sábado, 24 de março de 2012

O TDAH E A FASCINANTE VIAGEM DA VIDA.



Viver, essa é a grande missão de nossas vidas.
Viver bem, esse o nosso grande sonho de vida.
Mas viver é muito mais do que isso.
Viver é sonho e realidade, luz e sombra, amor e ódio, vida e morte.
Onde entramos nisso?
Entramos no sonho, na sombra, no amor e na morte.
Sonhamos acordados, vagamos pelas sombras de nossas mentes, amamos com a força vulcânica de nossas almas e morremos diariamente diante de nossos fracassos em sermos 'normais'.
A vida é um caleidoscópio, cabe a nós encontrarmos nossa pequena faceta nesse universo de cores infinito que nos cerca.
Nos mortificamos diante da impossibilidade de sermos como nossos pais, amigos, professores. Mas estamos aí, ocupamos nossos espaços, temos uma mente fervilhante de ideias e sentimentos. Somos ímpares, únicos, desgarrados, isso tem o seu valor. Pare e pense: os medianos carregam o piano para que os diferenciados o toquem.
Paremos de tentar sermos iguais à manada e assumamos nossas diferenças.
Viver é fascinante e nós somos responsáveis pelos nossos passos, por sua intensidade e por sua direção.
Não tema ser diferente; opte por ser diferente, são coisas completamente diferentes. Mas só faça o que for capaz de arcar e conviver.
Quando criança quase todos sonhamos em sermos médicos. pouquíssimos conseguem. Hoje eu vejo que seria um péssimo médico. Um péssimo advogado. Um péssimo matemático. Mas creio que seria um brilhante professor de história; um excelente publicitário e um ótimo livreiro.
Só nós conhecemos nossas mentes, nossos turbilhões mentais, nossas efervescências emocionais, nossas instabilidades de humor. De nada nos vale pautarmos nossas vidas pela vida de nossos pais ou modelos. Precisamos de interesse pelo objeto, pessoa, profissão, matéria, instrumento, enfim, precisamos gostar, nos interessar por aquilo que fazemos. Precisamos experimentar a vida, as possibilidades da vida, a riqueza de opções da vida. Pais de TDAH uni-vos contra a estandardização da vida dos portadores.

                                                         
Não somos unos, somos plurais. Não somos retas, somos sinuosidades. Não somos mono, somos estéreos.
Não somos planos, somos 3D. Não somos as certezas, somos as possibilidades. Não somos o preto no branco, somos o amarelo no azul. Não somos pedra sobre pedra, somos conchas na areia. Não somos flores, somos os perfumes. Não somos a dureza do concreto, somos a curva do vento. Não somos os cinzentos edifícios erguidos pelos engenheiros, somos as esguias torres de Gaudí e as curvas sensuais de Niemeyer. Não somos a estrada, somos o prazer de percorrê-la.

 Em algum lugar nessa fascinante viagem  existe um espaço reservado para nós. Não podemos aceitar calados a imposição da camisa de força que os 'normais' querem nos impor.
Um dia, Galileu foi um louco, a TV um sonho desvairado, a internet algo inimaginável. Algum louco acreditou nas possibilidades e entregou-se apaixonadamente para que elas existissem.
TDAH, não se curve, não se intimide; no fundo de sua alma está seu caminho, sua felicidade.
Imagine um mundo feito apenas de médicos...

10 comentários:

  1. Belo texto,Alexandre, foi na essência!! um grande abraço.

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    1. Oi Evandro, estamos meio sumidos,
      Obrigado pela força, mais uma vez.
      Um abraço
      Alexandre

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  2. Alexandre, fantástico seu texto. Bravo.
    Ao ler, abri um grande sorriso.

    Contudo, a despeito de eu concordar com ele, também quero me tornar mais produtivo. Desenvolver bem a atividade que escolhi me faz mais feliz. Mas, eventualmente, me tornar mais produtivo exige que eu aceite a camisa de força.

    Por um lado eu preciso de meu espírito livre, criativo, para conceber meus pesquisas. Por outro, preciso "me prender" pra que eu os execute.

    É uma demanda conflitante na minha vida.
    Tem que haver um equilíbrio que eu ainda não encontrei.

    Abraços.

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    1. Oi André, muito obrigado pelo elogio.
      Concordo com você, estamos nesse mundo e acabamos querendo competir e nos auto afirmar nele. Na verdade esse texto serve mais para quem nos cerca, né. Não adianta nos cobrar um ritmo e uma forma que não podemos dar.
      Precisamos ser sonhadores disciplinados; o que não é nada fácil.
      Um grande abraço e obrigado, mais uma vez.
      Alexandre

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  3. Metamorfose Ambulante. Define o sentimento de um TDAH. Impressionante como não temos forma. Sempre mudando. Em um dia podemos ter a vontade de dominar o mundo no outro ficar quietinho em um canto ja nos basta. Lembro que em uma aula da faculdade uma professora de pscicologia estava analizanfo a letra doas alunos segundo ela é possível ter uma idéia das caracterisitcas da pessoa através disso. Na minha vez eu fui o único que ela não conseguiu definir, aliais a única coisa q ela disse era que eu tinha o costume de deixar as coisas pela metade.kkkk. Eu não tenho definição. Um dia posso ser de um jeito e no outro dia posso tomar outra forma.rs.

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    1. Imagino que vamos nos moldando à medida que 'rolamos a encosta'. Isto é péssimo do ponto de vista formal, do nosso mundo concreto; mas é ótimo para nossa 'riqueza interior'.
      Uma pena é que a riqueza interior não nos dá casa própria, carro novo, ou viagem de férias e escola boa para os filhos. rsrsrs
      Somos assim, e cá entre nós, não deve ser muito fácil conviver com isso.
      Muito obrigado por seu comentário.
      Um grande abraço
      Alexandre

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  4. Não sei da sua religião. Mas ultimamente estou tentando ativar um lado meu espiritual. Uma ligação com Deus. Não sei se é apenas comigo mas, quando leio uma frase que acho bonita da biblia infelizmente não consigo colocar em pratica. Porque logo cai em esquecimento infelizmente. Quais serão os planos de Deus pra pessoas que podem até entender os relfexos do pecado na vida humana, mas que no fundo fica dificil saber nosso lugar nesse mundo pq nunca temos um definição concreta de nós mesmo. Se possível gostaria de ler alguma coisa com fundo espiritual. Pode ser sobre sua própria idéia sobre isso.

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  5. Bom dia!
    A busca de Deus é muito útil no auxílio ao tratamento do TDAH. O mergulho interior é fundamental para conhecermos nossos comportamentos e corrigi-los. Agora, almejar o impossível é típico do portador de TDAH; não tente se medir pela Bíblia, ali estão retratadas as vidas dos Santos. Não é você ou os portadores de TDAH que não conseguiremos, NINGUÉM consegue. A não ser os Santos. O que devemos tirar dela são as lições morais, a intenção com que agimos, as grandes diretrizes da vida. Tentar aplicá-la em nossos dias é um grande passo pra frustração.
    Minha coach, Luciana Fiel, costuma dizer que só é possível comer um elefante aos pedaços. Nossas pequenas atitudes com o outro e com a gente mesmo é que farão a diferença no final.
    A intenção é que determina a consequência, por isso existe a diferença entre crime doloso( quando há INTENÇÃO de cometê-lo) e crime culposo ( quando o crime é cometido SEM INTENÇÃO, meio sem querer).
    Um grande abraço
    Alexandre

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