quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

NOVO FRACASSO, O TDAH SE AGRAVA.





Em minha nova cidade, assumi a responsabilidade pelo aumento das vendas de uma revenda de motos de uma nova marca na cidade. Ainda quando negociava com o dono da empresa, já sabia que não daria certo.Eu seria  vendedor externo.Nunca soube andar de moto, sequer havia montado em uma. Fui até uma banca de jornais e comprei todas as revistas disponíveis sobre o assunto. Inclusive antigas e usadas. Estudei bastante o ramo e fui enfrentar a onça. E ela era muito maior do que eu previra. As motos apresentaram problemas de motor com menos de mil quilômetros rodados. Caiu em descrédito no mercado local. Ou seja, eu seria o vendedor externo de um produto queimado. 
Bem, o que parecia ser um problema foi a solução para que eu me mantivesse no emprego. Fui ao patrão relatei as dificuldades que estava encontrando e acabei ganhando uma certa tolerância na cobrança de resultados de curto prazo.O problema é que os resultados não vieram nem a curto, nem a médio, nem a longo prazo. Aí a empresa lançou seu consórcio próprio. Sabe quem foi o escolhido para ser o vendedor externo? Pois é, aceitei a missão e, no primeiro dia de trabalho na nova função, comecei a procurar um novo emprego.É difícil definir o sentimento que me passa diante do desafio de entrar no ambiente do cara para vender-lhe alguma coisa. É terrível. E em segundo lugar, a liberdade de ficar pela rua é um perigo para quem é desatento, impulsivo e inconstante. Arrumei um novo emprego rapidamente. Eu seria o administrador de um condomínio horizontal com mais de duzentas casas. Não venderia nada! Foi ótimo!Claro que esquecia as coisas, alguns pagamentos, mas acabava pagando os juros do meu próprio bolso e a coisa fluía. O síndico do condomínio era um médico muito atarefado e mal ia ao escritório conferir o que eu fazia. Foi um período tranquilo em que não me compliquei demais. Profissionalmente falando.Wânia defendeu sua dissertação de mestrado, foi aprovada, e começou a procurar emprego como professora em universidades pelo Brasil afora. Acabou sendo aprovada para a uma universidade no Paraná.Fiquei sózinho na cidade para entregar a casa, pedir demissão do emprego  e preparar a mudança. Sózinho, sem minha mulher para tomar conta, aprontei de novo.Conheci minha terceira esposa num ônibus intermunicipal. No momento em que a vi já sabia que meu segundo casamento estava terminado. E o terceiro a caminho.Gostaria de entender os mecanismos de minha própria mente. Eu e minha segunda esposa nos dávamos bem. Tínhamos um certo descompasso sexual mas nada insuportável.  E eu tenho que dar um desconto às minhas parceiras pois se não bebo, nem fumo, nem uso drogas, minha obsessão é sexual. Gasto boa parte do meu tempo pensando, planejando, sonhando e fazendo sexo. E tenho obsessão por mulher. Não consigo me controlar. Olho todas as que vejo. Não apenas as novas e bonitas, todas eu confiro. Qunado fui morar com ela, eu ainda tinha o hábito de tratar todas as mulheres de amor, fofinha, lindinha. Tanto foram as brigas por causa disto que perdi este hábito. Mas o olhar eu não consigo controlar. Já fiz até terapia por causa desse péssimo hábito. Reconheço que está errado mas não domino. É uma luta de 25 anos e três mulheres. Não me lembro se a primeira falava sobre isso. Mas as três últimas, brigaram muito por causa disso. E eu não consegui parar. Tentei muitas vezes. Por alguns períodos eu me controlava, para dali a pouco retornar ao velho hábito.  Andei pensando, que essa necessidade talvez faça parte de uma grande insatisfação com a minha vida. Eu nunca estou satisfeito com o que tenho. Tanto afetivamente, quanto materialmente. Materialmente, o cúmulo do absurdo me aconteceu há cerca de três anos atrás quando comprei meu atual carro. Comprei um Focus preto, lindo, zero quilômetro. Uma semana depois estava arrependido, pois na verdade eu gostaria de ter comprado um Citroen C4 VTR. Optei pelo Focus pelo preço, pela manutenção mais barata e por ser um carro mais adequado a uma família. O outro é um carro esportivo, apenas duas portas, outro conceito. Hoje, agradeço ter comprado o Focus. Sou péssimo em manutenção de carro e o Focus é um pé de boi. Não estraga nunca. Eu esqueço das coisas mais básicas: troca de óleo, calibragem de pneus, verificação da água do radiador, lavar o carro...
Toda esta falação se deu por que eu disse acima que, na verdade, eu não tinha motivos concretos para me separar pela segunda vez. Até pelo contrário, estávamos em um momento de transformação, ela havia alugado um belo apartamento numa bela cidade paranaense. Seríamos só nós dois. Mais dinheiro no bolso...Mas ao conhecer minha terceira esposa, me veio um vagalhão de insatisfação em relação ao meu atual casamento . Em questão de dias meu relacionamento com ela estava insustentável. E se protelo tudo, acabar com casamento  é uma exceção. Viajei até o Paraná, acabei com o casamento, juntei minhas coisas e vim embora largando-a sozinha numa cidade estranha.
Estou relendo isso e pensando: " como a mesma pessoa que deixou um bom emprego para que a esposa pudesse se aperfeiçoar profissionalmente, abandona-a de repente, numa cidade estranha e vai embora sem olhar para trás. E o pior, uma mulher que eu amei, que me amou, que dividiu a vida comigo por seis anos, nunca mais tive notícias. Sequer me interessei em saber como ela estava. 
Pensei nisso pela primeira vez e, confesso, que estou pasmo. É muita frieza e indiferença!

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