segunda-feira, 23 de junho de 2014

MEU AMOR É TDAH! E AGORA?






Recebo sempre um monte de perguntas sobre qual a melhor maneira de se conviver com um portador de TDAH. A maioria, de namoradas em busca de um mapa da mina que as leve à paz celestial ao lado de uma pessoa que amam, mas que não entendem.
Vamos ao mapa da mina: se alguém tiver me mande, eu também não tenho.
Sempre digo a mesma coisa, ou quase:
A) Evite bater de frente com um TDAH. Na maioria dos casos não conseguimos discutir num nível elevado de educação e partimos para a ignorância; e quando começamos não temos limite. Ofendemos o 'oponente' até a oitava geração.
B) Não conseguimos conviver muito tempo sob pressão. Ou seja, até tentamos atender às exigências e pressões da pessoa amada mas, de repente explodimos. Imagine um cavalo dócil que, de repente, empina, corcoveia e atira seu cavaleiro ao chão. Sem nenhuma explicação aparente, apenas cansou daquela vida.
C) Tente respeitar os momentos de introspecção e silêncio de seu TDAH; normalmente estamos 'viajando' em nós mesmos. Apenas isso. Noutras vezes, podemos estar meio cabisbaixos, tristonhos, mas isso passa, em geral sem ajuda de ninguém.
D) O que gostamos, amamos; o que não gostamos, odiamos; simples assim. Tente respeitar isso, principalmente aquilo que odiamos. Uma ótima maneira de brigar com um TDAH é tentar obriga-lo a gostar do que odeia e vice versa.
E) Goste de emoções fortes; goste de andar de montanha russa, assim será sua vida.Não conseguimos viver linearmente, precisamos e procuramos emoções fortes e variadas. Isso pode ser através de sexo, esportes radicais, brigas conjugais, músicas, ou simplesmente mudar radicalmente de vida sem avisar à ninguém. Nem a nós mesmos.
F) Temos muitos medos, muitos mesmo. Podemos temer o futuro; podemos temer mudanças; podemos temer confrontos; podemos temer riscos. Mas caminhamos celeremente em direção a todas essas situações. Incoerência? Sim, bem vindo ao mundo TDAH. No capítulo confrontos, muitos de nós opta pela fuga, e deixa a namorada a ver navios desaparecendo por longos períodos, para um dia voltar como se nada tivesse acontecido, morrendo de saudades e amor.
G) Claro, somos complexados. Sofremos de forte sentimento de inferioridade. Dias hão que somos menos do que um pano de chão; esses são os dias bons. Os ruins, bem, nos ruins somos aquele caldo negro e nojento que sai do pano. 
Cuidado, frágil. Vá com calma, parecemos fortes e inexpugnáveis mas somos frágeis como cristal Bacarat. E valemos tanto quanto.
Por tudo o que disse você pode estar pronto pra fugir de seu TDAH amado, mas lembre-se: há algo em cada um de nós que não vai deixá-la fugir simplesmente. Já está enredada numa teia fina de amor, sedução, admiração, prazer, carinho e uma boa dose de surpresa sem a qual ninguém vive bem.
Não desanime, seu TDAH é complicado, volúvel, turrão, inconstante, mas acima de tudo é arrebatador!

47 comentários:

  1. Realmente e tudo isso e mais um pouco.
    Pior que conviver com um e conviver com dois, e ver a convivência de ambos.

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  2. Caro Alexandre, bom dia.

    Antes de mais nada, estou saindo de férias do trabalho. Vai ser uma viagem muito corrida, mas, se der, prometo que vou azucrinar seu blog intensamente nos próximos 20 dias. Prepara-te.

    Quanto ao seu post, um dia eu ainda vou conseguir que minha esposa escreva neste blog, ou monte um, pois ela é PHD em conviver com TDAH, pois ela me segue (persegue, rsrsrs) há 34 anos. Isto mesmo, nos conhecemos aos 16 e hoje estamos com 50.

    O que esta mulher suportou, apanhou, sofreu, não foi pouco não. Mas, diga-se, ela também bateu muito, pressionou muito, viu a corda roer e, com um jeito incrível, voltava atras e me puxava de novo.

    Na verdade, acredito que, intuitivamente, ela sempre soube esticar a corda ou afrouxa-la no tempo certo. Ao esticar a corda, me mantinha ou, pelo menos, me mostrava o caminho certo, aonde eu deveria ficar ou voltar; ao afrouxa-la, ela permitia que eu não explodisse e me mandasse de vez.

    Enfim, hoje eu contemplo ela fazer a mesma coisa com nosso filhoTDAH e percebo o quão importante ele foi e é na minha vida e na de nosso filho.

    O Know How dela em TDAH é fantástico.

    Por falar em filho, olhando para o meu filho TDAH eu percebo como é fácil se apaixonar loucamente por um TDAH e, ao mesmo tempo, como é fácil sofrer, chorar, angustiar, ao lado de um TDAH.

    Sabe aquela expressão: penar no paraíso, é isto aí.

    De tudo o que você falou, uma coisa que mais eu pedia, em sendo TDAH, era que os outros esperassem o meu tempo e modo de fazer as coisas. Hoje, olhando para meu filho TDAH, é exatamente esta característica que mais me exaspera: esperar o tempo e o modo dele de fazer as coisa.

    Enfim, grande abraço a todos e ..., me aguardem.

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    1. Grande Walter!
      Que bom que você está de férias, assim não deixa os amigos do blog sem resposta. Estou uma negação. A nova função está me esgotando, não sobra quase nada pro blog.
      Abração e obrigado pela força!
      Alexandre

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    2. Graaaande Alexandre, desejo-lhe sucesso no seu trabalho.

      Quanto ao Blog, fique tranquilo, você continua sendo fantástico como sempre.

      OBS: Fui muito mal interpretado, acredito até que de forma intencional, por uma anônima que quis interpretar de forma literal a seguinte frase que escrevi aí em cima: "O que esta mulher suportou, apanhou, sofreu, não foi pouco não. Mas, diga-se, ela também bateu muito, ...".

      Sei que a maioria entendeu a metáfora, mas vou melhor explica-la no post seguinte, respondendo à anônima.

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    3. Preciso conhecer a Lineuzinha urgentemente!!!! kkkkkkkkkkkkkkkk (Ass.: Uma namorada desesperada de um TDAH) Detalhe tenho 35 e ele 38 estamos nos batendo a quase 2 (fazemos 2 anos de namoro em 03/02/2015 e ficamos separados 6 meses, sem nenhum contato de mar/14 a set/14) Ele já teve 2 casamentos! Estou tentando ser a 3ª e se Deus quiser a última vitima!!! kkkkkkk Detalhe 2: Se ele aceitar o tratamento. Até agora ainda está desgovernado! rsrrsrsrs

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  3. Muitos artigos desses deveriam estar na sociedade, inclusive com os sintomas que deixam a pessoa "normal", ou seja sem transtorno com vontade de sumir. Meu marido, tinha atitudes bizarras sem saber... Como para uma pessoa sem transtorno, entender que o TDAH 3,meu marido não conseguiu ver que me rejeitou sexualmente por quase 3 anos? Só sabe dormir... Não passea... Rebate tuuuudo que eu digo.... É pessimista... Grosso... Impulsivo... Em algumas conversas não aceita ser questionado... Me deixa falando sozinha... Comete pra sempre os mesmos erros... As coisas são uma bagunça... Perde de um tudo... Esquece tudo todo dia... Não consegue manter sua palavra... Tem atitudes de crianças, afffffff e por aí vai! Meu filho tem TDAH 1, mas devido a educação é bem mais malável, só tira notas altas, só me traz problema no esquecimento excessivo.

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    1. Val Felix,

      O que é TDAH 3 e TDAH 1? foi erro, algo pessoal, ou uma classificação que eu desconheço?

      Seu marido toma medicação? digo isto porque alguns dos sintomas descritos por você, em mim, melhoraram muito após a medicação, mas outros, infelizmente, continuam os mesmos.

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    2. Este comentário foi removido pelo autor.

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    3. Walter, eu gostaria mto de conhecer sua esposa sou namorada de um TDAH a um ano, tenho um blog sobre o assunto e uma page no facebook tb... O endereco do blog eh relacionamentotdah.blogspot.com e o nome da page eh Relacionamento com TDAH, leio td q posso aqui no Reconstruindo a vida, em livros, revistas, ja conversei com psicologos, psiquiatras, inclusive com a conhecida doutora Ana Beatriz Barbosa... Eu amo meu namorado, e cada dia aprendo uma coisa nova sobre ele, nem sempre boa, ja o vi surtando, ele ja dxiu de falar cmigo por alguns poucos dias oq me causava uma agonia, aflicao, medo e preocupacao imensa... Demorou ate q ele comecasse e me dizer oq realmente sente por mim, mas hj mesmo dizendo q me ama ele insiste q devo arrumar alguem normal pra me fazer feliz, q nunca vamos dar certo, q ele nunca erra e td mais, sempre digo a ele, nao vou desistir dele, ele me contou com um mes q estavamos saindo q tinha sido diagnosticado tdah seis meses antes, foi entao q eu comecei pesquisar td sobre o assusto, ja entrei na relacao ciente, e nao sou dessas de dxar na primeira dificuldade, ja passamos por mta coisa juntoa apesar de termos so um ano ja vi ele em crises q doem em mim, ja o acalmei de momentos horriveis e o vi chorar em colo dizendo q ninguem nunca vai entende-lo... Eh mto dificil e complicado... Agora caros amigos digam pra mim, acham mesmo q estou errada em acreditar, apostar td e investir nesse relacionamento com o homem da minha vida?

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    4. Camila, Camila ...

      Se você convencesse ela a participar ia ser ótimo.

      Melhor ainda é a cena de vocês duas se conhecendo e conversando sobre nós.

      Vocês lá: "facínora, bobão, apaixonante, miserável, imprestável, admirável, me fez isto, me fez aquilo, chorei de raiva disto, chorei de emoção daquilo ..."

      E nós cá, felizes por vocês darem um tempo pra gente, e, melhor, se estivermos com a televisão ligada, vendo coisa muito mais emocionante, tipo: guerra nas estrelas, jornada nas estrelas, ou qualquer outro filme de ficção científica super importante.

      Bjs

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    5. Oi Val! Eu também desconheço essa classificação de TDAH3 e TDAH1. Sei que existem aqueles com ou sem hiperatividade. Pode ser também uma forma didática que o médico encontrou para expor aos seus pacientes.
      Se seu marido se trata e está dessa forma, carregue-o ao médico para alterar sua medicação. Se foi diagnosticado e não se trata, troque de marido.
      Não é muito fácil conviver com um TDAH tratando-se, um que se recusa a tratar-se, é quase impossível.
      Abraços
      Alexandre

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    6. Walter,

      será que sua esposa permite que vc me passe o contato dela? ou o perfil dela no face, ou algo do tipo rs eu adoraria ter contato com ela, tente convence-la ;-) quem sabe ela me cede essa honra :D quando conto para o meu namorado que tenho contato com vcs TDAHs e as companheiras (os) ele discretamente faz uma carinha de feliz pelo meu interesse no assunto mesmo não demonstrando rsrs...

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    7. Camila,

      Eu sinceramente gostaria que vocês entrassem em contato.

      Mais ainda, os alcoólatras possuem, além do AA - Alcoólicos Anônimos, uma derivação, que funciona do mesmo modo, para os parentes.

      Através deste Blog do Alexandre, eu percebi a importância vital do AA, pois vi aqui como a troca de informações, infortúnios e sucessos entre iguais funciona de forma maravilhosa.

      Gostaria muito que existisse na minha cidade um grupo de TDAH que se reunisse para discutir pessoalmente os nossos problemas.

      Do mesmo modo, seria muito importante que os familiares e parceiros dos TDAHs se reunissem para discutir o assunto entre si.

      Mas, voltando para o seu pedido, ele não vai "rolar". Quando eu vi a sua postagem anterior, a de 24 de junho, eu li para minha esposa, meio que "de brincadeira", para ver se ela se interessava em conversar com você, mas ela desconversou e disse que: "este é o seu espaço, não quero invadi-lo."

      Enfim, o mundo é pequeno, talvez um dia agente acabe se batento.

      Grande abraço. E, por favor, veja a resposta que vou dar a uma anônima na postagem seguinte do Alexandre

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  4. Outros pontos importantes:
    - A falta de atenção aos detalhes. Não esperar que a pessoa perceba que o outro emagreceu. Esquecer o aniversário e datas importantes. Não lembrar do que ele pediu, esquecer o que ele quer. O que é visto pelo outro como descaso ou até mesmo como afronta.
    - A lentidão, causada tanto pela falta de concentração quanto pelo desânimo e medo. O que faz a pessoa não ser tão parceira e não colaborar e participar o tanto que o outro espera.
    O outro tem todo direito de ficar magoado com esse comportamento, mas também não precisa ficar torturando psicologicamente, já que esses acontecimentos vão se repetir sempre, não importa o quanto a pessoa for criticada. Assim o relacionamento pode terminar em guerra e muita mágoa de ambos os lados.

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    1. O relacionamento com uma pessoa desatenta, quando não há a compreensão, pode ser uma tortura pros dois lados. Um lado sofre porque se sente ignorado. E o outro lado também sofre por não se sentir capaz de atender às necessidades do outro, por mais que tente,

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    2. Enquanto um lado se desgasta em ter que conviver com uma pessoa, na visão dele, totalmente desajustada, o outro lado também se desgasta, tenta mostrar que não tem más intenções, tenta se corrigir e não consegue. Acaba sendo muito dolorido para os dois lados.

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    3. Sem dúvida! Vira um cabo de guerra. Um lado só cobra e outro só se justifica; é horrível. Depois que descobri o TDAH sempre aviso às namoradas logo no princípio do relacionamento. Noutras vezes dou o endereço do blog logo que noto um certo interesse da pessoa por mim. Quer me conhecer? Acesse meu blog, se não voltar a me procurar ou não retornar minhas ligações é por que ficou com medo. kkk
      Não sou do tipo que esqueça de aniversários ou não note mudanças de corte de cabelo ou coisa que o valha. Sou do tipo inconstante, irritável e caseiro em excesso. Amo ler, ficar horas no computador ou no celular. Isso irrita muita gente.
      Abraços
      Alexandre

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  5. Oi gente, tenho medo de falar para as pessoas próximas que tenho tdah. Como falar sem ter vergonha? Obrigado

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    1. Oi Leo,

      Quando me descobri TDAH, ao contrário de ter vergonha, eu queria contar a todo mundo. Queria dizer a todos que as m.. que fiz e fazia era do TDAH.

      Queria, também, explicar a todo mundo o que era TDAH, queria debater com todos o assunto, queria enfrentar um bom debate, às vezes não tão bom assim, com aqueles que diziam e dizem que TDAH não existe.

      Moral da história: virei "o chato do TDAH", só tinha este assunto.

      Hoje já não falo mais, apenas quando o assunto vem à tona por outra pessoa, e, mesmo assim, se for para ajudar alguém que tenha TDAH, ou que eu suspeite que tenha.

      Então, duas coisas eu lhe digo:

      1 - Sua família sim, claro, tem que saber e aceitar, por bem ou por mal, pois é ela que, no fundo, no fundo, importa e que sofre no dia a dia. Até porque, pode ver lá que seu pai ou sua mãe é TDAH, nem que seja um TDAH enrustido.

      Quando falo de família, bem explicado, entendo por pais e irmãos, e, tendo, esposa e filhos.

      2 - Mais, o mais importante/preocupante de sua pergunta é a baixa auto estima embutida nela: "... sem ter vergonha"? Você está de barba e bigode na sua foto, daí vem alguém e diz: você usa barba? você responde: "sim, e daí?, nem entendi porque você perguntou isto".

      Você, Leo Ribeiro, é TDAH? sim, e daí? nem entendi porque você perguntou isto.

      Cara, você tem o jeitão do meu filho, e eu digo o mesmo que digo pra ele: "Ter vergonha de ser TDAH? Seu coooooooorrrrrrno, levanta a cabeça véio, fez m..., vem cá, vamos ver o que deu de errado e ver como evitar que ocorra de novo. Mas, baixar a cabeça, ficar ´me desculpe, me desculpe..´ aí você toma cascudo"

      Meu filho me escuta, me da um abraço ou um beijo, ou os dois, olha pra mim com aquele olhar meigo e inocente, e diz: "o sr. tá certo meu pai, me desculpe", e vai embora com deixando meu coração estraçalhado".

      Bem, o que era mesmo que eu estava falando? sei lá.

      Bem , Leo, o negócio é o seguinte: me confundi todo, se você não entendeu, pior eu, depois escrevo outra coisa.

      Granda abraço irmão.

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    2. Leo?

      O Anônimo aí de baixo é adolescente, deve ter mais ou menos a sua idade,

      Está com umas dúvidas meio que parecidas com as suas.

      Então, você, que já é velho participante deste blog, que já aprendeu muito neste tempo todo, bem que podia dar uma ajuda a ele, não é mesmo?

      Tá na hora de você ajudar um igual.

      Grande abraço.

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    3. Nossa Walter valeu pela ajuda.

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    4. Amigos Léo e Walter a ABDA tem uma frase que gosto muito:
      VIVA NÃO DANO MUITAS EXPLICAÇÕES:
      SEUS AMIGOS NÃO PRECISAM,
      SEU INIMIGOS NÃO VÃO ACREDITAR,
      E OS ESTÚPIDOS NÃO VÃO ENTENDER.
      É isso, eu tenho um blog com quase meio milhão de acessos e na empresa em que trabalho ninguém sabe que tenho TDAH.
      Abraços
      Alexandre

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  6. Ola. Estou adiando isso há muito tempo, e acho que esta na hora de pedir ajuda.
    Descobri que tenho tdah há mais ou menos 1 ano. Eu vi primeiramente o nome dda,mas também tenho hiperatividade,mesmo que seja um pouco. Estou escrevendo, sem planejamento, pq se não escrever agora,vou continuar adiando,então,vou tentar ser rápido.
    Eu sempre fui muito confuso, para não dizer anormal. Não sei definir, por mais que leio textos sobre tdah,depoimentos,acho que sou uma pessoa que é difícil de se descrever,assim,acredito,todos que tem a síndrome.
    Não vou falar sobre os transtornos que isso me causou, pq.... Mas chega uma hora,ouvindo uma musica,caminhando ou andando de bicleta para mais um dia chato penso: whats the hell,eu preciso mudar. O mudar no momento, é contar para minha família que tenho isso, e que preciso de ajuda. È muito confuso dizer, explicar aqui,acho que só quem tem esse "problema" pode entender. Já chorei muito, mesmo não sabendo que tinha isso, sabia que algo tava errado. Como era possível não alcançar nada que queria,ser compreendido,opinar??
    Sou adolescente, e estou no primeiro ano do ensino médio, nunca tive problemas na escola com notas,mas sempre navego quando o professor fala,chego atrasado. E no geral, percebi que estou no momento que o tdah esta atrapalhando de verdade minha vida. Eu não odeio ter isso, pelo contrario, acredito que isso me faz ser melhor, apesar das consequências. Também venho dizer que realmente tenho, não estou confundindo com problemas pessoais. Eu li sobre o assunto é disse: esse sou eu. Sei mais nem menos.
    Não tenho diagnóstico, pelo fato da minha família não saber, sendo ela que ira me acompanhar, comprar o que preciso. Mas eu não sei como fazer isso. Eu sou muito bobão sabe? Não sei se vão botar fé nisso. Não sei se vão pensar que é uma desculpa. Se chegarem a falar isso um dia, acho que viro outra pessoa, vou despertar uma fera em mim, junto que uma tristeza profunda. No mesmo ano que descobri, eu ia ver uma medica para tratar a minha sinusite.
    Tomei coragem dos céus, e comentei todo desajeitado se eu podia fazer o teste de dda. Ela, acho que não conhecia muito o assunto, disse que isso só é percebido pelos pais e professores. Não insisti no assunto, sai do consultório, com minha mãe junto, e me senti como se tivesse levado um soco na cara. Eu chorei na volta para casa,em silencio,pensando que nunca conseguiria realizar meus sonhos e ser feliz. Eu havia planejado dois meses para falar isso. Falar que eu poderia ter dda,nada mais. É triste ver como isso parece algo tratado como " só infantil".
    Acho que foi isso que me fez não tentar comentar outra vez. Mas eu criei corajem novamente, lendo mais sobre, descobrindo mais. Eu não POSSO desistir. E peço sua ajuda, como, como dizer para minha família, com meu comportamento normal, sempre fazendo piada, visto como crianção,chato,arrogante. Como?

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    1. Anônimo,

      É muito comum nós criarmos grandes histórias e expectativas/fantasias na nossa cabeça, durante dias, semanas ou meses, queimando muita energia e sofrimento emocional, ao invés de resolver o assunto em minutos.

      Toda a sua expectativa, toda a sua ansiedade, toda a sua desilusão com uma consulta com uma profissional que não é da área, poderiam ser resolvida em 10 minutos de conversa franca com seus pais.

      Este sua forma de agir é absolutamente inerente aos portadores de TDAH. Sonhamos demais ao invés de agirmos. Tem até um post de Alexandre que descreve exatamente este comportamento nosso.

      Se ele ver este comentário, tenho certeza de que ele vai colocar um link aqui para facilitar a sua compreensão desta sua/nossa forma de agir.

      Mas, o certo à fazer, é você enfrentar conversar realmente com seus pais, e não deixar de procurar um médico com especialidade na área. O normal é que seja um neurologista, um psiquiatra ou um psicólogo. Mas, muita atenção, pesquise para saber se este profissional tem experiência na área, pois o TDAH é confundido com outros comportamentos ou, pior, tem profissionais que não estão bem informados e, até mesmo, negam a sua existência.

      NÃO ABRA MÃO DE SE TRATAR, TDAH NÃO TEM CURA, MAS VOCÊ VAI MELHORAR MUITO.

      Grande abraço, e, não nos abandone, você tem que conversar com alguém sobre seus problemas, caso contrário você pira com tantos pensamentos na sua cabeça.

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    2. Walter, foi perfeito seu comentário. Irretocável! A não ser pelo fato de eu não me lembra de qual post você está falando. kkkk
      Nem o tratamento nos livra totalmente disso.
      Mas leve fé amigo, abra-se com sua família, vai ser mais fácil e muito menos doloroso do que você imagina.
      Abraços
      Alexandre

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    3. Obrigado por responder,logo respondo a sua resposta.

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  7. Olá anónimo,

    Cara, guenta firme aí.

    Achei super intrigante e até mesmo divertido ler o seu texto, e quero muito discutir o assunto com você, até porque seu texto me lembra várias coisas em minha vida.

    Mas pelo meus comentários que fiz acima, você já deve ter visto que hoje não é dos meus "melhores dias".

    Deixa eu botar o juízo em dia que eu volto para lhe dar minha opinião, que vai ser a melhor de todas, claro, pois, se você é novo aqui, saiba logo que sou o "Doutor Sabe Tudo".

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  8. Ah não tem como fugir!!! Queimei meus navios ..
    mas fácil não é kkkk

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  9. Gente, desculpa, mas continuo achando que alguns comportamentos e atitudes que alguns de vocês descrevem aqui correspondem mais à síndrome borderline, bipolaridade ou transtorno obsessivo-compulsivo.

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    1. Você tem razão, anônimo, em cerca de 70% dos casos o TDAH vem acompanhado de uma ou mais comorbidades; no meu caso transtorno de humor. Cheguei a me tratar com sertralina, mas com a conscientização consigo me dominar muito mais sem medicamento.
      Seu comentário e o comentário grosseiro abaixo tem me feito pensar em um novo post sobre as explosões de raiva. Ainda está em ebulição.
      Abraços
      Alexandre

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    2. Comigo veio junto depressão. Qualquer fase ruim que passo, ou algo muito ofensivo que ouço, tenho que me controlar pra não querer ficar de cama o dia todo e com pensamentos negros e pessimistas.

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    3. E sou o contrário de vcs, não consigo revidar de jeito nenhum. Tenho até vontade de ser mais "agressiva", não fisicamente, mas no sentido de ter respostas na ponta da língua, ao invés de me deixar influenciar pelos argumentos dos outros.

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  10. Não acho que somente o tdah - mesmo conhecendo a sua natural impulsividade, extrema falta de foco e desorganização - seja capaz de fazer tanto estrago. Vcs, sobretudo homens, parem de se esconder atrás desse diagnóstico e vão tratar essa agressividade exagerada. Que história é essa de mulher aguentando homens abusivos e, ainda por cima, procurando uma receita para conviver com falta de respeito e até agressão física? Mulheres, protejam-se!, não fiquem suportando homens violentos que depois se arrependem e choram. Querem ajudar, ajudem! Mas corram para o psiquiatra, pois esse "pobrezinho desajustado que explode porque não tem controle de si mesmo" pode causar danos irreparáveis a vocês e aos seus filhos.

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    1. Concordo em gênero, número e grau quanto à questão das agressões. Acho apenas que você exagerou um pouco na sua IRRITAÇÃO. Você é TDAH? rsrs
      Não quero ser tratado como pobrezinho desajustado, não sou uma coisa nem outra, mas é cientificamente provado que o TDAH é uma doença biológica que altera nosso comportamento. Quer você queira, quer não. Portanto, respeite nossa doença como devemos respeitar a integridade física e moral das pessoas que nos cercam. Inclusive a sua e seu direito de manifestar-se nesse espaço.
      Alexandre

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  11. Nossa falou tudo. Como e complicado fazer um relacionamento dar certo, tudo um mundo fantastico e do nada o conto de fadas vai por agua abaixo. Um belo dia acorda e ve que nao ggosta mais daquela pessoa.

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  12. Nossa Alexandre,me emocionei ...vc leu minha alma !! Faz tempo que não passo por aqui,mas tenho muito carinho com o blog.Foi aqui que fiz minhas primeiras descobertas sobre Tdah...recentemente desisti do tratamento,com psicologo e psiquiatra, mas confesso,sou outra pessoa e devo muito a vc...que me mostrou o seu mundo,as sua dores,solidão ..e que da sim pra ser feliz !! ,bjus

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  14. Namorei por 4 meses um TDAH, um amor incrível, como nunca havia sentido antes, ele é encantador, indescritível.
    Sempre procurei levar tudo com calma e leveza, sem pressionar nem cobrar, mas ele se cobra muito e sempre se sente abaixo da minha expectativa, por mais que eu nunca tivesse demonstrado ter alguma expectativa dele ou do que a relação se tornaria no futuro. Não mesmo, afinal eu saí de um casamento sufocante no início do ano e a forma como nosso namoro fluiu desde o princípio sempre me agradou muito.
    Mas o ciúme por parte dele, a baixa auto estima, fizeram surgir um sentimento horrível de me controlar e querer saber de mim a todo instante e a criar paranóias (inclusive supor que durante qualquer ausência minha eu poderia estar traindo) passaram a consumi-lo, até o ponto de não suportar mais e decidir romper a relação.
    Estou despedaçada, arrasada, pois realmente é um amor incomparável esse que sinto por ele. Ainda mantemos contato, pois nunca nos desentendemos, nos amamos e nos respeitamos muito e prezamos muito a presença um do outro em nossas vidas.
    Mas ao mesmo tempo me culpo por não ter buscado informações mais precisas sobre o TDAH e sobre como lidar com um portador do transtorno, a tempo de salvar a nossa relação.
    Apenas lamento. Lamento muito.

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  15. Meu relacionamento está no no limite por conta do meu TDAH, e por conta da intolerância da minha parceira, se ela pelo menos procurasse ler algo como o conteúdo da postagem, talvez ajudasse um pouco, mas eu nem me atrevo a convida-la para ler, pode acabar sendo pior ainda.

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    1. Anônimo , estou em fúrias com meu filho, ele acha que é conformismo , e Melindre ... Relacionamento já nem me atrevo mas .. acho que faço algo de muito errado , pois meus relacionamentos são Recalcitrantes!

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  17. Olá, Alexandre !!! Tenho TDAH,Dislexia , não consegui fazer faculdade , mas hoje estudo para concurso Publico , estudar e entender é facil , mas sentar e focar esse é meu drama , na parte profissional Frustração elevada na décima potencia ,não consigo dar um passo sob pressão! Tenho 46 anos um casal de filhos já terminando a faculdade , e eles não entende o meu dilema acham que é desculpismo! Ver o olhar de seus filhos com reprovação , é complicado! Me ajude a criar uma maneira de focar! Obrigada!

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  18. Vivo com meu marido há cinco anos. É difícil. Cada dia é uma novidade. Ele não para em nada. Um dia é louco por tocar bateria em outro patins,skate,bike,surf rsrs e eu me sinto uma chata se não o acompanho. Mas eu me cansei de viver tão intensamente tudo. Acho q cada um deve ao longo da vida ir se conhecendo e vivendo do q mais gostar. Mas meu marido não é assim. Por um lado isso é bom mas é q cansa TB. Hj eu não o acompanho tanto quanto antes. Mas eu estou aprendendo a deixar ele totalmente livre p fazer o que quiser. Cada dia é uma coisa nova. Mas estou realmente começando a conhecer ele melhor. E posso dizer que todas as dicas de vcs aqui no blog ajuda e muito. Pois por mais que saibamos que isso é um tipo de doença as vezes mesmo assim sem querer acabamos julgando a pessoa,no caso meu marido. Pois para nós " normais" algumas atitudes de vcs nos decepcionam muito. O segredo é deixar vcs livres e não bater de frente nunca. Uma boa conversa com muito carinho e bem devagar ajuda bastante.

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  19. Tenho 21 anos, e há quase dois, uma colega de trabalho. (em meu primeiro emprego) me disse as seguintes palavras. ‘’Nossa, você tem atitudes tão parecidas com as de uma amiga. Ela começou a tomar um remédio chamado Ritalina e melhorou tanto. Procura um médico, vai ser tão bom pra você” Toda aquela semelhança, eram os diversos esquecimentos. As Procrastinação. A falação. A inquietude. A perda desenfreada de objetos... Foi a primeira vez que tive conhecimento da existência do TDAH. Assim que ela me disse isso, corri pra internet e comecei a ler tudo. Pq aquilo estava acabando comigo. Sem falar das notas da faculdade (Eu curso Engenharia Civil, e na época fazia estágio em uma construtora). Cara, eu sabia da minha capacidade. Por vezes eu pegava a matéria, ajudava os amigos com mais dificuldade, e esquecia tudo. Absolutamente tudo na prova. Mas por vezes, certas matérias demandavam mais estudo. Mas eu não conseguia. Pra fazer um exercício eu demorava horas. Pois tudo era motivo pra me tirar dali. Mas eu amava tudo aquilo. Amava contas. Amava o que eu fazia. Então o que era afinal? Quando tive certeza de que era portadora, contei a minha família. Mas somente 6 meses atrás procurei um medico. Por insistência da minha mãe. Que tinha uma colega também de trabalho, que havia um filho portador do transtorno. E por eu não aguentar mais passar por aquela frustração toda. Paguei a consulta caríssima, com muita dificuldade, e fui. Quando saí de la, parecia que tudo estava mais lindo. Lia o material que a médica me deu, e dizia 'meu Deus, estão falando de mim'. Boa parte da culpa que eu sentia, saiu de mim. Algumas pessoas diziam 'Nossa, você é muito nova pra tomar remédio'. Outras, 'Nossa mas parece que você ficou feliz em descobrir que tem isso' E de certa forma fiquei feliz mesmo. Nao por ser portadora de algum transtorno. Mas de saber a explicação de tudo. De toda aquela inconstância. De todas as vezes que chorei por ter a certeza que era capaz, e não conseguir agir como tal. O fato é que com a medicação, eu voltei a tirar boas notas. Lembro que peguei 3 exames especiais, e tive as férias e o período sem aula, por conta da copa do mundo para estudar. Estudava no meio das festinhas em dias de jogos do Brasil. Horas...passei nas matérias e voltei a tirar boas notas. Sim, voltei pq na escola sempre fui a aluna brilhante. A aluna que errava tudo por falta de atenção, como diziam meus professores e a minha mãe. Mas também, a minha única diversão era a escola. Estudar...Pesquisar...Eu era o orgulho do meu avô. Sempre tão criativa. A aluna destaque da sala. A pessoa com quem queriam fazer dupla... E eu foi tudo isso que eu disse pra médica. (Pq na minha cabeça, uma pessoa que tinha TDAH deveria ter tido problemas com o estudo, desde criança) E ela me disse: - Com a sua inteligência, talvez você tenha conseguido desviar das suas dificuldades, na infância. Na escola você tinha facilidade né? - Sim - Mas na faculdade ta apertando, certo? - Com certeza. Ela me disse que com a medicação eu ia voltar a tirar boas notas. Já que o problema não era a dificuldade de aprendizado. Mas sim a dificuldade em estudar. Que cada dia ficava maior. Pois bem...um novo semeste chegou. E as notas boas vieram. E foi aí que veio a ilusão de que as pessoas realmente deveriam estar certas. 'Ah, isso é psicológico'. E parei de tomar a medicação. Pelo preço, e por achar que não precisava dela mesmo. E desde então, não consegui estudar um único dia. Não consegui sair do lugar. Tudo parecia tão difícil. A receita estava lá na médica, há semanas. Eu chorei muito. Me sentia mal por precisar de um remédio pra conseguir fazer coisas básicas. Simples. E ontem, comprei a caixinha azul e branca, de Ritalina LA. Eu estou falando muito de estudo, mas o transtorno é responsável por MUITA coisa na minha vida. Porém, o estudo está em primeiro plano, atualmente. Sem contar, que se eu vou mal nos estudos, tudo a minha volta vai pior. Pois eu me cobro muito. E sei que preciso me formar e realizar o sonho de ser uma Engenheira.

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  20. (Continuando) Hoje vou voltar a tomar a medicação. E tive que apanhar pra ter certeza que sim, preciso da medicação. Preciso ser menos impulsiva. Pq isso atrapalha meu relacionamento com amigos, familiares, e principalmente meu namorado. Tivemos uma discussão ontem. Eu li esse texto, e achei fantástico. Vou mandar no e-mail dele. Sei lá, vai que isso faz ele me entender um pouco...Deve ser difícil conviver com alguém tão inconstante. E aceitar essa pessoa do jeito que ela é. Pq eu mesma tantas vezes não me aceito. Desabo. Choro. Fico triste. Questiono tudo na minha vida. E volto a sorrir. Com a certeza que 'Agora vai ser diferente'. Tomara que seja mesmo. Um dia vai ser... Eu tenho fé. Obrigada pelas belas palavras que li por aqui. Não conhecia seu blog. E é a primeira vez que crio coragem pra escrever em um. Me perdoa o texto tão longo. Mas me empolguei hahaha E obrigada novamente.

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