domingo, 27 de março de 2016

TDAH: VIVA A DIFERENÇA!





 
Quem acompanha esse blog sabe que eu não defendo as  'vantagens de ser TDAH'. São tão poucas e tão menores do que as desvantagens... 
Mas numa época que se fala tanto em respeito às diversidades, jamais vi tanta intolerância com quem pensa e age diferentemente da maioria. 
E nós, TDAHs, muitas vezes somos diferentes; inconscientemente diferentes. 
E nessa época de intolerância , costuma aflorar uma característica meio kamikaze de nossa personalidade: Enfrentar os críticos. Eu pelo menos adoro... 
Isso é gasolina nas chamas da intolerância. 
Hoje prega-se a justiça pra se manter as desigualdades; discursa-se pela mudança que traga apenas o velho de volta. 
Eu exijo o sagrado direito de ser diferente! 
Quero saltar do rebanho sem ser patrulhado pelos donos da verdade. 
Não aceito mais apelidos; não aceito mais sorrisos de falsa cumplicidade; não aceito que mudem de assunto quando falo do meu TDAH. 
Você erra, falha, mente e me aponta o dedo acusador como se fosse perfeito.  
Separar suas roupas por cor no guarda roupas não te faz melhor do que eu. Controlar seu saldo bancário com precisão não faz de você um ser humano melhor do que eu. Lembrar-se com detalhes de tudo não faz de você um super herói. Talvez te faça mais útil ao sistema do que eu. Melhor não! 
Aí você começa a pensar, quem mudou a face do mundo foram os obcecados, os hiperfocados, os criativos, os lunáticos de todos os gêneros.  
Nenhum membro de manada deu alguma contribuição importante para a humanidade e sim quem dela se desgarrou. 
Não estou defendendo o TDAH, mas o respeito aos TDAHS. 
Somos nós que fazemos a diferença, o diferente. Enquanto você apenas segue, conformado, àquelas pessoas que caminham â sua frente. 
Quantos de você trucidaram os diferentes apenas por serem diferentes? Desde Platão e sua caverna, milhões... 
Não se esconda na coletividade para poder urrar sua intolerância; não blasfeme contra quem caminha em sentido oposto. Tente pensar com sua própria cabeça e lembre-se: Se todos pensássemos da mesma forma, ainda estaríamos nas cavernas... E sem as pinturas rupestres, o primeiro passo criativo de um ser humano. 
E não foi dado por gente que seguia o rebanho ...

25 comentários:

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  3. ser alguém diferente é dificil o que as pessoas querem é estabilidade viver dentro do quadrado e qualquer mudança causa medo.

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  4. Caro Alexandre,

    Um texto fantástico que demonstra um ser TDAH que alcançou a plenitude do seu auto conhecimento e, assim, eleva a sua auto estima para o lugar de onde ela nunca devia ter saído: do topo.

    Este é um texto daqueles que todos nós devemos imprimir e colocar no espelho do banheiro para ler todas as manhãs.

    Parabéns.

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  5. Alexandre,

    Sei que o foco do seu “post” é a necessidade da busca pelo amadurecimento, pela maturidade, pela melhora da Auto Estima, mas, como já comentei isto aí em cima, vou derivar um pouco o assunto.

    Sempre elogiei seus textos e este blog, dizendo que a leitura deles e a experiência do compartilhamento com os demais TDAHS e não TDAHS que gravitam pelo blog mudaram substancialmente minha vida, preenchendo lacunas dolorosamente abertas na minha alma.

    Falei com tanta ênfase dos benefícios do seu blog que vc disse, surpreso, algo mais ou menos assim: “Walter, acho que vou reler tudo que escrevi para ver se encontro, para mim, toda este benefício que vc diz que encontrou, rsrsrs.“

    A questão é que, quando nós pensamos algo, pensamos para nós mesmos. Quando damos publicidade a estes pensamentos, eles, os pensamentos, criam vida própria, atingido pessoas de modos diferentes, sendo, a um só tempo, irrelevante para uns, e um divisor de águas para outros.

    Seu post aí em cima, por exemplo, realmente me pegou “em cheio”, pois estou realmente nesta fase da vida, e gostaria imensamente que todos os TDAHs estivessem nela. (na verdade, queria que a humanidade passasse a pensar como o post sugere).

    Um exemplo do que eu estou dizendo ocorreu hoje pela manhã. Minha esposa (não TDAH) leu o seu post e se fixou na parte que tocou ela: “Separar suas roupas por cor no guarda roupas não te faz melhor do que eu.”

    Pois bem, sabe-se lá que diabos de associação ela fez, o fato foi que ela hoje de manha disse:

    - Abra o guarda-roupas.

    Abri, já imaginando que m... eu teria feito.

    - Não está notando nada de diferente?

    Minha mente acelera ao máximo, os olhos tentam desesperadamente encontrar algo fora do normal, mesmo sabendo que esta tentativa, como tantas outras, seria infrutífera, e ... nada. Aí respondo com aquele jeito de quem vai apanhar:

    - Não, não vi nada de diferente.

    Aí ela me mostrou que pegou todas as minhas camisas sociais e separou por cor, ficou um “degrade”, ou um “arco íris”. Para quem gosta de organização o ficou liiiiiiinnnnnndo. (tirei uma foto e vou lhe mandar).

    Conclusão, ..... não, não cheguei a conclusão nenhuma, cada um tire a sua, (publicou seu pensamento, cada um interpreta de um jeito) só sei que escolhi acreditar que ela fez isto como um gesto de carinho comigo e, por isto, lhe dei um beijo.

    E como este gesto foi inspirado no seu blog, Alexandre, indiretamente lhe dou um beijo também (em vc, à distância).

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    1. Verdade, Walter. Cada um tem a sua verdade. Ou a sua interpretação dela. Mas engraçado, respondo a esse comentário com quase um mês de atraso e escrevi um ou dois posts depois. E o penúltimo, sobre o curso de eletrônica mexeu comigo. Pensei tanto que acabei mudando de opinião. Estudar qualquer coisa que fosse iria me afastar ainda mais do blog e dos meus livros infantis que estão quase prontos mas jamais publicados. Decidi investir nisso, que seria ou será um divisor de águas na minha vida.
      Abraços com carinho

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  6. Bom, é muito difícil ser diferente e pensar diferente. Ainda mais qd se tem o TDAH e vc não consegue nem ao menos explicar a forma do seu raciocínio. Caso alguém diga que vc está errado mesmo vc tenso certeza que está certo, é muito difícil, pq vc pensa, caramba, eu já errwi tá taa vezes e me esqueci tantas vezes. Será que eu e estou errando novamente? Principalmente, se a pessoa que duvida frequentemente de vc é a que vc mais gosta. Muito difícil receber críticas frequentes e nunca ser boa o suficiente para aquele que vc admira. As vezes só desses entra queridos te apoiarem já ajuda e muito. Vc se torna mais confiante, pq quem mais importa confia em vc. As vezes a gente só precisa de um apoio moral!

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    1. Verdade, Natalie. Mas já somos diferentes por sermos TDAHs, não por escolha. Quem quiser estar conosco tem de entender isso.

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  7. Parabéns Alexandre;

    Sou médico neurologista e portador de TDHA. Fiquei encantado com os seus "posts". Todos nós convivemos com o bullying durante as nossas infâncias. Com muita dificuldade e combate a "procrastinação" acredito que podemos superar os efeitos negativos do transtorno. Ainda na idade adulta somos chamados de loucos por pensarmos diferente do resto do "bando", as vezes chamados de em "cima do muro" por não acreditar em nada que é posto pela pressão, pois odiamos essas leis que nos cegam. Em certos momentos, chego a acreditar que a Humanidade só evoluiu pois existiam aqueles que pensavam diferente e não realizariam o mesmo trajeto de sempre. O predador em algum momento da evolução, virou caça devido a nossa coragem e por que não devido a nossa impulsividade!
    Animemos...
    O transtorno pode ser a solução em algum momento das nossas vidas.

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    1. Oi Albert, que bom que gostou. Concordo com você, a manada sempre se repete, segue as 'tradiçoes'. Como na Caverna, o diferente acaba malquisto e agredido.
      Abraço

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  8. Belo texto retrata exatamente como penso em certas ocasiões quando descordo da maioria,o melhor é que no final das contas vc faz todos ao redor pensarem diferente e vc ganha respeito por isso, pode ter certeza!

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    1. Caraca isso é verdade você acaba ajudando bastante as pessoas mostrando para elas a realidade (como no filme matrix onde as pessoas vivem uma mentira), o TDAH se o comporta como mentor, quem chega de mais perto e consegue enxergar seu interior acima do que as vezes é dito por impulso ou quando ele entra em sua bolha isolada consegue enxergar um ser humano incrível capaz de influenciar pessoas e tirar o máximo potencial das mesmas. uma coisa com certeza o TDAH não é superficial ele é um ser complexo se você tirar conclusões precipitadas ou "ver apenas com os olhos" sem enxergar com o coração perde a oportunidade de conhecer alguém #foda.

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    2. Verdade nos dois casos, pensar fora do normal nos trás um custo, mas também inúmeras possibilidades pra nossas vidas e pra de quem nos cerca.

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  9. Fui diagnosticada com TDAH quando estava no ensino fundamental, acredito que na 7a/8a série. Tenho 24 anos e já passei por psicólogos, psiquiatras, fiz diferentes tipos de tratamento de Ritalina ao tratamento cognitivo. Tanta, mas tanta coisa já deu errado na minha vida por conta da impulsividade ou por aquela felicidade de momento (sabendo que as consequências viriam depois e mesmo assim não pude me frear), não consigo mais contar nos dedos as oportunidades que perdi por procrastinar. Hoje em dia sei onde e como o TDAH tem mais efeito na vida e voltei a tomar o Venvanse de 35mg recentemente, espero com essa consciência e a ajuda do remédio meu 2016 possa ser diferente dos outros anos e eu realmente consiga conquistar algo!
    Descobri seu blog há alguns dias (indicação da minha mãe), e é impressionante o quanto me identifico com cada postagem. Obrigada!

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    2. cara o remédio ajuda ajuda profissional também mas você também precisa pesquisar bastante buscando o auto conhecimento : TDAH, NUNCA SE ENTREGUE... : http://www.tdah-reconstruindoavida.com.br/2016/02/tdah-nunca-se-entregue.html

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    3. Verdade, o medicamento ajuda demais. Aliás, é fundamental! Mas é preciso conhecer-se e conhecer sua doença pra impedir que ela aja em seu lugar.

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  10. Maravilhoso o seu blog descobri no vídeo de uma entrevista como tdah estou lendo aos poucos mas está me ajudando a me descobrir.
    Vi que é jornalista queria muito entender como conseguem estudar?

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    1. Ola, obrigado pelos elogios! Deve haver algum engano, não sou jornalista. Não consegui me formar. Infelizmente

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  11. A mais ou menos um ano recebi o diagnostico de TDAH, foi impactante . Desde de então comecei a seguir as publicações do blog, me ajudou muito . Hoje estou me conhecendo melhor, e me aceitando. Ainda sim é muito dificil lidar com a impulsividade, que traz sentimento de culpa. Mais sempre tento lembrar que o TDAH me faz me sentir mais humano, tendo a possibilidade de encherga as coisas de uma maneira diferente. Sendo assim lembrando que todos nos não somos perfeitos, ai aceitação do proximo como ele é fica mais facil ... tento pensar assim pra não ficar tão desistimulada, se eu estiver errada pfvr me aconselha ... adorei seu texto . obg pelas belas palavras

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    1. Legal seu comentário, não que seja um privilegio ser TDAH mas realmente seu comentário e o do Yuri Burlamaqui fazem todo o sentido, nós realmente enxergamos a vida de uma perspectiva diferente identificamos as falhas e tentamos mudar.

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    2. Oi Camilla, fico feliz por ajuda-la de alguma forma
      O auto conhecimento nos ajuda até a frear a impulsividade, embora bloquea-la seja impossível. Mas encarar a vida de maneira diferente é legal, embora nem sempre seja bem compreendido.

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  12. Ser diferente é normal...esse problema vamos ter q carregar pro resto da vida...kkkk o fato é que vamos morrer se drogando com a ritalina...e simplismente é assim a família os amigos de serviço acham que entendem "o problema" mas nao fundo te acha uma retardada que dá vacilo sempre...te acha um et ....mas eu simplismente nao me importo ...nao vou ficar triste por isso ...o efeito do remedio nao é o mesmo pois parei de tomar achando q nao precisava....nao ligo por ser diferente pois sei q do pó viemos e do pó voltaremos eis a questao...."

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    1. Isso aí, Aliziane, somos diferentes; querendo ou não. Então tentemos lidar com isso da melhor maneira possível.
      Um abraço
      Alexandre

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