segunda-feira, 22 de outubro de 2012

TDAH, UMA ARMA PODEROSÍSSIMA A NOSSO FAVOR








"Temos que aceitar que temos "armas poderosíssimas" que a maioria dos "atentos" não tem!! "
Essa frase acima é de uma leitora, que é médica, que em seu primeiro comentário afirmou ter dois anos e seis meses de vida. O tempo em que foi diagnosticada como TDAH.
Ao ler essa frase me de um estalo: uai, não é que ela tem razão!
E aí emendo com uma afirmativa recorrente de meu amigo 'Frank Slade': o TDAH que nos derruba é o mesmo que nos dá força para nos reerguer.
Pensem comigo, nossa vida é subir uma ribanceira empurrando uma enorme pedra, e conseguimos subir. Imagine se subirmos essa mesma ribanceira sem a pedra! E o que vai fazer a pedra sumir, ou ter seu peso reduzido é o tratamento.
Os 'atentos' não estão acostumados a enfrentar os sabotadores como nós, não sabem armar estratégias para burlar a desatenção, não tem a nossa capacidade de se encontrar em meio ao caos de nossa desorganização, os 'normais' não possuem nossas armas para conter a procrastinação.
Certa vez assisti a um filme chamado Perdas e Danos. No filme um político inglês de projeção, envolve-se com a noiva do próprio filho. A descoberta da infidelidade da noiva com seu pai acaba por provocar a morte acidental do rapaz. As consequências são as piores possíveis; a carreira de político acaba ali, o seu casamento também, o relacionamento com a noiva do filho também. Mas a certa altura, numa conversa com sua ex futura nora, ele ouve a seguinte frase: cuidado com as pessoas sofridas; elas sabem sobreviver.
Podemos adaptar essa frase para nossas vidas: abram alas para os portadores de TDAH, eles sabem sobreviver!
Aproveito a carona do comentário de MariJu para relembrar as palavras de minha coach Luciana Fiel em nossa última reunião do Mente Confiante: o que nós precisamos é dar ênfase ao reforço positivo. E foi isso que a MariJu falou, enfrentar o TDAH nos dá armas e forças muito além do normal. O exercíco do TDAH nos dá músculos aptos para a vida, para os desafios da vida atual.
Se conseguirmos reduzir o peso dessa pedra teremos músculos altamente qualificados para superarmos os 'atentos'.
Não que seja importante superar os 'normais', o mais importante é nos sabermos preparados para competir nessa vida louca que todos nós, TDAHs ou não, levamos hoje em dia.
Levantemos a cabeça e saibamos extrair o positivo daquilo que nos dificulta a vida.

13 comentários:

  1. De várias formas, o treinamento para convicenvia com o tdah me ajudou mais que o normal, várias vezes bolo soluções para coisas intrigantes, sendo que no início, eu não fazia idéia de como resolver as coisas....

    As vezes eu ando refletindo sobre minha vida, e ontem mesmo eu pensei... se eu não tivesse TDAH, como teria sido minha vida...

    resultado, seria apenas mais um homem feio no mundo.... e só...

    Mas com TDAH, eu sou um homem feio com um grande potencial....

    Tenho 23 anos, mas não faço idéia das coisas grandiosas que ainda terei capacidade de fazer até o findar de minha vida...

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    1. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
      É TDAH mesmo, né?
      Faz um monte de elogios a si mesmo e depois se detona!
      Só mais um homem feio no mundo, kkkkkk.
      Assim somos nós, mesmo quando nos elogiamos nos auto sabotamos.
      Muito bom!
      Um abraço
      Alexandre

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  2. Meu caro amigo Alexandre,

    andei sumido, escrevi pouco, li menos ainda, mas hoje resolvi ler e, logo de cara, li sobre um sentimento recorrente em mim, os sonhos sobre a tal da mega-sena. Engraçado como os pensamentos entre os 'tdah's' se confundem, esse é um pensamento recorrente meu também, sempre imagino que continuaria a ser um cara humilde, tranquilo, amável, mas com muuuuuuita grana! hahahaha viajaria o mundo todo, compraria as coisas urgentes e aplicaria todo o resto, viveria apenas de rendimentos, o que não seria pouco, sempre imagino uma vida assim, com uns 50 a 80 mil reais por mês, mas também não jogo! hahahahaha
    E, como bom TDAH que sou, divaguei durante o comentário e perdi o fio da meada... Então, voltando ao que ia dizendo, sempre me identifico absurdamente com seus textos, com as situações que você vive, nada se compara a sensação de viajar de carro sozinho, ouvindo música (ou não), livre pra pensar no que quiser, sem ninguém pra incomodar! Desde o meu diagnóstico e o início do meu tratamento, tenho me descoberto um cara extremamente ligado a mim mesmo, apaixonado por minhas próprias razões, não tenho tido a necessidade de antes de me ver cercado de gente o tempo inteiro, pelo contrário, tenho tido a necessidade de ficar sozinho, as vezes, e imerso em mim mesmo. Li esse texto, e fiquei extremamente feliz pela citação atribuída a mim, significa que eu não falei tanta bobagem assim.. hahahaha porém, apesar da citação, não posso deixar de comentar o texto em si, pois é um ponto que nunca havia pensado a respeito, nós sabemos sobreviver. Imagina se não houvessem pedras pra carregar morro acima? Imagina quando descobrirmos o meio de simplesmente arredar pro lado e deixar a pedra rolar morro abaixo e subirmos livremente? Ninguém nos pararia! Somos inteligentes, somos criativos, somos capazes. O TDAH é o nosso lobo, mas é o nosso gozo. Cada vez mais me apaixono por ele, cada vez odeio-o mais. Com a intensidade inerente à ele. Quando descobrir o meio pra chegar pro lado e deixar a pedra rolar livremente e subir livremente também, por favor, me avisa. Se um dia eu descobrir como fazer isso pode ter certeza que eu também vou correr aqui pra te avisar! hahahahahaha

    Forte abraço!

    Frank Slade.
    www.suchaweekend.blogspot.com

    (deixar o endereço do blog aqui né? é o único lugar que eu o divulgo! hahaha)

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    1. Frank, estou aguardando ansiosamente pelo dia em que você vai vir me avisar. kkkkkkk
      O problema do TDAH é esse, no papel (ou no PC aqui no nosso caso) é tudo tão simples...
      Na vida real é um pouco mais difícil, né.
      Quando eu olho pra trás fico pensando: como cheguei aos 52 anos? É muita luta, muito tombo, muita decepção.
      Sempre me lembro de uma entrevista que fiz e o cara do RH da empresa falou assim: rapaz você tem um potencial enorme! Poucas pessoas aos 21 anos tem um currículo como o seu.
      Pois é, ficou nisso. No potencial.
      Triste, né?
      Um abraço amigo, some não!
      Alexandre

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  3. Só tenho a dizer que esse mundo TDAH é foda. Muitas vezes eu o odeio. Ao contrário de vc Alexandre, eu dormiria o dia, a noite inteira. Ando sem ânimo para absolutamente nada. Acho que estou em crise existencial rsrsrs. E também acho que se algum dia eu realizasse o sonho de ganhar na Mega (claro para isso assim como vcs eu teria que jogar, mas mesmo passando em frente a lotérica direto, eu não consigo entrar, fico pensando, já que eu não vou jogar os números certos, pra que então vou ficar quebrando a minha cabeça?) enfim, se um dia eu ganhasse, eu tenho quase a certeza que eu não continuaria sendo humilde, boazinha e tudo o mais... Eu iria fazer tudo o que eu quisesse :( Não me orgulho disso... É acho que hj o TDAH está me vencendo, mas como legítima TDAH, eu vou me levantar... Mas valeu o desabafo. Abraço.

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    1. Oi Vanessa, não se envergonhe, creio que é muito provável que nenhum de nós continuasse a ser bonzinho.
      Eu falo que Deus tem de me ajudar muito, eu preciso achar um bilhete premiado da mega sena.
      Não desanime, nem todos os dias conseguimos derrotá-lo, mas é isso que ele quer: que você desista. Portanto, levante-se e vá jogar na mega sena.
      kkkkkkkk
      Abraços
      Alexandre

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  4. Alexandre, muito obrigada.

    Sabemos quão valioso é sermos entendidos, compreendidos ou simplesmente aceitos.
    Vivemos no limite da razão, nos subjulgando na maior parte do tempo e magoando quem mais amamos. Agora imagine esta realidade acrescida de variações hormonais capazes de enlouquecer o mais pacato e sensato dos seres? Trabalho, casa, filhos, marido, cachorro, amigos, compromissos diversos (contas a pagar, unhas e cabelo - o mínimo necessário apenas, afinal quanto mais compromissos mais exposição)...

    Quando não temos opção não temos escolha, senão realizar com o que dispomos! Somos escravos da realidade que criamos!!! Podemos "aprender" a realidade que quisermos! O TDAH nos faz sonhadores e todos os dias temos a oportunidade de sonhar novos sonhos e realizar novas realidades...

    Um abraço grato e sincero,

    MariJu.

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    1. Nossa, MariJu, lendo assim ficou ainda mais difícil. rsrsr
      A parte de magoar as pessoas que amamos me incomoda tanto. Essa semana posso ter destruído meu quarto casamento por falar o que não deveria e ela não merecia. Vamos deixando os cadáveres ao longo da estrada.
      Creio que nossos sonhos é que nos alimentam e nos dão energia pra continuar seguindo em frente.
      Alexandre

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    2. Alexandre, Tudo bem?
      Desculpe-me, por ter ido tão fundo na ferida, mas como vivo com a sensação de que não fiz bem feito, ou que podia ter feito melhor, ou que podia ter sido melhor... Talvez tenha pintado um cenário bem mais soturno no post...

      Espero que as coisas estejam melhores com sua esposa...

      Me esforço muito para tentar ser uma esposa melhor e me ajudou muito quando, ainda muito no princípio da relação, entendi que não é porque meu marido não tem TDAH que ele não tem defeitos. Parece óbvio, mas a percepção de que nós dois temos que nos esforçar para sermos melhores um pro outro foi determinante para nos trazer ao longo dos anos... Assim, não precisava ser vítima quando sabia que também suportava seus desastres!
      Digo que olhamos para o mesmo horizonte, mesmo sendo bastante antagônicos. Time de futebol, religião, gosto musical, percepção estética, viemos de culturas familiares adversas, temos habilidades sociais distintas...
      Tudo isso nos difere, mas nada disso não nos afasta! Meu marido tem que me perdoar, assim como eu tenho que perdoar a ele!!

      Grande abraço,

      MariJu.

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  5. Criei uma página no Facebook chamada "Não sou ET, sou TDAH" e copiei este texto do seu blog, colocando seu link como referência, caso outras pessoas também se interessem. Fui diagnosticada no ano passado e por isso decidi criar a página. Justamente pra tentar mostrar pras pessoas o que é o TDAH. Parabéns pelo blog!

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    1. PARABÉNS DANNY!!!
      JÁ ESTIVE LÁ E ADOREI, VOU RECOMENDÁ-LA NO BLOG.
      OBRIGADO PELA CITAÇÃO E DISPONHA.
      ABRAÇOS
      ALEXANDRE

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  6. Ola, li o comentario de voces e fiquei com essa sensação de simpatia pois também tenho TDAH. Não sei quanto a voces, mas as vezes me pergunto se realmente devo fazer um tratamento.
    Comecei uma vez tomando Ritalina, mas sentia como se meu raciocinio/pensamentos fossem postos em um funil, e isso não me agradou muito. Apesar de poder pensar "melhor", me sentia limitado e então decidi parar.

    Li em alguns sites que essa tempestade de informações em nosso cerebro, nos deixa suscetíveis a depressão e problemas sociais.

    Ok, me senti "enquadrado" nesse sintoma, se é que ele existe.

    Mas gostaria de saber a opinião de voces, apesar dos efeitos colaterais do TDAH eu me sinto como se tivesse uma habilidade mas não aprendi como usa-la.

    Gostaria de saber de voces se só eu me sinto assim. Se alguém já conseguiu superar esses problemas, não me refiro a conviver com eles, mas sim a sobrepuja-los. Ou estamos fadados aos contras do TDAH, e o tratamento é a unica solução.

    Obrigado!

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  7. Me envolvi com um homem TDAH e notei que ele vivia em uma realidade virtual, nos sonhos que eram só dele. Isso me fazia sentir sozinha. Talvez o potencial que TDAHs pensam ter não seja tão bacana. O sentimento de afunilamento pode ser frustrante para quem se sentia ilimitado em possibilidades, mas talvez seja só uma impressão.
    Além disso ele trabalhava excessivamente, 16-18h/dia (o q também me fazia sentir só) e por isto ganhava promoções. Em um ano os colegas deixaram a empresa, provavelmente não queriam detonar suas vidas pessoais, como ele fez com a nossa.
    Foi minha experiência.

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