domingo, 30 de setembro de 2012

A LENDA DO PRÍNCIPE COM TDAH






Conta a lenda que no interior de um reino distante vivia um príncipe jovem, belo, rico e muito, muito triste. Vivia solitário em seu castelo, cercado de luxo e tristeza.
O príncipe não foi assim na sua vida inteira. Na adolescência foi um rapaz ativo, cheio de amigos e sonhos. Ele não sabia, mas no fundo de sua alma ele cultivava um monstro que mais tarde o dominaria: a insatisfação. Ao atingir a idade adulta o príncipe perdeu-se. Encantou-se e frustrou-se com vários cursos superiores; experimentou várias profissões; das mais nobres às mais plebeias; tentou as artes: o teatro, a música, a literatura. Nada. Após um início promissor em quase tudo que experimentava, o príncipe era invadido por uma insatisfação que o dominava completamente, paralisava sua vontade, suas ações, sua coragem. E ele abandonava mais aquela tentativa. Ganhava mais uma cicatriz, mais uma marca naquela alma já tão repleta delas.
Os sucessivos fracassos e abandonos foram criando naquele príncipe uma tristeza e um constrangimento cada vez maiores. Passou a evitar seus pares; não tinha do que se vangloriar, tornou-se ácido crítico da nobreza de seu país chamando-a de sanguessuga e parasita da sociedade. Começou a ser mal visto pela casta superior que passou a isolá-lo.  Por viver num reino onde a rigidez social era a regra, começou a isolar-se de todos. Longe dos nobres por opção e das classes baixas pelo rígido costume de seu país, o príncipe fechou-se em seu castelo vivendo para os livros e os parcos escritos que produzia. Somente quando era absolutamente necessário, comparecia às solenidades reais onde era alvo de chacotas por usar sempre as mesmas roupas desgastadas e antiquadas. Sua absoluta incompetência para gerir a fortuna que herdara era folclórica no reino e alvo de piadas e escárnio nas altas e baixas rodas sociais.
Ao atingir a meia idade o príncipe havia vendido quase todas as suas terras, títulos e obras de arte. Desfizera-se também de laços de afeto e amor e via-se na iminência de ter de vender seu castelo e acabar sozinho e abandonado numa casa modesta que outrora fora ocupada por uma das criadas de sua mãe.
Vagando pelos enormes aposentos do castelo o príncipe procurava algo que explicasse sua eterna e profunda insatisfação. Olhava para trás tentando encontrar em sua vida pregressa o momento em que foi dominado por essa doença; uma estranha doença que transformou sua vida num redemoinho infinito.
Um sofrimento difuso e silencioso tomava cada fibra de seu corpo, lhe oprimia o peito e tolhia sua iniciativa de reerguer-se.
Quem olhava de fora estranhava e ridicularizava a vida aparentemente infrutífera daquele príncipe. Riam da sua incompetência para a vida, para ganhar dinheiro, para manter seus casamentos, seus amigos e sua posição social.
Mas lá dentro, na solidão escura do castelo, o príncipe lutava para abrir as janelas enferrujadas e emperradas na desesperada esperança de que a luz do sol e o ar puro renovassem suas forças , as forças de sua alma, e iluminassem um novo caminho em sua vida; menos sujeito à ação desse terrível monstro da insatisfação. Ao mesmo tempo, ele sonhava com o dia em que os cientistas do reino descobririam a cura para essa estranha doença que praticamente incapacita pessoas inteligentes e de físico perfeito para uma vida plena, feliz e produtiva.

38 comentários:

  1. "estranha doença que praticamente incapacita" - gostaria muito que, ao menos algumas pessoas, compreendessem o que isso significa.

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    1. Só vivendo, Ana Beatriz, só vivendo.
      Minha vida é tão louca, tão turbulenta, que nem eu acredito como passei dos 50 anos.
      Duro, minha amiga.
      Um abraço
      Alexandre

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  2. Sou só eu ou vc tambem nao consegue administrar os seus amigos, sua vida... Parece que esta tudo ruindo por minha causa.

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    1. Bem vindo ao grupo!
      Não tenho mais amigos, perdi-os todos por absoluto abandono de minha parte.
      Administrar a vida é uma arte que ainda não domino, estou lutando...
      Um abraço e obrigado
      Alexandre

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    2. Alexandre é engraçado isso mas acabei de perceber também que não tenho amigos, alias eu nunca tive nenhum mesmo, além de que nunca tive vida social, nunca gostei de pessoas rsrs, sempre que tive uma oportunidade de ter um contato fazia de tudo pra me afastar, mesmo por que tudo pra mim é o extremo...gosto ao extremo, desgosto ao extremo..essas coisas... Ai como é dificil se relacionar comigo, sei por que as vezes nem eu mesmo me aguento.

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    3. Oi, Lis.
      Até minha adolescência eu era muito popular. Tinha dezenas de amigos e milhares de conhecidos.
      Com o tempo fui me retraindo, deixando de procurar as pessoas, me enclausurando.
      Hoje afirmo com tristeza: não tenho amigos.
      Sei que muitos dos meus amigos ainda gostam de mim e se eu procurá-los me receberão bem. Mas desistiram de me procurar. E eu me acostumei à solidão.
      Assim como você tem dias que nem eu mesmo me aguento.
      Um abraço
      Alexandre

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  3. lindo...mas triste e real.

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  4. Me sinto como o protagonista da história. Não que tenha uma vida de rei. Mas tive um boa criação nunca me faltou nada, e a carga da educação que ganhei e o meio onde vivo me obriga a perseguir um bom embrego q pague bem. Mas pra um tdah muitas vezes isso é dificil. Mesmo com as cartas na mão muitas vezes não sabemos utiliza-las.

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    1. Sei o que está dizendo.
      Aos 21 anos eu tinha um curriculo excelente e um futuro promissor.
      No que deu isso? Praticamente nada. Meti os pés pelas mãos e o futuro brilhante ficou opaco e sombrio.
      Trate-se, cuide-se, não deixe para lamentar-se no futuro.
      Um abraço
      Alexandre

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  5. Passei uns 30 anos sem saber o que acontecia comigo. Até o momento em que tive meu filho e aos 5 anos o diagnostico de defict de atenção.
    Ler livros, pesquisar na internet, tem me ajudado a controlar os sintomas sem a medicação, mas tem dias que eu gostaria de contar com o remedio. O meu filho faz uso da ritalina só para a escola.

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    1. Olha, amigo, controlar a doença sem medicação é um tremendo esforço. Nas poucas tentativas que fiz, dei-me mal.Vc não explicou pq não se medica, mas vc deveria procurar um médico e fazer um teste com a ritalina. Vale a pena.
      Um abraço
      Alexandre

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  6. O meu filho começou o tratamento com ritalina ano passado, estou lutando muito para ajuda-lo, ele tem 8 anos, é muito esperto, domina bem a matemática, mas o português?! risos
    O tdha vai acabar sendo considerado o transtorno do século.

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    1. Oi Erica!
      Não abandone o tratamento para que ele não passe pelo que eu passei. Uma vida inteira à beira de dar certo.
      Quase deu certo em alguns momentos; mas aí, eu estraguei tudo!
      Cuide dele, vcs merecem.
      Um abraço
      Alexandre

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  7. Me sinto como o protagonista da história. Não que tenha uma vida de rei. Mas tive um boa criação nunca me faltou nada, e a carga da educação que ganhei e o meio onde vivo me obriga a perseguir um bom embrego q pague bem. Mas pra um tdah muitas vezes isso é dificil. Mesmo com as cartas na mão muitas vezes não sabemos utiliza-las. (2)

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  8. PARABÉNS PELO BLOG! PELA CORAGEM DE SE EXPOR E POR SER UM LUTADOR! achei seu blog pesquisando meu "provável" TDAH, entretanto após praticamente ter certeza fui a um neuro e ele disse que eu apenas souu "ansiosa". me identifico com muitos sintomas seus e de outros tdah's, mas parece que eles não foram suficientes para um disgnóstico. quando criança eu era "normal" em memporia e atenção, era uma excelente aluna...eenfim, o fato é que eu sigo estudando para concursos há 3 anos, até agora não obtive êxito...e a cada dia que estudo mais, parece que menos coisa fica "presa" na cabeça...esqueço matérias que acabei de estudar, me sinto triste por ser chamada de avoada, despersa...e para piorar o sentimento de inferioridade meu maior companheiro e incentivador tem uma memória de elefante! o que só aumenta meu sentimento de INCAPACIDADE! tento me situar afinal a criatura lembra de fatos desde o 1 ano de vida dele...então meu "parâmetro" é alto...mas a verdade é q eu não me sinto "normal" e não sei o que fazer. e sigo esquecendo chaves, aulas, celular...coisas ditas e prometidas por mim... ENFIM! vc conhece isso.
    eu não desiti de lutar.
    não desisti de procurar minha aprovação.
    mas às vezes sinto que sou minha pior inimiga. com certeza vc deve ter muitos leitores que também estudam para concurso (e o nível de exigência está cada vez pior) então gostaria que lançasse a questão a eles para saber o que eles fazem para assimilar melhor conteúdo e elevado nível de informações para registrar! obrigada pelo apoio, deus te abençoe!

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    1. É estudar pra concursos não ta facíl. Fui até chamado pra um que fiz... mas por causa do meu relacionamento eu não fui. Pq acredito que encontrei o amor da minha vida. Acho que você deve escolher concursos onde a matéria dependa mais de interpretação do que decoreba como concursos bancários. Essas são mais tranquilas pra mim pelo menos.

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    2. Olha, em primeiro lugar você jamais deve se comparar com quem quer que seja. Seu companheiro deve ter lá suas fraquezas. A comparação nos deixa ainda mais inferiorizados, tente evitá-la.
      Dois: passar em concurso é dificílimo! Existe um livro escrito por um Juiz de Direito que afirma que, em média, a pessoa passa na 14 tentativa em concursos públicos. Passar em concurso não ´pe apenas uma questão de estudar, as pessoas aprendem a fazer concursos. Não sei como chama o livro, mas procure que é muito útil.
      Três: não se mate de estudar. Uma coisa que nós TDAHs não temos muita é disciplina, mas é fundamental que vc "APRENDA" a estudar. Observe em qual momento do dia vc rende mais. Eu sou melhor pela manhã.
      Tenho um amigo que se dedicou por 4 meses a fazer concurso da Caixa. Pela manhã frequentava um cursinho e à tarde estuda por mais seis horas com intervalos a cada hora. Já está trabalhando na Caixa.
      Temos o péssimo hábito de nos diminuir ou de impor a nós mesmos objetivos quase inatingíveis.
      Pare e repense sua maneira de estudar.
      E trate-se, a vida é muito melhor qdo nos tratamos.
      Um abraço
      Alexandre

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    3. Amigo, espero que você tenha, realmente, encontrado o amor da sua vida. Até mesmo por que você abriu mão de seu futuro por ele.
      Boa sorte!
      Um abraço
      Alexandre

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  9. Depois de anos sentindo que o mundo está em minhas costas procurei um especialista, e a primeiro diagnostico... depressão, depois de um ano a base de remédio e mais um ano com psicologo, vejo minha vida voltando a situação antes da depressão.
    Fui então em um psiquiatra e o novo diagnostico, TDAH com desatenção, surpresso... fui estudar mais o assunto... me encaixo dentro de vários itens..... MEUS DEUS.
    Me receitaram Venvanse, eita remédio caro..... tomei o bendito..... Parecia outra pessoa, me assutei..... Vi pontos positivos no uso, mas fui conversar com o psicologo sobre o assunto, ele repudiou o uso e que eu deveria andar lentamete mas seguro, antes de tomar o elevador.
    Vi outros comentários em blogs no exterior sobre o Venvanse e outros remédioas para TDAH e me senti um usuário de drogas, principalmente de pacientes que sabe miligramas para cada função, mistura de antidepressivos, ansioliticos e outras coisas.
    Voce fica entre a cruz e a espada, e com o coração apertado em tomar um remédio que segundo a bula causa dependencia, já tive familiares que utilizavam drogas e já vi como a pessoa fica fissurada quando fica sem o produto.
    Não sou contra o uso, pois senti a diferença, tenho 40 anos minha vida está como um barco em mar revolto, fui criado com o grande preconceito que psicologo e psicanalista é médico de louco, tanto que ao tomar citalopram , precisava fazer isso escondido, pois em casa minha esposa falava que era veneno para o cerebro, então... quem está lendo este comentário, sabe como é dificil saber e não ter apoio, e ver sua vida se desmanchando.
    Vou agora um especialista em TDAH e vamos ver o que vai dar..... se devo tomar o remédio, farei isso no trabalho longe dos parentes, pois todos iriam me questionar, como ocorreu no citalopram.
    Desculpe o desabafo, sei que preciso ver o meio ponto de vista, mas quando temos o preconceito tudo é dificil.
    Anonimo - por causa do preconceito.

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    1. Anônimo4 de outubro de 2012 11:10

      Anonimo, não se importe com o que as pessoas falam.
      Se vc ficar nessa neurose, seu psicológico so atrapalhará.
      Eu estou tomando Ritalina, acho até que não é a ideal pra mim, tomo a de 10 mg, as vezes tomo 1 comp e meio, as vezes 2. Ainda não me sinto muito concentrada. Infelizmente a falta de grana não me deixa experimentar outra opção.
      SE vc sentiu os efeitos positivos do remedio, continue tomando, não se preocupe com nada.
      Pra mim a unica coisa que me incomoda na Ritalina, é a falta de apetite que ela me causa, estou emagrecendo. Mas tbm to numa fase tão difícil financeiramente, que isso até me favorece um pouco. No fim de semana não tomo.
      Acho que meu erro é que eu também não estou tomando regradamente nos horários.
      Vou passar a fazer isso.
      Queria tanto que esse site tivesse ECHO nas postagens...

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    2. Oi amigo anonimo...sei bem o que vc passa, além do preconceito ainda temos a duvida se realmente é isso que nós temos, recentemente fui diagnosticada, tenho um pouco mais de 30 anos, quanto mais leio sobre o assunto de tdah mais fico assustada, há pontos positivos sim não há duvida, mas também existe pontos negativos, as vezes me pergunto como será o resultado e a reação do meu corpo daqui ha um tempo, daqui ha alguns anos.. será que não poderá trazer mais maleficios do que beneficios.. muitos medicos se quer nos olha nos olhos em menos de 20 minutos vc tem um diagnostico e passa a tomar medicação que causa dependencia, sinceramente não sei o que é pior, ser dependente dessas drogas ou viver alienada ao diagnostico do tdah...

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    3. Oi amigo!
      Uma primeira informação: minha médica toma Venvanse, e eu não tomo por questões financeiras.
      Qualquer medicamento possui efeitos colaterais. Lembre-se: o que diferencia a droga do medicamento é a dosagem. Se vc tomar o remédio como manda o médico não haverá de ter problemas.
      Creio que os possíveis efeitos colaterais do remédio devem ser menores do que os efeitos negativos do TDAH em sua vida.

      Um abraço
      Alexandre

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  10. você tem como conseguir sua medicação pelo sus. informe-se a respeito! boa sorte!

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    1. Bem o Venvanse não está relacionado a medicamento de alto custo do SUS, "bem que poderia" o problema maior neste caso é a politica impostos deste medicamento, o que restringi muito o seu uso, o problema da Ritalina é a dosagem 2 comprimidos por dia e os picos, o Venvanse é somente 1 durante a manhã é o efeito é prolongado e constante.
      Anonimo - por causa do preconceito.

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    2. anonimo,

      Vc já usou o Concerta e o Venvanse? Gostaria de saber se gostou mais do Venvanse para estudar e memória?

      obrigado.

      marce

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  11. Caros,

    Uma coisa que muitas vezes proponho aos meus pacientes, é que eles constituam um advogado ou um defensor publico e entrem com uma ação contra o estado, para obter gratuitamente medicações de um custo mais elevado, tendo como base um principio do direito constitucional que aponta a saúde como direito de todos e dever do estado, e muitos conseguem esta medicação regularmente. É uma tentativa válida, tendo em vista que posologia fracionada da ritalina, é um pouquinho chata pro paciente adulto com TDAH, além de outros aspectos técnicos desfavoráveis. Se não me engano existem apontamentos no site da ABDA que mostram precedentes juridicos para estas situações.

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    1. Bem, pelo menos podemos tentar, né!
      Vou conversar com minha médica para ver isso.
      Obrigado Dr. Rodrigo.
      Alexandre

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  12. Gostaria que alguém comentasse sobre o Venvanse... se ele seria melhor que o concerta em concentração e memória. Já que o Concerta de 54 só me deixa mais zen, menos ansiosa.

    Marce

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    1. Oi Marce!
      Olha, eu mesmo nunca tomei, mas minha médica (que também é TDAH) toma e diz que é espetacular.
      Eu não tomo por que é caro demais!
      Converse com seu médico.
      Um abraço
      Alexandre

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  13. Ola Alexandre, parabens pelo blog. Depois de varios anos de muita luta interna, decepcoes, conquistas e derrotas, descobri atraves da internet que eu me encaixava no perfil de uma TDAH. Tenho 42 anos, dois filhos e um deles, hoje adolescente parece uma copia da minha. Passa pelos mesmos sintomas que os meus, a diferenca e que poderei ajudar.

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  14. O impulso ainda pulsa12 de março de 2013 às 00:34

    Olá!

    Depois de mais de um ano sem passar por aqui, resolvo voltar a ler seus excelentes textos e me deparo com essa bela e triste história. Inevitavelmente, fiz uma relação com outro caso, longe de ter um final feliz.

    Num reino próximo, havia uma pessoa. Não era príncipe; não tinha títulos de nobreza. Tratava-se de um reles plebeu; um pobre diabo, de origem humilde, que tinha um sonho: melhorar de vida e mudar seu destino.

    Ele sabia que a trajetória seria árdua. Não se importou. Seguiu em frente, confiante. Insistente, manteve o otimismo, mesmo diante das adversidades. Porém, foi surpreendido por algo maior e sucumbiu a uma assustadora realidade. Por mais que tentasse, seu sonho jamais se realizaria. Para comprovar o que, paradoxalmente, parecia escrito por um destino imutável, decidiu analisar seus passos.

    Mal começou a auto-observação, percebeu que seus projetos começaram, mas não tiveram fim. Se comparados às obras faraônicas espalhadas por aí, seus planos mais se pareciam com aqueles viadutos que ligam nada a lugar algum. Um amontoado de ideias sem valor. Tudo porque, com seu temperamento desmedido e indomável, o plebeu afastou todos aqueles podiam conduzi-lo ao caminho do sucesso.

    Chocado com o cenário sombrio que se abrira após ver ruir sua fantasia, o homem se fechou. Ensimesmou-se. Era agora amargo como fel e de uma acidez imensurável. Isolado, às vezes, pensava que tudo podia ter sido diferente se ele tivesse sido diferente.

    Todos os dias, sempre ao cair da tarde, sua voz era ouvida a quilômetros de distância. Amaldiçoava o seu jeito incontrolável de ser e a incapacidade de mudar o próprio destino. Estranhamente, as lamentações cessaram. Ou o homem morreu ou desistiu de viver.

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    1. Bela e triste história de todos nós.
      Esse cenário de projetos inconclusos é o retrato da minha vida pré tratamento.
      Mas, ergamos a cabeça e vamos enfrentar quem nos mina a força de vontade. O tratamento taí e não podemos negligenciá-lo.
      Um abração e obrigado por voltar ao blog.
      Alexandre

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  15. Gostaria de saber se algum de vcs, se equilibraram financeiramente ou são uma bagunça financeira até hoje. Tomo venvanse a um mês. Já cheguei a tomar 60 mg no entanto como tenho comorbidade com depressão bipolar voltei a tomar 30 mg e lamitor de doze em doze horas. Sempre tive todos estes sintomas e não sei se é por causa da depressão mais me sinto mais e mais incapaz de fazer coisas. Não terminei cursos,auto escola, não faço exames médicos, não possuo amigos, minha vida financeira é a mais bagunçada e endividada possível e agora que vou ficar noiva me sinto incapacitada para tal função.

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    1. Ola, anônimo! Essa é uma das minhas maiores dificuldades, equilibrar as finanças. Vivo pendurado, à beira da bancarrota.
      É um terrível desgaste.
      Abraços
      Alexandre

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    2. Então o que mudou ao tomar o remédio e fazer acompanhamento? Continuo desorganizada, falante (como sempre fui), impulsiva, com problemas financeiros graves ...não entendo para que tanto tempo de tratamento e remédios caros se não há solução. Melhor só tomar o de depressão pq ai não ficarei arrasada o tempo todo com minha situação. No mais como não vai mudar, só me resta aceitar. Alexandre, eu realmente gostaria de uma apanhado geral de sua vida antes do tratamento e depois pois dependendo para que tantos tratamentos e remédios se no final o problema é muito mais de aceitação e conformismo do que de melhoria. Desculpe novamente te perguntar mais é que me encontro desmotivada a continuar com tudo. Pensei até em suicídio mais como me foi arraigado a historia de vc sofrer pelos seus atos no plano espiritual e retroceder resolvi que não é uma alternativa.

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  16. Ei Alexandre, gostaria muito que você me respondesse a pergunta que te fiz acima... estou me sentindo o coco do cavalo do bandido. Queria saber também se quando você tomava venvance o remédio te dava um pouco de depressão. Nos primeiros dias eu realmente até senti uma euforiazinha, me senti mais concentrada sim... mais passou agora não estou ligada no 220 nem 110 na verdade sinto que agora me encontro pior pois percebo ao meu redor a realidade e ela é horrível( eu nunca tinha visto, juro, eu nunca tinha percebido.) Percebi que não importa o quanto eu jogue, não ganharei na mega acumulada, não importa o quanto eu queira nunca conseguirei milhares de coisas que para mim estavam ali e em qualquer dia desses esbarraria com elas e elas seriam minhas. Sinto que estou perdendo controle da minha vida, antes não saber que tinha uma doença e viver uma vida de fantasia do que agora me privar de qualquer fantasia possível pois sei que não adianta sonhar... por fim: so queria saber como vc se sentia emocionalmente ao tomar o venvance e agora ao tomar ritalina como vc se sente.

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