Tem circulado um texto no Facebook, aliás, voltou a circular
porque é um texto antigo publicado por uma revista chamada Saber Viver Mais, escrito por Roberto Amado, com base em informações de um site chamado Antropo Sofy e replicado por outra página chamada Resiliência Humana (ufa), chamando a Ritalina de droga, de similar à cocaína,
da classe das anfetaminas...
Um amontoado de asneiras sem fim. O texto certamente foi
escrito por uma pessoa que não tem a menor ideia do que é ser portador de TDAH.
Nunca conviveu com uma criança hiperativa e acaba por produzir um texto cheio
de lugares comuns, mas extremamente pernicioso por usar termos apelativos e
chavões preconceituosos.
A Ritalina não causa dependência, um dos maiores problemas
do tratamento do TDAH é porque nos esquecemos de tomar o remédio; e isso não
nos causa nenhum efeito colateral além de ficarmos sem tratamento. A Ritalina
não provoca síndrome de abstinência, qualquer TDAH é testemunha disso; paramos
e voltamos a tomar o remédio a qualquer tempo a qualquer hora, sem nenhuma
crise de abstinência.Outra mentira: a Ritalina robotiza; nada mais falso!
Insurgir-se contra o único medicamento de baixo custo que
funciona, ainda que parcialmente , no controle do TDAH é má fé, desonestidade e
falta de caráter. A única opção ao Metilfenidato custa cerca de vinte vezes
mais.
As afirmações de que estraga-se o futuro de crianças
diferentes é desonesta, nefasta e ridícula; escola nenhuma quer uma criança
hiperativa, que não para sentada, que não presta atenção, que perturba os
colegas. Um aluno hiperativo é um estorvo em sala de aula. E em casa. Em onde
for. Testemunho pessoal: Fui convidado a sair de uma escola; perambulei por
várias sem sucesso... Com muito custo consegui tirar o segundo grau e entrar na faculdade;
que obviamente não concluí em três oportunidades. Minha vida poderia ter sido outra se tivesse descoberto o TDAH ainda na adolescência...
Pergunte a essa tal médica que trabalha na Unicamp se ela
vive fora do esquema; se ela se insurgiu ou se insurge contra as regras; se ela
é impulsiva fala o que quer, na hora que quer; se ela viajava nas aulas da
faculdade de medicina; se ela esquece os horários das aulas ou das provas de
seus alunos; pergunte a essa senhora se ela perde os trabalhos de seus alunos
ou orientandos...
Essa senhora é ridícula! Ela sim, coloca em risco o futuro
de quem acredita em afirmações desprovidas de conexão com a realidade. Beirando
a má fé.
A vida exige foco, atenção, disciplina, produtividade...
Tudo o que essa senhora tem em seu trabalho de professora da Unicamp. Ela não
tem o direito de jogar com o futuro de seus pequenos pacientes com o objetivo
de ganhar fama como ‘defensora dos diferentes’.
Respeitem os portadores de TDAH! Nosso transtorno é
reconhecido pela ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE
e consta da CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE DOENÇAS (CID) sob o código
F90. Esta classificação é traduzida em 45 idiomas e adotadas em 115 países. Ou
seja, todas estas pessoas, cientistas e países estão errados? Somente esta tal
médica e quem escreveu este texto eivado de erros e más intenções estão certos?
O brasileiro ama a teoria da conspiração! Sempre somos
vítimas de malvados capitalistas internacionais que sugam nosso sangue. E
acabamos caindo nas garras de pessoas mal informadas, mal intencionadas ou
simplesmente ignorantes.
Isso é de uma irresponsabilidade sem precedentes. Quem conhece e convive com alguém que tem o TDAH sabe a diferença que a ritalina faz na vida da pessoa.
ResponderExcluir" A única opção ao Metilfenidato custa cerca de vinte vezes mais." Fiquei curioso aqui, qual opção que você está falando ?
ResponderExcluirOi Pedro, a única opção que existe no momento é o Venvanse. Mas custa mais de trezentos reais uma caixa.
ExcluirUm abraço
"As afirmações de que estraga-se o futuro de crianças diferentes é desonesta, nefasta e ridícula"
ResponderExcluirSe ja nao bastasse a quantidade de problemas que vivemos ainda ganhamos de presente a responsabilidade de mudar o mundo. Ela deveria assumir essa responsabilidade tortuosa ao invés de terceiriza-la a gente tão fragil. O mundo e cada vez mais exigente e pessoas como eu, que receberam o diagnostico tardiamente, sabem exatamente as dificuldades de viver na corda bamba, de seguir um cronograma por 5 dias e depois esqeuce-lo completamente por 15 dias, e depois retomr, e depois largar, desistir, voltar, repensar, mudar de interesse e área, seguir o novo cronograma por 8 dias e largar por 20 e retmoar... bom, quando vc ve ja se foram 10 anos.
Ritalina e maconha? Quais os riscos? Ouvi falar que não um usuário de maconha não pode ministrar este medicamento, mas não achei nenhuma pesquisa referente a isso.
ResponderExcluirRecentemente meu filho teve o diagnostico de TDAH. A neuropediatra me deu um livro para ler, e depois fui lendo outros. Eu também olhava com má vontade para mediação, mas agora eu apoio. A unica coisa é que precisa confiar no seu médico, e fazer tudo bem direitinho. Entendi muita coisa depois disso, inclusive que tendemos a olhar os problemas relacionados ao cérebro como espirituais, e isso não ajuda, são fantasias.
ResponderExcluirMaria, qual livro a neuropediatra recomendou? Vc pode compartilhar?
ResponderExcluirBjs!