domingo, 23 de janeiro de 2011

INSENSIBILIDADE OU... ISSO TAMBÉM É TDAH?







Quando me separei pela segunda vez, retornei à cidade onde então morava com minha segunda esposa.
Fui viver com uma nova pessoa e toquei minha vida sem me importar com as críticas ou as caras feias que encontrei pelo caminho.
Hoje, um pensamento me surpreendeu: quanta insensibilidade!
Tomo minhas atitudes e as assumo ou nunca me dei conta de ser este um comportamento absolutamente insensível?
Quando da terceira separação ( que se deu de uma forma e em um momento cruel) em nenhum momento me escondi, tendo inclusive comparecido ao velório, alguns meses mais tarde, de cabeça erguida. Hoje consegui enxergar o absurdo da situação, me separo e levo minha vida como se nada houvesse acontecido. Uma atitude que, para quem está de fora, chega a parecer desprezo pelo outro, pela família, pelos amigos.
Mas apenas agora, começo a enxergar.

O tratamento do TDAH é interessantíssimo!
Me sinto seguindo em meio a um denso nevoeiro, um enorme paredão de névoa aparentemente intransponível. Agora, após os primeiros dias do tratamento começo a perceber buracos nessa parede, por onde consigo enxergar aqueles comportamentos repetitivos e que me são tão prejudiciais.
Esse é o segundo passo para a construção de uma nova vida.
O primeiro, foi aceitar a possibilidade de ser um portador da TDAH e procurar ajuda médica.
Através destas fendas que começam a surgir no nevoeiro, consigo divisar exatamente onde peco (e nesse caso acredito piamente que seja pelo efeito da Ritalina) .
Agora entra o terceiro passo: a mudança destes comportamentos. Isto virá através de uma reprogramação da minha vida, onde aprenderei a traçar objetivos e agir para transformá-los em realidade. a encontrar satisfação em mim mesmo, em minha vida. A deixar de andar a esmo por esse nevoeiro que é quase uma cegueira. Aprenderei a seguir um caminho sem me desviar por pequenas trilhas que o circundam e que não levam a lugar nenhum, transformando essa caminhada num penoso exercício de reencontrar a estrada principal, de onde em muitas vezes já me distanciei tanto que é extenuante o trabalho de reencontrá-la.
A ferramenta que estou utilizando para criar esta nova vida é o "coaching", onde ainda dou os primeiros e estimulantes passos. Agora tenho a consciência de que o "coaching" irá me auxiliar e orientar nessa nova caminhada, mas quem vai caminhar sou eu. Eu serei o responsável por cada passo dado, e pela direção que vou seguir. Mas estou certo de estar no caminho correto e confiante de contar com as ferramentas de que preciso para atingir meu objetivo, que agora é claro, preciso, concreto, factível e extremamente relevante para a minha vida.
O prazer que causa cada uma dessas descobertas é indescritível.
A cada nova fenda que encontro nesse paredão de névoa, enxergo uma nova possibilidade de futuro. Mesmo que na maioria das vezes seja sofrido enxergar os prórprios erros ( e o estrago que eles podem ter causado em pessoas inocentes e amadas), é uma dádiva levantar o véu que dava à minha vida uma aparência de incompetência, irresponsabilidade e inadequação.
Mais um passo dado.
"Ao infinito e além! "

4 comentários:

  1. Me emocionei com suas palavras. Você escreve muito bem! Me identifico demais.

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  2. Nesse post, eu posso dizer que sou totalmente de vc, não o estou julgando, mas apesar do transtorno, percebo que essa não é uma característica minha definitivamente, ao contrario sou sensível demais, fico imaginado como é largar tudo para trás e não sentir remorso, pois eu sinto uma facilidade imensa p/ sentir remoroso ate pelo que nao fiz, tudo ao meu redor me influencia, ser sensível demais e ter esse transtorno é um inferno, como eu disse não o estou julgando, cada um sabe onde aperta o seu calo, talvez por eu ter o transtorno mas nao ser hiperativa ou ser mulher (nao estou dizendo que td homem hiperativo é infiel), mas eu sempre levei muito a sério essa questao da fidelidade, a única coisa que eu possuo de característica forte num tda clássico, é essa confusão mental quando se esta acuado, sob pressao ou sendo atacado por tds os lados, confesso que ja confundi emoções e sentimentos e como pra mim é mto fácil sentir culpa, vergonha, eu mesma ja me dei ao trabalho de me condenar até pelo que nao fiz. Eu jamais trairia meu marido, sei que ele é o homem com quem eu quero passar os resto da minha vida, com tda ou sem tda, minha vida com meu marido e minha filha seriam perfeitos, tranquilos e no melhor estilo se nao fosse a cobrança excessiva de algumas pessoas para que eu seja perfeita. Não é uma ironia? O que as pessoas nao conseguem entender é que quanto mais me mandam recados através de indiretas e liçoes de moral, mais a minha cabeça e minha vida conjugal fica mais complicada. como ja disse trair não é uma coisa que faria ou farei, isso eu ja me resolvi, mas a vida em família seria muito melhor se nao fosse a interferencia alheia.

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  3. Nesse post, eu posso dizer que sou totalmente diferente de vc, não o estou julgando, mas apesar do transtorno, percebo que essa não é uma característica minha definitivamente, ao contrario sou sensível demais, fico imaginado como é largar tudo para trás e não sentir remorso, pois eu sinto uma facilidade imensa p/ sentir remoroso ate pelo que nao fiz, tudo ao meu redor me influencia, ser sensível demais e ter esse transtorno é um inferno, como eu disse não o estou julgando, cada um sabe onde aperta o seu calo, talvez por eu ter o transtorno mas nao ser hiperativa ou ser mulher (nao estou dizendo que td homem hiperativo é infiel), mas eu sempre levei muito a sério essa questao da fidelidade, a única coisa que eu possuo de característica forte num tda clássico, é essa confusão mental quando se esta acuado, sob pressao ou sendo atacado por tds os lados, confesso que ja confundi emoções e sentimentos e como pra mim é mto fácil sentir culpa, vergonha, eu mesma ja me dei ao trabalho de me condenar até pelo que nao fiz. Eu jamais trairia meu marido, sei que ele é o homem com quem eu quero passar os resto da minha vida, com tda ou sem tda, minha vida com meu marido e minha filha seriam perfeitos, tranquilos e no melhor estilo se nao fosse a cobrança excessiva de algumas pessoas para que eu seja perfeita. Não é uma ironia? O que as pessoas nao conseguem entender é que quanto mais me mandam recados através de indiretas e liçoes de moral, mais a minha cabeça e minha vida conjugal fica mais complicada. como ja disse trair não é uma coisa que faria ou farei, isso eu ja me resolvi, mas a vida em família seria muito melhor se nao fosse a interferencia alheia.

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    Respostas
    1. Anônima, a fidelidade pra mim também é muito importante. Eu luto contra isso o tempo todo, mas nem sempre venço.
      As pessoa são muito cruéis com as falhas alheias, por isso me afastei de quase todo mundo, não admito que deem palpite na minha vida. Ainda mais, por que ninguém tem moral pra falar da vida de ninguém.
      Não te recomendo que se afaste, mas evite se abrir com as pessoas que te criticam, elas se aproveitam das nossas falhas para se auto justificarem pelas falhas próprias.
      Abraços
      Alexandre

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