Quanto dura a eternidade para um TDAH?
Quanto dura aquele amor que juramos eterno?
Estamos preparados para amores duradouros?
Podemos viver com apenas um parceiro?
Nossa mente inquieta e insatisfeita sempre sonha com vários parceiros; não, vários ainda é insuficiente, sonhamos com todos. Com os possíveis e mais ainda com os impossíveis; sonhamos com aqueles que podem nos fazer mais felizes, mas também com aqueles que, sabidamente, nos fariam sofrer. Não importa, queremos tudo, queremos todos...
Mas, paradoxalmente, o que mais a mente de um TDAH sonha é a estabilidade. A mente inquieta, insatisfeita, curiosa, nos faz buscar tudo, o tempo todo, mas esgota-nos.
Ao mesmo tempo que nos impulsiona ao desconhecido, ao novo, ao imediato, nos cobra e nos tortura quando cedemos aos seus delírios.
E então nos deparamos com pessoas que se tornam mais que exemplo; inspiração! Um TDAH comemorando bodas de prata! Mais do que uma data, uma prova de amor, de estabilidade, uma lição de vida.
A belíssima cerimônia das bodas não me sai da cabeça. Seu significado, sua importância. Quanto essa estabilidade afetiva deve ter colaborado para o sucesso profissional do meu amigo? Muitíssimo, tenho certeza. E ele também deve ter consciência disso.
Não conversei com ele sobre isso, mas nem preciso.
Sei que ele descobriu na esposa todas as emoções que satisfazem seu TDAH. Focou nela e descobriu os prazeres imediatos que tanto sonhamos. Entendeu, as vezes até inconscientemente, que aquele amor lhe daria o estímulo pra viver e a estabilidade emocional que lhe faltavam.
E juntos se completaram, se acrescentaram e se descobriram melhores juntos.
Esse é o segredo!
Descobrir no outro o que nos completa. Entender que não é a variedade ou a mudança que nos trás a emoção, mas a intensidade com que se vive esse relacionamento. Seres humanos são multifacetados, trazem em si todas as possibilidades do mundo; basta saber descobrir, querer descobrir...
E querer ficar...
E querer...
E ficar...
Parabéns e obrigado, Walter e Simone!
Estabilidade …. Estabilidade.
ResponderExcluirPalavra simples, mas a agonia interior de não conseguir tê-la sempre foi o meu terror.
Não falo de estabilidade de uma vida, nem de um ano ou de meses. Sequer falo de estabilidade de uma semana.
Minha luta é dia à dia … de quando acordo até o adormecer. Quero, apenas, chegar em casa à noite e dizer: ¨hoje foi um dia estável¨. Mas como é difícil, e são muitos os dias em que não consigo.
Sim, hoje aos 52 anos, feitos no último dia 05 de março com a presença de meu irmão em TDAH Alexandre, consegui uma ¨quase estabilidade¨. A impulsividade? ainda se faz presente; a procrastinação, esta terrível companheira? ainda se faz muito, muito, presente; a preguiça de gente? Tá lá, sim, com certeza.
Mas as coisas melhoraram sensivelmente.
O que me ajudou e me ajuda:
1) minha família, sempre presente e amorosa, me amando mesmo quando o filho/irmão caia;
2) a medicação, que no meu caso somente vim a descobrir aos 40 anos - tarde para corrigir todos as comorbidades que o TDAH de deixou de presente, mas ainda em tempo de me dar uma boa qualidade de vida -;
3) Alexandre Caldas Schubert, ou pelo menos o blog dele, que, aliado aos outros fatores, me deu condições de ter um perfeito entendimento de mim mesmo e da minha doença do TDAH, resultando no ¨autoconhecimento¨ que reputo indispensável para uma paz interior.
Tudo isto me trouxe muita paz, uma excelente auto estima e … sim, estabilidade.
Quanto a ter um único amor? Sim, conheci minha linha e amada Simone aos 16 anos e junto com ela estou estes 35 anos de vida, sendo 10 de namoro e 25 de casados.
Só um reparo Alexandre: eu sempre soube as qualidade da mulher que estava ao meu lado, por consciência ou por intuição. Dignidade, força intensa para superar as adversidades, parceria, amor, carinho, bondade … inúmeras. Mas, se estamos tanto tempo juntos, aí não é mérito nenhum meu, muito ao contrário, pois, como TDAH, fiz muitas merdas suficientes para afastar qualquer mulher do lado de um homem.
Mas a minha Simone, não. Rebatia, rechaçava, esperneava, brigava, e, quando tudo parecia perdido, ela vinha, me perdoava, me ajudava, ombreava comigo para superar as adversidades por mim mesmo criadas, me amava, me beijava e…. Juntos avançávamos e avançamos.
Sim, Simone, com sua força, dignidade e amor, foi e é a minha estabilidade, como senti que a sua Ana também é, e lhe será, desde que você dê uma chance para isto.
E que venha a vida; e que venham os problemas; eles encontrarão um ser que continuará a se vergar de dor, mas jamais, jamais quebrará.
Beijos a todos, a você, a Ana (Ana é muito bonita, viu gente), e a todos os meus irmãos TDAHs.
Walter, que lindo depoimento seu, no fundo eu sonho com uma mulher, esposa, parceira que possa me compreender e me guiar nessa minha estabilidade intensa e não menos infantil socialmente, no entanto, compreendo que isso também é uma questão de sorte,encontrar um parceiro que possa lhe completar são para poucos, na maioria dos casais, eles acabam se separando, brigando e em alguns casos, tornam se inimigos, ou até mesmo vivendo uma vida de aparência. Nesse sentido sou pessimista quanto a isso, acredito que quem tem TDAH e encontra um parceiro para uma vida, são pessoas com muita sorte e também muita maturidade para não estragar ou jogar fora a oportunidade que a vida lhe concedeu. Meus parabéns.
Excluir''Instabilidade intensa'' rsr.
ExcluirQue texto lindo!!! Também comecei a tomar medicação tem pouco tempo aos 43 anos, depois de anos de médicos e médicos sendo diagnósticada com ansiedade, depressão e etc, finalmente encontrei uma psiquiatra que fez um diagnóstico correto. Vamos que vamos!!
ExcluirTexto lindo meu irmão! E lindo também o texto do Walter, sou irmã do Alexandre, e todos nós da família ficamos encantados e emocionados com a amizade que nasceu entre vocês através das palavras de desabafo, de troca, de dúvidas desse meu amado irmão aqui no blog. Desejo à você Walter e sua esposa muitas felicidades, paz e saúde para que outros 25 anos venham e mais outros e mais... Que esta amizade se estenda por muitos anos. Abraços carinhosos.
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ExcluirParabéns pelo texto e pelas bodas do seu amigo. O q ele disse nos comentarios sobre a "estabilidade do dia" me tocou. Sei bem o que eh essa sensacao.
ResponderExcluirE a frase do dia ou da vida é "Apesar do TDAH eu consegui e consigo." Parabéns Walter.
ResponderExcluirParabéns p Simone pq eu namorei um tdah e olha... As cicatrizes são profundas.
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ResponderExcluirEstou adorando seus post. Sobre amor eterno, bem isso, gostaria de estar ao lado de alguém multi facetado e ao mesmo tempo leal e fiel ao amor que sente por mim e claro, eu tão apaixonada e recíproca. Não me envolvo com ninguém, percebo rapidamente que aquilo não vai pra frente e nem começo. Já me conheço e prefiro poupar o ser de todo aquele clima. Pensei ter encontrado a pessoa. Ainda acho, mas a realidade não acompanha meu feeling. Quem sabe eu esteja errada.
ResponderExcluirEnfim, continue nesse projeto de escrever um blog porque está indo muito bem. Saudações e até uma próxima
Olá....meu nome é Eleonora...Cheguei até aqui pq recebi no Facebook um post da minha querida Suely falando do filho que escreve e sonha em publicar....encontrei este lindo texto...eu sou terapeuta e trabalho com TDAH...obrigada por me ajudar a conhecer mais sobre esta instabilidade que creio ser o melhor e o pior do transtorno. Vou ler todos os seus textos Alexandre! Parabéns pela sensibilidade!!!!
ResponderExcluirEU ME CHAMO SIMONE TAMBÉM, CONVIVO COM UM TDAH HA SETE ANOS, MAS NÃO SOU COMO A SIMONE DO WALTER, NÃO MAIS ... TRISTE ISSO, MAS NAO ANDO TENDO MAIS FORÇAS....
ResponderExcluirBom dia,gostaria de saber como faço pra reatar meu namoro com um tdha,ele eh muito especial pra mim,e ainda nao tinha pesquisado sobre a doença,hj depois de ler tanta coisa fiquei muito triste pq percebi que fiz cobrancas q ele nao suportaria. Apenas uma semana acabamos o neamoro. Obg
ResponderExcluirUm amor que jamais começou, ele sempre existiu, e jamais terminará, pois sempre existirá em nossas almas, nossos corações, no universo, no tempo e no espaço.
ResponderExcluirVc não deveria ter deixado ela partir... e ela foi estúpida idiota inconsequente pq sabe que ninguem além dela mesma, é responsável pelos seus atos. E dói.
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