A irritação é inevitável! Como posso ter esquecido a solução de um problema pelo qual estou passando? Aquela solução que imaginei anteontem, e que era a melhor solução possível, desapareceu da minha mente. Isso mesmo, desapareceu.
Agora, premido pela necessidade de uma solução imediata, acabo por optar por outro caminho que tenho certeza não me trará o mesmo resultado.
Me perguntarão os 'trouxas": Mas se você esqueceu como sabe que era a melhor solução?
Eu sei, e isso basta! Mas não é bem assim, quando encontrei o caminho ideal, pensei em várias alternativas, medi e pesei as consequências e concluí que aquela era a melhor opção.
E então, ao acordar na manhã seguinte aquela solução desapareceu; apagou!
E não voltou mais! Por mais esforços e tentativas que eu faça, essa solução não existe mais e conformado, posso tratar de procurar outra. Ainda que menos eficiente.
Outra variante é simplesmente não me lembrar de que um dia existiu uma solução na minha cabeça. Ela desaparece como fumaça.
Aí a coisa toma ares de tortura quando após optar pela solução menos eficiente, e já conformado com isso, me lembro daquela que teria sido a opção ideal. Quando já não pode mais ser aplicada.
Auto sabotagem? Falhas de memória?
Acredito mais na auto sabotagem, um dos pilares do TDAH. A primeira providência é escrever. Mas escrever por completo, problema e solução. Não escrever apenas frases esparsas ou lembretes, possivelmente não vou conseguir conectar as tais frases com o problema, e terei perdido a solução do mesmo jeito. Mas cuidado ao guardar a anotação, você pode nunca mais acha-la.
Por mais difícil que possa parecer, criar rotinas pode ser a melhor alternativa; tenha um local fixo para os escritos o uma pasta fixa no notebook ou celular. Claro que com o tempo vão transbordar de papéis e anotações, mas nada na nossa vida é perfeito. Parta para a operação limpeza e poderá descobrir, como descobriu a inspiradora desse post, que algumas soluções podem estar soterradas nesses desvãos concretos de nossa desmemória.
Ei Alexandre, comecei a acompanhá-lo por aqui e essa situação de omo posso ter esquecido a solução de um problema, creio que esteja intimamente ligado ao hábito de procrastinar. Se não adiarmos, a possibilidade de dar errado é menor. Abraço Leonardo
ResponderExcluirOi Leonardo, realmente a procrastinação é fator fundamental, se aplicássemos a solução imediatamente esse esquecimento não existiria.
ExcluirUm abraço
Alexandre
Alexandre, não nos conhecemos pessoalmente, mas quero agradece-lo por ter criado este espaço. Estou a mais ou menos 1 mês em tratamento e tenho procurado me entender melhor para reconstruir algumas coisas na vida. Tenho chegado a conclusão que os maiores prejuízos são decorrentes da procrastinação. Na volta ao consultório, vou conversar com meu médico sobre. E mesmo já medicado ainda tenho a inclinação a postergar tudo para o último minuto e ficar no "limite". É uma luta a cada tarefa. Você como mais experiente nessa jornada, quais recursos você usa para evitar esse sentimento de deixar para depois? Não sei se você já tem algum post específico sobre isto (já li algumas postagens anteriores do blog, mas é muita coisa!) Grande abraço.Leonardo
ExcluirO problema é que eu só enxergo o problema! Minha memória parece que passaram uma borracha nela. Me sinto como uma pedra, estático, imobilizado pelos problemas que se acumularam. Hoje escrevi um texto a respeito da minha situação, em forma de uma carta, mas deixarei alguém ler? Não sei mais! Pelo menos serviu pra recapitular a sucessão de erros que cometi, ou seja, minha omissão em buscar um outro rumo pra minha vida. Como meu casamento acabou, não sei mais se vale a pena expor minha carta, meu pedido de compreensão à minha esposa, se ela não aguentou mais nesses últimos anos, não vai ser dessa vez que ela vai entender o meu problema. Enfim, talvez um dia eu consiga minimamente me organizar, botar no papel instantaneamente toda a possível solução que me surgir à mente.
ResponderExcluirAbraço a todos e boa semana!
P.S. Alexandre, me mande o Whatsapp do grupo, por favor! hehehe
S.L. 1974
Hellcife 2016
Bom dia, meu amigo!
ExcluirVc deveria escrever mais cartas, ainda que não envie; escrever nos faz ver nossos problemas, nossos comportamentos, como se estivéssemos de fora do problema. Como numa terapia, como faço nesse blog. A vantagem do blog sobre a carta, são os comentários de vocês que agem como terapeutas. Pense num blog também, você pode se manter anônimo e receber esse feedback dos leitores.
Mande seu telefone por email que te adiciono no grupo, publicar meu número aqui pode gerar algumas amolações.
alephbuendia@gmail.com
Abraços
Alexandre
Olá professor.... Tive aula com o senhor na Unopar.... Estou acompanhando o senhor por aqui.... Meu filho foi diagnosticado com tdah.... Gostaria de entender melhor o assunto... Obrigada.... Taís...
ResponderExcluirOla, Thays! Sou xará do seu professor, mas não sou ele. Moro em Juiz de Fora, MG, e tenho vários amigos no Face que me add achando tratar-se dele...
ExcluirDe qualquer maneira, se quiser conversar sobre o assunto pode me enviar um email: schubertsax@gmail.com
Um abraço
Alexandre
Esquecer a solução, esquecer de pagar um IPTU com desconto imperdível, sim já ocorreu comigo. A solução? Tem um material na internet que sugere concentrarmos todos a áreas de nossa vida em uma única "caixa de entrada". Como? Ainda estou tentando. É a nossa luta. Abçs a todos
ResponderExcluirMarcelo
Cada um tem de encontrar a sua solução, afinal somos responsáveis pelo que de bom ou ruim nos acontece. O que não podemos e ficar se lamentando, olhe este post que encontrei na internet: http://www.escolapsicologia.com/abandone-a-mentalidade-de-vitima/
ExcluirEspero que gostem.
Marcelo
Na verdade, Marcelo, são esquecimentos diferentes, quando você pensa numa solução de um problema, vc elabora um raciocínio mais complexo, pensa em consequências, desdobramentos... E de repente, na hora de aplicar a solução ela sumiu de sua mente.
ExcluirUm abraço
Alexandre
Oi Alexandre, qual sua opinião sobre o tdah e o sucesso profissional? Eu tenho meditado a esse respeito ultimamente e gostaria de uma segunda e boa opinião.
ResponderExcluirOi Alexandre, qual sua opinião sobre o tdah e o sucesso profissional? Eu tenho meditado a esse respeito ultimamente e gostaria de uma segunda e boa opinião.
ResponderExcluirBom dia.
ResponderExcluirGostaria de saber se mais alguém se sente da mesma forma que eu.
Já comentei em alguns posts anteriores, e alguma pessoas se identificaram, mas acredito que eu seja um caso à parte, que talvez meu funcionamento cerebral seja mais comprometido do que deveria ser pela minha condição de portador de TDAH.
Minha memória é péssima. Terrível. Não é ruim a ponto de eu me esquecer do aniversário das pessoas mais próximas a mim, mas ruim a ponto de eu não saber. De não armazenar. Se eu ler agora e tentar me condicionar a me lembrar da data, provavelmente não me lembrarei em 1 minuto. Quem dirá no dia?
Não me lembro das coisas que acontecem comigo. Das coisas que me dizem e nem das coisas que eu mesmo digo para os outros. Minha vida toda parece uma grande escuridão, não me recordo de absolutamente nada do que já aconteceu comigo. Ou lembro de uma forma deturpada. Faço faculdade, financiado por meus pais, que por sinal não estão em condições de desperdiçar dinheiro. Vou para a aula, fico quieto, tento prestar atenção. Copio a matéria, saio de lá e já não me lembro de nada do que foi falado. Depois não consigo estudar, fico olhando para o caderno todo bagunçado, desconexo, e não consigo me concentrar. Leio slides, resumos, (bem) esporadicamente livros, para tentar estudar. A cada linha lida, me esqueço da anterior. Vou lendo num modo automático e sem absorver nada.
Não consigo me relacionar bem com as pessoas da minha sala. Falo com um ou outro, que já conheço desde o começo (estou no sexto semestre de administração com comércio exterior). Evito contato visual com as pessoas, evito me engajar em conversações porque me sinto completamente vazio e sem ter o que dizer. As pessoas se lembram de músicas da infância, desenhos que assistiam, programas que passavam na TV. Eu não me lembro de nada disso. Não me lembro de assistir ou escutar nada disso.
Já passei por psicólogo, psiquiatra, neurologista. Já tomei todo tipo de antidepressivo, estabilizador de humor e psicoestimulante.
Atualmente tomo Ritalina comum de 10 mg, associado a Reconter de 20 mg e Carbonato de Lítio de 450 mg.
Estava sem a Ritalina desde 2013, época que cismei ter TDAH, por conta do vestibular. Nessa época, passei a tomar, até me sentia um pouco melhor, mas continuava não me focando em nada, não estudando nada, e ainda por cima fiz algumas besteiras, como ingerir bebida alcoólica durante o tratamento e dirigir, bater um carro e tudo mais.
Não trabalho. Isso me corrói por dentro. Tenho medo de interagir, medo de fracassar, porque eu sei que vou. Como alguém como eu pode ter sucesso em alguma área? Ou ao menos não passar vergonha? Falta menos de um ano para eu me formar (se tudo der certo e eu não pegar mais nenhuma DP) e eu não sei absolutamente nada da minha área. Meu pai é engenheiro e microempresário, passo o dia todo com ele, ele me explica muita coisa, tem um conhecimento enorme, mas eu não absorvo nada. Como é uma empresa pequena e fomos muito afetados pela crise, nosso negócio vai de mal a pior, estando a ponto de fechar as portas. Como vou me virar, então? Não sei o que fazer.
Voltei a tomar a Ritalina em julho deste ano, estava há anos sem utilizar psicoestimulantes. Me senti bem melhor, mas algumas semanas depois já senti que meu organismo havia se acostumado. Parti para o Venvanse, e fiquei pior ainda. Cabisbaixo, depressivo. Parti para a Ritalina LA, melhorei, mas, como de praxe, fiquei agressivo. Agora estou tomando a Ritalina comum de novo, mas não sinto muita diferença. Me sinto o mesmo inútil vazio de sempre.
Divaguei demais neste texto, e peço desculpas por isso. Não consigo mais organizar as minhas ideias com coesão e coerência.
Enfim, gostaria de saber se alguém também passa por isso. Sente esse vazio, essa falta de lembrança. A ponto de não interagir com as pessoas, evitar contato, e, quando ocorre de conhecer alguém, sair com alguém, depois nem se lembrar de detalhes do que aconteceu. Não se lembrar dos lugares, não se lembrar de caminhos.
É isto.
Victor.
Sinto como se eu não tivesse memória.
ExcluirNão memorizo caminhos, nomes, regras, procedimentos, ruas, nada. Vou 10 vezes em um lugar, e dificilmente aprendo o caminho, a não ser que seja bem simples.
Tenho zero disciplina, e isso acaba comigo. Realmente tento melhorar, acordar cedo sem ninguém ter que me chamar, fazer algo de produtivo, ir para a academia (coisa que faço com determinação durante uma semana e depois fico duas sem ir, não tanto pela preguiça do esforço físico, mas pelo receio de ter que interegir com os outros). Às vezes acho até que sou autista. Mas autistas geralmente são muito bons em algo ou têm a memória extremamente boa, ao menos para algum tipo de coisa específica, e nada disso é o meu caso. Me sinto a pessoa mais burra do mundo, o ser humano mais inútil. Gostaria de ser qualquer um, menos eu.
Alguém mais compartilha deste sentimento?
Eu compartilho do seu sofrimento, também me sinto inútil por não resolver as coisas ou esquecer de tudo. Apaga tudo d memoria
ExcluirPoxa cara usa o evernote ele serve basicamente para isso tomar nota sobre coisas é muito bom tem app para celular e funciona no navegador tbm, joga la no google
ResponderExcluirSou professora,estou me identificando horrores com as situações abordadas nas matérias!
ResponderExcluirNessa semana perdi toda a ideia anotada do meu plano de aula.
Ah, meu caro Alexandre! No caso das soluções esquecidas, acho mesmo que no caso dos esquecimentos, não adianta culpar a nossa amiga auto sabotagem. Sei que ela existe, enfrento-a quase todos os dias, mas a nossa memória de curto prazo é ruim mesmo, e algumas coisas não tem força ou tempo para ultrapassá-la e ir morar na memória de longo prazo. Acredito que, nesse caso, o culpado é nosso cérebro peculiar, nossa química carente de dopamina. O jeito é tentar anotar no celular ou na agenda, o meio que você gostar mais, e torcer para não perder este meio no aeroporto!
ResponderExcluirNão, eu não perdi o celular no aeroporto, mas poderia!
Beijos distraídos!