quinta-feira, 19 de outubro de 2017

O TDAH QUE SE ACOSTUMA


                        

Nota do Autor (Atualizada em 2025): Este texto é uma releitura de um poema de Marina Colasanti, adaptado para a nossa dura realidade de quem convive com o TDAH. Escrevi isso em um momento de profunda reflexão sobre como o transtorno vai "comendo as beiradas" da nossa autoestima se não tomarmos cuidado. Se você sente que está se acostumando a ser "menos", este texto é um abraço e um alerta.


A gente se acostuma, mas não deveria...
A gente se acostuma a esquecer...
E porque esquece, se acostuma a ser criticado...
E porque é criticado, começa a se fechar...
E por se fechar, começa a evitar as pessoas...
E por evitar as pessoas, prefere o isolamento...
A gente se acostuma a procrastinar, a adiar o que teme,
depois o que é complexo, depois o que é simples, depois...
A gente se acostuma a perder... Perdemos o emprego,
perdemos a pessoa amada, perdemos o rumo,
perdemos a auto estima, perdemo-nos de nós mesmos...
A gente se acostuma ao tratamento; ou a falta dele...
A gente se acostuma a cair e a levantar infinitas vezes...
E por levantar, acostumamos à crença de que cair é normal...
E por acreditar  que cair é normal, a gente se acostuma ao TDAH...
E ao acostumar com o TDAH, a gente se acostuma a falhar...
E porque falha, a gente se acostuma a ser criticado...
E porque é criticado, a gente se acostuma a ser menos;
mas não merecia...

Inspirado no poema ' A gente se acostuma' de Marina Colassanti.



Para entender melhor como quebrar este ciclo e encontrar apoio especializado, visite o portal da ABDA (Associação Brasileira do Déficit de Atenção). O conhecimento é a primeira ferramenta para deixarmos de ser 'menos' e voltarmos a ser nós próprios."