domingo, 22 de maio de 2011

A MONTANHA RUSSA DO TRATAMENTO DO TDAH.



No princípio foi a perplexidade
Uma doença
Depois a revolta; por que tão tarde?
Por que não descobrir a tempo de mudar minha vida?
Depois a consciência de que ainda tenho muita vida a viver.
E a mudar.
E veio o tratamento.
E a esperança de que tudo mudaria como num passe de mágica.
E não mudou.
E veio a decepção, o desinteresse, a vontade de abandonar o tratamento.
A ritalina não resolve, não sinto seus efeitos.
Por fim, comecei a ter consciência de que a mudança é um processo.
Um passo após o outro.
O exercício da paciência.
O fino véu que me cobria a vida começa aos poucos a desaparecer.
Mudanças de perspectiva, de padrão mental.
Os frutos da persistência começam a ser colhidos.
Mas tenho a certeza de que a vigilância deve ser permanente.
Carrego dentro de mim o inimigo; ele hiberna, mas não está morto.
Apenas aguarda que eu baixe a guarda para atacar de novo.
( Por falar nisso, hora da ritalina.rs)
Paciência, motivação, vigilância.
Isso resulta em auto estima, amor próprio, vontade de viver melhor.
Como todo tratamento é chato, cansativo, enjoado, mas os efeitos do TDAH
são muito piores, são cruéis e dolorosos.
Eu não quero mais senti-los.
Eu quero viver.

7 comentários:

  1. é engraçado essas fases que passamos logo após o diagnóstico, pois é exatamente isso. eu senti um susto, afinal era uma doença, um transtorno. depois veio um certo alivio, não era minha culpa tudo que eu imaginava, depois uma certa revolta, por que diabos nunca viram antes? no colegio? as outras psicologas? depois veio o tratamento com uma psicologa especializada, seguido do tratamento com a Rita(lina), ai também não achei que haviam grandes mudanças, mas nos dias que não tomava sentia uma diferença gigantes, as pessoas comentavam, dessa forma começei a perceber com clareza o quanto minha quaalidade de vida havia melhorado. incrivel...surreal, hoje eu me sinto mais confiante, menos culpada, me aceito melhor e estou aprendendo a viver melhor com minhas qualidades e minhas limitações. hoje eu vivo bem melhor, bem mais tranquila...

    esse post é muito bom pois acho que o momento após o diagnóstico pode ser um pouco confuso...

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  2. Seu blog tem me ajudado muito, tenho apenas 19 anos e fui diagnosticado este ano, mesmo assim, tenho me sentido do mesmo jeito qnt ao tratamento, às vezes tenho a impressão que tudo só tem piorado, pelo menos na minha relação. Pensei que outras pessoas me entenderiam, mas vejo que é muito complicado. Não sei se eu que tenho de ser compreensível com as pessoas que eu amo ou vice-versa. Eu busco tentar controlar todos os outros sintomas do TDAH, que não são apenas o esquecimento ou a falta de atenção, mas percebo que é questào de tempo até eu não sei como, perder a paciência e começar a me sabotar ou descontar nos outros.Juro que tento mudar meu jeito e hábitos, mas tem sido tão difícil.

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  3. Oi, Laís!
    Obrigado de novo por suas palavras.
    O tratamento demora um pouco a fazer efeito; ou para notarmos seus efeitos. Não sei dizer a quanto tempo abandonei os pensamentos derrotistas, mas abandonei, não fazem parte de minha vida mais.
    Nada mais difícil para um TDAH do que um tratamento de longo prazo. Se fosse umas duas ou três injeções (ainda que muito doloridas) 90% de nós conseguiria enfrentar o tratamento. Porém, passar o resto da vida em tratamento é algo impensável para todos nós.
    Precisamos agir como no AA, vou me tratar hoje. rsrs
    Também estou mais tranquilo e centrado.
    Um abraço
    Alexandre

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  4. Oi Breno.
    Não sei qual o tratamento vc faz, mas no meu caso eu tive que alterar a posologia da ritalina para sentir seus efeitos. Comecei com uma dose de LA por dia. A única coisa que me lembro foi de ter ficado muito, muito, irritado. Somente com a divisão da posologia para duas tomadas diárias e a introdução da Sertralina pela manhã, meu humor começou a se estabilizar e a melhora a se manifestar.
    Não sei se vale a pena tentar controlar o TDAH, temos que aprender a conviver com eles. Crie estratégias para conviver com suas falhas, peça ajuda às pessoas que ama, de preferência de sua família.
    Escreva seus sentimentos, se não quiser num blog, escreva para vc mesmo. Escrever é como observar de fora seus sentimentos e comportamentos, facilita a combatê-los.
    Converse com seu médico, tente novas formas de tomar o medicamento.
    Se precisar de apoio, estarei aqui.
    Um abraço
    Alexandre

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  5. Olhe , eu estou a tomar a risperidona e estou a sentir os seus efeitos do medicamento . Comentei um dos seus posts em que disse que tinha uma crise psicológica . Estou a tomar a risperidona (pharma 2)e está me a ajudar a viver . :)

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  6. estou começando o tratamento com ritalina la,confesso que muito decepicionado em saber que não pude segurar todas as perdas do passado empregos amigos familiares amores,porum fator de que nao consigo me administrar na vida com um problema como este,preferiria que fosse minha culpa,passado o tempo realmente percebo graças a relatos como neste blog que há esperança e sim podemos ao menos melhorar muito esta agonia e desespeiro,muito obrigado por estes relatos e aprendizagem sobre este fantasma que sempre nos assombrou e sei que com muita paciencia tudo vai melhorar...rodrigo

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    Respostas
    1. Boa noite Rodrigo!
      Amigo, de agora em diante esqueça o passado. Ele, no máximo, serve para nós como lição. O que passou, passou, e você não tem como alterar. Cuide de sua vida daqui pra frente, reconstrua-se, mude sua história.
      Se eu puder fazer alguma coisa, conte comigo sempre.]
      Abraços
      Alexandre

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