quinta-feira, 7 de junho de 2012

VOCÊ MATARIA?







Não sei se esse post será exatamente sobre o TDAH, nem mesmo se o publicarei, mas ao ouvir o comentário na TV deu-me uma enorme vontade de escrever sobre o assunto.
Acabei de assistir na televisão um comentário encerrando o jornal SBT Brasil sobre o caso da mulher que matou e esquartejou o marido, um executivo da Yoki. Um jurista ou sei lá qual é sua profissão comentou que qualquer um pode matar, faz parte da natureza do ser humano. Carregamos uma coerção moral que nos impede de matar; porém se essa coerção se rompe, matamos.
Você seria capaz de matar?
Eu seria capaz de matar?
Até aonde aguentamos a pressão?
Os portadores de TDAH somos extremamente suscetíveis à pressão e sujeitos a explosões inesperadas.
As suas explosões já o fizeram temer cometer um homicídio?
Em algum post anterior cheguei a comentar sobre esse assunto, eu temo minhas reações sob forte pressão e minhas explosões de fúria, por isso não tenho nem carrego nenhum tipo de arma ou nada que possa usar como. Tem gente que carrega no carro porretes, barras de ferro, sei lá, um sem número de coisas que seriam objetos de defesa. Eu não acredito que essas pessoas pensem em defender-se somente; no recôndito mais escuro de suas almas elas sabem que uma hora ou outra essas 'armas' serão ou poderão ser usadas para ataque.
Detesto qualquer tipo de violência, mas por via das dúvidas, não carrego nada, nem pretendo ter jamais qualquer tipo de arma. Um segundo, ou menos, poder ser o tempo necessário para se puxar um gatilho ou desferir um golpe qualquer num momento de desespero.
Vivemos um momento estranho no Brasil; a vida humana vale tão pouco, quase nada.


Matar é algo tão fácil, tão comum, tão corriqueiro...
Quando conhecemos certos números é que enxergamos o tamanho da tragédia brasileira; morrem em média 300 pessoas por dia no Brasil se somarmos acidentes de automóveis e assassinatos. Trezentas pessoas por dia! Fora as que ficam mutiladas, aleijadas, etc.
Dirigimos com uma agressividade e displicência fora do comum, o motorista ao nosso lado é nosso inimigo e deve ser derrotado a qualquer custo. Nunca ele poderá chegar naquele cruzamento primeiro, a prioridade jamais pode ser do outro. Somos todos assim no Brasil.
Muitas vezes, quando analisamos friamente nossas atitudes ao volante, percebemos quão perigosas, infantis e inúteis elas foram, mas continuamos a repeti-las.
A tragédia nos ronda, está ao alcance de nossas mãos, levamos vidas intensas, apaixonadas e muito próximas do limite. Muitos de nós abusam das bebidas alcoólicas e das drogas, adoramos a velocidade e a adrenalina, portanto, vamos nos manter longe das armas e por consequência das tragédias. Claro, nada garante que a tragédia não virá por nossas próprias mãos, mas pode ser menos letal, menos rápida, e quem sabe, pode nos dar uma oportunidade de pensar e arrepender antes que seja tarde demais.
Pessoas comuns, normais, que levam vidas aparentemente tranquilas e metem-se em tragédias bárbaras me impressionam muito. Depois que a arma é disparada não há como voltar atrás e aí, na tentativa de se livrar da punição e da cadeia (que deve ser uma coisa horrorosa), as pessoas multiplicam os crimes e a monstruosidade de suas ações.
Na dúvida, não tenha armas, ninguém precisa delas pra nada de útil e construtivo.

4 comentários:

  1. Quando tinha 16 anos, eu era do tipo impulsivo, até que aconteceu "um" dos traumas que me fez refletir e mudar minha forma de agir...

    Por causa de um insulto leve, eu acabei socando um colega meu na biblioteca da minha escola...

    Não foi grande soco por que nunca fui de fazer isso... até pedi desculpas para ele depois...

    o caso era: fiquei assustado quando eu percebi que minha mão foi parar na cara dele "sem que eu percebesse" ou tivesse realmente mandado (Se lembro bem, falam que isso se chama reflexo)

    Eu realmente pensei no que poderia fazer se tivesse uma infeliz oportunidade (tivesse uma faca na mão e etc.)

    A partir dai, eu resolvi ser mais lerdo do que ser impulsivo (é engraçado como eu sempre exagero nas minhas tendências, é sempre muito amais ou muito a menos, nunca um meio termo)

    NO meu caso, isso se reflete em tudo...

    Eu prefiro atravessar a rua quando eu realmente tenho carteza que da para atravessar (e demorar mais qe uma pessoa normal demoraria para atravessar) do que atravessar com tudo, como fazia naqueles tempos de impulsividade (axo que é por isso que nunca sofri acidentes de transito...rsrsr)

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Peregrino, vou te confessar uma coisa: eu tenho muito medo das minhas reações. Essa opção pelo 'desarmamento' dá-se em função desse medo; assim como minha total abstinência de álcool, mesmo quando adolescente eu tinha a impressão que não conseguiria controlar-me se começasse a beber.Jamais tomei um porre, sequer fiquei'alto', sempre por medo do descontrole.
      Você tem razão, é preferível atrasar do que se arrepender por ter agido sob impulso.
      Um abraço
      Alexandre

      Excluir
  2. Eu sinceramente temo a isto ,morro de medo de acontecer algo com os meus filhos NÃO pensaria duas vezes!!!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi, Carla! Obrigado por sua participação. Eu também temo, Carla. Uma fração de segundo desgraçamos nossa vida e a de outra pessoa. Sinceramente, sou a favor do completo banimento das armas, de qualquer tipo. Nem sei pra que servem essas porcarias...
      Um abraço
      Alexandre

      Excluir