Não sei quem sou, nunca soube...
Não sou futuro; nem presente. Sou ausência...
Não sou coragem; medo muito menos. Sou liberdade...
Memória sei que não sou; nem tampouco esquecimento. Sou incômodo...
Sim, incômodo. Incomodo a você, incomodo a mim mesmo, incomodo à sociedade em geral. Essa sociedade que me ignora, que finge não me enxergar, que não quer me ouvir.
Mas eu grito, me debato, me imponho.
Me imponho com meu silêncio, minha reclusão, minha rebeldia, minha inconstância, minha volatilidade.
Quem não me engole, tem de me aspirar; quem não me tolera, tem de me carregar.
Estou aí, à volta de quem não me quer, não me acredita, não me respeita.
Minha vida errante, minha memória claudicante, minha impulsividade incontrolável, até agridem. Mas o que mais incomoda, é essa capacidade TDAHDIANA de se restaurar, se reerguer, de renascer. A infinita - e talvez infantil - capacidade de sacudir a poeira, ignorar as feridas e os andrajos, e de cabeça erguida e sorriso no rosto, seguir o caminho.
Ao nos reerguermos com esse sorriso e de cabeça erguida, damos a eles o argumento de que, na verdade, somos um bando de cretinos.
Mas não, somos sobreviventes de nós mesmos, da nossa doença, da nossa auto destruição.
Ergo-me agora pela enésima vez; o coração que ontem sangrava, cicatrizou. A dor lancinante, desapareceu. O medo, dissipou-se. Uma nova vida nasceu. Sem exagero, cada amanhecer é uma nova vida para o TDAH.
Quem pode suportar tamanha visão?
Onde está aquele farrapo humano de ontem?
Jaz ali, onde o corpo esteve caído até ontem. Hoje não mais; hoje sou novo, resplandecente, confiante...
Ninguém de fora entende tamanha mudança. Mas você, que é igual a mim, sabe; sabe que a força está dentro de cada um de nós. Sabe que o TDAH que nos derruba, é o mesmo que nos dá força para nos reerguermos.
Enquanto isso, os trouxas choram e rangem os dentes.
Que fiquem assim, é o que eles merecem...
Texto brilhante!
ResponderExcluirCair, levantar, recuperar, reerguer, renovar, superar... Verbos que os TDAHdianos (adorei o nome!) conhecem bem.
O que os outros pensam de nós? Ah! "Os outros são os outros e só..."
Abraços!
Cláudia
Este é um daqueles textos que calam fundo na alma. Perfeito ... absolutamente perfeito.
ResponderExcluirDigo apenas que hoje vivo nesta dualidade: Sempre otimista porque ciente de que terei forças para me reerguer, renovar, superar; sempre pessimista porque ciente de que irei cair novamente.
Este ciclo contínuo me cansa ...
Parabéns.
Rs... Esse texto é a minha vida... ???? Exatamente nesse dia renasci. Resolvi viver livre do medo e da tristeza. Saudades de Marcos um amigo.
ExcluirEssa é a nossa vida. Nossas infindáveis derrotas e não menos infindáveis vitórias. Mas cansa...
ExcluirAbraços
Alexandre
eu me orgulho muito do meu poder de me renovar, reerguer,... o que me cansa (e embora eu saiba q nao devo ligar muito) eh que os outros sempre me veem e acho que sempre sera assim como alguem altamente imatura, que ainda nao aprendeu da vida, que as minhas decisoes erradas sao por pura falta de experiencia......sendo eu ja uma mulhar adulta.
ResponderExcluireu sei q nao eh isso...ou so isso...se eu vivesse todo esse processo sem ter os olhares de repreenção seria maravilhoso...
Sim, somos os imaturos, os inconstantes...
ExcluirPor isso digo que não podemos esperar nada dos amigos e da família.
Preferem taxar-nos de imaturos e irresponsáveis que admitir nossa doença.
Abraços
Alexandre
Oi gente,
ResponderExcluirSemana passada eu e meu namorado brigamos e ele desabafou dizendo que sou burro e que esta cansado com a minha falta de interpretação das coisas que ele fala. Ele disse que me apoia ir ao médico para ser medicado para se tratar do tdah. Me senti uma merda depois disso e pensei comigo mesmo, nossa 7 anos juntos, ele me aguenta muito e demorou para desabar por amor.
Minha dúvida é, será que melhorarei se tomar a ritalina? Tenho medo de tarja preto. Desde já, obrigado a quem possa me ajudar com conselhos.
Olá Leonardo,
Excluir1) A droga (tarja preta) é o Metilfenidato, que é vendida por dois laboratórios diferentes, um sob o nome de Ritalina e o outro sob o nome de Conserta.
2) No início, tem uma fase de ajustamento da dose que, se for muito baixa, você não sente nada; se for muito alta, você ficará muito ansioso.
3) Efeitos colaterais mais relatados (aqui neste blog): Perda de apetite e, consequentemente, perda de peso; queda de cabelo; dor de cabeça.
4) BEM DOSADO, você ficará raquítico e careca, mas jamais largará a medicação. kkkkkk, pois ela é maravilhosa. (os efeitos colaterais passam logo) Ela não cura o TDAH, que não tem cura, mas vai te dar foco de levar uma conversa racional, o dia todo, sobre qualquer assunto, por mais chato que seja; você vai conversar encarando, olhos nos olhos, o seu interlocutor; vai te dar disposição de fazer tudo, inclusive de ir àquelas festas super chatas; enfim, no meu caso, quando eu comecei a tomar, foi tão bom que pensei: "meu deus, felicidade é vendida em pílulas? ninguém me disse isto antes..."
CONCLUSÃO: Vá correndo procurar um médico, MAS UM COM EXPERIÊNCIA EM TRATAMENTO COM TDAH, e tome logo a sua medicação, pois um novo mundo lhe espera.
OBS: Talvez tenha exagerado no otimismo, mas que com a medicação sua vida vai melhorar, lá isto vai.
Grande abraço.
Desculpe, o nome certo é "Concerta", com "c".
ExcluirObrigado Walter. O difícil é que aqui na minha cidade não tem psiquiatra cadastrado no plano unimed. Se eu for no neurologista será bom tmb?
ExcluirOi Leonardo, eu me trato com uma neurologista, ambos podem receitar o Metilfenidato. Só reforçando o que disse meu amigo Walter aí em cima: esqueça todas as asneiras que falam sobre a Ritalina e o Concerta; eles tem o poder de mudar as nossas vidas. E pra muito melhor.
ExcluirAbração
Alexandre
Walter,tenho tomado Ritalina 10 MG e fico ansiosa,o q fazer?
ResponderExcluirCarol
Carol,
ExcluirÉ normal. A Ritalina (metilfenidato) é uma substância que mexe com os neurônios da gente. Ela repara de lado, mas às vezes bagunça outros.
Eu, particularmente, prefiro administrar a bagunça que ela faz, pois o que ela conserta é muito melhor.
Se você conversar isto com seu médico, é bem capaz dele lhe passar um "ansiolítico". Mas não faça isto não, pois a confusão fica grande.
Como você está tomando a dose menor que tem, não tem nem como baixar a dose.
Não sei há quanto tempo você toma, mas esta ansiedade tende a passar, assim como outros efeitos colaterais. Por mim, eu lhe digo, se a Ritalina (no meu caso eu tomo o Concerta, mas é o mesmo metilfenidato) lhe traz os mesmos benefícios que eu senti e sinto, segure o "tcham", e vá em frente com ela.
Grande abraço.
Muito obrigado pelas dicas,tenho tomado Sertralina TB,mas como ela me deixa muito sonolenta,tomo à noite.Faz 3 meses q tomo a Rita,mas não todo dia,por causa da ansiedade e sede intensa,mas vou toma- la diariamente,creio q amenizar a os efeitos colaterais.
ExcluirMas foi a melkhoir coisa q me aconteceu,ter conhecido a solução para estas dificuldades q enfrentamos sem a ajuda da Rita.
Amei o blog,leio sempre,não estou mais sozinha nesta!!
Obrigado por vcs existirem.
Abraçao.
Carol,
ExcluirMe preocupa quando você diz "... ter conhecido a solução para estas dificuldades q enfrentamos ...".
A minha preocupação é porque a medicação faz um bem enorme, ajuda muito, mas, infelizmente, não é a "solução" não. O TDAH não tem solução.
Fique atenta e preparada, todos os dias, pois provavelmente a impulsividade e a procrastinação não serão resolvidos com a medicação.
Enfim, o TDAH é tinhoso, ele não se deixa vencer fácil não. Fique esperta.
Sucesso.
Kkk,me expressei mal,mas em vista do que eu não sabia nem o diagnóstico, o remédio tem me ajudado pacas,mas claro,o TDAH é tinhoso mesmo.
ExcluirAbraço
Oi Carol, oi Walter. Tenho o transtorno de humor como comorbidade do TDAH, andei tomando a sertralina durante cerca de um ano; foi bom, mas preferi tentar controlar meus acessos de fúria a continuar a tomar.
ExcluirAbraços
Alexandre
Alexandre,
ResponderExcluirVocê conhece a história de Sissifu? Pois é. Metade eu sabia, a outra metade eu fui buscar no Google.
Na mitologia grega, um tal de Sissifu recebeu dos deuses uma punição para, durante a eternidade, rolar uma grande pedra de mármore com suas mãos até o cume de uma montanha, sendo que toda vez que ele estava quase alcançando o topo, a pedra rolava novamente montanha abaixo até o ponto de partida por meio de uma força irresistível, invalidando completamente o duro esforço despendido.
Pois eu acho que o que os deuses deram a Sissifu foi o TDAH, e não uma pedra de mármore. Eu me vejo muito na história de Sissifu, toda as vezes que consigo botar minha vida toda arrumada, eu mesmo dou um jeito de fazer a pedra rolar de volta morro abaixo.
É um tal de pedra pra cima, pedra rolando pra baixo, que realmente me cansa muito.
Abraço.
OBS: Comentário meio besta este meu, não foi? Também achei, mas deixa aí.
Oi Walter, conheço sim, inclusive em um dos posts mais antigos meus faço essa comparação. O TDAH é bem isso, uma 'maldição' que carregamos que dificulta demais nossas vidas.
ExcluirCom mais de cinquenta anos de vida, olho pra minha vida e concluo que chegar ao topo está cada vez mais difícil, pelas próprias limitações da idade, e já me dou por satisfeito se conseguir empurrar minha pedra até a metade da montanha,
Meio besta nada, abração, meu irmão.
Alexandre
Alexandre, descobri o seu blog há alguns dias e gostei bastante. Parabéns pela iniciativa.
ResponderExcluirGostaria de propor um tema para um post. A discussão sobre o portador de TDAH inserido no mundo NATURAL e não somente
na sociedade humana. Irei esclarecer, imagine que não temos esse modelo de sociedade atual competitivo e que exige
alto desempenho e concentração de seus integrantes(no âmbito profissional principalmente). Ao pensarmos
que cada um de nós é diferente, podemos até eliminar de forma imaginária o termo "TDAH" e apenas classificar
as pessoas que possuem ele como diferentes. No mundo temos pessoas mais agressivas, mais concentradas, mais dispersas e mais criativas, etc.E proponho a discussão: As pessoas que sofrem com o "transtorno" são realmente o problema ou a sociedade que exige quase que sempre pessoas com o perfil concentrado, competitivo e alerta que está errada?
Eu tenho fortes indícios que possuo TDAH e provavelmente irei buscar tratamento. Porém, acho importante que fique claro aqui, que muitos de nós iremos procurar atendimento e tratamento para nos encaixarmos no modelo que a sociedade ATUAL exige e não exatamente que precisamos desesperadamente ser atentos e concentrados em nossas vidas. No começo eu citei sobre o mundo NATURAL, e o irei ilustrar no ambiente fictício
de uma tribo, onde os homens mais "atentos" e capazes podem ser eleitos grandes caçadores e os menos "atentos" mas que possuem talvez uma qualidade mais criativa, espirituosa serão os sábios ou pajés. Enfim, foi apenas para ilustrar que no mundo personalidades comuns são agrupadas em alguns rótulos e isso acontece inclusive em transtornos. É bom que tenhamos sempre senso crítico para indagar até que ponto sofremos de um transtorno ou vivemos em um ambiente doente e exigente.
Grande abraço!
Boa tarde, Gabriel!
ExcluirCom certeza! Já falei sobrei isso dentro de posts sobre outros temas, mas vou pensar em algo sobre isso. Concordo com você em gênero, número e grau. Meu pai é um grande exemplo; acredito que ele seja portador; com as atuais exigências acredito que ele não teria o sucesso profissional que teve. O mundo era mais lento, menos competitivo e mais solidário.
Eu me sinto um ET, hoje em dia pois sou péssimo em competitividade.
Vou pensar nisso Gabriel, e seja bem vindo ao nosso mundo.
Abração
Alexandre
RS... É para quem descobriu ser TDAH há tão pouco tempo, parabéns... Entende muito sobre nossa vida "claudicante" .
ResponderExcluirSer TDAH é ser normal e talvez a maior prova disso é que você se queixa em determinada postagem que é comum a um portador do distúrbio e com isso eu concordo, que seus parentes e amigos não acreditem que determinados comportamentos e ações nossos são uma decorrência de um problema com origem cerebral. Mas quem suspeitaria que um simples defeito de personalidade é, na verdade, um transtorno? A maioria das pessoas precisaria ser ou especialistas ou TDAH para perceber isso ( rsrsrsrsrsrs)
ResponderExcluirPara mim, o maior inimigo mesmo do TDAH é sua incapacidade de se manter concentrado em algo por muito tempo, mas nem mesmo isso nos impede de ser notáveis. Só mostra tanto para nós como para os outros o quanto podemos ser notáveis, pois mesmo com uma dificuldade de nos concentrar monstra, chegamos lá. Você deve saber mais do que eu da infinidade de portadores de TDAH notáveis que existem mundo afora e sem querer ser puxa-saco, acho que você é um deles, pois te achei um indivíduo muito lúcido de si mesmo e em relação a tudo que o cerca, muito embora cometa alguns exageros e deixe transparecer uma certa ponta de insatisfação por não ser tão " normal" como gostaria de ser... Mas isso faz parte de ser TDAH, pois se tem uma coisa que gostaríamos de ser era perfeitos...rsrs
Você também diz em uma postagem e eu concordo, que muitas pessoas tentam romantizar o problema, alegando que ser TDAH tem lá suas vantagens, pois seus portadores são criativos e inteligentes. Alegação que você rebate lembrando que existem muitas pessoas igualmente criativas e inteligentes e que não têm déficit de atenção.
Bem, é mesmo verdade o que você diz. No entanto, as pessoas que são criativas e inteligentes, mas que não têm o TDAH, provavelmente são portadoras de outros transtornos. Será que você já parou para pensar que nenhum cérebro funciona perfeitamente?
E quem diz isso é a Ana Beatriz, que é psiquiatra, consultora da Rede Globo e autora do Livro Mentes Perigosas... Seria muito interessante você ler, caso lhe interesse, o que ela diz sobre esse assunto nessa entrevista concedia ao Jornal O Globo(http://libertosdoopressor.blogspot.com.br/2011/05/autora-de-best-sellers-sobre-bullying-e.html)
Talvez essas pessoas com alta capacidade intelectual que não têm o TDAH tenham determinado comportamento por conta de um transtorno que ainda nem foi catalogado pela ciência, vivendo, por isso, sob uma aparente capa de normalidade...
Há também aquelas pessoas que se dão bem com todo mundo, que são as queridinhas, mas que, para isso, têm muitas vezes que passar por cima do seu desejo de dizer não para conseguir uma alta aceitação social, demonstrando uma necessidade quase que patológica da aprovação alheia.
Gente assim geralmente não tem conflito com ninguém, mas tem inúmeras insurgências consigo mesma. Afinal de contas, não deve ser nada fácil viver engolindo sapo para se sentir amado...
Tô falando isso para te mostrar que todo mundo sendo TDAH ou não tem conflitos: uns com os que o cercam e outros com eles mesmos...
Depois que os defeitos que um TDAH tem pode muito bem serem corrigidos com a maturidade e eu acho que todo mundo que quer melhorar e crescer enquanto ser humano, independente de ter esse transtorno ou não, já deve ter feito algum reparo moral em si mesmo com o intuito de aperfeiçoar sua convivência com aqueles que o cercam e você mesmo diz aqui no blog que na reunião que participa para pessoas com TDAH viu em uma determinada ocasião,um garoto de 13 anos portador desse problema, tomar a decisão de não brigar mais com ninguém...
Oi, Alexandre, gosto muito do seu blog, embora tenha-o conhecido há pouco tempo através de um amigo com suspeitas de hiperatividade. Para você ter uma ideia do quanto gostei daqui, só em um único dia, li mais de 20 textos a e é exatamente sobre determinadas colocações suas em algumas postagens que gostaria de pedir licença para lhe fazer umas criticazinha.
ResponderExcluirSinceramente acho que você leva muito a sério essa coisa de ser TDAH, chegando a tratá-lo até como doença mental, terminologia que considero muito forte para um transtorno que impõe ao portador, no máximo, um defeito de personalidade como ser sarcástico, por exemplo. Se eu não tivesse TDAH, nem conhecesse pessoas que tivessem o transtorno, confesso que pensaria que o problema é mais grave do que realmente é por conta da forma como você encara a questão em alguns momentos.
Outra coisa que me chamou bastante atenção foi o fato de você se declarar um ex ateu e hoje já aventar a possibilidade de Deus existir, assumindo que sua " incredulidade" em Deus era, na verdade, apenas uma forma de desafiá-lo.
ResponderExcluirAlega também que adquiriu essa consciência quando chegou à meia-idade... Bem, eu tenho 26 anos e graças a Deus adquiri esta consciência esta semana... Eu questionava muito algumas coisas sobre Deus que eu não entendia.
Mas as dificuldades da vida me mostraram que meus questionamentos não me trariam benefício algum e que o mais sábio seria aceitar as coisas como são me colocando na posição de ser inteiramente dependente de Deus.
Me lembrei uma vez de um versículo que li na Bíblia no Livro de Jó que dizia o seguinte " quem contendeu com ele e teve paz?" ( Jó 9:4). Também me lembrei de outro versículo que li, o qual diz o seguinte: clama a mim que responder-te-ei e te anunciarei coisas grandes e firmes que não sabes.( Jeremias 33:3), ou seja, a conclusão que tirei disso tudo é que Deus não se nega em se dar a conhecer a ninguém desde que tenhamos humildade para isso, já que o clamor denota um ato de humildade e eu me senti muito melhor depois que compreendi todas essas coisas e passei a descansar nessas promessas bíblicas porque Deus exalta o humilde e resiste ao soberbo.
Fabiola, tudo bem?
ExcluirO Alexandre, já há alguns posts, tem estado no modo "semi-presente", larga uns posts fantásticos e ... some. Quem quiser que fique interpretando e discutindo sobre o assunto, buscando entender, cada um ao seu modo, o que ele quis dizer.
Aí eu, que leio esta banana todos os dias, quando vejo um monte de considerações e questionamentos sem respostas, fico com a mão coçando para dar meu palpite em tudo, porque eu A D O R O palpitar, principalmente quando o assunto é TDAH.
Daí pergunto, você fez questionamentos diretos a Alexandre, mas, na ausência dele, posso palpitar?
OBS: Mas, atenção, se você permitir, na parte religiosa eu não me meto, como não me meto em discussão política, mas quanto às suas considerações sobre o que é ter que conviver com um ser TDAH dentro de si, eu vou discordar de você, e muito. rsrsrs
OBS2: Há, e já que ele não vai ler estes comentários mesmo, devo dizer que o "self" que ele fez dele e colocou aí em cima no post está bem melhor do que ele estava antes, parabéns Alexandre, até trocou o sal por um cachorro. kkk
Oi, Walter. Pode palpitar sim. Nada mais TDAH do que gostar de palpitar... Abraços!
ResponderExcluirViiixe, caiu na minha lábia, agora segura. kkk brincadeira.
ExcluirFabiola, o cerne do post do Alexandre, penso eu, falo deste paradoxo que o TDAH nos dá: o de ser algo absolutamente destrutivo para nós e para aqueles que nos rodeiam, e, ao mesmo tempo, nos dotar de capacidades infinitas de reerguimento e recomeço.
Os não TDAH não se destroem tanto como nós, mas, ao assim fazerem, não conseguem ou demoram muito mais para se reerguerem.
Não queria mudar o foco do post, mas mudar o foco do assunto é a nossa cara, não é? Então, mudemos, ...
Tenho absoluta convicção, pois as minhas cicatrizes na alma não me permitem duvidar, que o TDAH é algo terrível para se ter; é algo terrível para se ver em um filho ou em um pai. Quanto sofrimento, quanta dor, quantas oportunidades perdidas, quanto descrédito, quanto ... tudo.
Para não ser repetitivo neste particular, e para não fazer um "recortar colar", peço a você que leia um post do Alexandre, é o n° 04 do mês de agosto, chamado: "TDAH é um dom?" O post em si é meio "fraquinho" (toma aí Alexandre, tá vendo o que vc queria? você não aparece aqui, aí a gente tomas certas liberdades, kkkk), mas lá nos comentários tem uma discussão fantástica, inteligente, esclarecedora, entre um gênio no assunto (que não por acaso sou e) e outros iguais.
Brincadeiras à parte, vale a pena você ler e refletir sobre o que está lá, o debate beirou os 100 comentários. Veja lá.
Fabiola, o TDAH não é só perda de foco e atenção não, é impulsividade para fazer grandes bobagens, é procrastinações infindáveis, é ter sempre a pecha de irresponsável, imaturo, etc.., é ter a auto estima moída dia a dia, é ser sempre citado como "atrapalhado", "lerdo", ... e por aí vai.
Para mim o TDAH é sim uma doença mental, como é a síndrome de asperger, a dislexia e tantas outras síndromes. Porque não chamá-las de "doença"? me explique. Porque é "pesado"? porque remete ao fato de que "ai meu deus, sou um doente mental?"
Na doença do asperger, o sujeito tem um “dom” de uma inteligência bem acima da média, mas pergunta a ele se ele quer ser um “gênio” ou quer ter uma convivência sadia e normal com os seus amigos e sua família? Me pergunte a minha opção, entre ter tanta criatividade, e sei mas lá o que que dizem de bom do TDAH, ou se eu queria ter uma semana normal na minha vida, sem fazer alguma bobagem?
Este "distúrbio", o TDAH, em qualquer outro órgão, você diria: "estou com uma doença nos rins (fígado, baço, coração, etc..). Você não diria, "estou com um distúrbio nos rins". (A não ser quando é dor de barriga, ai a gente diz: "estou com um distúrbio gástrico", mas aí é para não dizer, “estou com ..., sai todo mundo da frente! kkkk).
Para mim, a doença do TDAH, como qualquer outra doença, incurável, é algo que me debilita terrivelmente, e a qual eu tenho que buscar todo e qualquer tratamento eficaz para me ajudar. Vc fala que, com a maturidade, as
Esta questão de ser, ou não, uma "doença" seria meramente semântica, se não fosse o fato de que, ao não encarar a gravidade do TDAH, ao não encarar o fato dela ser uma doença, ao ficar sofismando, romantizando o TDAH, o portador não toma os cuidados que deve tomar; não busca ajuda com a força e a seriedade que deve buscar, enfim, vacila, se acomoda, ... se ferra.
Fabiola, você afirma que com a maturidade os defeitos do TDAH podem ser corrigidos. Pois bem, diga para mim e para o Alexandre, ambos passados dos 50, com que idade vem a tal maturidade? Estou ansioso por saber, para ver quando eu vou poder viver sem os mesmos erros de quando tinha ... sei lá, desde sempre.
ExcluirSe aos 50 anos me considero um vencedor? Sou obrigado a dizer que sim. Consegui ter e, mais difícil, manter uma família (O Alexandre, na ultima contagem já estava com 9 ex-famílias e ... subindo. Hiiiii, hoje estou tomando todas as liberdades possíveis com o meu guru); Consegui manter uma média no meu trabalho, enfim, consegui chegar muito mais longe que muitos dos meus amigos e colegas de infância e escola, alguns deles muito mais estudiosos e focados do que eu.
Mas consegui isto, primeiro, deixando um número enorme de cadáveres pelo caminho, todos eles abatidos pelo meu TDAH, minha "irresponsabilidade" e, entre estes mortos, vários foram eu mesmo. Quantas vezes morri de vergonha de meus atos ..., quantas culpas eu carrego... infinitas.
Em segundo lugar, consegui tudo isto não pelo fato de SER TDAH, mas APESAR DE SER TDAH. Toda as quedas que o TDAH de deu, por não me destruírem, me fortaleceram, ao ponto de hoje os meu conselhos sobre "crises", "caos", "reconstrução"e "recomeço" valerem uma boa grana.
Agora vem a parte da argumentação que é covardia, é quando eu apelo para a minha idade. Covardia porque, sendo bem mais velho que você, eu posso usar este fato e você não tem como rebater. São as vantagens de ficar velho..., rsrsrsr.
Vamos a ele:
Pois bem, o Alexandre escreve de forma tão bonita e tão profundamente sobre o TDAH por dois motivos: um, porque ele tem um dom, este sim, um dom, o da escrita. Isto, infelizmente, não é do TDAH. O textos do Alexandre são verdadeiras poesias, quando lemos sentimos algo calar fundo na nossa alma.
Mas, outro motivo, que interessa de perto, é que o Alexandre, passados dos 50 anos, igual a mim, e à muitos outros TDAHs velhos, já viram todo o caos e a destruição do que é ser TDAH. Ele fala, muito infelizmente, com conhecimento de causa.
Vocês, TDAHs ainda jovens, têm algo que me foi roubado: o conhecimento da doença. Em mim, isto só veio já perto dos 40, quando muito da minha vida tinha se perdido. A medicação, de forma regular, demorou um pouco mais, a terapia, para quem já está nesta situação já não funciona ... enfim, nos resta, burros veios, se agarrar na medicação mesmo e em terapias alternativas, tipo "coach", etc.
De tudo que eu disse, peço que grave apenas isto: Ter TDAH não é o fim do mundo: você, com o acesso à informação que você tem, medicada, se possível com terapia por quem entenda do TDAH, talvez consiga superar de forma mais tranquila ou aceitável do que nós, que não tivemos acesso a isto, MAS NÃO BRINCA COM O TDAH, NÃO.
Como eu disse, o TDAH não é o fim do mundo não, mas é perto, perto.
Por fim: Andam dizendo por aí que Albert Ainsten tinha TDAH. E daí? “Há, se ele tinha, então você também pode ser um vitorioso.” Tá, mas e se Hitler tiver tido, se Gengiskan, Calígula, ou qualquer outro abominável, ou serial killer tiver tido TDAH, vou ser “abominável” também? Detesto este argumento.
Seu site virou uma merda. Já foi bem melhor. Vcs estão distorcendo a o TDAH. Estude melhor antes de publicar Fabíola, VC certamente não é uma TDAH... Deve ter problemas com a sua personalidade o que um TDAH n tem. Vai se informar vai.
ResponderExcluirOi, Walter, muito obrigada por ter comentado as minhas considerações. Walter, embora eu tenha comentado nesse post, na verdade, eu quis comentar aqui não foi nem sobre ele, mas sim sobre as minhas impressões sobre os muuuuuitos textos que li aqui neste blog de que gostei tanto e com o qual muito me identifiquei.
ResponderExcluirWalter, você tem 50 anos de idade e a essa altura da vida, já deve ter visto muita coisa que eu ainda não vi, mas se me permite, não existe uma idade certa para alcançar a maturidade.
Talvez a maturidade chegue quando você adquire consciência de algumas coisas e sinceramente não dá para determinar quando é que esse insight pode acontecer... O próprio Alexandre fala que participou certa vez de uma reunião voltada para pessoas com TDAH onde viu um garoto de apenas 13 anos tomar uma atitude que ele, embora bem mais velho, levou anos para tomar...
E, sim, o TDAH é muito impulsivo e eu sou assim também, ma pouco pouco percebi que venho melhorando e olha que quando eu percebi a necessidade de melhorar eu nem sabia ainda que eu era TDAH...
Simplesmente cheguei em um ponto da minha vida em que percebi que determinadas mudanças deveriam ser feitas...
Você diz que o TDAH não consegue ter relações sociais sadias... Olha, já houve muita gente que se afastou de mim e passou aaaaaaaanos sem me procurar e depois do nada, de livre e espontânea vontade, voltou a me procurar, dizendo que não entendia determinadas coisas que eu falava, mas que depois passou a me compreender e diz gostar muito de mim... Já houve gente que me tachou de pessoa difícil, mas passou cinco anos em busca do meu perdão... Já teve gente que sumiu e dois anos depois me mandou email querendo me ver... Houve também aqueles que, na impossibilidade de reconhecer os próprios defeitos, buscaram omiti-los de si mesmo se utilizando das minhas falhas.
Já teve gente que passou um tempo indiferente comigo e depois de alguns anos voltou querendo marcar me ver, dizendo que tava com saudades e tudo o mais...
Claro que houve também os que, até hoje, permanecem sem querer olhar para a minha cara. Em casos como esses, cabe a mim avaliar a situação e ver se é mais um caso em que devo promover alguma mudança em mim ou não...
Ademais que eu conheço algumas pessoas que apresentam dificuldade em se relacionar e não têm TDAH...
ResponderExcluirMuitas vezes até o próprio se dar bem com todo mundo, conforme eu já disse em outro comentário, é fruto de uma desordem emocional. Tem gente que sente uma necessidade tão monstra de agradar os outros, que passa até por cima de si própria... Isso também não é bom e causa sofrimento, inclusive eu já vi psicólogos falando sobre esse comportamento...
Walter, nenhum ser humano está em perfeito equilíbrio emocional e mental... Sempre apresentaremos aptidões em uma determinada área e deficiências em outras... Ter TDAH é um dom? Não acho! Mas vai te dar aptidões para algumas coisas e inabilidade para outras, mas ser ser humano é isso: ter habilidades e inabilidades... As inabilidades nos causam frustrações, sofrimentos... Talvez e apenas talvez o que diferencia o TDAH das demais pessoas é que a gente primeiro conhece nossas inabilidades para depois conhecer nossas habilidades. A gente já começa a vida tendo que se superar...
Você diz que o Alexandre tem o dom da escrita. Bem, os que me rodeiam também pensam o mesmo sobre mim, inclusive eu suspeito, posso até estar completamente enganada, que a Clarice Lispector seja uma TDAH por conta de tudo que já li e assisti sobre ele. Caso lhe interesse, deveria assistir a última entrevista que ela deu no ano de 1977 ao jornalista Júlio Lerner disponível no Youtube.
Você diz que a habilidade que o Alexandre tem para escrever não é oriunda do TDAH, mas eu li um texto dele aqui onde ele falava que quando o TDAH quer escrever algo, ele não consegue esperar, coisa assim( não lembro em qual texto ele falou isso)...
Então eu acredito que provavelmente essa habilidade tenha origem no TDAH, sim, e inclusive eu também sou assim. Quando algo me é urgente, eu tenho que escrever e eu também já escrevi prosa poética que faziam muito sucesso entre aqueles que me eram mais próximos a ponto de tempo desses uma ex colega de faculdade pedi para eu reler algo que eu escrevi há tantos anos...
Já escrevi textos para blogs profissionais que foram um sucesso...
Você diz
Eu, quando mais jovem, achava que existia pessoas com vidas muito próximas da perfeição. Eu tenho uma amiga que antigamente eu pensava que era emocionalmente perfeita. Hoje que estou um pouco mais madura que naquela época, já percebo que ela tem alguns problemas, inclusive de convivência, embora não deixe isso transparecer...
Walter, que fique bem claro que eu não estou aqui menosprezando tudo o que já sofreu na vida até porque eu sou muito jovem e estou começando a viver agora e sei que você vai achar que estou errada, mas pessoas que estão com 40, 50 anos, ou seja, na meia-idade já acumularam alguma experiência de vida bem mais do que alguém que está na casa dos vinte e tanto.
Então será que você também não está depositando todas as suas frustrações na conta do TDAH não, como se agora você tivesse um bode expiatório para justificar todas as suas frustrações? Eu sei que muita coisa é fruto do TDAH mesmo, mas apesar de termos nascido com esse transtorno, também nascemos com o que, na impossibilidade de usar uma terminologia técnica porque não sou especialista em comportamento humano, usarei uma mais grosseria a que denominarei de predisposição natural, a qual é intrínseca e, ao mesmo tempo variável de ser humano para ser humano, sendo responsável pela maneira como cada um lida com os fatos da vida.
Você diz que detesta quando alguém lhe diz: mas o Einstein também era TDAH e termina dizendo que ele preferiria ser menos inteligente a ter TDAH... Não sei, Alexandre... Talvez diante de tudo o que ele representou para a ciência, talvez ele preferisse ter TDAH...
ResponderExcluirAdemais que nenhum cérebro funciona perfeitamente porque se fosse assim, meu amigo, nós teríamos habilidade para tudo e, no entanto, nós só temos apenas aptidões e temos que nos conformar com isso...
Provavelmente se Einstein não tivesse TDAH, teria outra coisa... Eu tava estudando alguns transtornos mentais porque eu suspeito que um ex colega de faculdade tenha personalidade histriônica e comecei a ler sobre o assunto quando percebi que algumas meninas socialmente tachadas de safadas, que gostam e sentem prazer em seduzir, ainda que não esteja de fato interessadas são, na verdade, histriônicas...
Então o que a gente chama corriqueiramente chama de periguetismo é, na verdade, um transtorno, embora nem toda periguete tenha essa disfunção...
Me desculpe, Walter: mas eu não acho o TDAH o fim do mundo não e olha que eu me identifiquei demaaaaaaaaaaaaaaais com os textos do Alexandre e acho que muito do que ele descreve nos posts dele é a mais pura verdade e me representa... Eu só não me identifiquei mesmo com a forma como ele encara o problema.
Quando eu tiver tempo, vou dar uma lidinha no texto que você me apontou aqui e talvez até participe da discussão..
Muito grata por sua atenção, Walter.
Fabiola, me lenhei. Entrego os pontos. rsrsr
ExcluirAchei que ia lhe mandar um texto bomba de grande, mas, comparado ao seu, foi um traque que deu ¨xabu¨
Enfim, respeito suas opiniões,que sei sinceras e bem fundamentadas, mas, como disse divirjo de alguns pontos.
Doravante, quando for debater com você, vou ser mais precavido, vou procurar focar em um único tópico.
Grande abraço e bom final de semana.
OBS: adorei o seu ato de indiferença com o abestado. Foi 1000.
Bem, bem, bem...
ExcluirEu deveria estar a caminho do trabalho, mas caí na besteira de ler esse debate e... Como bom adolescente que sou aos 54 anos, priorizei o mais importante.
Fabíola, concordo com tudo, absolutamente tudo o que você disse. Em teoria. Na prática, o TDAH dói demais, destrói nossas vidas, nossas relações, nosso futuro.
Quando você fala que colocamos na conta do TDAH parte de nossas frustrações/ fracassos, é exatamente isso. Isso que nos transforma em TDAHs, a repetição desses comportamentos destrutivos que nos ferram, repetidos ao redor do mundo por milhões de pessoas (aparentemente normais) que criaram uma doença. Pra mim a melhor explicação que encontrei sobre o TDAH é: um conjunto de sintomas comuns a quase todo mundo, mas que reunidos em uma só pessoa, e num tal grau de intensidade, que interferem negativamente na vida do portador.
A soma de impulsividade, falta de concentração, má memória, procrastinação e imaturidade, transformam a vida dos portadores num verdadeiro inferno.
A minha vida é uma bosta Fabíola! Aos 54 anos me encontro arrasado profissionalmente, recomeçando afetivamente, às voltas com problemas de relacionamento com pessoas queridas, tudo fruto de atitudes irresponsáveis, infelizes, escolhas idiotas, explosões de ira, impulsividade e procrastinação em doses cavalares cometidas a anos atrás e que até hoje refletem em minha vida.
E te digo mais, o saber-me TDAH me ajudou muito, mas ao mesmo tempo me deu um certo medo. Medo de que todas as minhas atitudes sejam por impulso e ter me transformado num paralítico em atitudes. O que tenho tolerado hoje em dia eu já teria detonado tudo a anos atrás. Certo ou errado ainda não sei, tenho me convencido de que tenho agido de maneira fria e planejada. Vamos ver até quando conseguirei levar dessa maneira.
EU TENHO QUE IR TRABALHAR!!!!!!
Chega!
kkkkkkk
Não suma, esses debates que enriquecem esse blog !
Abraços a você e ao meu grande irmão Walter. Que não permite que esse blog acabe.
Alexandre
Não tenho essa facilidade pra me reerguer que vocês tem. Cada vez que cometo um erro muito feio, parece que uma parte de mim vai sumindo aos poucos. Repito os erros por falta de atenção, mas esquecer o que fiz, não consigo. Perco cada vez mais o entusiasmo, e fico cada vez mais apática , alienada e inexpressiva. Quando criticam minha capacidade, também vou me desanimando. Quando faço de tudo pra ajudar alguém,e de repente a pessoa me diz que sou muito cruel e mau-caráter, que nunca quis ajudar em nada... vejo que tudo que fiz foi inútil, e perco o interesse em ajudar outras pessoas que precisam. Não faço planos, nem ligo mais pro que acontece no mundo. Cada vez que erro feio, meu desinteresse por tudo só aumenta, e não consigo dar a volta por cima como vocês .
ResponderExcluirOlá Anônimo,
ExcluirVou te dar uma visão bem pessoal.
Uma coisa é ter TDAH, outra coisa é ser psicopata.
O psicopata não tem qualquer sentimento de empatia ou culpa pelas atrocidades que ele faz. Aliás, para ele não existe "atrocidades", pois do mesmo jeito que ele bebe agua para matar a sede, ele esmaga um crânio de uma pessoa para poder resolver uma dificuldade qualquer do cotidiano.
Nos TDAHs não, quando erramos, a culpa nos segue sim, ou melhor, nos persegue, e às vezes pelo resto da vida.
Aí em cima eu escrevi sobre como consegui chegar ao 50 anos com alguma estabilidade (alguma, não muita): "Mas consegui isto, primeiro, deixando um número enorme de cadáveres pelo caminho, todos eles abatidos pelo meu TDAH, minha "irresponsabilidade" e, entre estes mortos, vários foram eu mesmo. Quantas vezes morri de vergonha de meus atos ..., quantas culpas eu carrego... infinitas."
Sim, constantemente sou confrontado com as minhas culpas dos atos que pratiquei no passado e que, de vez em quando, ainda pratico no presente.
Uma passante aqui no blog, de nome Maria Bonita, (que saudade dela, por onde e como será que ela está?) que também estava com 50 anos, falava que, tomando a medicação, ela conseguiu e conseguia "visitar o porão da alma, aonde estavam os baús abarrotados das culpas dos atos praticados."
Esta expressão, "Porão da Alma", me marcou. Realmente, somente com a medicação e o auto conhecimento do TDAH é que tive forças para ir lá, no "porão da minha alma", ver e rever a maioria das M.. que fiz ao longo dos anos. A dor é grande, mas acredito que é necessário.
Dito isto, acredito que o Alexandre coloca que: erramos, sim; temos as nossas culpas, sim; ficamos prostrados, sim; temos profundas cicatrizes e enormes culpas pelos nossos desastres, sim; mas que, APESAR DISTO TUDO, conseguimos ir em frente.
Ficamos abatidos, mas, de repente, por um "Cick" qualquer, conseguimos levantar e ir trabalhar.
Bem, eu, muito particularmente, sei o quanto por vezes levantar e ir trabalhar é difícil, e, lhe digo, a medicação foi algo que me ajudou muito neste processo de me reerguer.
Enfim, não é fácil não; não é fácil para você, pra mim, para o Alexandre, ou outro TDAH qualquer.
O certo é que, de alguma forma conseguimos, e é isto que o Alexandre celebra.
Enfim, de novo, rsrsr, tome a medicação, ela vai te ajudar muito a se reerguer.
Abcs.
Anônimo,
ExcluirPara ilustrar o que eu disse, achei um POST do Alexandre que fala do TDAH e de suas culpas: http://www.tdah-reconstruindoavida.com.br/2014/09/carregando-culpa-do-tdah.html.
Dá uma lida que você vai me entender melhor.
Boa noite,
ResponderExcluirAcompanho o blog a algum tempo e foi muito legal conhecer pessoas com muitas características iguais as minhas.
Estou passando pra contar uma novidade, finalmente fui diagnosticado com TDAH (já sabia que tinha). Já estou tomando ritalina a uma semana e meia. Acredito que agora sou sem limites kkkkkkk.
Já senti várias mudanças, por exemplo:
ResponderExcluirEssa semana olhei um número de telefone que estava num local e sem muito esforço consegui lembrar dele até chegar na minha mesa.
Rendi bem mais no trabalho, muito massa.
Engraçado que tive a sensação de controlar melhor até meus sentimentos. Normalmente fico nervoso quando vou falar com o meu chefe e acaba parecendo que sempre estou deixando a desejar em relação ao meu trabalho, mas dessa vez não. Conversei com ele e disse que o problema daquele dia não podia ser resolvido até segunda e que não havia nada que pudéssemos fazer (ele até me agradeceu no final do dia: - "Valeu por hoje Thiagão" rs). Alguém mais sente algo assim?
Thiagããããão, é issssooooo aêh garoto.
ExcluirChega me arrepie com seu depoimento.
Pois foi Igualzinho a mim quando comecei a tomar a medicação, sem falar que passei a conversar com os outros olhando nos olhos, e não mais com a cabeça baixa.
A minha auto stima foi lá pra cima.
E você vai ter muitas outras boas notícias.
Só não esqueça que a medicação não vai resolver tudo. Aproveite o bom momento seu, a força nova, e procure identificar o que ela não melhora para você e busque outras formas de solucionar
Grande abraço.
Este comentário foi removido pelo autor.
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ExcluirWalter, obrigado pela força e dicas...
ExcluirNa minha cabeça tenho um filme da minha vida, onde sempre o que eu fazia era pior.
Depois de um tempo cheguei a conclusão de que era uma pessoa diferente e passei a gostar disso. Todos falavam que eu era engraçado, gente boa, etc...
Muitas vezes tenho baixa autoestima, mas durante anos converso comigo mesmo no espelho, graças a essa técnica, renasço das cinzas rs.
Agora tenho esse novo poder nas mãos e o céu é o limite!!!
Olá pessoal, Venho acompanhado o esse blog há duas semanas, fui diagnosticado e comecei a tomar Ritalina LA 20mg hoje, na primeira hora senti uma mudaça positiva em mim, paz, concentração, calma e vontade de fazer as coisas.
ResponderExcluirA única coisa estranha é que depois de umas 4 horas parece que os efeitos passaram, não sei se tem a ver com o fato de eu ter dormido pouco na noite anterior (umas 4 horas) ou se a medicação indicada não foi adequada. Alguém passou por isso ? Bom o fato é que eu me senti bem melhor =D
Oi Anônimo,
ExcluirA medicação "LA" quer dizer longa ação, ou seja, é para a medição e sendo liberada aos poucos no seu organismo e manter você com a mesma dosagem por, pelo menos, 12 horas.
Assim, fique atento, se ela ficar fazendo uma variação muito grande não é normal não, converse com o seu médico sobre isto.
Outra coisa, mesmo sendo a mesma substância, o METILFENIDATO, tem ela pela marca RITALINA e a CONCERTA (laborados diferentes), às vezes a mesma dosagem, por laboratórios diferentes, produzem diferentes resultados.
O meu filho, com a LA da CONCERTA (20mg) teve dor de cabeça, e, com a mesma dosagem da RITALINA, não sentiu nada.
Ajuste com seu médico.
OBS: Você e Thiago aí de cima alegraram minha tarde. Encontrei com dois dos MEUS IGUAIS se medicando, se ajustando, produzindo, ... felizes,
Obrigado a vocês dois.
Tomava ritalina e depois passei para o venvanse, mas quando eu voltava na médica minha pressão sempre ficava alterada e eu não tenho problema de pressão alta. Um dia fui sem tomar o remédio, e minha pressão estava 14/10 e ela decidiu suspender essa medicação e indicou wellbutrin, mas quando eu media minha pressão em casa, dava no máximo 13/9. Eu perguntei a ela se poderia tomar algum remédio que regulasse minha pressão já que não queria e nem quero parar de tomar o venvanse, pois apenas com esses remédios que consegui estudar de verdade, mas ela disse que não tem outra possibilidade. O que eu poderia fazer? Aceitar e tomar um remédio que pode não funcionar?
ResponderExcluirOlá Anônimo,
ExcluirO aumento da pressão aumento é um efeito colateral bastante comum em quem toma o Metilfenidato. No meu caso, ela subiu de uma média de 13 para 14, até 15.
Fui a um cardiologista e disse: ¨Dr. Baixa esse treco aí com uma medicação, porque sem meu CONCERTA eu não fico de jeito nenhum.¨
Resultado, de muito a minha rotina é: Acordar e jogar pro bucho dois comprimidos, um para regular a cabeça (Concerta), e o outro para regular o coração. Eu, inclusive, já deixou os dois tipos de comprimidos em um frasco só.
SUGESTÃO: Faça o mesmo, ou seja, EXIJA UMA SEGUNDA OPINIÃO DE UM CARDIOLOGISTA.
Muito obrigado, Walter. Mas a médica que receita o venvanse não quer deixar eu tomar um remédio psra pressão, dizendo ela, tomar um remédio por causa de outro é coisa de português. Estava mesmo pensando em ir num cardiologista.
ExcluirCara, não para não o Metilfenidato, e vá a um cardiologista para baixar a sua pressão por outra medicação.
ExcluirSomente se ele, o cardiologista, disser que você tem uma "cardiopatia grave" e que você vai morrer se tomar o Metlfenidato, somente aí, você considere parar, caso contrário, véio, vá por mim, sem a medicação tamo "fú fú" da vida.
OBS: desculpe-me pelo modo descontraído, mas, brincando, levo a vida à sério, e, quando é TDAH, levo mais a sério ainda.
Vejam se vocês se interessam neste vídeo:
ResponderExcluirhttps://www.youtube.com/watch?v=aiFgG20Abcs
Neste outro vídeo, ele fala que o certo mesmo é ler rápido, e não lentamente:
https://www.youtube.com/watch?v=vybMAbmMhs0
Uma dica é ir na engrenagem no canto inferior do vídeo e escolher uma opção Velocidade 1.5 ou 2.0x mais rápida.
Ah algum tempo nao lia seus ppste sempre me emocionaram por ser tao eu em caaa palavra, mas este me tieou lagrimas dos olhos.
ResponderExcluirTexto realmente brilhante, e confesso que sim, é assim que me sinto. Quase todos os anos é a mesma coisa, sempre faço merda e destruo muito do que construí(amizades, relacionamentos, etc), mas desanimar não faz parte do cotidiano, não permanentemente, se machucar faz parte mas sempre reergo. É assim que vivemos e sinceramente acho essa virtude fascinante, é bom ver que outras pessoas conseguem superar isso tudo também.
ResponderExcluirPS: seu blog tem me ajudado muito na convivência com a doença, consigo agora sentir menos raiva de como sou e aceitá-la melhor. Agradeço