Nota do Autor (Atualizada em 2025): Este texto é uma releitura de um poema de Marina Colasanti, adaptado para a nossa dura realidade de quem convive com o TDAH. Escrevi isso em um momento de profunda reflexão sobre como o transtorno vai "comendo as beiradas" da nossa autoestima se não tomarmos cuidado. Se você sente que está se acostumando a ser "menos", este texto é um abraço e um alerta.
A gente se acostuma, mas não deveria...A gente se acostuma a esquecer...E porque esquece, se acostuma a ser criticado...E porque é criticado, começa a se fechar...E por se fechar, começa a evitar as pessoas...E por evitar as pessoas, prefere o isolamento...A gente se acostuma a procrastinar, a adiar o que teme,depois o que é complexo, depois o que é simples, depois...A gente se acostuma a perder... Perdemos o emprego,perdemos a pessoa amada, perdemos o rumo,perdemos a auto estima, perdemo-nos de nós mesmos...A gente se acostuma ao tratamento; ou a falta dele...A gente se acostuma a cair e a levantar infinitas vezes...E por levantar, acostumamos à crença de que cair é normal...E por acreditar que cair é normal, a gente se acostuma ao TDAH...E ao acostumar com o TDAH, a gente se acostuma a falhar...E porque falha, a gente se acostuma a ser criticado...E porque é criticado, a gente se acostuma a ser menos;mas não merecia...Inspirado no poema ' A gente se acostuma' de Marina Colassanti.
Para entender melhor como quebrar este ciclo e encontrar apoio especializado, visite o portal da
ABDA (Associação Brasileira do Déficit de Atenção) . O conhecimento é a primeira ferramenta para deixarmos de ser 'menos' e voltarmos a ser nós próprios."

Texto melancolicamente belo. Só quem tem o transtorno e já passou (e continua passando) por essas situações, sabe da infelicidade de ter esse transtorno.
ResponderExcluirTem razão, Pedro, o pior é existirem médicos que desqualificam a existência do TDAH.
ExcluirEu não aguento mais passar por essas coisas.
ResponderExcluirExistem momentos em que bate um desânimo terrível, mas jamais podemos desistir. Aliás, a insistência é uma característica do TDAH.
ExcluirMuito bonito. Li algumas coisas atuais do blog e quis voltar lá no começo. Eu, que te conheci criança, não imaginava que nada disso se passasse com você. Algumas das situações e sentimentos que citou são comuns em mim também. Será que tenho TDAH ou são sentimentos comuns a todo mundo e ganham maior incidência (não proporção) com o transtorno? Sei lá. Afinal, o que é TDAH e como é diagnosticado? É muito frequente?
ResponderExcluirDe mais a mais, parabéns pelo excelente texto! Em todos os posts.
Oi Claudinha, obrigado pelos elogios. Só fui diagnosticado aos 50 anos; até então era um menino levado, muito levado. Depois descobri que fui hiperativo. Todos temos sintomas comuns ao TDAH, o que nos diferencia é a intensidade desses sintomas. Eles precisam ter um grau tal que prejudique a vida do portador. O diagnóstico é feito através de entrevista e alguns exames complementares. Acesse o site www.abda.org.br, ali tem um teste para detectar o TDAH.
ExcluirUm abração
Alexandre
Como pensar menos Versão I
ResponderExcluirhttps://www.youtube.com/watch?v=OkFMwSgXtvM
Como pensar menos Versão II
https://www.youtube.com/watch?v=v8h1Nz3JRDI
Perdi um objeto muito muito importante essa semana. Um objeto de valor simbólico enorme, mais que o valor material. Ainda estou de luto. Mais uma perda. Só que não vou me acostumar nunca com isso. Me inquieto e depois me sinto resignada, mas não me acostumo.
ResponderExcluirMeu marido e minha filha mais velha(8 anos) tem TDAH,é uma luta diária,tem dias que fico desanimada, mas são meus amores, são as pessoas que Deus colocou na minha e estou com eles para o q der e vier ♥️
ResponderExcluireu só queria ter UMA pessoa na minha vida que entendesse ou ao menos tentasse entender. tem dias, como hoje, que quase perco a fé na vida. as pessoas acham que tudo é graça. é muito dificil tdah, a pior parte, é a solidão. amando seu blog.
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