quinta-feira, 3 de agosto de 2017

TDAH: ESTRATÉGIAS DE CONVIVÊNCIA





Uma leitora me pediu algumas dicas de estratégias de boa convivência com o marido TDAH.
É algo tão simples que não deu para respondê-la nos comentários, tive que fazer um post inteiro.
A primeira estratégia, e a que reputo como a mais importante, é o conhecimento!

CONHECIMENTO:
Conheça a fundo a doença do seu/sua parceiro(a). Se você conhece os sintomas do transtorno, saberá reconhecê-los quando se deparar com eles. Reconhecerá a procrastinação, a impulsividade, a desatenção, a falta de foco, a eterna insatisfação, a insegurança, a baixa auto estima...
Muitas brigas serão evitadas se você, não TDAH, passar a reconhecer nas atitudes de seu parceiro as manifestações de uma doença e não de seu mau caráter ou má índole. E o contrário também é verdadeiro, poderá flagrá-lo escondendo-se atrás do TDAH.

PACIÊNCIA:
Se um dos parceiros não é TDAH, é comum que ele se irrite com os sintomas mais agudos da outra parte, aquela que tem o TDAH.
A desatenção! Eu sou extremamente desatento. Talvez minha principal característica ao lado da procrastinação. Para quem não é desatento, o esquecimento das menores coisas, daquelas mais corriqueiras é irritante, eu reconheço. Esqueço constantemente de tomar a Ritalina, o remédio da memória. Por precaução coloquei um alarme no celular, mas aí atua a procrastinação; se estou fazendo algo quando soa o alarme, vou adiando-o infinitas vezes. Tão infinitas, que em alguns dias desisto de tomar pois o dia está findando e eu ainda não tomei. E desatenção não é apenas esquecimento; paguei a conta de água de Junho sem perceber que não havia pago a de Maio. Por pouco não fiquei sem água.
Haja paciência para aturar um marido/esposa assim. O ideal é que o cônjuge não TDAH assuma o controle dessas coisas práticas; contas, organização, funções executivas de maneira geral.

SILENCIAR:
Calar-se nos momentos de crise é outra estratégia interessante. Preste bem atenção, nos momentos agudos! Não estou pregando submissão! Nada disso! Mas o TDAH quando começa a discutir, brigar, não tem freios ou limites. Podemos agredir verbalmente da forma mais cruel ou agressiva imaginável. No calor da raiva dizemos o que não queremos ou não sentimos, só pela necessidade de vencer aquela briga. A melhor estratégia é deixar a fervura baixar e depois, em outro momento, abordar o assunto de maneira diferente, com calma... Em geral aceitamos as ponderações posteriormente.

ESPERAR:
Somos impulsivos, empolgados, vulcânicos! É comum demais na empolgação do momento fazermos propostas, sugerirmos ações, nos oferecer para ajudar, assumir responsabilidades... Coisas que nos arrependeremos (ou esqueceremos) horas depois. Já aceitei ser subsíndico do meu condomínio e me arrependi em menos de 24 horas. Calcei a cara e pedi demissão. Portanto, espere! Não acredite ou empolgue-se junto com seu TDAH. Se nos dias seguintes a proposta ainda estiver de pé, acredite.

APOIAR:
Não importa se temos sucesso ou não na vida, temos um forte sentimento de inferioridade e uma insatisfação interna que jamais termina. Nem a Mega-Sena, o prêmio Nobel ou o Oscar aplacam esses sentimentos. Os TDAHs de sucesso costumam se auto intitular como FRAUDES. Não é com você ou com sua família, é interno. Essa insatisfação nos faz buscar novos empregos, novos cursos, novos caminhos, ainda que estejamos bem na posição atual. Somente o auto conhecimento e o tratamento, podem amenizar esses sentimentos.

AMOR:
Muito amor! Sem a interferência do TDAH relacionamentos afetivos já não são simples, imagina com ele.

AMOR PRÓPRIO:
Se seu cônjuge tem TDAH e não quer tratar-se, não quer conhecer-se ou vangloria-se de ter o transtorno, use seu amor próprio e ponha-o contra a parede. Sem tratamento, sem relacionamento!Simples assim. Ninguém é obrigado a saber que tem TDAH; sabendo, ninguém é obrigado a tratar-se; da mesma forma, ninguém é obrigado a conviver com um TDAH que se recusa a tratar-se.

Claro que essas são dicas superficiais e genéricas, mas funcionam. Experimente aplica-las e verá!


24 comentários:

  1. Obrigada!!! É exatamente o que vivo. Eu o amo , mas não é nada fácil conviver com um TDHA. E seus posts me ajudam muito a tornar o convívio mais leve.

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  2. Ser Tdah é viver em um mundo imaginário, mundo bom cheio de pessoas boas e perfeitas, e nós irritam os muito quando descobrimos a imperfeição da realidade.

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    1. É uma insegurança que achamos que tudo tem que ser do nosso jeito para as coisas darem certo.

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  3. Namoro um TDAH há quase 4 anos e desconheço algo mais difícil na minha vida. Nesses 4 anos, ele acabou o namoro comigo 3 vezes, mas nunca me deixava em paz. me procurava, a gente ficava, depois ele sumia, aparecia com outras, até que voltava todo apaixonado prometendo mundos e fundos e a gente reatava, até o próximo surto, que normalmente acontecia, sei lá, cerca de 1 ano depois, e ele acabava de novo. Estamos juntos novamente há um ano e tem sido cada vez mais difícil lidar com ele. Primeiro, ele não aceita a doença, acha que seu problema é apenas um esquecimento, uma falta de atenção, algo que atrapalha somente o dia a dia dele no trabalho e faculdade, não entende que é algo comportamental também e que suas atitudes atrapalham não só o relacionamento comigo como com a família dele. Namorar com ele tem sido uma montanha russa, nunca sei o que vou encontrar. nunca sei como ele vai acordar, se de bom humor, super carinhoso, ou se me dando patada, com o pior humor do mundo, sem eu ter feito nada. Qualquer coisa é motivo pra ele explodir. Qualquer discussão besta ou motivo bobo é motivo pra ele transformar em algo maior e, muitas vezes falar em terminar novamente. minutos depois, quando fazemos as pazes, parece que nada aconteceu e lá está ele a pessoa mais carinhosa do mundo de novo. Tem momentos em que é a pessoa mais brincalhona do mundo, em outra parece um túmulo, se reclusa, parece que é (e gosta de ser) a pessoa mais solitária do mundo. As vezes falo com ele e ele parece que tá em outro mundo e noto que quando mando "textoes" no whatsapp ou tento ter uma DR ele surta, vira bicho. quando tá com raiva, ou nos surtos tentando acabar o namoro seja por qual motivo for, fala coisas que até deus duvida, parece que faz exatamente pra me machucar, depois que passa, diz que nada daquilo era verdade e que estava mentindo, ou que estava falando pra me atingir, pra que eu "não insistisse". Uma vez me disse que "quando você quer afastar alguem da sua vida, seja frio, fale coisas frias, que você sabe que vai atingir", e é isso que muitas vezes ele faz comigo, mas depois quando passa o momento, vem com mil carinhos, como se nada tivesse acontecido. muitas vezes, no momento do "surto", chega a ter a ser agressivo, e depois que passa vem me colocando num pedestal e me prometendo o mundo. algumas vezes esquece o que me prometeu em discussões. muitas vezes tenho conversas sérias e ele parece que ta entendendo e aceitando tudo, concordando e prometendo se controlar, mudar, me tratar melhor, se segurar, mas no outro dia ja ta fazendo a mesma coisa e, quando eu pegunto se ele lembra de algo que conversamos, ele diz que nao ta nem ai, parece que tudo que falou no dia anterior nao serve de nada. Inclusive, tomei a atitude de escrever aqui pedindo ajuda justamente após um surto de grosseria dele, simplesmente, pq na maior naturalidade do mundo, vem me dizer que esta doente e indo ao hospital. Eu, claro, como uma boa namorada, fiquei preocupada e tentei ligar pra falar com ele. nao quis falar no telefone, sequer me atendeu. mandei algumas perguntas no whatsapp pra tetar entender melhor o que ele estava sentindo e pra qual hospital iria, pra que eu fosse eonctrá-lo. surtou: "me deixe em paz. a pessoa nao pode nem mais ficar doente em paz. que pessoa transtornada você é (eu?), que ódio de você, me deixe em paz". Isso porque eu estava preocupada e apenas pedi mais detalhes do que ele sentia. isso é minha rotina diária há quase 4 anos, mas confesso que de um ano pra ca, quando reatamos o namoro, piorou MUITO. nos primeiros 6 meses, ele estava um ANJO, de 6 meses pra cá, nao sei nem explicar. e como é rancoroso (continua...)

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    1. É interessante como o TDAH se assemelha muito ao bipolar.
      A atitude dele de não permitir você ir no hospital com ele é bem complicada, beira ser autodestrutivo para ele.

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  4. continuaçao

    as vezes me aparece, do nada, brigando por motivos de meses atrás, que inclusive ja foram conversados e resolvidos. e ele simplesmente traz a tona, do nada, e briga novamente comigo por esse motivo. Comecei a pesquisar mais sobre tdah e descobri os problemas "comportamentais", fui atras de neurologista, psicologo, etc pra ele. ele está, novamente, fazendo os testes p diagnosticar a doença, pois a ultima vez que ele tinha feito tinha sido em 2012, e ele largou o tratamento no meio, coisa que ele faz com tudo. então, teve que recomeçar do 0. mas tenho que ficar no pe dele ate pra ele ir pras consultas com a psicologa pra diagnosticar, pra poder recomeçar o tratamento, senão ele não vai, falta, sequer avisa a terapeuta. tenho vivido um inferno e nao sei de onde tenho arrumado paciencia pra conseguir continuar. quando ele tá num momento bom, é a melhor pessoa do mundo, mas isso logo se transforma, porque o humor dele nunca esta estavel. Fora que não assume nada, nenhum erro. TUDO é culpa minha, inclusive os erros dele, sempre sao justificados como algo que eu fiz e desencadeou aquela reação nele. nunca se acha errado, esta sempre certo. as vezes pede desculpas e dias depois esquece que pediu desculpas por aquele motivo e faz de novo. e quando eu questiono, parece que nunca pediu desculpas por aquele motivo. namorar com ele tambem tem sido bem solitario porque ele nunca lembra ou tem interesse sobre as coisas da minha vida, do meu trabalho, como eu to passando. aquela coisa de "e ai como foi seu dia hoje?" nao tem existido no nosso namoro. muitas vezes chega a ser egoista porque eu me doou 100% pra ele e ele nem 50% pra mim. Quando eu to doente ou algo do tipo, parece que pra ele é "frescura" nao demonstra preocupação, a nao ser que eu esteja internada num hospital, ai ele sabe que é grave e se preocupa. mas fora isso tudo pra ele é besteira. perguntar sobre meu dia, o que tenho feito, como anda meu trabalho novo, se to gostando, o que eu tenho feito de bom, demosntrar preocupação quando to doente ou triste, ou algo do tipo. as vezes parece que o mundo gira em torno dele. ele é o mais ocupado, as coisas dele sao as mais importantes, mas vai eu agir desse jeito também, é motivo pra uma briga feia. noto que quando ele ta no "auge do surto", parece que quando mais eu tento me explicar ele fica mais furioso. parece que ta sempre raivoso, numa furia eterna. Pelo amor de deus me ajudem a lidar com essa pessoa, como devo agir? principalmente nos surtos, nas brigas, nas varias vezes que ele sai cuspindo um monte de coisa ruim e falando que quer acabar, que sou a pior pessoa do mundo etc etc. o que devo fazer? insistir, como eu faço, pra ele se acalmar e nao terminar, ou aceitar e deixar ele na dele que depois ele vai se acalmar e vamos poder conversar como seres humanos normais? como lidar com tanta alteração de humor? Detalhe: no fim dessa mensagem, ele me manda uma mensagem todo bonzinho, dizendo que esta no hospital, que nao foi atendido ainda, mas que me da noticias qnd isso acontecer. COMO PODE ALGUEM MUDAR TANTO DE HUMOR? EM TAO POUCO TEMPO?


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    1. Oi, me add no Facebook... Celene Taira

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    2. Oi minha querida. Eu sou tda e um conselho que te dou : Não vale a pena um relacionamento com TDA . Com quem não se trata então, não vale a pena é de jeito nenhum. Não combina casamento com quem é TDAH. Nunca se case com quem tem esse transtorno. O tédio toma conta de nossas vidas e a melhor forma de deixá-lo ligado em vc, é deixá-lo inseguro. Nós gostamos de ficar inseguros...srrsrs....pare de ficar ligando pra ele...ligue apenas de vez em quando pra ele ficar imaginando que vc não tá nem aí pra ele....infelizmente precisamos nos sentir na corda bamba pra olharmos diferente pras pessoas ao nosso lado. O ideal mesmo é que vc procure outra pessoa e caia fora, mas se o ama e não quer deixá-lo, então pare pelo amor de Deus de querer ser mãe dele. Odiamos gente grudenta, que diz eu te amo o tempo todo, que fica mandando mensagem, que fica dizendo que tá preocupado. O que gostamos mesmo é do desafio da conquista. Se ele já sabe que ele pode gritar, sair e voltar, te sacanear e não acontecer nada, então o desafio acabou e vc virou um tédio que ele tem que aguentar....vc acaba virando um carma na vida dele.....deixa ele quietinho e esnoba um pouco . Tenho certeza que ele vai te olhar diferente.

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    3. Convivo há 2 anos com alguém idêntico ao da sua descrição. Quando bonzinho e inseguro é o melhor homem do mundo. Quando contrariado, é uma besta fera. Manipulador, mentiroso, impulsivo, não se compromete com o que falou. O lado bom não dura uma semana. Temos brigas semanais. Já terminamos umas 15 vezes. Não admite ter um transtorno (fui em que identifiquei a doença). Se ame, tire o foco dele, busque felicidade em outros lugares (amigos, família, Deus!!!). Faça um balanço do seu relacionamento e veja pra que lado a balança está pendendo. Tome uma decisão e mude...

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    4. Sulamita fui diagnosticada tdah a quinze dias, feliz por ter um diagnostico depois de uma vida de fracassos em todas as áreas, mas ainda tentando entender tudo que passei e bem revoltada. E sempre pensei que na vida é muito triste ficar sozinha, não tenho parentes, e se for pra ser como vc diz, para que viver então?? Pode me chamar de Lua.

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  5. Eu te entendo perfeitamente....li sua publicação e eu me vi em vc! Exatamente o que vc passa eu passo. Já terminei com o meu duas vezes em quatro anos, e já mandei ele sair de casa inúmeras vezes. Os comportamentos são exatamente iguais. Ele foi diagnosticado aos 15 anos com TDAH, fez tratamento até os 18 e depois largou...se enfiou nas drogas e só foi parar quando me conheceu. No início era maravilhoso, tinha uns esquecimentos, uns "repentes", mas todos temos não é mesmo??!! Foi piorando com o tempo, trocando de empregos, fazendo negócios inviáveis, estourou nossa conta bancária, falou nossa pizzaria! E adivinha, a culpa é minha! A culpa é sempre minha...tem leite com chocolate no teto da minha sala, janelas com vidros quebrados, portas com fecho quebrado, tudo pq eu o deixei irritado e ele fez, a culpa de novo é minha.

    O que as vezes me ajuda são os grupos que estou sobre TDAH, onde peço ajuda de outros com TDAH. E te o amor que vivemos esses anos, em breve teremos um filho. Não sei como vai ficar, mas eu também não quero desistir.
    Se quiser me add pra conversar!
    11951546996

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    1. Meu irmão é assim, já foi diagnosticado com TDAH, é foda, a culpa é sempre dos outros, dessa forma ele não aprende com os erros dele.

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    2. OI Celene, esse a culpa é sempre minha dá um post interessante. Vou pensar nesse tema. O que imagino é que internamente ele acredita estar agindo da maneira correta; você é que não consegue enxergar...
      Acho que é isso.
      Um abraço
      Alexandre

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  6. kkkkkkkkkkkkkk
    Esse parte de nos oferecer pra ajudar, sugerir ações, as mais mirabolantes possíveis é minha cara... Há alguns dias, prometi doar meu rim para o marido de uma amiga (de pouco tempo, na época)... Aff... Cheguei à ir ao consultório da nefrologista pra me consultar... Quando fui contar pro meu esposo que talvez iria doar o rim pro esposo de uma amiga (que ele nem havia conhecido ainda) ele me acordou... Quem chegar até mim com uma dúvida, eu dou a solução do problema e dos 588 próximos problemas...

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    1. kkkkkkkkk Deus me livre! Minha namorada é parecida. Se sente a responsável por solucionar os males do mundo.
      Que bom que você ainda acompanha o blog. Fiquei feliz!
      Um abraço
      Alexandre

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  7. simplesmente excelente seu texto! Estou feliz de ter descoberto seu blog! Obrigada por compartilhar!!!

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    1. Eu quem agradeço os elogios, Isabella. Vou me esforçando para compartilhar e auxiliar a mim e a quem se interessar.
      Um abraço
      Alexandre

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  8. Oi.. Estou na mesma tentando entender um TDAH após um diagnóstico de ansiedade e depressão.. nosso relacionamento nunca foi fácil .. sempre brigas e ele sempre me culpando por tudo passei uma gestação terrível não tinha paz pq ele sempre desatento... focado em trabalhar trabalhar trabalhar e por fim agora quer desistir de tudo... 10 anos de casamento e hj me peguei pensando que meu Deus será wue foram perdido esses 10 anos.. quanto sofrimento... eu já ouvi coisas que acho que minha vergonha na cara e meu amor próprio deve ter ido pro ralo... muito dificil

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    1. Oi Camila. Sim, muitas vezes temos essa impressão de que jogamos a vida fora. Passei por isso, mas o TDAH que é altamente destrutivo, nos faz superar esse tipo de revés com relativa facilidade. Deve ser o que sente seu marido; uma enorme facilidade de largar tudo sem dor ou remorso. Realmente é uma convivência dificílima.
      Boa sorte!
      Alexandre

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  9. Fui casado 20 anos com uma TdaH , e realmente e muito dificil . Dificil pois virei o algoz e o responsavel por tudo que nao saiu da maneira como ela gostaria que tivesse acontecido . E complicado amar quem te ve como o inimigo e o mundo como o Time a ser combatido . NO meu caso , pelo fato dela ser profissional da saude , por mais que me de muita vontade de obriga-la a tomar qualquer medicação de suporte ( sonho em acordar e encontrar AQUELA UMA pelo qual me apaixonei e que admiro entre TODAS as outras faces que conheci dela. ) nao tenho argumentos pois como todos os Drs ,ela tem a impafia e o conhecimento com o qual nao se tem dialogo.Quero muito a felicidade dela , mas realmente nao sei o que fazer nem como fazer pra ajudar alguem que nao acredita precisar de ajuda . Se aparecer um comprimido magico ou qualquer coisa ( fisica , mental , espiritual , esoterica , etc )que resolva sou o 1 da fila .

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    1. Difícil, amigo. Convencer uma médica de algo é quase impossível, eles se sentem semideuses.

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  10. Eu conheci um moço super bacana com TDAH há alguns meses, ele comentou isso logo nos primeiros encontros, mas só agora eu constatei que, se quiser tentar alguma coisa com ele, vou ter que pesquisar muito sobre o assunto. Estou devorando o seu blog com curiosidade e também alguma preocupação, apesar de considerar que atendo ao requisito de ser paciente. Há várias coisas que considero importantes nas conversas e ele deixa passar sem comentários (porque mudou de assunto sozinho), como se ele não quisesse me conhecer tanto quanto eu quero saber da vida dele, isso me deixa um pouco confuso e inseguro. Ele constatou essa dinâmica por conta própria, se desculpou e voltou a mencionar o TDAH, fiquei bem surpreso por ele ter puxado uma DR que eu mesmo estava pensando em iniciar, pra mim foi uma demonstração de que ele tava prestando atenção como podia, as coisas melhoraram um pouco depois disso, noto que ele se esforça pra demonstrar interesse, um pouquinho, mas sinto falta daquela empolgação típica de começos. Acho que entendi que temos formas diferentes de nos comunicar e de demonstrar as coisas (nada de novidade pra relações com ou sem TDAH), mas ainda rola um bocadinho de frustração, principalmente quando a conversa não é pessoalmente, o que é quase sempre já que moramos em estados diferentes. Ok, pegar um avião pra visitar um ao outro é demonstração de interesse dos dois, mas ter a distância sempre presente requer um esforço ainda maior de deixar o que se sente em evidência. Eu li vários comentários no blog de pessoas que se relacionam com alguém com TDAH, a maioria fala de relacionamentos de muitos anos e das dificuldades disso ao longo do tempo, mas não encontrei alguém que falasse como era no início do namoro (sequer chamamos de namoro ainda), aquela fase em que não se tem a segurança de considerar amor e tal (que segundo uma das postagens é a primeira condição, bem óbvio, mas sempre bom de lembrar). Vamos fazer uma viagem de fim de semana juntos e fiquei encarregado, a pedido dele, de organizar tudo, vamos dividir os custos todos, mas ele nem perguntou, por exemplo, se reservei uma pousada dentro de quanto ele pretendia gastar ou não, é um comportamento muito novo pra mim. Tem a cilada de relacionamento à distância e tem a novidade de me apaixonar por alguém com TDAH, tô cheio de dúvidas (rindo de nervoso).

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  11. Difícil opinar, sempre falo por mim; sou mega empolgado em princípios, mas em geral, passa rápido. A distância é um dificultador considerável que eu não sei lidar muito bem. Minha atual namorida mora a menos de duas horas de mim e já me estressa muito. A dispersão, a mudança de assunto, as variações de humor e uma certa displicência com dinheiro são típicas do transtorno, não é um privilégio do seu 'namorado'. Você precisa se preparar para conviver com esses comportamentos que, muitas vezes, podem gerar insegurança. Acredito que o primeiro passo correto você já está dando, que é conhecer bem o transtorno; até para não ser manipulado. Espero ter ajudado. Boa sorte!

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