quarta-feira, 14 de março de 2012
TDAH- UMA ESPONJA EMOCIONAL
Daria um bom filme; claro que um filme de Godard, Bergman ou Woody Allen. Aqueles filmes meio 'noir', em tons de cinza com a atmosfera até meio depressiva.
Acompanhe o roteiro:
a personagem principal é uma pessoa que, por onde passa, tem o poder de absorver o clima dos ambientes que frequenta.
Altíssimo poder de absorção emocional.
Essa capacidade é mais aguçada na tristeza do que na alegria.
Nosso herói - ou heroína - se multiplica, se desdobra, renasce a cada mudança favorável de ambiente ou de companhia.
Imagine uma flor que murcha e viceja várias vezes por dia.
Eu sou assim e custei milênios para descobrir. Em geral o mau humor alheio afeta-me mais do que o bom humor.
Há muito pouco tempo descobri isso, quantas vezes me sinto melancólico, triste, sem lugar e um simples mudar de ambiente muda meu humor. Isso aconteceu há menos de duas semanas. A Jaque tava meio deprê, meio chateada, e eu entrei no clima. Após o almoço ela decidiu ir para casa e meu humor mudou completamente. O problema é que somente após a melhora do humor é que reconheci essa característica da minha personalidade. Precisei curtir toda a tristeza antes de abrir os olhos.
Um efeito sanfona emocional, apenas mais uma característica que contribui para que nosso dia a dia ser mais pesado e complexo.
Mais uma vez o auto conhecimento e o conhecimento do TDAH são fundamentais, manter-se vigilante evita que caiamos na armadilha do transtorno.
Esse post originou-se, mais uma vez, de um comentário anônimo.
Peço que comentem, comentem anonimamente, os comentários são um manancial de inspiração para novos posts.
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Também sinto exatamente isso, não é à toa que sempre me identifiquei com a vampira dos x-men e sempre me senti meio mutante.Tenho uma facilidade de me melindrar até com despretenciosos comentários, faço tempestades em copos d'água e tenho a sensibilidade à flôr da pele mas desde que comecei a fezer terapia e me condicionar , estou fazendo muitos progressos em relação à interação com outras pessoas. Essa intensidade de sentimentos é muito comentada quando se fala em características de pessoas com TDAH e nós não poderíamos ser diferentes. Um abraço e força sempre.
ResponderExcluirObrigado 'Alice'.
ExcluirEu me comparo sempre com um vulcão: mesmo adormecido lá dentro é pura lava fervente.
Hoje me melindro bem menos, também fiz
terapia(bem antes de me descobrir TDAH) e
a própria experiência de vida nos ensina.
Eu adoro aquela música do Raul, Metamorfose Ambulante, é meu retrato. rsrsrs
Um abraço
PS.: ACABEI DE DESCOBRIR SEU BLOG, VOCÊ É BRILHANTE. SEU TEXTO SOBRE O AMOR TDAH É ESPETACULAR. PARABÉNS!
Eu nunca fui um beberrão. Podia passar mêses sem beber e não sentia falta. mas antes de parar definitivamente de consumir bebidas acoolicas (por pedido da minha namorada.rs) percebi que eu gostava da sensação que o alcool trazia. Um sensação de que o mundo não era tão complicado, que eu gostava de interagir e que poderia entender melhor o mundo a minha volta principalmente as intenções das pessoas. Algo que experimento hoje em dia com a Ritalina. A diferença que a Ritalina foi feita pra isso e o alcool não. As vezes penso também se esses efeitos quando uso a rita não seriam o verdadeiro eu por de trás dos efeitos do dda. Vontade de abraçar a vida com todas as forças e pensar que o céu é o limite. Mas infelizmente não posso me apoiar em uma pessoa que so existe quando toma remédio. Não sou uma pessoa triste mas com a Rita é como se meus limites aumentassem. E a percepção do mundo melhorasse. E ao invés de viver da alegria dos outros, poder viver da minha própria.
ResponderExcluirCara, forte isso!
ExcluirSim, creio que a rita tira a névoa que existe em nossa cabeça. Nós seríamos assim! Interessante mas perigoso, a ritalina é um suporte, precisamos mais do que isso, precisamos de nos reconhecer capazes de fazer aquilo que pretendemos e ser quem sonhamos. Isso só vem (creio eu) após um bom tempo de tratamento medicamentoso e psicológico.
Sigamos em frente.
Ao infinito e além!
Um abraço
Alexandre
Comecei a ler os tópicos procurando um melhor conhecimento sobre meu filho e me assusto ao me reconhecer em cada um deles!
ResponderExcluirQuanto ao uso da ritalina (ou outros) , o medo que tenho é de que o meu filho ache o o sucesso dele é merito dela, e não é. Na minha leiga visão, ela apenas permite que ele organise o seu potencial. As vezes ele faz alguns comentários que me dão arrepios. Como se fosse uma dependência e como se os créditos por uma boa nota, por uma boa letra ou um bom comportamento não fossem dele e sim da medicação. Tenho consciência de que depende muuuuuito de mim a melhora de sua alta estima e estou tentando, mas a ideia me3 aterroriza.
ResponderExcluirOla!
ResponderExcluirVocê tem razão, o sucesso é dele, mas o fato de ele louvar os efeitos do remédio não é ruim pois diminui a possibilidade de abandono do tratamento no futuro.
Sim, sempre depende da ajuda dos pais, aprofunde seus conhecimentos sobre o TDAH, você conhecerá seu filho melhor e aprenderá a conviver com ele.
Um abraço e obrigado por seu comentário
Alexandre
Amigos, fui diagnosticado TDAH há um mes hoje estou com 29 anos e lendo esse fantastico blog vejo que muitos dos meus erros do passado estão comentados aqui, o mal disso tudo é que até cerca de 2 meses atras eu só me sentia diferente e azarado, hoje estou conhecendo o TDAH e pretendo lutar contra ele com todas minhas forças!
ResponderExcluirMas aí vem a pergunta... como me livrar de todo aquele sentimento de derrota que ficou pra tras?
Estou adorando o blog, é bom sentir que não estou sozinho nessa guerra.
Me pergunto, o quanto dos sintomas do TDAH são mediunidade em desequilíbrio?
ResponderExcluirSão bem distintos, embora nas duas situações tenha muita influenciação externa,
ResponderExcluirno tdha é real e fisica, na mediunidade : real extrafisica.