org.br o depoimento que transcrevo abaixo e que me levou às lágrimas. Hoje os tempos são outros e o Beto acabou encontrando tratamento e controle. Espero daqui há quatro anos poder encerrar meus textos da mesma forma que ele. Ou melhor ainda, sequer precisar de escrever sobre esse assunto. Apenas viver. Viver de uma forma diferente, construtiva e produtiva. TDAH - UM DEPOIMENTONo último Congresso Internacional da ABDA, apresentei durante uma palestra um texto escrito por meu filho para a cadeira de filosofia do curso de economia da PUC-RJ. O texto, cuja avaliação implicava em nota, foi solicitado a cada aluno pelo professor da cadeira, com o objetivo de conhecer um pouco da trajetória pessoal da turma. Ele, meu filho, recebeu grau dez, fazendo com que todos nós chegássemos às lágrimas, inclusive o próprio professor que acabara de conhecê-lo.A partir das inúmeras solicitações de cópias que tenho recebido do Brasil inteiro, decidi postar o texto aqui no site. No entanto, na condição de mãe, preciso fazer alguns comentários ligados ao texto que vocês lerão em seguida.Em primeiro lugar, quero enfatizar que apesar de todas as dificuldades que enfrentamos naquela época, em função da falta de informação sobre TDAH por parte de algumas escolas, médicos, profissionais... talvez o pior obstáculo com o qual nos deparamos tenha sido a arrogância, a prepotência e a insensibilidade daqueles que se diziam educadores, mas que optaram por EXCLUIR covardemente o que desconheciam, O TDAH representado naquele momento pelo meu filho, para não terem que experimentar o desafio e a impotência de encarar as suas próprias limitações ou a ignorância que não ousa se superar pela busca do conhecimento.Aos “terapeutas” que tanto insistiram na tese de que TDAH não existe, que era uma doença inventada pela Indústria Farmacêutica, que a medicação era absolutamente perigosa e desnecessária, que se tratava de “falta de limites”, culpa minha, complexo de Édipo, blá, blá, blá.... Se por um lado lamento o tempo perdido, por outro, agradeço-os por terem me dado à oportunidade de olhar nos seus olhos e perceber o quanto estavam equivocados, aprisionados no estreito universo daqueles que só admitem uma corrente de saber - a própria.A escola, em especial aquela que sumariamente reprovou o meu filho por não conseguir “ficar atento e ser muito agitado”, ao coordenador que disse que “o conselho de classe era soberano para punir alunos que não se esforçam”... a todos que um dia tentaram atrapalhar o seu caminho, plagiando o poeta Mario Quintana, digo:Eles passaram, ficaram no passado. Meu filho é que era passarinho, voa com sucesso rumo ao futuro.Finalmente, meu afeto e eterna gratidão ao Prof. Paulo Mattos, grande amigo, por ter mostrado ao meu filho um caminho que ele já acreditava não existir e, ao Colégio A. Liessin pela forma acolhedora com que o recebeu, o que fez toda diferença para que ele pudesse provar que o sucesso era possível.Iane Kestelman Presidente da ABDA Minha Vida Ele era uma criança levada, que não parava no lugar e não se concentrava em nada. Diziam que ele era hiperativo, mas pera aí? Como podia ser hiperativo uma criança que ao jogar videogame ou assistir um jogo do Flamengo na televisão ficava horas e horas parada sem ao menos piscar os olhos?"Mal educado!!!!" " Sem limites!!!!" "Capeta!!!!" "Disperso!!!!" "Louco!!!" eram frases que ele comumente ouvia.Ele sofria com isso, porém, sempre se considerou como os outros, pois tinha uma vida parecida com a dos seus amigos, mesmos hábitos, costumes, cultura, mas sempre fazendo as coisas muitas vezes sem pensar. Mesmo assim, ele não era somente defeitos, assim como perdia amigos facilmente, os recuperava com seu carisma e sua inteligência.Inteligência que incomodava a muitos, pois não o viam estudar muito, se empenhar e mesmo assim colher como frutos, bons resultados... "Mas pera aí, ele nunca pode ser um bom aluno!" "Ele só pode estar colando".Eis então que ele cresceu, a criança hiperativa mal educada virou um jovem. Ele, agora mais velho, continuava tendo muitos amigos, saía, se divertia e jogava muito bem futebol, algo em que definitivamente se concentrava e parecia até uma pessoa "normal"; ele era o capitão de seu time da escola, exercia toda sua liderança em quadra e se orgulhava muito disso.Na sala de aula, parecia que sua liderança se tornava algo negativo, o fazia não ter forças para estudar, para prestar atenção, atrapalhava a turma, desconcentrava os professores e criava muitas inimizades. Inimizades essas que não acreditavam como ele podia obter bons resultados. E as vitimas de sua tenebrosa atitude sem limites? Ele não pode corresponder às expectativas.Ele era o capitão do time, ele era querido.....Ele era um menino problema; em sala de aula, ele era odiado. Como sua vida não era feita só de futebol, ele foi campeão no campo, e foi derrotado fora dele; foi perseguido como um bandido sem direito a legítima defesa, afinal foi pego várias vezes em flagrante, com sua maligna hiperatividade e sua temível impulsividade.Orgulhosamente, foi lhe dado o veredicto final, como um juiz que dá uma sentença a um réu, sua reprovação em matemática foi ovacionada pelos guardiões da boa conduta e da paz escolar, e sua conseqüente saída da escola como um início de um novo ciclo de alegria, sem ele, aquele menino, que jogava bem futebol, mas somente isso.Ele chorou, perdeu seus amigos, sua escola, mas mais do que tudo isso, perdeu sua auto-confiança.Ele já estava se tornando um adulto, e por meios do destino sua mãe conheceu um médico que tratava de um tal “déficit de atenção”. Seria tão somente o 445º tipo de tratamento para curar aquele garoto-problema, algo que até o mesmo já estava praticamente convencido que era.Mandaram-lhe tomar Ritalina, um remédio ruim, que tira fome, e que lhe daria mais atenção e blá blá blá !!! Algo que ele já estava cansado de ouvir. Ele tomou a medicação sem crença nenhuma naquilo.E o tempo foi passando, ele vivendo sua vida, em uma nova escola, procurando seu lugar no time de futebol do colégio...Em 4 anos ele se tornou capitão do time. E mais, foi campeão vencendo a sua ex-escola; se formou como um dos melhores alunos da turma, passou para a faculdade que queria, tirando nota 10 na prova de matemática, a matéria que o fez passar um dos seus piores momentos ao ser reprovado. Hoje ele está na faculdade. Ele ainda tem muito o que viver, com seu jeito hiperativo, desatento, mas agora controlado, sem deixar de ser ele mesmo. Ele vai vivendo, com o intuito de um dia poder mostrar que não era um bandido, um mal educado, nem um “sem limites”; era apenas uma pessoa diferente e, como todas outras pessoas diferentes, pode e deu certo na vida.Hoje ele é feliz, tem uma namorada, estuda o que gosta, tem muitos amigos, sua família se orgulha dele e, acima de tudo, ele próprio sabe o que tem e vive feliz com a sua realidade.Ele deseja que o que ele sofreu, outras pessoas não sofram um dia. Ele?Sou eu...Beto Obs: Solicitamos em caso de reprodução do texto, citar o nome do autor e a fonte (copyright). |
UM TDAH EM PLENA FORMA!
O que aconteceu com minha internet ontem foi um típico comportamento TDAH. Tenho no notebook uma internet móvel da VIVO. Há cerca de três meses eu cheguei a conclusão que deveria cancelar sua assinatura – pela qual pago cerca de cem reais mês – e comprar um modem desbloqueado e um chip da TIM, que cobra apenas cinqüenta centavos por dia de uso da internet.Bem, até comprei os chips. O modem não. Há cerca de um mês, mudei de residência e não me lembrei de alterar o endereço na VIVO. No último dia 27 de dezembro recebi uma mensagem da VIVO informando que não havia recebido o pagamento de minha fatura.Qual providência tomei ? Nenhuma. Acreditei haver pago a fatura com atraso e por isso a mensagem. Eu estava errado. Como sempre. Estou sem internet desde ontem, vou passar o fim de semana sem ela. Estou escrevendo no Word, depois passo para o blog.
A repetição de um comportamento corriqueiro. Quantas vezes fiz a mesma coisa? Nem sei, já perdi as contas. Acabei de cair na real. Esse é um dos comportamentos mais característicos de minha personalidade. Não conferir. Ainda que a mensagem tenha me incomodado e que ao longo desses dez dias eu a tenha visto várias vezes. Não conferi. Um comportamento meio de “risco”. Alguma coisa me dizia que eu poderia não ter pago. Preferi apostar. E perdi. Mais uma vez.Voltei a andar em círculos. Repetindo velhos comportamentos. Eu já tinha percebido a velha dificuldade de cuidar do dinheiro. As despesas imediatas superando àquelas que deveriam ser prioritárias. Ontem, gastei mais do que deveria. Hoje constatei o erro da internet. Hoje sim, um horroroso sabor de incompetência, de fracasso tomou conta de mim. Um gosto de mofo, de coisa velha, estragada pelo tempo. Não esperava sentir isso de novo. Não dessa forma, cometendo pela enésima vez o mesmo erro. Da mesma forma, sem nada de novo.Que derrota, meu Deus!Como é difícil mudar!O que está faltando para que a mudança se concretize? Para que novos tempos realmente comecem? Para que uma nova vida renasça?Será que a mudança é isso? Conseguir enxergar o erro e evitar que se repita?Mas como evitar o erro, se não mudei meu comportamento?Eu já me sentia assim antes. Dessa mesma forma. Sei lá onde está o erro. Isso é o pior.Estou aqui, escrevendo no Word, por que não paguei a fatura da internet.O que mudou ?Tive o mesmo comportamento desleixado, irresponsável com minha vida.
Negligente, burro!
Nada mudou.
Continuo um TDAH ativo. Em plena forma.
Haja Ritalina!
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