sexta-feira, 26 de agosto de 2016

GRATIDÃO AO TDAH




                                       Façamos da interrupção um caminho novo.
                                       Da queda um passo de dança,
                                       do medo uma escada,
                                       do sonho uma ponte, da procura um encontro!
                                       Fernando Sabino



Uma pessoa mais do que querida me instou a não me conformar com o rótulo de TDAH. 
"Somos muito mais do que um rótulo," ela me disse. 
Sim, somos! 
Mas somos também o que fazemos com os nossos rótulos. 
Posso sentar e me amofinar com o rótulo de TDAH. 
Ou posso erguer-me, enfrenta-lo e subjuga-lo! 
Ou ainda mais, usar esse rótulo ao meu favor. 
Esse blog existe por que um dia fui diagnosticado portador de TDAH. 
No sábado, dia 03 de setembro, estarei lançando em plena Bienal do Livro de São Paulo meu primeiro livro de literatura infantil. Qual o tema do livro? TDAH, hiperatividade, tratamento e superação. 
Após o diagnóstico mergulhei numa profunda jornada de auto conhecimento que me permitiu parar de tomar qualquer remédio para o TDAH. 
Depois do diagnóstico mudei minha vida radicalmente. 
Depois do diagnóstico consegui colaborar para o alento do sofrimento de muita gente angustiada por não conseguir entender os descaminhos de suas vidas. 
Eu não sou um rótulo, eu sou um sobrevivente a ele. 
Com a indestrutibilidade típica dos TDAHs, enfrentei meu rótulo e mudei minha vida. 
Minha vida hoje, rotulada, é muito melhor e mais produtiva do que antes. 
A dor e o pânico do diagnóstico deram lugar à luta pelo recomeço e à tranquilidade da aceitação. 
Não! Não aceite rótulos! Eles não nos definem; mas podem ser a porta de entrada de uma nova vida! 
Hoje, do fundo do meu coração, agradeço a esse rótulo. Antes dele eu andava a esmo na vida.
A vida à deriva... 
Gratidão ao TDAH...

18 comentários:

  1. Parabéns, Alexandre pela conquista! Estarei trabalhando na Bienal, em qual stand seu livro estará? De qual editora?

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  2. Com os rótulos a gente tem que conviver, porque sempre tem gente que gosta de rotular (suspiro). Só que o rótulo de TDAH pode ser mais leve que os rótulos de antes do diagnóstico: preguiçosa, relapsa, irresponsável, maluca, avoada, lerda, sem persistência/garra/fibra... sempre ouvi "Você é inteligente, mas (um dos "elogios" anteriores)". Rótulo por rótulo, fico com o TDAH.

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  3. Seu depoimento inspira a sempre tentar...tentar e tentar se melhorar. Ainda estou no caminho do entendimento. Hoje tentando fechar compromissos assumidos antes de me dar conta de alguns limites e dificuldades. O desafio é justamente esse porque não consigo liberá-los, terminá-los porque a dor de deixar às coisas incompletas é grande demais. Continuar significa sofrer e desistir parece um fracasso. Eu não queria pensar assim porque racionalmente desistir seria um passo para a aceitação e reconstrução. Enfim...ainda aprendendo.

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  4. Auto conhecimento. talvez uma definição disso seja que é simplesmente deixar de ter uma mente amorfa, ou seja, uma mente que sabe separar as coisas, que não é feita só de imagens, mas de intuições, certezas, uma mente organizada, mas não pronta, poirque isso é algo que parece assintótico, e que, inclusive, saber dessa qualidade, ajuda ainda mais na ampliação da consciência de si e das coisas, dos fatos, da sua interação pessoal, particular, consigo mesmo e com o mundo.

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    1. Esses remédios realmente ajudam. Eles são como um suporte para limpar sua mente. Fazendo isso, eles permitem sua mente observar as coisas com menos barulho na mente. Isso inclui o auto conhecimento e o conhecimento do mundo. Isso tudo amplia a consciência. A meta mesmo é parar de tomar. Isso é uma grande segunda notícia. A primeira é a notícia do tratamento!

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  5. Sou Itaparicano, Baiano, Brasileiro, torcedor do Bahia, filho, pai, marido, advogado, empresário, TDAH e também muitas outras coisas.

    Todos estes rótulos me definem, me conceituam, me trazem responsabilidades, alegrias e sofrimentos (maior sofrimento do que ser TDAH, é ser torcedor do Bahia).

    Amanheço e durmo com eles todos os dias da minha vida, mas não fujo a estes rótulos, pois seria inútil e desnecessário.

    Enfrento-os, administro-os, na medida de minhas forças.

    É certo que "ser TDAH", de longe, é o mais difícil, mas fugir do "rótulo", para mim, é fugir do problema, o que é a nossa cara.

    SOU UM SER COMPLEXO, MULTIFACETADO, MAS ... SIM, SOU TAMBÉM UM SER TDAH ...

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  6. Boa sorte no lançamento do seu livro Alexandre,vc merece cara!!

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  7. Agora Alexandre provou o título do Site! RECONSTRUINDO A VIDA!

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  8. Alexandre, descobri seu site há pouco tempo e, assim como vários que tive a oportunidade de ler por aqui, me encontrei nos seus relatos. Seus textos parecem nossos, como se alguém mergulhasse em nosso íntimo e saísse descrevendo-o. Deus, como pode alguém saber tanto de mim???
    Mas o fato é que lido, sem sucesso, com o transtorno, patologia ou carma que seja. Vi que faz referência à Doutora Valéria Modesto. Me interessei em consultá-la. Ela é a sua médica? Qual o tratamento que ela adota? Como funciona exatamente o biofeedback?? Vc saberia informar?
    Vejo em vc uma absoluta consciência de si e de sua condição. Quero, como vc, vencer o rótulo,aprender a lidar com as frustrações e ao mesmo tempo otimizar minha vida que vem de derrocada em derrocada, (como haveria de ser diferente?)seguindo padrões de comportamento equivocados.
    Poderia me ajudar? Dar uma luz?
    Desde já agradeço demais a atenção...
    Natália Peçanha.

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  9. Genial! Faz algum tempo que tenho depressão e tomo remédio há algum tempo, mas minha vida continua estagnada, ano passado fui numa psiquiatra nova que rapidamente me diagnosticou como bipolar, passou um remédio e tomei por 1 semana, desenvolvi TOC por limpeza e organização, fiquei super nervosa e irritada, não dormia, dores no corpo e alergias por conta dos produtos de limpeza; parei de tomar o remédio e comecei a pesquisar sobre síndrome bipolar e não me encaixava naquilo, até que achei seu blog e tudo ficou tão claro!!!! Minha vida inteira fez sentido, desde pequena eu fui de um médico pra outro, de uma psicóloga pra outra s nenhum, NENHUM médico ou psicólogo sugeriu que eu pudesse ter TDAH porque sempre fui calma, mas totalmente desatenta, não tenho foco, não consigo finalizar as coisas, dificuldade pra dormir, ler um livro, por aí vai, tudo que libaria se encaixa comigo, pois bem falei com a médica e ela me passou Stavigile

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  10. Continuando...
    Ela me passou stavigile e apesar de sentir mais energia, nada mudou, minha vida continua estagnada, continuo sem produzir e a perder clientes por conta da minha falta de foco... Semana passada me deu 5 minutos e liguei pra conversar novamente e ela tinha saído de férias, não pensei 2x marquei outra médica e fui hoje; resultado estou com receita para a ritalina LA e começo a tomar amanhã, torcendo pra funcionar pois preciso que minha vida cá pra frente! Tudo que faço, faço bem feito, mas existe essa falta de motivação e é uma desorganização enorme na minha cabeça que tudo fica pra depois até que perco prazos, clientes, contas, é muito dinheir

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  11. Muito dinheiro, tive que vender meu carro, estou devendo para Meus pais, não consigo ter um relacionamento, estou com 35 anos e ainda acho difícil alguém gostar de mim, ganhei uma quantidade absurda de peso por conta desses altos e baixos, ninguém aguenta, não é mesmo. Bom, finalizando, agradeço imensamente, espero realmente que a ritalina faça efeito e quem sabe consigo te visitar na Bienal?! Parabéns pelo livro e pela conquista, escrever um livro sendo tdah e sem remédio não é pra Qqer um! Abraços Adriana

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  12. Olá Alexandre, acompanho o blog faz algum tempo,mas nunca havia feito nenhum comentário. Descobri que sou Tdah a 3 anos, antes disso não entendia o pq de muitas coisas em minha vida, assim como muitos aqui sofri com muitas frustaçoes e experiências ruins. Iniciei o tratamento com um psiquiatra,cheguei a tomar ritalina e outros medicamentos antidepressivos, mas acabei abandonando o tratamento por não sentir tanta eficácia como eu imaginava que seria. Hoje minha vida está praticamente parada, faz 1 ano que estou afastado do trabalho e quase não saio de casa para nada,e o pior, não tenho perspectiva de que isso mude, mas sei que preciso de ajuda e sair dessa situação. Tenho 30 anos,sou solteiro e ainda moro com os meus pais,isso as vezes me corta o coração pois eu gostaria de estar vivendo uma outra vida e ser um filho e uma pessoa melhor. Enfim, gostaria de ajuda e acho que me comunicar com pessoas que vivem em situação parecida pode ser importante,por isso peço que me inclua no grupo, o meu número é : 11 97501-8363. Meu nome é James. Um grande abraço

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  13. PARABÉNS, PARABÉNS, PARABÉNS!!!
    Alexandre vc é 1000.
    vc tem me ajudado muito.
    Gratidão.
    NAMASTÊ.

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  14. Recebi o diagnostico com 36 anos, agora com 37 o rotulo pra mim nao é o problema, porque minha familia e parentes acham besteira, uma desculpa pros meus erros, falhas, esquecimentos, me mandam ler e nao falar de tdah, estavam me matando meus sintomas so pioraram, tive de cortar relacao com parentes e penso em me separar, preciso de ajuda e nao fardo e cobrancas por resultados e tudo tem que ser feito do geito deles porque nao posso fazer do meu, faz 8 dias que nao durmo meu cerebro nao desliga, estou cheia de responsabilidades, mas nao estou dando conta, como eu queria um canto so pra mim, poder trabalhar fazer o que gosto sinto saudades dos meus pinceis, o cheiro da tinta, das telas, da vida, de viver em vez de sobreviver.

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  15. Recebi o diagnostico com 36 anos, agora com 37 o rotulo pra mim nao é o problema, porque minha familia e parentes acham besteira, uma desculpa pros meus erros, falhas, esquecimentos, me mandam ler e nao falar de tdah, estavam me matando meus sintomas so pioraram, tive de cortar relacao com parentes e penso em me separar, preciso de ajuda e nao fardo e cobrancas por resultados e tudo tem que ser feito do geito deles porque nao posso fazer do meu, faz 8 dias que nao durmo meu cerebro nao desliga, estou cheia de responsabilidades, mas nao estou dando conta, como eu queria um canto so pra mim, poder trabalhar fazer o que gosto sinto saudades dos meus pinceis, o cheiro da tinta, das telas, da vida, de viver em vez de sobreviver.

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