quarta-feira, 30 de março de 2011
MUITO ALÉM DO TRATAMENTO DO TDAH
A descoberta de meu TDAH se deu de forma absolutamente casual.
Folheando uma daquelas velhas revistas de sala de espera de consultório, deparei-me com uma entrevista nas páginas amarelas de uma Veja de 2009, onde a Dra. Ana Beatriz Barbosa da Silva conta sua vida e sua descoberta como portadora de TDAH. Vi um filme da minha vida. Terminei de ler a entrevista com a certeza de ser um portador de TDAH. Mergulhei na internet, assisti a tudo o que existia sobre o assunto no Youtube, dissequei o site da ABDA e ali descobri o nome da única especialista em atendimento ao TDAH de minha cidade: Dra. Valéria Modesto Leal. Vinte e quatro horas depois eu estava diante dela com o diagnóstico positivo.
terça-feira, 29 de março de 2011
O TDAH E A AUTO CONFIANÇA
É muito, muito difícil ser auto confiante quando se passou a vida inteira sendo chamado de peste, preguiçoso, egoísta, voado, elétrico, esquecido, etc,etc,etc.
Quando crescemos - em idade - trazemos conosco toda essa bagagem de 'elogios' e estímulos. Não estou aqui para criticar ninguém ,muito menos meus pais. Eu mereci cada rótulo desses. O problema é que, na minha infância não existia TDAH ( não existia nem TV em cores ! ), muito menos tratamento. Um menino com eu fui, não era taxado de hiperativo, era taxado de peste, levado, mosquito elétrico, essas coisas. Mas isso mina a auto estima de quem é chamado assim. Quando essas características atravessam a infância e perduram por toda a vida. você começa a se achar incapaz, inferior, incompetente.
A auto estima fica abaixo do pano de chão. A confiança no 'taco', imagina pra onde vai.
domingo, 27 de março de 2011
O TDAH E A DOR NO BOLSO.
Dizem que a frase é do ex-ministro Delfim Netto, não sei, mas ele era um exímio frasista e essa frase parece com ele: ' o órgão mais sensível do corpo humano é o bolso'.
Não para um TDAH.
Gastamos mais do que devemos, do que podemos e 'do que queremos'.
E assim como na procrastinação, ficamos com culpa, a consciência dói, dói.
A cada conta que surge, pensamos: se eu não tivesse feito aquela viagem; ou, se eu não tivesse comprado aquela roupa...
Mas, assim como na procrastinação, os dias passam, a dor da consciência some, e repetimos o erro anterior.
Aliás, essa é uma característica típica do TDAH, não aprendemos com os nossos erros.
A necessidade de usufruir imediatamente supera a 'lembrança da dor' passada. Mesmo que o passado tenha acontecido há apenas uma semana.
sábado, 26 de março de 2011
O TDAH E A IMATURIDADE DAS SOLUÇÕES MÁGICAS.
Viver à espera de um milagre!
Esse é um sentimento recorrente na vida de um portador de TDAH.
Esperamos o messias, o salvador da pátria. Vivemos à expectativa de que algo aconteça e mude o rumo de nossas vidas.
Uma repentina oferta de emprego em uma empresa maravilhosa, sem cobranças e com altos salários; a princesa (ou o príncipe) encantado ao dobrar a esquina, linda, compreensiva, inteligente, perfeita, rica, independente, equilibrada; encontrar um dinheiro em local inesperado que nos salve daquele aperto em que nos encontramos; ser descoberto pela globo - ou pela seleção brasileira - e surpreender o mundo com um talento que nem a gente mesmo sabia que tinha.
Soluções mágicas, essa é a verdade. E imediatas.
quinta-feira, 24 de março de 2011
AÍ VOU EU!
Quando tudo parecia perdido, renascer.
Quando a queda parecia definitiva, reerguer.
Quando parecia estar paralisado, retomar.
Quando parecia ter chegado ao fim, recomeçar.
Quando tudo parecia destruído, reconstruir.
Quando tudo parecia rompido, reatar.
Quando parecia ter desistido, reassumir.
Quando parecia ser o fim, ressurgir.
Quando parecia derrotado, reagir.
Quando tudo parecia um caos, reorganizar.
Quando parecia em desespero, refletir.
Quando parecia abandonar, reencontrar.
Quando a chama parecia morrer, reavivar.
Quando parecia a morte, reviver.
Assim é a vida do TDAH.
quarta-feira, 23 de março de 2011
HIPERATIVIDADE NÃO É MÁ ÍNDOLE!
Estive pensando nas 'loucuras' que fazia quando criança.
Creio que é a primeira vez que faço isso.
Jamais entrei numa aventura com a noção de qual seria o resultado.
As coisas aconteciam. E como aconteciam!
Eram apenas fruto de atitudes inpulsivas, comportamentos inconsequentes.
Uma sucessão de atitudes dessas, fatalmente desaguavam em consequências desastrosas.
Me expus ao risco inúmeras vezes, jamais com a noção exata daquele risco.
Andava de bicicleta como um louco, apostava corridas com carros, descia ruas sem freio.
Hoje, sinto um 'medo retrospectivo' por muitas das coisas que fiz.
segunda-feira, 21 de março de 2011
ESCOLHAS
A vida é feita de escolhas.
Basta escolher.
Entre abismos.
Entre caminhos.
Entre desconhecidos.
Entre incógnitas.
Entre (in)felicidades.
Entre dores.
Entre amores.
Entre risos.
Entre vidas.
Escolha!
Atire-se.
Caminhe.
Conheça.
Descubra.
Desfrute.
Sinta.
Ame.
Ria.
Viva.
Opte!
Em seu último dia,
em seu último momento,
quando nada mais será possível fazer,
você saberá se valeu a pena!
Então, será indiferente!
Não será você a escrever,
e muito menos, será você a ler,
o que estará gravado em sua lápide!
sexta-feira, 18 de março de 2011
O TDAH E A SOLIDARIEDADE
Detalhe da obra 'Guernica' de Pablo Picasso.
O painel retrata o horror da guerra civil espanhola.
A cidade de Guernica foi bombardeada em 1937.
A primeira vez que me lembro desse sentimento, eu deveria ter uns doze ou treze anos. Fui ao cinema com dois de meus primos, assistíamos a um filme sobre a saga de um menino que tentava sobreviver sozinho no deserto. O avião em que viajava com os pais caiu, matando todo mundo, menos ele. A partir de então esse garoto começou a sofrer mais do que 'charuto em boca de bêbado' (como diz meu pai). A comida acabou, a água acabou, sua pele começou a se encher de feridas, seus lábios racharam, os olhos infeccionaram e ele saiu andando a esmo pelo deserto, tentando escapar da morte iminente. Nesse instante ele é picado por um escorpião. Aquilo foi a gota d'água!
Levantei-me da poltrona e deixei o filme pela metade. Mesmo sabendo que o final seria, provavelmente, bom. E de fato foi. Mas tenho um limite muito baixo para conviver com o sofrimento humano.
Não suporto ver ou ler nada cujo sofrimento da personagem parece não ter fim, ou que a pessoa é submetida a humilhação, injustiça ou degradação pública...
Nunca terminei de ler o livro ' A fogueira das vaidades ', a história nem é tão absurda assim, um magnata de Wall Street se envolve num acidente que acaba com sua vida de milionário. Mas a execração pública é algo que me incomoda. Não suporto acompanhar a decadência 'eterna', o sofrimento que parece não ter fim, ou que a cada capítulo ou cena se agrava, piora, torna-se mais e mais intenso.
Transportando para a vida real, no site da Dra. Marilene Costa (http://dramarilenecosta.site.med.br), o item 10 do teste de TDAH diz exatamente o seguinte: Dificuldade em expressar solidariedade pelos outros. Não sei se concordo com esse item. Creio que talvez não seja dificuldade em expressar a solidariedade e sim, de exercer a solidariedade, em conviver com as vítimas, ou de conviver com a diferença. Jamais me furtei a ajudar as pessoas que necessitem ou em momentos de desastre. Doei dinheiro, roupas, alimentos, mas não teria capacidade de trabalhar junto aos desabrigados, aos doentes, aos acidentados. Realmente, não sei conviver com essas situações.
Admiro, do fundo do coração, quem consegue trabalhar nesses ambientes, com pessoas altamente necessitadas. Eu, infelizmente não consigo; o que não considero um defeito, mas uma característica de personalidade que pode ou não ter influência do TDAH.
Expressar a solidariedade é para muitos. Quase todos.
Exercer a solidariedade é para poucos. Muito poucos.
E eu, não estou entre esses poucos.
O painel retrata o horror da guerra civil espanhola.
A cidade de Guernica foi bombardeada em 1937.
A primeira vez que me lembro desse sentimento, eu deveria ter uns doze ou treze anos. Fui ao cinema com dois de meus primos, assistíamos a um filme sobre a saga de um menino que tentava sobreviver sozinho no deserto. O avião em que viajava com os pais caiu, matando todo mundo, menos ele. A partir de então esse garoto começou a sofrer mais do que 'charuto em boca de bêbado' (como diz meu pai). A comida acabou, a água acabou, sua pele começou a se encher de feridas, seus lábios racharam, os olhos infeccionaram e ele saiu andando a esmo pelo deserto, tentando escapar da morte iminente. Nesse instante ele é picado por um escorpião. Aquilo foi a gota d'água!
Levantei-me da poltrona e deixei o filme pela metade. Mesmo sabendo que o final seria, provavelmente, bom. E de fato foi. Mas tenho um limite muito baixo para conviver com o sofrimento humano.
Não suporto ver ou ler nada cujo sofrimento da personagem parece não ter fim, ou que a pessoa é submetida a humilhação, injustiça ou degradação pública...
Nunca terminei de ler o livro ' A fogueira das vaidades ', a história nem é tão absurda assim, um magnata de Wall Street se envolve num acidente que acaba com sua vida de milionário. Mas a execração pública é algo que me incomoda. Não suporto acompanhar a decadência 'eterna', o sofrimento que parece não ter fim, ou que a cada capítulo ou cena se agrava, piora, torna-se mais e mais intenso.
Transportando para a vida real, no site da Dra. Marilene Costa (http://dramarilenecosta.site.med.br), o item 10 do teste de TDAH diz exatamente o seguinte: Dificuldade em expressar solidariedade pelos outros. Não sei se concordo com esse item. Creio que talvez não seja dificuldade em expressar a solidariedade e sim, de exercer a solidariedade, em conviver com as vítimas, ou de conviver com a diferença. Jamais me furtei a ajudar as pessoas que necessitem ou em momentos de desastre. Doei dinheiro, roupas, alimentos, mas não teria capacidade de trabalhar junto aos desabrigados, aos doentes, aos acidentados. Realmente, não sei conviver com essas situações.
Admiro, do fundo do coração, quem consegue trabalhar nesses ambientes, com pessoas altamente necessitadas. Eu, infelizmente não consigo; o que não considero um defeito, mas uma característica de personalidade que pode ou não ter influência do TDAH.
Expressar a solidariedade é para muitos. Quase todos.
Exercer a solidariedade é para poucos. Muito poucos.
E eu, não estou entre esses poucos.
quinta-feira, 17 de março de 2011
O TDAH E O PRAZER DO RISCO
O prazer de arriscar.
O dinheiro.
O amor.
A vida.
Você sabe do risco.
Sabe do erro,
mas avança.
Em direção ao risco.
O frio na barriga.
A correnteza segue.
Nas margens, os medrosos
não se arriscam.
Apenas observam,
sua vida à deriva.
Várias chances de se agarrar à margem.
De interromper o fluxo.
Mas você finge que não vê.
Você ignora.
Sente o perigo se aproximar.
Imagina a dor que se aproxima.
O sofrimento que se aproxima.
Mas o sofrimento é fascinante,
Apaixonante
E você segue,
Segue
Segue
E
Cai...
E o sofrimento não tem glamour,
não é fashion.
É apenas o sofrimento.
E você sofre...
TODO ESCORPIANO É UM TDAH ?
O texto a seguir foi parcialmente extraído do site misterios antigos.
Trata-se de uma análise sobre a personalidade dos nascidos sob o signo de escorpião.
É a melhor descrição que já vi sobre minha personalidade, incluindo aí as manifestações do TDAH.
Fica aqui a pergunta: todo escorpiano é TDAH?
Ou eu sou o mais escorpiano dos escorpianos que já existiram graças ao TDAH?
Claro que há aqui um exagero, nem eu tenho hábito de consultar horóscopos ou acreditar nestas coisas (aliás, sou bastante cético); conheci essa descrição de escorpião num dia em que estava péssimo, com uma culpa terrível após um ato grave de impulsividade.
Achei a descrição tão impressionante que a imprimi e guardei.
Mostrei-a para algumas pessoas, entre elas meu pai e minhas filhas.
Dias atrás, remexendo em uma papelada antiga me deparei com esse texto. Fiquei tão impressionado com as características típicas do TDAH, que apesar de muito relutar, acabei decidindo publicar.
As manifestações que caracterizam o TDAH, estão em negrito ou são links para outras postagens desse blog que tratam do tema em destaque.
Segue abaixo um resumo extraído do site, caso queira mais detalhes ou conhecer a descrição do seu signo, acesse o site: mistériosantigos.com
Trata-se de uma análise sobre a personalidade dos nascidos sob o signo de escorpião.
É a melhor descrição que já vi sobre minha personalidade, incluindo aí as manifestações do TDAH.
Fica aqui a pergunta: todo escorpiano é TDAH?
Ou eu sou o mais escorpiano dos escorpianos que já existiram graças ao TDAH?
Claro que há aqui um exagero, nem eu tenho hábito de consultar horóscopos ou acreditar nestas coisas (aliás, sou bastante cético); conheci essa descrição de escorpião num dia em que estava péssimo, com uma culpa terrível após um ato grave de impulsividade.
Achei a descrição tão impressionante que a imprimi e guardei.
Mostrei-a para algumas pessoas, entre elas meu pai e minhas filhas.
Dias atrás, remexendo em uma papelada antiga me deparei com esse texto. Fiquei tão impressionado com as características típicas do TDAH, que apesar de muito relutar, acabei decidindo publicar.
As manifestações que caracterizam o TDAH, estão em negrito ou são links para outras postagens desse blog que tratam do tema em destaque.
Segue abaixo um resumo extraído do site, caso queira mais detalhes ou conhecer a descrição do seu signo, acesse o site: mistériosantigos.com
quarta-feira, 16 de março de 2011
COACHING - UMA ARQUEOLOGIA PESSOAL
Quando minha médica me falou que o tratamento de TDAH era composto de medicamento e coaching, estranhei muito. Já tinha ouvido falar de coaching como ferramenta de desenvolvimento empresarial. Guardei meu estranhamento para mim mesmo, afinal há menos de 24 horas eu nunca tinha ouvido falar em TDAH, que dirá em coaching comportamental. Minha surpresa aumentou ainda mais ao saber que minha coach me atenderia a 150 quilômetros de casa. Bem, se minha médica confiava na coach, deveria valer a pena viajar tanto para 'apenas' uma sessão.
terça-feira, 15 de março de 2011
O TDAH NO FIO DA NAVALHA
Ontem passei por uma rua que há muito tempo não passava.
Recordei-me de uma situação que ilustra muito bem o risco que o TDAH se expõe gratuitamente.
Esta rua é bastante longa e sinuosa, numa de suas muitas curvas, do lado direito da pista existe uma tampa de bueiro, redonda, de ferro, quase encostada ao meio fio. Bem próxima do meio fio; talvez sobre um palmo ou pouco mais do que isso de rua até a guia do passeio. Dessa tampa de ferro, saía um gancho de cor escura no seu lado direito, quase no meio fio. Um lugar muito improvável de que um carro passasse. Mas eu passava.
segunda-feira, 14 de março de 2011
O TDAH E A CRIATIVIDADE SEM CONTROLE
Viajando pela net, descobri o blog Psicologia em Foco da ,ainda, estudante Gabriele de Albuquerque Silva. Um blog muito interessante sobre vários assuntos da área mas com artigos muito práticos, objetivos e legais. O que me chamou a atenção foi um post chamado UM OUTRO LADO DO TDAH ? Neste artigo ela cita um estudo da Universidade de Michigan (USA), onde sessenta universitários foram testados quanto à sua criatividade. O grupo dos portadores de TDAH obteve os escores mais altos.
Muito legal, né?
NÃO!
O que fazer com uma criatividade sem controle?
domingo, 13 de março de 2011
COMO SE MUDA UMA VIDA?
Muda-se.
E pronto.
Mas, e o passado?
Morreu.
Morreu como?
Sou minhas experiências, minha história.
Mas acabou, passou.
Histórias se constroem dia a dia,
fruto das atitudes do presente.
O amanhã começa a ser construído hoje.
Mas quem o constrói foi forjado no passado.
Suas conquistas, derrotas, vivências.
Isso não se apaga.
Mas ficaram para trás.
Não podem mais influenciar as atitudes presentes.
O passado, passou.
Sua importância ficou no passado.
Hoje, o que conta é a vontade e a decisão da mudança.
Alguém disse que precisamos conhecer a história
para se construir o futuro.
Conhecer, não depender.
Não se prender.
A história é o relato do passado,
não o passado.
Os sentimentos do passado acabaram.
Ficaram no passado.
Mas o futuro não pode ser pior do que o presente?
Não se prenda ao medo.
O medo paralisa.
A decisão de mudança partiu da insatisfação.
Nada pior do que o conformismo.
Jamais conforme-se.
Mas posso errar...
Mas tentou.
Concluir mais tarde que omitiu-se é pior que errar tentando.
Mude.
E não olhe para trás.
sexta-feira, 11 de março de 2011
NEM TUDO QUE RELUZ É TDAH!
Em alguns momentos torna-se difícil descobrir o que gera uma determinada sensação.
Ontem passei uma tarde extremamente agradável ao lado de minhas irmãs.
Fomos ao shopping, tomamos café, visitamos a livraria Saraiva, conversamos e rimos muito.
Porém, a partir de um determinado momento, um sentimento estranho começou a tomar conta de mim.
Uma sensação que não sei definir, se irritação ou ansiedade.
Comentei com minhas irmãs este sentimento que começava a nascer em mim e apesar de pensar em possíveis motivos não encontrei nenhum.
Ao contrário de outros dias, eu não tinha nenhum compromisso marcado, nenhum trabalho pendente, nada.
E aquele sentimento cresceu, instalou-se e ficou.
Uma sensação de sair daqui, mas dali também.
quinta-feira, 10 de março de 2011
FIM DE CARNAVAL!
Ah, finalmente acabou o carnaval.
Com ele acaba também a vida de fantasia.
A vida de mentira.
Onde homens são mulheres, devassas são castas, frágeis e decadentes se travestem de super heróis, plebeus e decaídos de toda sorte fantasiam-se de nobres, barões, reis e rainhas.
Um espetáculo grotesco de falta de nobreza e beleza.
O carnaval vai embora, levando com ele amores fugazes, de um dia, poucas horas, um único beijo. Leva também delírios de grandeza de gente humilde que sonha em ser importante e rica, escondendo sua feiúra e miséria sob vestes de falsas pedras, ouro barato e plumas sintéticas, na esperança de merecer um olhar de quem pode pagar pelos magníficos camarotes pelas avenidas do Brasil.
Ah, finalmente o carnaval se foi!
Voltamos à realidade!
A realidade das lutas inglórias pelo pão de cada dia. Da miséria sem mácula, sem paetê ou samba que a disfarce.
A realidade da discriminação fantasiada de educação.
A realidade dos casamentos sem amor. Alicerçados em relacionamentos superficiais em falsos amores. Cobertos de uma aparência de esplendor, mas abrigando a mesquinhez humana, a falsidade dos pequenos caráteres que o compõem.
Como é bom voltar a realidade. Onde os nobres roubam e se locupletam das migalhas que deveriam cair para a patuléia. A realidade dos patrões que oprimem, mentem, fraudam os empregados, o governo e o cliente.
Viva a realidade! A realidade da justiça morosa e cruel com quem dela precisa. A justiça que tira duas férias por ano, trabalha seis horas, e nunca aos finais de semana. A justiça que pende sua balança sempre para o lado que pode pagar pelos melhores advogados, as melhores testemunhas e pelas verdades mais verdadeiras.
Chega da fantasia do carnaval!
Como é bom poder voltar a realidade das falsas religiões que manipulam Deus, Jesus, e assaltam os pobres incautos que a procuram em momentos de desespero.
A realidade da educação pífia, voltada apenas à decoreba de fórmulas e fatos. A educação que não ensina o ignorante a pensar, a raciocinar, a analisar, a existir.
Que saudade da realidade do BBB11 e seus diálogos profundos. Suas pessoas honestas, todas com o objetivo nobre de 'fuder' seu colega ao lado. Claro, o prêmio justifica tudo!
Poderemos voltar a ver o congresso nacional com os debates entre Tiririca e Romário em prol do desenvolvimento do país.
A realidade de famílias que sobrevivem do bolsa família, de cestas básicas doadas, de filas do sus, de filas do seguro desemprego, de filas do inss, de filas de cirurgias eletivas, de filas de hemodiálise,de filas para manter-se vivas, pois não tem onde cair mortas.
Finalmente acabou o carnaval!
Como é boa a realidade dos que se agridem e se matam em nome de Deus; dos que se agridem e se matam em nome do amor; dos que se agridem e se matam em nome do dinheiro.Dos que se agridem e se matam sem nenhuma razão, apenas por agredir, apenas por matar, apenas por poder. Poder dominar, poder humilhar, poder subjugar, poder oprimir, poder roubar, poder matar.
A realidade do poder.
Que felicidade; voltamos à vida real!
segunda-feira, 7 de março de 2011
MUDE - SE !
Não tema as mudanças!
Quantas vezes você mudou ao longo da vida?
Quantos amigos ficaram para trás?
Quantos amores foram substituídos?
Quantos sonhos foram alterados?
Você mudou muito de sua adolescência até hoje.
Mudou sua profissão.
Mudou seus amigos.
Mudou seu amor.
Mudou seu gosto musical.
Mudou seu rumo.
sexta-feira, 4 de março de 2011
GRES UNIDOS DO TDAH
Vamo lá pessoaaaallll tá chegano a horaaaa!!!!
Gilson, o Gilson, cadê os adereços da ala da memória?
Ai, Romeu, esqueci!!!
Porra cara, num falei procê anotar na agenda?
A agenda ficou lá em casa.
Volta lá e busca os adereços, vuado!
Zé, ô Zé, sabe aquele carro do delírio consumista?
Ô Zé, onde cê tá com a cabeça cara?
Ô Romeu, desculpa, dei uma viajada aqui.
Beleza, o lance é o seguinte, qual solução você deu pro carro alegórico?
Ah, eu peguei as plumas que a Clô não usou e cobri aquela parte incompleta na traseira do carro.
quinta-feira, 3 de março de 2011
SORTE OU RISCO CALCULADO?
Existe risco calculado?
Ou existe sorte ao arriscar?
Desde a semana passada venho notando meu carro com um problema que julguei ser embreagem. Ontem fiz uma viagem ao Rio. Fui pra lá com uma ruga de preocupação, mas acreditava na durabilidade do meu carro. O trânsito no Rio ontem estava infernal. Ao todo passei mais de três horas engarrafado. Na volta, comecei a notar sinais de deterioração da embreagem. Acendeu o sinal de alerta.
Hoje sete e meia da manhã vim para Viçosa. Comentei com Marina a piora no desempenho do carro, fiquei mesmo em dúvida se deveria vir ou adiar a sessão de coaching. Mas, eu queria vir. E corri o risco.
quarta-feira, 2 de março de 2011
AFINAL, O QUE É SER TDAH? (2)
é recriar,
é renovar,
é inovar,
é ousar,
é arriscar,
é reerguer,
é resistir,
é ressurgir.
Ser TDAH é paixão,
é febre,
é busca,
é luta,
é fúria,
é alma.
Ser TDAH é risco,
é medo,
é coragem,
é confronto,
é revolução,
é superação.
Ser TDAH é ilusão,
é abstrato,
é fato,
é dúvida,
é símbolo,
é rótulo,
é título,
é humano.
Demasiado Humano.
Obs.: Imagem de um quadro de Petrillo.
terça-feira, 1 de março de 2011
CANSEI DE TANTO TDAH!
Em alguns momentos da vida ficamos obcecados em encontrar a felicidade. Ou pior, queremos mostrar aos outros que somos felizes a qualquer preço.
As vezes somos tomados por uma sensação de infelicidade, de impotência diante da vida.
O diagnóstico de TDAH provocou em mim essa sensação.
Num primeiro momento, me senti refém de uma doença que tinha o poder de transformar minha vida num caos.
Olhei para trás e enxerguei o poder destruidor do TDAH. Onipresente, onipotente e onisciente, enxerguei-o como o dominador, o causador de tudo na minha vida. Fiz neste blog uma catarse, um mea culpa, onde enxerguei anos e anos de erros e falhas causadas pelo TDAH.
Cansei disso!
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