domingo, 9 de fevereiro de 2014
TDAH: A FRAUDE DA FRAUDE
Muito se diz sobre a existência ou não do TDAH.
Acho esse assunto um saco, mas é inevitável. Principalmente quando temos um chato que fica postando, aqui no blog, vídeos sobre a anti psiquiatria e contra o TDAH.
Esses dias recebi no Facebook um link para uma matéria num site de Portugal chamado Ciência Hoje. Confesso que ando um pouco cético sobre esses textos e vídeos sobre TDAH; a maioria deles é uma mera repetição ou é uma grossa besteira. Como eu já havia recebido um interessante da 'minha' Ana, resolvi conferir esse texto enviado pela Suelen. E me surpreendi tanto ou mais do que com o texto sobre o trânsito.
Um texto grande para os nossos padrões, cheio de termos científicos e citações, mas bom pra caramba. Esclarecedor e, acima de tudo, mostra o quanto o diagnóstico do TDAH evoluiu no mundo. Mostra também como os detratores do TDAH no Brasil são pouquíssimo honestos. Já existem, sim, exames de imagem que comprovam a existência de alterações no cérebro do portador de TDAH.
"Através de exame de PET comparativos entre pessoas diagnosticadas com TDAH e controles, Zametkin notou que o cérebro de pessoas com TDAH tinham um consumo de energia cerca de 8% menor do que o normal e que as áreas mais afectadas eram os lobos pré-frontais e pré-motores, que são responsáveis pela regulação e controle do comportamento, dos impulsos e dos actos baseados nas informações recebidas de áreas mais primitivas do cérebro como o tálamo e sistema límbico. Conforme estas novas evidências ficou claro que o TDAH estava realmente associado a alterações do metabolismo cerebral, acabando definitivamente com a dúvida sobre a real existência da síndrome e sua ligação biológica."
Lembrem-se de que o português do texto é de Portugal.
Quando defendo que o TDAH é uma doença biológica, não descarto de maneira alguma que ele deva ser tratado com auxílio de terapia, coaching e tudo o que for útil como ferramenta auxiliar de tratamento. O que defendo, é que sem o remédio é quase impossível 'enquadrar' o TDAH.
Acredito que o TDAH em adulto só tem um efeito pleno se for acompanhado de terapia. Os efeitos do TDAH em nossas vidas nos leva a criar defesas e estratégias de convivência com a doença extremamente nefastas para nós mesmos. Nos isolamos, desenvolvemos sentimentos de inferioridade, vontade quase patológica de correr riscos, criamos caricaturas de nós mesmos ( o esquecido, o esquisito, o namorador, o gastador, o radical...). Essas 'estruturas de personalidade' que criamos ao longo da vida são dificílimas de serem destruídas, nenhum medicamento tem esse poder, só uma terapia. O problema é que terapia custa caro, coching custa caro, e nem todo mundo pode pagar. E aí o tratamento fica prejudicado.
No post anterior, Walter Nascimento debatia com a Patrícia se o TDAH é ou não uma doença.
Faz diferença?
Faz.
Pelo menos acredito piamente nisso.
Nossas famílias encararão de forma diferente; nossos amigos encararão de forma diferente, os médicos encararão de forma diferente; NÓS encararemos de forma diferente. No fundo, no fundo, sempre existe aquela sensação - ou esperança - de que não seja uma doença e um milagre, um evento psicológico qualquer ( até uma pancada na cabeça , como nos desenhos animados) solucione nossos problemas.
Se for uma doença, como é, mas diagnosticada de forma cabal, indiscutível (como caminha para ser, em breve) tudo muda. Os detratores, os aproveitadores, os profetas do caos, os iludidos com as soluções mágicas desaparecerão; ficarão somente aqueles que sofrem da doença -nós- e as pessoas empenhadas em nos ajudar a minimizar os efeitos do TDAH sobre nossas vidas, sepultando definitivamente os comentários jocosos, as piadinhas infames, as reportagens tendenciosas e os videozinhos ridículos postados por esses idiotas, obtusos e infelizes.
Para quem quiser conhecer o texto inteiro, aqui vai o link:
http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=3902&op=all
Obs.: Para quem não o conhece, tem um maluco que fica postando links para vídeos nos comentários do blog. Não assistam, os vídeos são anti TDAH e anti psiquiatria, além de serem primários e infantis.
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Comecei meu tratamento recentemente, e sou TDAH e sinto melhoras surpreendentes, em breve, iniciarei uma terapia com meditação(cuidadosamente elaborada para portadores de TDAH) outrossim, esta terapia foi elaborada após pesquisa CIENTÍFICA, e PROVADA SUA EFICÁCIA, com portadores de TDAH, por MATERIAIS E MÉTODOS, ou seja, não se trata de" terapia do cogumelo do sol xing ling, da vovó Maria Conga", se trata de um trabalho científico feito por pesquisadores da UNIFESP.Como Portador de TDAH, vejo NITIDAS mudanças desde que iniciei meu tratamento medicamentoso, inclusive na minha auto-estima. Sobre quem diz que TDAH não existe, só um afirmação: "não estamos pedindo sua opinião", isso ja basta, amigo, nem se dê o trabalho de postar sobre isso, só nos, sabemos o que passamos, e deixe quem nao tem o que fazer falar com as paredes.
ResponderExcluirNo minimo é gente frustrada na vida que diz que TDAH não existe não é? posta aqui o nome do povo, só derrotado..cuidadar da vida dos outros = derrotado, por isso digo com certeza..que são derrotados..rsrs
Abraços meu amigo e boa recuperação para nós, que temos o problema.
Olá tudo bom? sou tdah também, tomo a medicação e tenho praticado uma técnica de yôga chamada pranaiama mais gostaria de conhecer esse método como faço? namaste!
ExcluirOi gente! Tenho TDAH e tenho o déficit de atenção, mas, além de ser muito desatenta, sou hiperativa. Tenho 20 anos e até hoje não consigo me controlar, tenho mania de ficar andando, "andar por andar" mesmo, não sei ficar parado por muito tempo, principalmente quando minha mente começa a se tumultuar com muitos pensamentos. Existe algum medicamento capaz de inibir este meu comportamento? Há algum medicamento que não trate apenas da falta de atenção, mas também da hiperatividade?
ResponderExcluirAbraços! Lídia.
Esse Alexandre e fogo! Quando vem com um post é quase como um tapa na cara, acorda qualquer um de sua fantasia.
ResponderExcluir1.000% Alexandre. É por estes seus textos que eu posso até ficar por aqui brincando com você, mas, no fundo, minha admiração e meu respeito são enormes
Muito obrigado, vc realmente tem muita importância na minha vida.
Grande Walter!
ExcluirNão me agradeça, amigo, você tem sido muito importante para mim e para o blog. Tenho andado meio afastado daqui, demorando muito a responder os comentários, você com suas intervenções inteligentes e pertinentes tem mantido o blog ativo. Só tenho que te agradecer. Não o fiz antes com receio de você se sentir obrigado a fazer os comentários e abandonar o blog. kkkkkkkkkk
Acabei de postar o link do texto que citei no post que eu havia ESQUECIDO de postar. kkkkk
Ai, ai.
Abração, amigo, obrigado
Abraços
Alexandre
Este comentário foi removido pelo autor.
ExcluirDE TDAH para TDAH: desde o início de Janeiro que eu percebi que você estava com "dificuldades executivas" em relação a este blog, mas não quis ficar instigando você pois sei que esta atitude só faz piorar: quando mais se cobra, mais a gente “trava”, tem que ter paciência e esperar o tempo da pessoa.
ExcluirNo mais, eu só fico preocupado porque quando você não fica por aqui, botando ordem na casa, eu me “solto” e às vezes posso exagerar nas brincadeiras e pirraças.
Quanto ao seu post, com a sua moderação, me sinto à vontade de dizer duas coisas aos meus iguais que ainda ficam discutindo se o TDAH é uma doença ou não:
1) ACORDA, GALERA, TEMOS SIM UMA DOENÇA. Não é questão de “ponto de vista”, de “abordagem”, etc.. Existem vários estudos com tomografia computadorizada e contrastes, que, por serem muito invasivos, somente são utilizados em pesquisas científicas, mas que mostram exatamente a diferença de funcionamento de nosso cérebro, ou seja, ele não funciona como deveria funcionar. Além do estudo sugerido pelo Alexandre, você pode colocar no Google TDAH x Tomografia; Vejam também os trabalhos do Dr. Paulo Mattos, em parceria com diversos outros pesquisadores, e, se tiverem paciência, vocês vão ver que todos os estudo são unânimes neste sentido: TDAH é, sim senhores, uma doença, uma disfunção biológica.
2) NEGAR ISTO, NEGAR QUE NÓS TEMOS UMA DOENÇA (INCURÁVEL, MAS TRATÁVEL), É NEGAR QUEM NÓS SOMOS, É SE ACEITAR APENAS EM PARTE, E RETARDANDO UM TRATAMENTO COMPLETO . Depois de pesquisar, se você ainda achar que tem apenas “uma personalidade diferente”, com ”traços positivos”, tipo “criatividade alta”, etc.., é porque você está se iludindo, ou por preconceito (“ai meu deus, eu não posso ser ‘um doente mental’, é mais bonitinho ‘ter uma personalidade diferente’”), ou tudo junto.
Eu disse que ia dizer duas coisas, menti, claro, pois eu vou dizer três:
3) Concordo com o Lider comunista chinês, Deng Xiaoping (quando a gente faz uma citação desta ficamos parecendo mais cultos, rsrsrs) quando ele disse que: “Não importa a cor do gato, o que importa é que ele pegue o rato”. Com isto quero dizer que se vocês se sentem mais felizes tomando a pílula azul do filme MATRIX, e querem acreditar que TDAH não é uma doença, tudo bem para mim, mas desde que vocês se tratem. Se a sua estratégia de lidar com esta doença é exitosa, você pode dizer dela o que quiser, mas, cuidado, esta atitude acaba prejudicando o tratamento de outros TDAHs.
Eu acho este assunto superado, mas adoro o bom debate, apenas lembrem-se que vivemos em um mundo da informação. É sempre bom pesquisar e filtrar os assuntos que vocês quiserem debater e, se a sua pesquisa for melhor que a minha, eu tranquilamente mudo de opinião.
Por fim, caro Alexandre, é inegável que o TDAH é uma doença, mas, entre outros pontos negativos disto, acho que fatalmente as seguradoras de veículos vão acabar incluindo isto no perfil dos segurados e aumentar o valor do prêmio para quem tiver TDAH (e com razão, né?).
Grande abraço a todos.
Não encontrei os artigos científicos do Dr. Paulo Mattos, somente o resumo de cada um, não na íntegra. Ainda em dúvida sobre a diferença entre doença, transtorno, síndrome, distúrbio.
ExcluirInclusive neste fim de semana tava lendo o Livro do Dr. Paulo Mattos, chamado "No mundo da Lua", na 4a edição, pgs 31 e em um local mais para o final que não lembro a página (saltei algumas partes), no qual ele expressa (na pg 31) como "...temos que admitir que existem coisas legais, embora isto nem de longe possa ser a regra....".
Prefiro ver a vida de um forma mais leve, porque para ter consciência da importância de todo o tratamento necessário, não é preciso ficar se condenando o tempo todo como doente mental. O sentimento de pena das pessoas "ditas normais" para conosco não ajuda em nada no tratamento. Ou estou errada?
Evolução e felicidade para todos nós
Patricia
PS:
ExcluirMe chamou especial atenção a parte do texto acima que diz: " Essas 'estruturas de personalidade' que criamos ao longo da vida são dificílimas de serem destruídas, nenhum medicamento tem esse poder, só uma terapia. O problema é que terapia custa caro, coching custa caro, e nem todo mundo pode pagar. E aí o tratamento fica prejudicado.".
Se os profissionais de psicologia e de coaching não tratam doenças e tratam comportamentos, concordo com a importância de saber a diferença entre doença, transtorno ou síndrome (por isso fiquei em dúvida) por que isso terá relevância na estratégia/conduta de tratamento.
Assim como o Walter, gosto do bom debate, onde as informações são fundamentais para o posicionamento, sem problemas em ser flexível desde que haja dados científicos que comprovem, os quais não encontrei no Oráculo Google, nem em outros artigos lidos.
Grande Abraço à todos
Patricia
Patrícia, maldade sua. Por sua causa achei uma boa desculpa para parar de trabalhar, e deixar meu pessoal de cabelo em pé, pois, em vez de dar uma série de orientações para eles atenderem a um prazo hoje, estou aqui papeando (dificuldade executiva).
ExcluirO que é um corpo doente? para mim, é quando um órgão do corpo não funciona como deveria funcionar, e causa prejuízos por conta disto, mesmo quando este não funcionamento possa trazer (em qualquer grau) um benefício.
Além do link do Alexandre, é só colocar o assunto que pulam trabalhos, um mais rápido e menos árido esta aqui: http://www.medcenter.com/medscape/content.aspx?id=32525&langType=1046.
Transcrevo uma parte:
"Num recente estudo de revisão do nosso grupo de pesquisa em TDAH, as regiões com maior número de anormalidades são:
a) o esplênio do corpo caloso;
b) o giro do cíngulo;
c) o núcleo caudado;
d) o cerebelo;
e) o estriado;
f) o córtex frontal;
g) o córtex temporal.
As regiões encefálicas onde as anormalidades são observadas em estudos de tensor de difusão, volumetria, espectroscopia e espessura cortical são as mesmas envolvidas descritas em estudos com ressonância magnética funcional."
Agora, estas anomalias me fizeram adquirir tremendas comorbidades, tipo: complexo de inferioridade, baixíssima auto estima, toques, tiques, mentir demais, não saber dizer não, etc. etc. etc. e muitos mais etc...,
Como trato isto? a medicação não cura isto, ela melhore alguns aspectos, mais os problemas que o TDAH criou na minha vida somente por terapia e, estou esperançoso, com o COACH.
O próprio Dr. Paulo Mattos afirma que quando o TDAH é diagnosticado cedo em crianças, se elas tiverem um bom tratamento terapêutico, em alguns casos é possível dispensar a medicação.
Agora, pegue uns burros veios iguais a mim e o Alexandre, que somente descobriram que não são uns párias do mundo na fase bem adulta, cheios de mazelas psicológicas criadas por esta "maravilha" do TDAH, e ai, amiga, tem jeito não, para consertar agente só com MEDICAÇÃO, TERAPIA, COACH e, quem sabe, até macumba.
A noite, antes do efeito da medicação passar, vou ver se faço igual o maluco aí em baixo e vou postar uns links de trabalhos científicos publicados em revista de medicina renomadas.
Grande abraço. Estou escrevendo super correndo. tchau.
Oi Walter, não entendi por que maldade? e qual sua boa desculpa para deixar de trabalhar? rsrsrsrrs... pois, deixar pessoas de cabelo em pé, o tempo todo e todo o tempo se torna comum com os sintomas negativos rsrsrrsrsrrsrs.....também tive dificuldades executivas hoje.
ExcluirEntendo como comorbidades outros transtornos que possam aparecer mas que tem características diferentes, tais como depressão, ansiedade, TOC, entre outros, pois complexo de inferioridade, baixa auto-estima, não saber dizer não, no meu humilde ponto de vista, já estão inclusos nas características do TDAH.
Citei os profissionais de psicologia porque, muitas pessoas (cidades pequenas, aff) acham que o psicólogo é médico de louco, mas o detalhe é que tais pessoas (geralmente são pessoas ditas “normais”) nem sabem o que é ser "louco", e nunca passaram por consulta psicológica, e estigmatizam, rotulam comportamentos para se beneficiar da desgraça alheia. Por isso vejo como auto-condenação o fato de não enxergar nada de bom em si mesmo.
Dos vários lugares que li, os efeitos da Ritalina seguem desconhecidos a longuíssimo prazo, gerando a informação de que se parar a medicação, os prejuízos voltam (não sei).
E o Dr. Paulo Mattos, afirma no livro "No mundo da Lua", na 4a edição, pg 147 e pg 149 e 158 que ainda existem muitas controvérsias, e que a medicação tem maior eficácia que a psicoterapia. Entendo seu ponto de vista, pois também descobri na fase adulta... prejuízos quase incontáveis...
Macumba? E os profissionais escolhidos não se garantem não? Rsrsrsrrsrs... Será de grande ajuda se postar os links, ajudará várias pessoas.
Grande Abraço
Patricia
Patrícia,
ExcluirEscrevi por meia hora. Depois me arrependi de tudo e apaguei. O dia não está bom não.
Tô de recesso.
Pessoal, lendo os comentário, resolvi colocar minha opinião, porque penso que todas aqui são válidas. Na verdade, é até um exercício passado pela minha COACH, de me expor um pouco e lidar com a repercussão das minhas ideias. Acredito que, doença ou não, o importante é tratar. Para nós, que descobrimos já adultos e cheios de complicações talhadas pelo tempo e desconhecimento, o importante é tentar melhorar, cada um, nos aspectos que mais incomodam. Acredito que nenhum dos elementos que integram tratamento farão mal, a não ser para a conta bancária, rs. Medicação, terapia, coaching, etc, tudo será válido, se tivermos consciência de que queremos crescer.
ExcluirLógico que falar é fácil, na prática não é tanto, e posso dizer por experiência própria.Tenho dias bons e muitos ruins. E momentos como agora, em que me sinto perdida, porque acho que o medicamento não funciona mais. Também escrevi este monte e ia apagar, como o Walter... mas acho que vou arriscar postar ;)
Boa Ana, gostei.
ExcluirEu tava meio que dando um tempo no blog, pois minha cabeça deu uma "travada" estes dias, mas me animei com seu comentário.
É doença, sim, mas, no fundo, no fundo, e desde que nós sejamos respeitados enquanto TDAH,s, o que vale é que, e me permita reproduzir parte do seu texto com destaques:
"o importante é tratar.
Para nós, que descobrimos já adultos e cheios de complicações talhadas pelo tempo e desconhecimento, o importante é tentar melhorar, cada um, nos aspectos que mais incomodam.
Acredito que nenhum dos elementos que integram tratamento farão mal, a não ser para a conta bancária, rs. Medicação, terapia, coaching, etc, tudo será válido, se tivermos consciência de que queremos crescer."
No final, é isso mesmo.
OBS: Eu estava procrastinando entrar em contato com uma COACH que me indicaram, mas seu texto me deu um ânimo a mais para procura-la. Obrigado.
Walter, procure sim. Talvez você tenha a mesma dificuldade que eu, acho que posso chamar de procrastinar também... mas comigo é uma espécie de não começar por medo de não levar adiante (como geralmente acontece). Por medo da frustração do não conseguir, acabo nem começando. Comece com os pequenos passos, e não pense no resultado como um todo, ainda. Funcionamos melhor assim, vai por mim! Primeiro mande o email para ela e espere o retorno. Só depois pense no próximo passo... Quando consigo fazer isso, consigo terminar os projetos maiores, e começo sentir segurança para os demais. Isso, quando o TDAH não me afoga... rs
ExcluirQue bom que você não apagou , Ana, foi muito legal seu comentário. Obrigado por sua nova participação. Vendo você falar lembrei-me de minhas sessões com a Luciana Fiel; ela fala sempre assim, Walter: 'Como a gente come um elefante? Aos pedaços, de pouquinho em pouquinho'. Pois é, mande um email pra ela, vc vai gostar.
ExcluirAbraços a vocês dois.
Alexandre
Olá.
ExcluirEu sempre tentei negar a existência do TDAh.Mas hoje , depois de muito lutar contra e evitar medicamentos, sinto que preciso procurar um médico.
Sou uma pessoa muito racional e equilibrada. Mas há momentos de ansiedade, principalmente quando estou sem nada pra fazer que tenho crises.
Só agora fui perceber que isso já fez com que eu desmanchasse muitos relacionamentos.
Tenho pena do meu namorado, as vezes a noite quando tenho essas crises perco a razão , brigo por motivos bobos, ou até por conta da hipersexualidade que pode ocorrer no transtorno. Ele tenta me animar, tenta conversar, parece se sentir culpado. E infelizmente meu raciocínio na hora não funciona, durmo furioso e no outro dia acordo como se nada tivesse acontecido gostando ainda mais dele.
Tentei diminuir o TDAh por meio dos estudos, só que estava ficando cansado, com dor na vista e enxaqueca.
Estou pesquisando sobre o assunto e realmente também chego a mesma conclusão. Não se dá pra negar a sua existência.
Olá Alexandre e colegas, descobri este blog neste final de semana, no auge de uma crise. Precisava de conforto, e este blog é show (TDAHs sempre tem altas expectativas) parabéns Alexandre.
ResponderExcluirBem vou tentar resumir um pouco a coisa: descobri que sou TDAH aos 41 anos, estou com 46. Foi um alívio e um susto. Alívio porque descobri que sou um ET com colegas e susto porque nunca imaginei que era pelo TDAH que me sentia tão diferente dos outros. Estou lendo todo o blog aos poucos, me identifico com quase tudo, digo quase tudo, porque algumas poucas coisas superei. O Alexandre coloca em palavras, muito bem postas, o que sentimos. É para rir e chorar.
Gostaria de compartilhar uma questão. Antes de saber que tinha TDAH, resolvi emagrecer (TDAH geralmente tem compulsão alimentar, ou seja, não é que você fica assaltando a geladeira e comendo a toda hora, mas há uma falta de conexão cérebro x saciedade. Comecei a tomar Sibutramina, primeiro de laboratório (me deixou nervosa) depois manipulada. Bingo, parecia milagre. Minha saciedade ficou normal, sem compulsão e minha procrastinação desapareceu e conseguia ir até o fim das coisas. Emagreci e fiquei produtiva. Fiz em dois meses, coisas que com certeza empurraria por anos, com prejuízo de vida e culpa. Ok, estava no paraíso até que minha endócrino disse pronto emagreceu e a Anvisa disse que quando se atinge o peso certo tem que parar de tomar o remédio. Que? Como assim? E a manutenção como fica? Não fica, inferno de novo. Fui fazer orientação profissional com uma renomada pessoa da área. Meus maiores problemas estão nesta área e descobri que não existe Orientação Profissional para TDAH. Há uma tentativa de psicólogos de Minas que tive contato, mas muito insipiente ainda. Aí descobri que sou TDAH, não pela psicóloga, mas porque resolvi fazer umas pesquisas e por ler o livro da Ana Beatriz na mesma época. Fiz os testes com um psicólogo e um psiquiatra e comecei a tomar a Ritalina. Pensei: se a Sibutramina fez milagres , imagina o que a tão falada Ritalina pode fazer. Decepção. Tomei por 6 meses. Não gostei, me deixava robotizada, os efeitos não foram de produtividade, me deu foco artificial que não me serviu para nada comparado com os efeitos da Sibutranina. Disse isso ao psiquiatra, mas ele não deu bola, continuou com a Ritalina. E quis me dar Sertralina. Aí sofri um acidente e tive que ficar parada 6 meses. Sei que cada um tem uma reação com medicamentos, mas gostaria de saber se alguém que tem TDAH já tomou Sibutramina e sentiu o mesmo. Atualmente estou sem tratamento, não tenho condições, muito caro pagar médico, medicamentos e acompanhamento. Tentei tratamento no Hospital das Clínicas (sou de São Paulo) mas nada. O que tem me segurado e melhorado é o uso de florais. Descobri também que glúten e açúcar são venenos para energia de TDAH e que a Piridoxina (Vitamina B 6 ajuda e muito no controle das explosões. Ah, acupuntura com um bom profissional também é ótimo para acalmar a ansiedade. Gente desculpe o tamanho, mas é o que consegui resumir, rsrsrs. Abs Rita
Boa noite Alexandre, espero que você esteja bem. O problema meu amigo, é quando você faz o SPECT, leva para dois "grandes especialistas" de TDAH no país e ambos tem opiniões diametralmente opostas sobre o resultado. Talvez esteja na rivalidade e falta de consenso entre os profissionais da área, a raiz da frágil estrutura que sustenta o TDHA em nosso país. Abração. Diego.
ExcluirPARA RITA
ExcluirOi Rita, muito interessante o que vc escreveu. Eu tenho 35 anos e uns 10 anos atrás, quando eu não sabia que tinha tdah, eu tomei sibutramina para emagrecer.
Lembro que quando eu comecei o tratamento, meu comportamento mudou um pouco, eu era muito procrastinadora, desatenta, avoada, eu era até mais calada.
O sibutramina pra mim foi um ótimo estimulante, eu tbem fiquei uma pessoa mais ativa, mais produtiva, concentrada, e te confesso que adorei esse resultado em mim, fiquei bem surpreendida. Mas lógico que não tomei por muito tempo, tenho ciência que a gente não pode tomar essas coisas durante muito tempo.
Hoje eu tomo ritalina, tive muita esperança que fizesse o mesmo efeito da sibutramina, mas não foi bem assim.
Bom gente, não recomendo a ninguém ficar tomando esses medicamentos pra emagrecer, confesso que gostava dos resultados, mas o sibutramina me tirava muito o sono e eu ficava exausta.
Alexandre, que boa notícia saber que agora existe uma forma melhor pra diagonosticar tdah. Quem sabe agora não surjam novos tratamentos?
EVA
Olá Eva, meu sono era ótimo e ficava sempre disposta. Pessoal, isto não é apologia ao remédio, é saudades dele mesmo, kkk. Mas não consigo entender como só existe praticamente uma solução (Ritalina). Como não existem outros compostos que façam com que nos sintamos melhor. Rita
ExcluirBoa noite a todos, então Alexandre este mesmo texto que se referiu um amigo me enviou por email(pois não tenho facebook). Então o indaguei o que ele achava sobre tda,pois somos amigos desde a infância e respeito muito a opinião dele.
ResponderExcluir"Um transtorno que ocorre no mundo todo que já teve mais de 200 artigos científicos, sendo que são publicados somente em revistas serias não pode ser considerado uma invenção. Em relação a comparação feita entre as crianças, feita em um dos textos eu concordo plenamente acho que TDAH e algo social e deve ser tratado com terapia, na minha opinião os remédios podem causar dependência. Em países que culturalmente a educação é mais rígida o transtorno TDAH é menos comum pois as crianças aprendem a ser mais disciplinadas. Posso até estar errado, mas penso que o TDAH é causado por falta de disciplina e este fator determina todos os outros fatores que tem mais relevância. Você pode achar que é influencia do texto mas na minha opinião não é um fator biológico."
Ithalo, eu não vou dormir se não comentar isto.
ExcluirO texto do seu amigo, do jeito que está, demonstra que ele não sabe de nada de TDAH. É um "avoado", falando do que não sabe, não viu, e não quer saber.
Primeiro, os mesmos artigos que ele cita e dá crédito, são os mesmo que dizem que o TDAH é derivado de uma desfunção de parte do cérebro, ou seja, determinadas regiões do cérebro não funcionam como deveriam funcionar, logo, o TDAH não é "algo social".
Quando ele diz que: "Posso até estar errado, mas penso que o TDAH é causado por falta de disciplina e este fator determina todos os outros fatores que tem mais relevância.", eu lhe digo o seguinte:
Se você é um TDAH típico, você foi uma criança totalmente impulsiva, inquieta, "satanás em forma de gente". Você deve ter quebrado vários ossos; Alexandre informa que quebrou oito, se não me engano. Eu, quebrei vários, inclusive consegui rachar a cabeça, a minha e a de outro menino.
Pois bem, morava no interior do estado, 45 anos atrás, família tradicional e "respeitada", e sabe como meus pais entenderam resolver o problema do filho "capeta"? Aplicando a filosofia do seu querido amigo, ou seja, "apertando a disciplina". E sabe como se "aperta na disciplina" com um filho? é isso mesmo, NO CACETE; NA SURRA COM CIPÓ; DEIXANDO A INJURA TRANCADO ENTRE GRADES, COM AS MÃOS DE FORA PARA A RUA, IMPLORANDO QUE ALGUÉM O DEIXASSE SAIR, igualzinho às cenas na televisão daqueles presidiários.
Pois bem meu irmão, se você é TDAH, espero que seus pais não tenham "apertado na sua disciplina", assim como espero que você não use este mesmo critério com seu filho. Com seu filho, sim, porque, para mostrar que seu amigo não sabe de nada, o TDAH é hereditário.
E sendo hereditário, pergunta ao sabe tudo do seu amigo desde quando uma questão social é retransmitida para os descendentes? ou ele acha que as girafas têm pescoço comprido porque elas ficam se espichando para se alimentar das folhas mais altas?
E sabe do que mais? bota o seu amigo na minha frente, pois, se ele for baixinho e magro (porque eu sou covarde, claro, e não tô mais em idade de ariscar esta minha unicazinha vida que tenho, rsrsr) eu vou é "apertar na disciplina dele".
É cada uma, "falta de disciplina"? #@$¨%&*(&¨¨%¨¨&U&¨%
Xiiiii! Alexandre, ôh Alexandre, se exagerei, corta meu comentário aí de cima irmão, é que não aguentei. Fica a seu critério, me incomodo não.
ExcluirBom dia Ithalo! Bom dia, Walter!
ExcluirRealmente, amigo Walter, você pegou meio pesado. Mas esse é um espaço democrático e respeito todas as manifestações que não agridam a ninguém pessoalmente.
Mas, Walter, o que disse o amigo do Ithalo tem uma certa razão; inclusive minha médica já falou sobre isso. Imagine uma criança desde a mais tenra idade sendo policiada e enquadrada por pais 'militares', que tudo proveem e tudo direcionam. A manifestação do TDAH será muito menor, principalmente em casa. O próprio medo dos pais obriga a criança a estudar, e cumprir suas obrigações. Claro que isso não serve para hiperativos atômicos como eu e você fomos. Mas para uma grande maioria encobre sim o TDAH. O problema vai se manifestar, provavelmente, na idade adulta. Sem o policiamento e a super proteção dos pais, esse TDAH vai 'cair de paraquedas' na vida e os problemas brotarão.
Ithalo, acho que existe uma certa confusão, o TDAH é uma doença biológica que gera distúrbios comportamentais - não sei se posso dizer assim - e claro que podem ser minorados e controlados com terapia e outras maneira de auto controle e auto policiamento. O remédio não causa dependência, isso é falso, tomo minha Ritalina a três anos e por vários momentos suspendi meu tratamento, por falta de dinheiro, por esquecimento de comprar, de pedir receita à minha médica, por achar que dava conta sozinho, e jamais tive qualquer sintoma de síndrome de abstinência. O que ocorre é que todos os sintomas voltam, claro, se você parar de tomar um remédio para hipertensão sua pressão volta a subir. Dependência, não, é mentira.
Minha filha tomou e parou, minha irmã tomou e parou. Ambas acharam que a Ritalina as deixava nervosa demais; minha filha tinha dores de cabeça insuportáveis.
Pararam assim, de estalo. Sem nenhum efeito negativo por isso.
É isso, Ithalo, perdoe o excesso de ânimo do nosso amigo Walter, mas tudo na vida tem mais de um lado, às vezes mais de dois, então, não vamos nos agarrar em uma única opinião e perder a chance de conhecer todas as outras que podem nos enriquecer e melhorar as nossas vidas.
Abração
Alexandre
PS.: Obrigado por sua participação contínua no blog, ajuda muito a todos nós.
Boa noite a todos, na verdade Alexandre sempre que posso estou aqui,mas na maioria das vezes apenas para ler. E nem levei pelo lado ofensivo o que o companheiro Walter disse,pois se ele conhecesse meu amigo, iria entender que não foi por maldade a opinião.
ExcluirReferente a questão de criar os filhos com extrema rigidez,
os fins justificam os meios? Isso não resultaria em um adulto mais solitário que o normal? Mais egoísta?(isso está sempre preso a mim,igual minha sombra)
Por mais que existam várias fontes a respeito do tda, infelizmente a maioria das pessoas são incapazes de entender o que passamos, ou dizem achar que entendem, mas não é bem assim. Minha família sabe que sou, mas poucas pessoas do meu convívio em geral sabem,devido a ignorância ou até mesmo pelas maldades que são capazes de fazer. Por exemplo já recebi apelidos por ser extremamente desastrado e gostar de estudar.
E Walter, sempre que quiser responder,não se acanhe, :) ,pois vejo credibilidade no que escreve.
É isso aí Ithalo! O Alexandre até tentou botar pilha em você Contea mim, mas somos iguais, nós nos compreendemos.
ExcluirGrande abraço irmão,e como diria o poeta: beijo em seu coração.
kkkkkkkkkkkkk
ExcluirVocê não tem jeito Walter!
Botei pilha nada!
Abração
Alexandre
Boa noite.
ResponderExcluirA respeito da influência de uma criação rígida, minha experiência não comprova essa teoria. Quando criança eu sabia das consequências de ir mal na escola. Era espancamento. Eu nunca fui revoltado, não fazia ou deixava de fazer qualquer coisa para provocar propositalmente a ira de uma pessoa completamente descontrolada que era responsável pela minha criação. Eu simplesmente fazia ou deixava de fazer porque era minha natureza. Cabulava aula já aos seis anos de idade. Nunca fiz um dever de casa sequer, nunca estudei para uma prova. As consequências eram sempre as mesmas, mas eu não deixava ser ser como era. Pra mim era inevitável, como gado que caminha para o abate. Eu não tinha opção. Só hoje consigo enxergar isso.
Com relação à Ritalina, acho interessante como tem efeitos diferentes dentre os indivíduos. Só depois de começar o tratamento com ela, aos 29, descobri o que é concentração.
Eu fui bom aluno até a sexta série, daí pra frente que destrambelhei. Uma turma mais tranquila e a rigidez de casa me mantinham dentro de limites. Os 14 anos, mudei para uma turma da pesada e me juntei a eles. Daí pra frente foi só tristeza.
ExcluirAbraços
Alexandre
Olá Alexandre! Olá Walter!
ResponderExcluirPassando para lembrar de postar os links dos artigos científicos prometidos pelo Walter, pois o oráculo Google ainda não localizou...
Evolução e felicidade para todos nós
Patricia
Excluirhttp://adhd-npf.com/english-adhd-history-1798-alexander/
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44462000000600003
http://www.dsm5.org/Documents/changes%20from%20dsm-iv-tr%20to%20dsm-5.pdf
www.tdah.org.br
Cem Bilhões de Neurônios? Conceitos Fundamentais de Neurociência – Roberto Lent – 2ª Edição
Transtorno de Déficit da Atenção/Hiperatividade – Russell A. Barkley
ADHD – Attention deficit-hyperactivity disorder – An illustrated historical overview
- World Federation ADHD – 2013
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http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44462000000600003
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Patricia, esses links estão no site da minha médica, Valéria Modesto: www.menteconfiante.com.
Outra fonte de informações é o site da ABDA
www.tdah.org.br
Abraços
Alexandre
Obrigado Alexandre
ExcluirAbraços
Patricia
Obrigado Alexandre
ExcluirAbraços
Patricia
Olá pessoal
ResponderExcluirFiquei muito feliz em ler as indicações de vocês para o processo de Coaching para TDAH.
Tenho mediado muitas famílias e ajudado portadores a encontrarem sua verdadeira essência.
Trabalhar com vocês é um motivo de satisfação, vocês me ensinam muito e tenho a oportunidade de viver a minha missão.
Acreditem sempre, vocês podem muito mais do que imaginam.
Abraços corajosos
Luciana Fiel - Master Coach
www.lucianafiel.com.br