quarta-feira, 1 de maio de 2013

O TDAH E OS ERROS DO PASSADO

" Como é possível viver uma 'nova' vida com tantos erros GRAVES deixados para trás? Como é possível colocar a cabeça a noite no travesseiro tranquilamente sabendo que fez coisas que doença nenhuma justifica?
TDAH não é motivo para fechar os olhos para os problemas que possa ter causado, muito menos desculpa. Para ser considerado uma nova pessoa, a 'antiga' não pode deixar pendências que prejudiquem a vida de outras pessoas. O novo 'eu' só pode deixar pra trás aquilo que consertar.
O diagnóstico que teoricamente "abre os olhos" é enganoso. Erros que atrapalharam a vida de outras pessoas, não podem ser simplesmente esquecidos, isto está no caráter, e não numa doença."




O comentário acima me fez pensar muito.
Parece que existe um erro de avaliação em relação ao TDAH, ao tratamento e aos portadores.
TDAH é uma doença biológica que altera o comportamento do portador. Não serve de desculpa para nada, simplesmente pode justificar determinados comportamentos. 
Existem portadores de TDAH honestos e desonestos; gordos e magros; pacíficos e violentos; heterossexuais e homossexuais. 
Ser diagnosticado TDAH não apaga o passado de ninguém. Iniciar uma nova vida não significa esquecer o passado, mas construir um novo futuro.
O tratamento do TDAH não nos tornará perfeitos, nos tornará comuns, normais, igual à maioria das pessoas que não tem TDAH. 
Pessoas com ou sem TDAH cometem erros, magoam pessoas, prejudicam pessoas, são magoadas pelas pessoas, são prejudicadas pelas pessoas, amam e odeiam as pessoas. 
Atire a primeira pedra aquele que jamais prejudicou alguém. Com ou sem intenção.
A nova vida que tanto falamos aqui é uma nova vida para os portadores de TDAH. E é mesmo, uma vez que estaremos com o domínio de uma série de comportamentos que nos prejudicaram ao longo de nossas vidas. 
Os comportamentos que tivemos antes do diagnóstico foram de nossa responsabilidade e continuam sendo. Quem cometeu erros não os esquecerá (e nem é esse o objetivo do tratamento), a vida continua, agora sob uma nova ótica. Somente isso.
Ao contrário do que disse o leitor acima, o diagnóstico realmente abre nossos olhos; abre para novas possibilidades de vida; abre para que entendamos muitos de nossos comportamentos (que muitas vezes são inexplicáveis para nós mesmos); abre para que possamos construir uma nova vida.
Em nenhum momento foi dito aqui, por mim ou por qualquer dos leitores que aqui comentaram, que os erros do passado serão ou foram esquecidos. E, ainda em oposição ao que afirmou o leitor, muitos de nossos comportamentos são sim frutos do TDAH e não de falta de caráter como afirma o comentário acima.
Outra coisa que chama atenção nesse comentário: é possível reparar o que foi feito no passado? Se não for, de que adianta ficarmos remoendo e sofrendo por sua causa?
Não se trata de um comportamento frio, mas realista, de bom senso. 
O sentimento de culpa é uma das características dos portadores de TDAH; nos culpamos - com ou sem razão - por inúmeros problemas que podemos ter causado, ou imaginamos que tenhamos causado. 
Cometi inúmeros erros no passado, magoei várias pessoas, mas com mais de cinquenta anos quem não errou? Quem não magoou? Então, não olho mais para o que não posso reparar.
Procuro ser uma pessoa melhor hoje - e nem sei se estou conseguindo - para magoar o mínimo de pessoas possível e, se possível, jamais prejudicar a quem quer que seja. Mas, nem eu nem ninguém pode garantir que esse objetivo será plenamente alcançado, posso garantir que tento, tento muito.
Cada um de nós que foi diagnosticado como portador de TDAH tem o direito de inciar uma nova vida, de construir um novo futuro, de desfrutar de uma vida comum e normal.
Cada pessoa convive com seu passado da maneira que lhe for conveniente, possível e aceitável. O peso desse passado não pode provocar paralisia no presente.

68 comentários:

  1. Oi Alexandre, é a Gabriela, fiz um comentário no teu post anterior. Você disse que estes pensamentos estranhos podem ser excesso de criatividade, engraçado que eu nunca me achei criativa, muito pelo contrário.

    Mas você disse uma verdade: nossa cabeça é um turbilhão de pensamentos que não conseguimos dominar. A coisa que eu mais queria na vida era domar estes pensamentos e direciona-los para coisas úteis.

    Depois que estou tomando remédio (ritalina 10mg), consigo ter mais foco, mas não controle absoluto.

    E sobre o seu post de hoje, realmente não dá para apagar os erros do passado. Como eu disse antes, faço tratamento há apenas 5 anos, e antes minha vida era estagnada, não levava nada adiante, não conseguia ter força de vontade.

    Por causa disto, tudo aconteceu atrasado na minha vida. Arrumei meu primeiro emprego tarde, terminei o ensino médio tarde, porque reprovei 2 anos seguidos, acabei entrando na faculdade aos 26 anos, demorei para me formar......

    A maior prejudicada FUI EU! É claro que prejudicamos, mesmo sem querer pessoas a nossa volta. Mas por causa desta doença tudo aconteceu com atraso na minha vida, e isto me traz bastante tristeza.

    E como você disse no seu post hoje, eu sinto um sentimento de culpa e remorso por causa destes "atrasos". Eu fico pensando: Seu eu tivesse procurado um médico na infância ou na adolescência, hoje eu poderia estar com minha vida arrumada!

    Mas adianta ficar remoendo o passado? Até eu sei que não!
    Procuro pensar no meu futuro, e não deixar que estes "aborrecimentos" tomem muito meu tempo.

    Procuro ter "juízo" agora. Eu tento ser forte, as vezes consigo, outras não.
    Mesmo tomando o ritalina, que para mim foi ótimo, não consigo me livrar dessas preocupações.
    Decidi levar um dia de cada vez, respeito os meus limites, mas sempre tentando ser melhor a cada dia.

    Bom Alexandre, acho que fugi totalmente do assunto rsrsrsrsrsrsr
    Mas foi muito bom participar novamente do teu blog.
    Foi aqui neste espaço que aprendi muito sobre tdah.

    Gabriela


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    1. Oi Gabriela, bom ver você aqui de novo.
      A origem desse post (o comentário acima), é um erro de entendimento. Ninguém, creio que nem os psicopatas, esquecem o passado. Pode-se até ignorá-lo, não dar a devida importância, mas esquecer é impossível. E começar uma nova vida não significa excluir o passado. Remoer o passado é uma característica nossa, nos culpar também; o que temos que fazer é entender que o que foi feito, está feito e a vida é agora, e ponto final.
      Obrigado por sua participação, gostei muito dos seus comentários.
      Abraços
      Alexandre

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  2. Oi, Alexandre.

    Suspeito ser TDAH e lendo esses textos me sinto confortável, é como encontrar um lugar externo que compreende meu jeito indomável de ser, me identifico tanto. Ter encontrado o TDAH me aliviou de muitas perguntas que eu sempre me fiz, exageradamente, na tentativa de entender o porquê das minhas ações intempestivas, me afligia demais em horas e horas de devaneios sobre o que poderia ter sido se eu não tivesse agido assim. Por que tanta impaciência? Tanta impulsividade? Agora consigo minimizar a cobrança sobre mim, consigo me policiar dos devaneios ao conversar com outras pessoas. Consigo perdoar alguns descontroles, ver o que me levou a ter essas ações, eu começo a ver os erros como oportunidades, se já não podem ser remediados que virem aprendizado e não mais como um elemento de tortura. E se as pessoas não puderem perdoar meus erros, se não compreendem que somos humanos e que temos nossas falhas, se não puderem mais conviver comigo por causa deles é melhor a distancia, o silencio e o tempo para remediar tudo. Eu preciso do meu perdão, preciso sentir que pode ser uma doença que me fez agir assim, mas errar é humano e ninguém dessa espécie escapa, o que a doença faz é nos perseguir em todos os nossos pensamentos ampliando os erros, nos apontando as falhas, sentimos culpados por agir contra nossa própria vontade. Precisamos entender que atrás de densas nuvens de tempestade há um céu infinito, cheio de oportunidades e mistérios. Um dia essa tempestade passa, nasce um novo dia e o único jeito é se recompor e recomeçar a luta para ser quem você deseja ser.

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    1. Belíssimo comentário! Parabéns!
      Essa é a essência da coisa, entender que somos vítimas de uma doença que, se não incapacita, torna a vida mais pesada, confusa e muitas vezes incontrolável.
      Eu não esqueço meu passado, muito menos meus erros, mas procuro compreender e, principalmente, me perdoar.
      Valeu pela participação, muito bonito seu comentário.
      Abraços
      Alexandre

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  3. Adorei seu post hoje Alexandre!!

    me chamo Jhenifer, tenho 19 anos e faço tratamento a poucos meses, não sei se é por não ter uma mediação fixa, ou por nao ter encontrado alguma que surta efeito corretamente; que ainda tenho impulsos incontrolaveis..

    Sou uma pessoa que AINDA confia na bondade das pessoas - esse foi até o motivo da minha primeira demissão rs.. - depois disso mudei radicalmente ..faço e falo as coisas como acho q deveriam ter feito comigo, sempre pondo o bom senso ao alto.. só que vejo, como nem todos são assim, as pessoas se afastando, por me acharem muito direta, fria ou desisteressada..

    sei que é impossivel voltar e resolver um problema do passado, mas é automatico.. ficar remoendo.. que poderia ter sido diferente, poderia ser amenizadoe ter tido um final diferente...

    O que me preocupa é ver essa recorrencia das situações e das minhas atitudes.. como uma saga - que com outros participantes, continua com a mesma protagonista e roteiro /:

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    1. Ola, Jhenifer!
      Algumas coisas são do TDAH, outras de nosso caráter e outras podem ser de sua própria juventude; na sua idade eu também acreditava no ser humano. rsrsrs
      O importante, Jhenifer, é que você preste atenção em seus comportamentos para não repeti-los. As pessoas sempre vão nos julgar, mas aquela que gostam de você de verdade não se afastarão, quem se afastou não te merecia.
      Você pode mudar o passado? Se não, desencana e vai viver a vida.
      um abraço
      Alexandre

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  4. Resolvi levar meu caso de TDAH ao neurologista ja que estava muito dificil marcar com o psiquiatra. Na verdade fui nele mais pela receita de ritalina.
    O neuro além de ter me passado o remédio com a receita azul que é a errada me vem falar que não acredita em TDAH e que na verdade isso é um desenteresse da pessoa. Resumindo me chamou de desenteressado na cara. Só terminei a consulta porque queria a receita e de nada adiantou ele não tem receituário amarelo. Por sorte tenho um plano que cobre a consulta pq se não teria pago R$200,00 para ser chamado de desinteressado.

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    1. É assim mesmo. E não adianta ficar se lamentando, porque o mundo é assim. É muito difícil encontrar um profissional que realmente se importe e tenha conhecimento sobre o assunto. A maioria está acomodado nos transtornos mais comuns e já tem aquela receitinha pronta pros pacientes que os procuram.

      Procure um especialista que saiba o que é TDAH, ligue antese pergunte. Ou então arrisque mas vá preparado para se decepcionar mais uma vez.

      A gente não pode esperar muito desses profissionais, porque por mais que eles queiram, não tiveram a base na educação. Por que a faculdade não espanou essa síndrome? Talvez porque se tem falado e pesquisado mais sobre o TDAH nos últimos anos.

      Eu também consegui essa receita azul... Mas até hoje não comprei porque o medicamento se esgotou. Quer dizer que não serve? rs?

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    2. Parece que a receita azul não serve. Só se a farmacia abrir uma exceção.

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    3. Aé. Ele me recomendou a ginkgo biloba. Alguém ja usou. Como foram os efeitos?
      Segundo ele melhora o precesso cognitivo e a memória

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    4. Sobre o ginkgo biloba, já usei muito na época da faculdade, mas não resolveu nada. Mesma coisa com guarana em pó, tomei tanto guarana em pó na esperança de me deixar mais esperta que quase arruinei meu estômago. Tomei vários produtos naturais na expectativa de ter uma melhora na concentração, mas a verdade mesmo é que nada surtiu efeito.
      Quando eu já tinha testado tudo, resolvi ir num médico, porque minha situação já era crítica na faculdade, cheia de DP, apesar do meu esforço.
      No meu caso, a única coisa que resolveu e muito foi a ritalina.

      Carline

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    5. É muito triste ver que pessoas que deveriam ser profissionais sérios, competentes e atualizados tratam os pacientes dessa forma. Fico pensando se a OMS (Organização Mundial da Saúde), o FDA (órgão dos Estados Unidos que regula a comercialização de remédios e alimentos) são mentirosos, formado por mafiosos que destroem milhões de vidas ao redor do mundo só para ganharem dinheiro. Ah tenha paciência, né!
      Procure um médico de verdade, acesse www.tdah.org.br e veja se existe algum médico cadastrado em sua cidade, se não, ligue para os neurologistas e pergunte se eles tratam de TDAH.
      Abraços
      Alexandre

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    6. Fui diagnosticado com TDAH pela Psicopedagoga da faculdade em que estudava, porém para fechar o diagnóstico ela sugeriu que eu fosse em um neurologista e me deu um encaminhamento. Consegui marcar com um Neuro em minha cidade, na consulta o médico mau olhou em minha cara e ao ler o encaminhamento disse que este tipo de caso não era com ele, que seria caso de psiquiatria. Saí desiludido, mas continuei tentando. Consegui marcar com um Neuropsiquiatra em uma cidade que fica à 400Km da minha, em outro estado. Paguei 200,00 para o médico me dizer que eu estava com fadiga devido ao trabalho e com começo de depressão, e chegou passar alguns medicamentos que cheguei a tomar para ver se surtia algum efeito, o que não aconteceu. Diante disso, deixei de buscar um tratamento, pois além da minha região (Sudoeste da Bahia) não ter algum especialista, os médicos que poderiam nos ajudar e que "estudaram" para isso, só nos julgam e/ou só estão interessados no dinheiro, não querendo generalizar é claro.

      Desde então busco conhecer melhor essa doença por meio de livros (dentre eles recomendo o "Mentes Inquietas" de Ana Beatriz Barbosa), e sites como nosso querido Blog "TDAH - reconstruindo a vida". Além disso, recomendo um livro que comecei a ler, chama-se " A Mente Vencendo o Humor" de Dennis Greenberger. Trata-se de um livro prático de terapia cognitiva, que pode nos ajudar a melhorar nossas ações diante dessa doença, principalmente para quem não faz tratamento como eu.

      Obrigado e Abraços

      Rodrigo

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    7. Revoltante encontrar esse tipo de 'médico'. O camarada se forma sem saber nada. Um neurologista que tira o dele da reta e um psiquiatra que não enxerga uma doença nem acompanhada de laudo.
      Parabéns por sua iniciativa de 'auto tratamento', isso demonstra amor próprio e força de vontade.
      Se eu ou o blog pudermos ser-lhe úteis, use e abuse. E obrigado pelas palavras carinhosas.
      Abração e boa sorte
      Alexandre

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  5. Quando eu descobri o TDAH, eu resgatei vários momentos da minha vida que passou a ter explicação conhecendo o funcionamento do meu cérebro. É uma coleção de acontecimentos que de alguma forma eu guardei e hoje consigo reuni-los e fazer uma análise psicológica. São coisas que sempre me fizeram sentir culpado, e posso dizer que o peso da culpa diminui. Não sumiu, porque até hoje eu sinto culpa por quase tudo, mas tento administrar isso, porque é um sentimento que definitivamente não saudável.

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    1. Oi Marcos, passei por isso também. Fiz um enorme retrospecto da minha vida para entender tantos comportamentos inexplicáveis e, muitas vezes, absurdamente prejudiciais a mim e a outras pessoas. Hoje estou melhor, alguns comportamentos ainda me incomodam, mas no geral me perdoei.
      Abraços e obrigado
      Alexandre

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  6. O que me incomoda mais, é que a falta de atenção me faz repetir os mesmos erros sempre. Por mais que eu sofra, me prejudique, e prejudique os outros, sempre acabo repetindo tudo de novo. Gostaria de pelo menos aprender com os erros.
    Fe

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    1. Oi Fe, obrigado por participar de novo.
      Sim, não aprender com os erros é uma característica marcante do TDAH, mas ao sermos diagnosticados temos que nos policiar mais pra não repetirmos essas falhas.
      Abraços
      Alexandre

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    2. Quando eu cometo um erro muito grave, ou então, quando desperdiço uma grande oportunidade de melhorar minha vida por "dormir no ponto", fico remoendo o que aconteceu durante anos, minha vida fica paralisada, e mesmo assim, ainda consigo repetir os mesmíssimos erros de novo. Isso me desanima muito. Por mais que eu me policie e pense antes de agir, sempre erro alguma coisa.
      Fe

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    3. Fe, minha amiga, nada nessa vida, nada mesmo, merece anos de 'remoídas'. O que passou, passou. O que você tem de mudar é o AGORA. É pensar antes de agir. É parar por dois segundos antes de responder a quem quer que seja. Antes de dizer sim ou não. Dois segundos para pensar: sou eu a Fe, ou é o TDAH que vai responder ou agir.
      Ontem, no rádio, ouvi o padre Marcelo falando um negócio legal: se você quer ser feliz, esqueça o passado.
      O passado passou, Fe. Fique alerta para não repeti-lo, o resto, tá morto.
      Abração amiga, obrigado pela companhia e pela confiança.
      Alexandre

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  7. O pior é que voce muda e os rótulos de acompanha mas, quem não tem rótulos até Maria Madalena foi perdoada por Jesus mudou de vida e seculos e seculos ainda continua com o rótulo eis prostituta.....E assim vamos vivendo matando um leão a cada dia.

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  8. Tem razão, Lucilene. As pessoas nos rotulam e carregamos essas pechas por toda a vida.
    Obrigado por sua participação
    Abraços
    Alexandre

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  9. Olá Alexandre.
    Venho lendo alguns de seus posts quase que diariamente, desde que descobri seu blog a cerca de um mês. Sou mais um que descobriu a doença tarde (42 anos), há seis meses. No início foi uma luz no fim do túnel, mas como um tudo em minha vida esta ficando para segundo plano. Em 2005 abusei no uso de drogas e me internei em uma clinica. Aí achei que meus problemas acabariam, depois de um mês de internação não me identificava completamente com os outros, só gostava da mesma substância que eles. Todos os "sintomas" de TDAH se manifestam em mim, além de eventuais cacoetes e compulsões que não tratava da maneira correta. Ufa!!! Além de desabafar, queria te parabenizar por tudo que li até agora, tem me ajudado muito.
    Abraços
    Marcos P.

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    1. Bom dia, Marcos P.!
      A maior vantagem de sermos diagnosticados como TDAH é sabermos que podemos mudar nossa maneira de agir.
      A partir do diagnóstico podemos analisar nossas vidas, nossas atitudes e comportamentos e separar o que é o TDAH agindo em nossas vidas e o que somos nós mesmos. Parece que é isso que está te faltando, parar para analisar você e sua vida.
      Além do remédio (que você não disse se toma ou não)a maior ferramenta que temos é o auto conhecimento, a auto análise, faça isso, pelo menos você saberá quem é o Marcos P., e se não gostar vai mudar sua vida.
      Abraços e obrigado
      Alexandre

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  10. COMORBIDADES! Esse era o palavrão que não lembrei quando escrevi meu comentário.
    Fiquei muito entusiasmado agora quando li uma resposta sua, e são várias iguais, dizendo que estava emocionado lendo aquilo, se identificando, e sempre aconselhando a pessoa a iniciar o tratamento logo. Sabe Alexandre, esse seu espaço é maravilhoso para nós que vivemos preso no mundinho TDAH. Meu ânimo esta mudando, já estou procurando um médico e vejo novas perspectivas na minha vida.
    Eu adoraria manter um blog para poder expressar com clareza meus sentimentos, mas até então achava que nunca conseguiria levar adiante por diversos motivos, entre eles a incapacidade de manter a concentração no que leio e escrevo por muito tempo e a cruz de sempre que é começar e nunca terminar, por isso nunca iniciei.
    Tenho uma dúvida, você mantém esse blog desde que começou o tratamento, ou seja, já conseguia manter algo parecido no período anterior ao tratamento?
    Abraços
    Marcos P.

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    1. Bom dia, Marcos P.!!!
      Legal você voltar a comentar.
      Eu comecei o blog no dia seguinte ao diagnóstico, por sugestão da minha médica que disse que eu falava muito bem e certamente escreveria da mesma forma.
      Eu não desisto dele por que ele é a melhor parte da minha vida, pra mim ele é uma terapia, uma fonte de aprendizado e acima de tudo isso, uma enorme e inesgotável fonte de prazer. Você não imagina a minha alegria ao receber um comentário, todos eles. Através do blog conheci pessoas que hoje estimo como amigos, cujo sumiço do blog me deixa triste.
      Desde o princípio eu escrevo o que eu quero, quando eu quero (ou posso) da maneira que eu quero. Por isso esse blog sobrevive, por amor.
      Cara, levante-se e procure um médico. Você não imagina como sua vida vai melhorar, como tantas besteiras que você fez começam a fazer sentido, até se perdoar e conviver melhor com você mesmo vai ser mais fácil.
      Ser coitadinho tem lá suas vantagens, mas poder vencer com as próprias forças, não tem sentimento igual.
      Boa sorte, Marcos P., se eu puder ajudar de alguma forma, conte comigo.
      Abraços
      Alexandre

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  11. Muito boa a maneira que conduziu o texto.
    Me fez pensar no perdão.
    "O novo 'eu' só pode deixar pra trás aquilo que consertar."
    E aquilo que não conseguir consertar, só pode ser deixado pra trás se houver perdão, certo?
    Como você bem disse no post, "Não se trata de um comportamento frio, mas realista, de bom senso."
    É bom ter bom senso sim. Quando um ser humano magoa ou prejudica outro e não se pode reparar, temos o perdão. Perdoar e perdoarmos é algo difícil às vezes, mas torna a vida tão mais fácil de ser vivida...

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    1. Bom dia minha amiga!!
      Bom demais te ver aqui de novo! De verdade!
      Ontem ouvi o Padre Marcelo falando um negócio mó legal (como diria minha filha, rsrs): só podemos ser felizes se esquecermos o passado. E é verdade, bom ou ruim, passou, e não há nada que possamos fazer para mudá-lo.Mesmo que reparemos o erro passado ele não será apagado, será apenas consertado.
      Portanto, minha amiga, cabeça erguida, Ritalina na cuca e vida nova. Essa sim, pensada e vivida com coerência.
      Abração e , mais uma vez, obrigado por participar.
      Alexandre

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  12. O passado pode ser um obstáculo grande em nossas vidas dependendo da forma em que nos importamos com ele. Eu sempre tenho dificuldade de começar um projeto novo ou retomar um antigo por causa das lembranças que eu tenho do tempo jogado fora em tantas desistências, em tantos projetos inacabados. Eu tenho a impressão que só aprendo com o erro quando ele tem por exemplo a fórmula X+Y=X se repetindo; se for uma situação Y+X=X , mudando apenas a ordem dos fatores eu erro de novo. Um caso que aconteceu agora foi quando fui fazer conta no banco Itaú. Eu estava crente que eu não iria cometer o erro que fiz no banco anterior de assinar seguros inúteis que só trariam gastos pra mim. Eu cheguei no banco já pensando: "bem, se a moça vier me oferecendo seguros ou seja lá o que for como a anterior, eu simplesmente vou dizer que não quero". Só que a atendente não falou nada comigo, simplesmente me deu um monte de folhas para assinar depois de eu ter ficado lá esperando, como tinha várias pessoas impacientes já na fila e eu também já estava de saco cheio de estar lá, confiei na moça, afinal - ela não me ofereceu nada - então assinei sem ler para eu ir embora logo. No outro dia minha madrasta resolveu ler meu contrato com o banco e disse que eu tinha pedido seguro de um monte de coisa inútil que eu não precisava e iria ter que pagar bem mais caro pela manutenção. Pronto, nessa hora me senti um idiota de confiar na moça achando que ela não iria me dar nada de errado para assinar, já que ela tinha ficado quieto o tempo todo, diferente da vez anterior em outro banco.
    Falando o que aconteceu comigo deu para entender o que eu quis dizer com aquelas fórmulas, pois o aconteceu praticamente o mesmo problema, eu poderia evitar simplesmente lendo o que eu iria assinar, mas como um simples fator foi alterado, o que estava programado acabou não sendo ativado... Agora eu aprendi que jamais devo assinar algo sem ler antes, mesmo que haja várias pessoas impacientes esperando que eu seja atendido logo e etc...

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    1. Nossa, como eu me identifico... :-)

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    2. Grande Elias! Bom dia!
      Nesse seu comentário existe mais de um comportamento típico do TDAH. O primeiro e mais danoso, nesse caso, é o de não nos atentarmos aos detalhes. Também não leio tudo o que assino, não me prendo a detalhes, e se leio, posso estar pensando em outra coisa enquanto meus olhos correm cegos pelo papel. Outro comportamento típico; nosso sentimento de inferioridade nos faz acreditar que todas as outras pessoas da fila são ou tem coisas mais importantes do que as nossas para fazer; elas não podem esperar pela gente como esperamos por aqueles que nos antecederam. Você não estava de saco cheio, você estava com vergonha de atrasar as pessoas que estavam atrás de você. E pagou caro por isso. Repetir o erro é outra característica típica do TDAH não tratado. Não aprendemos com os erros e os repetimos indefinidamente, como você disse, basta alterar a disposição dos componentes.
      É pra isso que vale o tratamento, para você saber que está indo em direção ao buraco e evitá-lo, ou pelo menos se preparar para a queda se ele for inevitável.
      Levante a cabeça, irmão, na pior das hipóteses você está segurado,rsrs.
      Abração e obrigado pelo comentário.
      Alexandre

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    3. É isso aí, Marcos, eu também sou assim.
      Todos somos.
      Abraços
      Alexandre

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  13. Eu acabo de sair de um relacionamento com um portador de TDAH. Ficamos 3 anos, entre idas e vindas. Tentei tudo que podia, mas estava me fazendo mal demais estar sempre esperando. Passei 3 anos esperando por uma pessoa que marcava e não aparecia, prometia e não cumpria, não há confiança e nem relacionamento que sobreviva assim.
    Ele não se trata e eu não quero vê-lo mais, nunca mais. Três anos de sofrimento.

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    1. Parabéns pela atitude!
      Ninguém pode ser responsável pelo resgate de uma pessoa que não quer ser resgatada.
      Siga a sua vida, o amor tem de ser prazeroso, tem de ter duas vias, senão, vira doença.
      Abraços e boa sorte. E olhe, não se culpe por nada, não tratar-se é uma escolha, e colhe-se os frutos dela.
      Abração
      Alexandre

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  14. Alexandre, ñ sei como colocar um nome qdo vou comentar aqui, rsrs.
    Seu blog vem me ajudado muito.
    Porém quero dividir algo q está acontecendo comigo: Estou tomando a medicação e mesmo assim não consigo sair de casa. Comecei um curso, fui por alguns dias e abandonei.
    Percebo tb que nós TDAH (me corrija se estiver errada) nos preocupamos muito se estamos magoando as pessoas, nos preocupamos sempre se estamos fazendo o certo p que não aconteça mais transtornsos pessoais em nossas vidas. Porém tb percebo q as "pessoas" Ñ estão nem aí e levam suas vidas numa boa.
    Essa semana fiquei extremamente magoada pq uma pessoa recebia minhas ms no face e ñ respondia. Depois outra pessoa, e assim comecei entrar numa "paranóia" do que eu havia feito a não ser tratar essas pessoas muito bem.
    Então comecei a pensar tanto q estou exausta. E me arrependi por ter sido educada de mais. ASS: DANI

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    1. Oi Dani, que bom que o blog está sendo útil para você.
      Você não explicou direito, mas de qualquer forma, procure seu médico e veja se você tem alguma comorbidade; que é uma doença que vem junto com o TDAH. Eu tenho transtorno de humor.
      Quanto a não querer magoar os outros eu tenho isso também. Fico cheio de dedos e me culpo por ter dito isso ou aquilo. Na maioria das vezes a pessoa a quem eu disse nem se lembra do fato que tanto me tortura.
      Tenho tentado desencanar, nem sempre consigo, mas tento pensar em outras coisas quando essas sensações surgem.
      Abraços
      Alexandre

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  15. Olá, pessoal

    Seguem alguns textos que acho interessantes:

    As dicas de ouro para o autocontrole:

    Vá com calma, O autocontrole não é infinito. Por isso não o desperdice se expondo a tentações, como ir ao bar se você quer emagrecer.

    Estude o inimigo, Entenda as consequências negativas de um comportamento. Bote na cabeça que, sim, cigarro mata.

    Espalhe ao vento, Assuma o compromisso em público. Se você contar a todos que está prestando concurso, eles vão perguntar como vão os estudos, a data das provas...

    Seja preciso, Transforme objetivos abstratos em metas. "Perder 2 kg este mês" é mais concreto do que manter o objetivo de emagrecer indefinidamente.

    Caia na gandaia, Comemore cada meta cumprida. Vale comer um quadradinho de chocolate depois de uma semana de dieta ou cair na balada depois de meses estudando pro vestibular.

    Encare o perigo, Ensaie para não ser pego desprevenido. Assim: "Se meu parceiro me chamar para uma rodada de pôquer, eu vou falar que não posso ir".

    Permita-se, Às vezes você merece uma trégua. Se você seguir as metas com uma rigidez nazista, a chance de desistir é enorme.

    Dicas para ter uma boa auto estima:
    1.Aprender a falar não
    2.Impor limites nas pessoas
    3.Valorizar suas qualidades
    4.Evitar relacionamentos destrutivos
    5.Ter pensamentos positivos
    6.Criar projetos para o futuro
    7.Ter um hobby
    8.Cultivar as amizades
    9.Fazer planos e sonhar
    10 Cuidar de si mesmo
    11.Não deixar que as críticas alheias lhe derrubem
    12.Aprender com os erros

    Abraços, Fe

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    1. Tem mais nesse artigo:
      http://super.abril.com.br/cotidiano/tentacao-647360.shtml?utm_source=redesabril_jovem&utm_medium=facebook&utm_campaign=redesabril_super&

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    2. Uma letra de música

      Não Deixe o Sol Morrer - Frejat

      Quantas coisas eu ainda vou provar
      E quantas vezes para a porta eu vou olhar
      Quantos carros nessa rua vão passar
      Enquanto ela não chegar
      Quantos dias eu ainda vou lhe esperar
      E quantas estrelas eu vou tentar contar
      E quantas luzes na cidade vão se apagar
      Enquanto ela não chegar
      Eu tenho andado tão sozinho que eu nem sei no que
      acreditar
      Que a paz que busco agora nem a dor vai me negar

      Não deixe o sol morrer
      Errar é aprender
      Viver é deixar viver
      Não deixe o sol morrer
      Errar é aprender
      Viver é deixar viver

      Quantas besteiras eu ainda vou pensar
      E quantos sonhos no tempo vão se esfarelar
      Quantas vezes eu vou me criticar
      Enquanto ela não chegar
      Eu tenho andado tão sozinho que eu nem sei no que
      acreditar
      Que a paz que busco agora nem a dor vai me negar

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    3. Pra tentar evitar erros, em casa com minha família, não faço questão de "privacidade" ou "liberdade". Prefiro que meus familiares saibam tudo sobre mim, vejam meus e-mails e saibam o que eu faço no dia a dia. Prefiro me sentir "vigiada" pelos outros, pois assim vão me alertar, quando eu começar a ir em um caminho errado por falta de atenção.
      Fe

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    4. Oi Fe!
      Obrigado por sua participação!
      Algumas daquelas dicas são bastante difíceis de seguir, outras como aquela de espalhar ao vento eu já fiz e foi útil. Esse seu último comportamento pessoal é bastante interessante, jamais havia pensado nisso. Não sou uma pessoa de segredos, minha filha e minha namorada sabem a senha do meu notebook, mas em compensação eu não dou a senha do meu Facebook e nem a de nenhuma das duas. Procuro respeitar as opções e sentimentos das pessoas e isso inclui privacidade e liberdade.
      mas levei uma bela ferrada recentemente, minha ex aproveitou dessa liberdade pra me presentear com um belo par de chifres. rsrs
      Abraços
      Alexandre

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    5. Sobre abrir mão de "privacidade", tento fazer isso a vida toda, mas só com meus familiares, porque sei que posso confiar neles sempre. Com outras pessoas, procuro ser o mais reservada possível.
      Prefiro evitar a "liberdade", tenho muito medo de agir sozinha, por causa da falta de atenção. Tenho sempre a impressão de que se eu fizer algo por conta, vou ter problemas no futuro. Prefiro consultar os outros antes de agir, e eles sempre acabam me alertando e avisando sobre coisas que nunca nem me passaram pela cabeça.

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  16. GENTE TOMO OS REMÉDIOS CERTINHO, QUEM CONHECE SABE O NOME. MAS HÁ MÊSES NÃO CONSIGO SAIR DE CASA. ISSO É NORMAL???
    ass: dani

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    1. Volte ao médico, Dani, converse com ele; com certeza isso não é normal. Você não deve ser apenas TDAH, deve ter mais coisa aí.
      Abraços
      Alexandre

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  17. Oi Alexandre, estava lendo seus comentários, quando me deparei com esta sua frase:
    "e se leio, posso estar pensando em outra coisa enquanto meus olhos correm cegos pelo papel"
    Isto aconteceu comigo a vida toda. Achei que isso era coisa só minha, kkkkkk
    Mesmo hoje, ainda acontece, as vezes estou lendo algo e pensando em outra totalmente diferente!
    Também acontece quando estou conversando com alguém e pensando em outro assunto, minha palavras saem todas enroladas.

    Foi por causa disto, mas principalmente quando eu tinha que estudar e ficava viajando, que tive que procurar um médico. Não podia mais ficar daquele jeito, ia mal nos estudos, desatenta no trabalho, já estava ficando com fama de "sonsa"...

    Minha concentração era péssima, eu sempre tinha dois pensamentos na cabeça, não conseguia me concentrar em uma coisa de cada vez.

    Procurei um neurologista que me atendeu durante uns 6 meses e me receitou ritalina.
    Depois ele se aposentou. Fui em 3 neurologistas aqui na minha cidade. Eu pagava consulta, explicava meu caso, falava que era paciente do outro médico, que tomava o remédio e que estava sendo bom.
    Nenhum desses médicos conhecia tdah, nunca tinham ouvido falar de ritalina. Teve um que me mandou ler um livro chamado, mas agora não tenho certeza " No mundo da lua".
    Saia dos consultorios morrendo de raiva, mas como o remédio ritalina estava sendo bom para mim, não desisti.
    Acabei achando um psiquiatra, que conhecia o assunto e receitou novamente para mim.

    Desde então minha concentração melhorou muito. Mas quando não estou sob efeito do remédio, os vários pensamentos ao mesmo tempo ainda continuam....

    Juliana H

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    1. Oi, também tenho fama de "sonsa"...rs

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    2. Acredito que todo TDAH tenha essa "Fama". O problema estar em lidar com isso. Como me chamavam de sonso na infância, dentre várias outras coisas, acabei me tornando auto-crítico demais e junto a isso a baixa auto-estima. Pensamentos como: "tudo que eu faço deve estar errado", "não consigo", "Não sei fazer nada" e etc, são recorrentes. Sou tão sonso, que ontem minha namorada pediu um copo d'água e eu pequei leite. Parece cômico na hora, porém depois vem a decepção de não conseguir fazer algo simples e de forma correta, e começa o martírio.

      Rodrigo Neves

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    3. Oi Juliana, eu sou mestre em me perder durante conversas, mas desenvolvi uma cara de interesse genuíno e perguntas que fazem retroagir o assunto. Costumo perguntar algo assim: mas como é isso mesmo?
      Em geral funciona.
      Abraços
      Alexandre

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  18. https://soundcloud.com/baudeinvencoes/n-o-sou-n-o

    se parece comigo, vai parecer com vocês...

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  19. procuro não ler esse blog
    a gente tem essa coisa de ser impressionado com tudo
    quando eu venho aqui, vejo quem eu sou
    incomoda, bastante

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  20. Pessoal,
    o meu filho tem tdah e transtorno de impulsividade e ansiedade, o que é pior do que o próprio tdah. Foi afastado da escola (informaram que deveria permanecer em casa até que o medicamento fizesse efeito), e , com isso, está perdendo aula e o convívio em sociedade.Eu acho um absurdo que em pleno século XXI tenhamos péssimos profissionais da educação, que só pensam no lucro ou nos interesses da sociedade local em que os seus filhos não podem estar EXPOSTOS a uma criança com tdah, isso porque ele estuda em escola particular, imagina na rede pública. Já tomou Ritalina, Concerta, e agora voltou para a Ritalina associado a um medicamento para controle de humor (topiramato). Mas, mesmo assim, vou continuar lutando, pois é um menino inteligentissimo e não merece passar pelo que está passando. Ele só tem 12 anos.

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    1. Bom dia!
      Isso mesmo, não desista de seu filho! Engraçado é que lendo seu comentário lembrei-me de um fato ocorrido a uns 13 ou 14 anos atrás. Minha filha estudava numa escola pequena, dessas bem personalizadas mesmo, e eu e minha esposa começamos a ficar preocupados com a quantidade de coleguinhas 'especiais' que ela tinha. Um dia eu fui à escola e externei minha preocupação à diretora. Ela me deu um monte de argumentos e eu aceitei e a Marina ficou ali até a oitava série. Foi muito bom pra ela, hoje ela é uma menina de cabeça aberta, sem os preconceitos que eu e a mãe dela tivemos um dia. E, ironicamente, anos depois eu faço parte do grupo dos discriminados.
      Eu também tenho transtorno de humor, mas tento me controlar sem remédios. Acho que estou tendo sucesso.
      Talvez na escola pública ele enfrentasse menos problemas.
      Já pensou em outra escola, tipo essa da minha filha?
      Mais personalizada, menos pressão...
      Abraços
      Alexandre

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  21. Enquanto não resolve isso da escola vai buscando formas de ensinar ele, põe ele num esporte que goste. Pelo que percebi ele é bastante agitado, procura investir essa energia em coisas criativas, como o esporte ou alguma manifestação artística.

    Pergunta na escola se ele pode ir pelo menos fazer as provas e você vai ensinando ele em casa pra não perder o ano.

    Me dá vontade de fazer educação só pra ajudar essas crianças. Porque elas são o futuro da nossa sociedade e quanto antes formamos sua moral e educação de forma correta melhor.

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    1. Concordo, Marcus, mas acho que mudar de escola talvez seja melhor. O convívio é muito importante pra formação da personalidade.
      Abraços
      Alexandre

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  22. Oi Alexandre, meu nome é Laís e tenho 17 anos. Estou a algum tempo lendo seu blog e só agora tive coragem de falar algo. Bom depois de ver uma entrevista na televisão eu começei a procurar sobre... Me identifico com tudo aqui! Sentimentos, formas de pensar e agir... atraso de vida... Estou a algum tempo procurando profissionais que possam fazer o diagnostico e me ajudar a me equilibrar de uma forma que nunca fui ou consegui sozinha (Sempre achei que eu fosse assim e que eu teria que me acustumar em ter que ser mais lenta que as outras pessoas e ter que passar por tudo isso), o que é frustante é ter que entrar na sala de uma pessoa que devia se profissional e ver na cara dela que ela não entende do assunto! Fazer consultas e passar por avaliações e receber diagnostico de problemas emocionais quando eu me conheço e sei que os problemas emocionais que eu tenho são causados pelos motivos que vc falou aqui no blog... Não quero desistir, mas as vezes fico com medo de ser algo da minha cabeça... só que me identifico tanto a ponto de chorar lendo os posts e comentarios do seu blog... Queria saber, como foi pra vc passar por essa fase de diagnosticos?
    Obrigada

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    1. Oi Laís!
      Posso dizer que tive muita sorte, minha médica é sensacional, inclusive foi dela a sugestão de que eu escrevesse um blog sobre TDAH.
      Achei o nome da Dra. Valéria no site da ABDA (www.tdah.org.br) se ali você não encontrar nenhum médico na sua cidade, procure um neurologista ou psiquiatra, mas procure saber da secretária se ele acredita e trata o TDAH.
      Você tem razão, é muito frustrante você se encher de expectativa e dar de cara na porta.
      Não desista, amiga, você não merece viver dessa maneira. Insista, procure outros profissionais, mas cuide-se, sua vida vai mudar muito
      Abraços
      Alexandre

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  23. bom dia , gostaria de saber e se tem algum caso que algum portador de TDAH tenha conseguido largar uso de drogas ,como foi ? quais prifissionais recoreram? enfim toda ajuda é muito bem vinda, minha amiga TDAH nao consegue largar a maconha, mesmo querendo parar. obrigado

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    1. Bom dia, Nataly!
      Uso de drogas eu não sei te informar. Usei um pouco de maconha na adolescência mas eu detestava os efeitos e logo parei.
      Larguei o cigarro há 15 anos. A primeira coisa que fiz foi reconhecer pra mim mesmo que não dava conta sozinho. E comecei a procurar ajuda profissional.Um dia encontrei uma médica que fazia aplicações de raio laser, e parei, nunca mais.
      Talvez algum apoio psicológico possa ajudar.
      Desculpe se não posso ajudá-la como merece.
      Abraços
      Alexandre

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  24. TDHA querido, por um instante achei que tivesse já desistido da ideias do blog,rsrs, mas encontrei esse post mais atualizado.
    peço, encarecidamente, que não desista dele. Sofro de TDHA , e me reconhei no primeiro post que li, e claro, nos titulos dos demais, mas neste momento não poderei ler com calma.rsrs Tenho muitas coisas a cumprir neste dia de hoje... como você, tento,a duras penas cumprir meus prazos e tarafeas, e não, não é fácil...e nem sempre consigo...Realmente, "um nao é doloroso demais", ah e sim, somos taxados de milhares de outras coisas...Mas como é um disturbio que conseguimos "sobreviver" no caos, as pessoas além de fazer piadinhas, não levam a questão a sério, como se fosse uma doença fisica ou algo parecido. TDHA faz graça, mas é serio. Se não tratado, pode nos levar a situações extremas e podem prejudicar nossa vida e saude. Continue o blog por favor, achei abordagem ligth, suncinta e divertida. ( nada mais atrativo pra um TDHA parar na frente no computador pra ler..) Abç

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    1. Bom dia, Carmira!
      Não desisto do blog, eu amo esse espaço. Aqui eu aprendo, me divirto, choro e me reconheço em cada um de vocês. É o meu momento favorito.
      Creio que um de nossos erros é fazer graça do TDAH, é muito sério, destrói nossas vidas, nossos sonhos...
      que bom que você aprendeu que , mesmo querendo ficar lendo o blog, precisa levantar e ir à luta. Parabéns!
      Abração e obrigado pela força
      Alexandre

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  25. Sobre o tema, nós sofremos tanto com nossos erro, nos martirizamos tanto. Tentar seguir que tá no texto é simplesmente deixar de se culpar por coisas que já passou. O importante é tentar não cometer os mesmos erros, o que é complicado para um TDAH.
    Eu sofro tanto e me culpo de coisas que as vezes acho que é exagero meu.
    vou dar 2 exemplos:
    1. Eu me senti culpada porque meu amigo perdeu o celular, ele é resgatante de animais e perdeu o celular no dia que foi levar uma cadela de resgate para feira de doação. Eu me senti culpada porque foi eu que achei ela na rua, acabei pedindo a ele que desse lar temporário por alguns dias. Como eu tenho dificuldade em cumprir compromissos e prazos, ele não teve paciência de me esperar para levar, provavelmente achando que ia furar.
    2. Pedi carona para um colega de facul, na viagem um carro bateu em nossa traseira. Deu um prejuízo danado. Eu me senti culpada, porque se ele não tivesse me dado carona, não estaria naquele local, portando não teria ocorrido o fato.
    Mudando de assunto, pelo amor de Gochi, algum TDAH ai que fez TCC? Como vocês fizeram, não consigo evoluir meu trabalho cara, pior que falta pouco mais de 1 mês. :(

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    1. Nada mais TDAH do que assumir essas culpas que não são nossas. Quanta gente perde o celular por dia, quantas batidas de carro acontecem pelo mundo diariamente?
      Isso é um fardo muito pesado para carregarmos.
      Não conheço quem fez TCC, infelizmente não posso ajudá-la. Espero que eu não me sinta culpado por isso. rsrs
      Abraços
      Alexandre

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  26. Até hoje eu fico remoendo na minha cabeça um médico ridículo que não quis me passar a ritalina, mandou eu deitar na cama a tal hora e ficar lá. Isso para resolver minha insonia.

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    1. Ridículo e irresponsável!
      Um cara desses deveria ter o diploma cassado.
      Abraços
      Alexandre

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  27. Oi Alexandre, sou eu Laís de novo. Infelizmente não há profissioais no site para minha região... Infelizmente estou tendo que lidar com isso... resolvi psiquiatra(profissional que ainda não tentei) acho que ele não pode me ajudar com o TDAH pelo menos com a minha "depressão" ele pode... Obrigada pela atenção

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  28. ola caro amigo sofro de tdah fui muito mal tratado na juventude acabei desenvolvendo a mitomania um modo para tentar esconder os meus problemas e triste saber que nunca vou conseguir chegar a onde quero complicado
    faculdade mais de 10 dp vou fz mais um ano e incrivel vc ter vontade mais seu cérebro n te ajudar e vc saber que sempre vai ir mal nas provas

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