quarta-feira, 16 de março de 2011

COACHING - UMA ARQUEOLOGIA PESSOAL




Quando minha médica me falou que o tratamento de TDAH era composto de medicamento e coaching, estranhei muito. Já tinha ouvido falar de coaching como ferramenta de desenvolvimento empresarial. Guardei meu estranhamento para mim mesmo, afinal há menos de 24 horas eu nunca tinha ouvido falar em TDAH, que dirá em coaching comportamental. Minha surpresa aumentou ainda mais ao saber que minha coach me atenderia  a 150 quilômetros de casa. Bem, se minha médica confiava na coach, deveria valer a pena viajar tanto para 'apenas' uma sessão.

Até chegar o dia da primeira sessão, fiquei imaginando o que seria isso. Acostumado com treinamentos empresariais, fiquei pensando em sessões de auto ajuda com frases de efeito, repetitivas e inócuas. Só não haveria as hipócritas dinâmicas de grupo por que as sessões seriam individuais.
A primeira sessão foi, digamos, morna. Mas saí com boa impressão, falei mais do que a Luciana e não vi as tais frases de efeito que tanto temia. À medida que as sessões vão acontecendo, minha empolgação pelo coaching aumenta. Minha coach é bastante democrática e flexível, mas não tanto que me permita dar asas à meus comportamentos de auto sabotagem.
Hoje em dia, nem da viagem eu abro mão. Acabo mobilizando um dia inteiro em função do coaching, o que me mantém absolutamente focado na sessão daquele dia. Absoluta concentração e comprometimento.
Com o tempo, as sessões vão se aprofundando, e se baseiam em meu auto conhecimento, uma espécie de arqueologia do comportamento. Vou reconhecendo onde e como agem os comportamentos típicos do TDAH e reforçando minhas habilidades, o que é muito importante quando se é portador de um transtorno que desagua, fatalmente, em um sentimento de inferioridade, resultado de tantas críticas e rótulos que recebemos desde a infância.
As sessões vão se sucedendo alicerçadas nas descobertas das 'escavações' da sessão anterior.
A cada nova sessão uma nova viagem interior, novas descobertas, novas sensações. Vamos juntos, eu e minha coach, construindo uma nova trajetória, forjada em incansáveis negociações que culminaram em uma sessão extra, em território neutro, uma estratégia criativa e eficaz da Luciana para atingir o objetivo do coaching.
Hoje estou certo de que o sucesso do tratamento do TDAH não seria o mesmo se não fosse formado pelos três pilares: o tratamento medicamentoso, o coaching e a minha vontade de reconstruir minha vida.

3 comentários:

  1. Oi Alexandre, emocionante seu relato. O coaching realmente é uma ferramenta impressionante. Boa sorte no seu caminho e se quiser, venha divertir-se com nosso blog, que trata sobre o assunto de forma bem humorada, porém com muito respeito e amor. Um grande abraço e força!

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  2. E A Luciana ?? Onde a encontramos ?? Ou outra/o ??

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