quarta-feira, 28 de novembro de 2012

MEMÓRIAS DE UM AMOR TDAH







Não te esqueci,
apenas não me lembro.
Lembro-me de um certo beijo;
um certo cheiro;
uma certa dor.
Não sei se te pertencem;
ou à mim e à minha imaginação delirante.
És tão bela que julgo impossível,
teres sido minha,
e eu tê-la esquecido.
Sinto na boca o sabor de um beijo,
um beijo inesquecível.
Que recebi de quem mesmo?
Não sei.
Mas não esqueci...
Apenas não me lembro

8 comentários:

  1. Gostaria muito de ter essa "memória esquecida" pra certos aspectos da vida. Ela funciona tão bem em alguns outros...

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    1. Oi Ana Beatriz, bom dia!
      Alguma coisa boa o TDAH tem de nos dar...
      As vezes tento não esquecer, mas não consigo.
      Tanta paixão tem de ter um desarme quanto fenece. Se não morro junto.
      Fico feliz de encontrar sempre seus comentários, obrigado.
      Um grande abraço.
      Alexandre

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    2. Vocês são tão iguais a mim, que me dá arrepios... Tão intensos, tão norte ou sul, leste ou oeste... Centro? Nunca,não sei o que é isso. Não pondero, me excedo nos sentimentos, nas minhas verdades, nos meus pensamentos. Vivo numa busca incessante, que paralisa a todo instante, mas que não me deixa direcionar.

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    3. Bonito isso, Karine: vivo numa busca incessante, que paralisa a todo instante, mas que não me deixa direcionar.
      Mais TDAh impossível!
      Somos assim, eu, você e outros milhões pelo mundo afora.
      Abração
      Alexandre

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  2. Ai de mim se não fossem 'lembranças esquecidas' do TDAH... Essa não-lembrança detalhada do 'passado ruim', faz o grato favor de não me deixar presa nas 'desgraças' de outrora! Já do 'passado bom', me dá uma sensação de culpa por não lembrar bem (ou de maneira alguma) de situações importantes e pessoas maravilhosas... =(

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    1. Nada é perfeito, né Layse.
      O lenitivo contra as dores apaga também os amores passados. Mas assim é nossa vida; tão intensa, tão pesada que precisamos de uma válvula de escape, de uma forma de diminuir as tensões, ou acabaremos naufragando para sempre em nossa própria intensidade.
      Mas sempre nos resta lembrar, ainda que de forma esmaecida daqueles que nos foram importantes.
      Um abraço, Layse, obrigado.
      Alexandre

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  3. Oi amigo...continuas divino com as palavras,e mesmo sabendo que apresento alguns sintomas e de vc ja me ter esclarecido quanto a isso,o conteúdo de seu blog me atrai muito.Estarei sempre por perto,admirando seus textos;minha inconstância de sentimentos e atitudes me confundem,mas mesmo minha memória falha não me deixa esquecer os momentos que tento em vão não lembrar.É como se fosse um devastador tsunami...Por que será que sou assim?

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    1. Somos todos assim...
      Intensos, apaixonados, apaixonantes.
      Talvez nossa maior falha seja não conseguir impedir que nossa impulsividade aja contra nós mesmos.Somos nossas principais vítimas.
      Obrigado por suas palavras, mas não sou divino com as palavras, apenas escavo minhas emoções e exponho o que minha alma sente naquele instante. E usando suas próprias palavras, enfrento nesse momento um tsunami de emoções e fatos que transformam minha vida num turbilhão sem fim, e que acaba afetando pessoas que não merecem e não precisariam ser atropeladas por essa onda gigantesca de emoções.
      Obrigado por suas palavras, fiquei muito feliz de saber que ainda me acompanha.
      Alexandre

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