segunda-feira, 10 de novembro de 2025

O TDAH E O TORNADO MENTAL


Um turbilhão de sensações, sentimentos, pensamentos, se confrontam, se sucedem, se atropelam, se chocam e entrechocam, se encerram e reiniciam.
A mente esgota-se , o corpo exaure-se , a vida pesa , o cansaço domina como se a hiperatividade mental adulta ainda fosse aquele frenesi físico da infância e adolescência.
O foco é abalroado por pensamentos desconexos, ideias estapafúrdias, sentimentos Inconvenientes,
sempre em horas e locais impróprios, gerando reações desproporcionais, consequências funestas, falas intempestivas, risos inexplicáveis, choros incompreensíveis.
Erguido pelo tornado mental, em outros momentos a mente bóia num torpor quase irreal, entrando 
em um estado de inércia meio hipnótico , incapaz de respostas razoáveis, de fluxos contínuos de pensamento, de concatenação de ideias.
O TDAH experiente cria artifícios exteriores para manter a aparência de normalidade. Balbucia generalidades enquanto trava um titânico duelo mental para reassumir o controle. Muitas vezes a racionalidade dança diante de nós, mas a uma distância segura para que não a agarremos. Flashes da realidade levados pelo tornado se apresentam e se escondem em velocidade feérica.
Assim como enfureceu, o tornado acalma, diminui de ritmo permitindo que a racionalidade reassuma o controle. A realidade, antes em flashes, volta a ser inteligível e a vida retoma seu rumo.
Como num tornado real, as consequências variam com a sua intensidade. O nível de estragos podem ir de modestos a devastadores com consequências irreversíveis.
O que resta é a necessidade e a capacidade infinita de reconstrução, mas como toda reconstrução o resultado é diferente do que havia. O que existiu foi arrastado, tragado, destruído, o que ressurge pode até parecer melhor, mas as marcas da tragédia não se apagam.



 

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