Estou condenado pelo TDAH.
TDAH é incurável.
TDAH é uma doença mental.
TDAH é vergonhoso.
O que eu faço agora?
Minha vontade é não fazer nada.
Aquietar-me, deixar o tempo passar.
A vida passa; aos trancos e barrancos eu chego ao fim.
Chegarei ferido; com um monte de feridos ao meu redor.
Mas chegarei ao fim.
Chegarei com a sensação de frustração, de incompletude.
Mas chegarei.
Vários casamentos.
Vários projetos inconclusos.
Várias decepções em várias áreas da vida.
Mas chegarei.
E aí eu me perguntarei: valeu a pena?
Mas posso levantar a cabeça.
Posso enfrentar os preconceitos.
Posso me tratar.
Como chegarei?
Não sei.
Melhor com certeza.
Cometerei erros, mas quem não os comete?
Magoarei pessoas, mas quantas já me magoaram?
Repetirei falhas anteriores, mas todos podem fazê-lo.
Mas chegarei.
E aí eu me perguntarei: valeu a pena?
E eu poderei me responder: valeu!
Eu tentei. Eu lutei. Eu não me entreguei.
Não aceitei a condenação pelo TDAH.
Muito pelo contrário; graças ao TDAH você está lendo esse
blog agora.
Graças ao TDAH dei meu depoimento a centenas de pessoas em Juiz de Fora, Viçosa e Belo Horizonte dividindo a minha
história, minhas derrotas e vitórias;
graças ao TDAH conheci centenas de pessoas ao redor do
mundo que sofrem com o transtorno; graças
ao TDAH pude ajudar dezenas de pessoas que estavam
angustiadas e sem rumo.
Levante a cabeça, faça do seu TDAH um motivo de mudança pra
melhor em sua vida.
Esqueça seus amigos, sua família, seus colegas de trabalho,
nenhum deles sente o que você sente, nenhum deles passa pelo que você
passa.
Trate-se, cuide-se, viva, com o tempo eles irão reconhecer o
quanto você mudou e te seguirão, pois nós somos naturalmente líderes.
Acredito que todos aqueles que buscam ajuda chegarão pelo menos com a sensação de que fez tudo o que era possível com o intuito de melhorar...
ResponderExcluirAfinal, não estamos condenados só a coisas ruins...Desde que comecei a me tratar, eu falo que estou dando um basta nas coisas ruins, que me prejudicam primeiro e logo logo começarei a aproveitar as coisas boas dessa "condenação" do TDAH.
Do jeito que as coisas andam hoje, quase todo mundo que vai ao médico tem um transtorno e por mais que o meu (nosso) seja difícil, ainda bem que é TDAH, tenho certeza que existem uns bem piores por aí. Pelo menos a gente ainda consegue, mesmo que todo cheio de problemas, ter dias com sorrisos no rosto e proporcionar o mesmo aos outros! Eu sei dar valor a isso viu? Deve ser muito triste ser uma pessoa sem sorriso no rosto e que só transmite rancor, tristeza, pessimismo e derrota...
Marta
Oi Marta! Bom ter seu comentário de novo. Concordo com vc, o que precisamos é lutar e manter o tratamento. Ruim com ele, muitíssimo pior sem ele.
ExcluirAbraço
Alexandre
Olá meu nome é Thaís,aos 8 anos de idade minha mãe me levou a uma psicologa, pois já não aguentava as reclamações na escola, a agitação dentro de casa e me ver no mundo distante ai a mesma disse que eu era hiperativa por causa da idade, porque tinha saúde e que isso passaria. No entando ao longo dos anos as coisas só foram piorando me mãe me matriculava em cursos e eu começava animada,mas com uma semana já não me interessava mais, fui expulsa da escola e aos 13 anos me envolvi com drogas e fui me perdendo com a insatisfação, com o sentimento de fracasso.Comecei a me drogar e usava o que vinha pela frente, então me viciei em compridos e alcool e passei por situações terríveis, minha familia dizia a minnha mãe que o meu comportamento não os surpreendia falavam coisas horríveis para mim, e eu continuava nas drogas, até que um dia quase fui estuprada por um "colega",foi o que me fez tentar parar, eu não saía de casa,me isolei para não conseguir droga e foi muito dificil,na verdade é dificil até hj,mas estou limpa a 5 anos.Faço 22 esse ano não tenho amigos,terminei o ensino médio ano passado,não tenho emprego, tenho um marido que eu amo muito,e tenho muito medo de perde-lo.Venho pensando em procurar ajuda pois não aguento essa senção, essa minha falta de vida ai me deparo com outro problema -como posso ser tratada?? tenho medo de voltar a tomar comprimidos, eu tento ao máximo afastar tais coisas de mim, não compro se quer desodorante aerosol, não tomo analgésico... O que eu faço?
ResponderExcluirBom dia, Thaís!
ExcluirQuanta dor, amiga.
Na verdade sua situação é muito complexa pra mim. Creio que você devia começar com um suporte psicológico bem estruturado, só depois tentar algum medicamento. Quando iniciei meu tratamento fiz coaching voltado pro TDAH. É uma espécie de reprogramação de vida com metas e ferramentas para viabilizá-las, é muito interessante, mais curto e mais prático que a terapia convencional. Mas no seu caso creio que você deveria ter as duas vertentes.
Parabéns por sua força de vontade, sua coragem e sua garra. Você, com suas característica, pode superar tudo, procure se informar sobre o TDAH e as estratégias que utilizamos para enfrentá-lo que podem te ajudar até que vc se sinta segura para tomar os medicamentos.
Conte comigo e com esse espaço se achar que lhe é útil. Um grande abraço, força e muita sorte na vida, Thaís, você merece muito. Seu marido também. Seja muito feliz e conte comigo.
Alexandre