sábado, 9 de março de 2013
TDAH SEM VERGONHA
Novo post originário de um comentário.
Recebi agora a pouco um depoimento triste de uma moça de 33 anos que reclama da vida, dos erros, da falta de concentração e de não ter conseguido formar-se num curso superior.
Ela já foi diagnosticada, já usou Ritalina e abandonou o tratamento. Foi jubilada na faculdade, fez novo vestibular, foi aprovada, mas tem vergonha de retomar o mesmo curso em que foi jubilada.
Sua história é muito triste amiga, mas foi toda plantada por você.Inconscientemente, claro.
Você foi diagnosticada, sentiu-se melhor com a Ritalina e a abandonou. Isso não é nenhuma novidade; você não foi a primeira nem será a última. Mas por que você a abandonou se te fazia bem? Provavelmente achou que podia viver sem ela. A um custo altíssimo você está concluindo que sem ela sua vida fica quase insuportável. Então esse é o primeiro passo Luísa: retomar seu tratamento.
O segundo passo, tão urgente e tão grave quanto a retomada do tratamento é ir às aulas na faculdade em que você foi legitimamente aprovada. Você alega estar com vergonha. Vergonha de quê? De ter sido aprovada no vestibular? De retomar algo que você iniciou e teve que interromper por motivos que só interessam a você? Isso não é vergonha, Luísa, isso é auto sabotagem. Você possui sabotadores internos fortíssimos e está, de novo, cedendo a eles. Em primeiro lugar, você deve se orgulhar de ter passado de novo no vestibular. Pra quem se diz burra, lerda e dispersa, ser aprovada em dois vestibulares é uma façanha. E é mesmo.
Em segundo lugar, TDAH não tem vergonha! TDAH enfrenta! TDAH renasce! TDAH reergue-se!
Mergulhe nas informações sobre sua doença (fora dos horários de aula, pelo amor de Deus), tome seus remédios, tome conta de você mesma, de suas reações, de seus sentimentos, de seus impulsos. Conhecendo sua doença você pode agir conscientemente contra ela. Assuma as rédeas de sua vida. Você não é o TDAH! Você é portadora e não vítima. A vida é sua e só você pode mudá-la.
Todos nós, eu, esse blog e cada um de seus leitores estará torcendo pela sua vitória. Eu estarei sempre aqui à sua disposição, o blog também pode servir-lhe de alento e auxílio em momentos difíceis; mas só você, Luísa, pode mudar o rumo de sua vida. Então mude-o.
Seu prazo de coitadinha está vencido. Erga-se, o TDAH que nos derruba é o mesmo que nos dá força e cara de pau para nos reerguermos.
Todos nós passamos por dificuldades, sofremos, choramos, nos auto sabotamos e ferramos com as nossas vidas; mas depois que descobrimos o TDAH, nos tratamos, esse papel não nos cabe mais.
Temos de deixar esse papel de coadjuvantes de nossa própria vida para passarmos a protagonizá-la.
Você está diante de uma grande encruzilhada, ou ergue-se, descobre a sua vida e vai vivê-la na plenitude ou atira-a no lixo e curte o resto da vida o papel de coitadinha irresponsável da família.
Você pode, minha amiga! Você conseguiu ser aprovada em dois vestibulares sem tratamento. Você já deu provas a si mesma de sua força e capacidade. Não se esconda atrás de desculpas vazias, vá pra faculdade e transforme-se num exemplo de superação, de recuperação. Não para os outros, mas pra você mesma.
Vergonha não é desculpa.
TDAH não tem vergonha. TDAH tem coragem!
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Se exemplos mostram que não estamos sozinhos, quem tem TDAH não está sozinho nem é merecedor único de "prêmio" tão infame.
ResponderExcluirPara nossa amiga saber as mesmas passagens que relatou sofri igual, me fiz de coitado? Não mesmo, me formei, medíocre ou não hoje tenho uma profissão que me saboto a todo instante, mas azar, sempre um erro gera dois acertos assim levo a vida. É difícil não escondo, mas ver que não estamos sozinhos e que outros passam pela mesma situação que a nossa me ajuda a enfrentar.
Força a nossa amiga, companheira desse "bichinho" chato mas dominável.
Valeu João! Obrigado por sua contribuição. Essa participação, essa troca de experiências é tudo o que sonhei pra esse blog.
ExcluirNão podemos é desistir. Jamais.
Abração
Alexandre
Oi Alexandre, é a Luísa.
ResponderExcluirEm primeiro lugar, gostaria de agradecer as palavras de incentivo. Aqui onde moro, ninguém conhece ou ouviu falar em déficit de atenção.
Sim, eu confesso que sou uma sabotadora de mim mesma. As vezes fico adiando coisas, algumas importantes outras não. Tenho medo da respostas, e outras vezes nem sei ao certo o que temo.
Mas é como eu te disse. Preciso sair desse papel de coitadinha.
Segunda-feira vou marcar consulta com o neurologista que me atendeu em 2007. Lembro que quando tomei o medicamento, minhas notas melhoraram, eu de repente, fiquei mais "determinada", fiquei mais "disciplinada", conseguia organizar meu tempo, fazia os trabalhos com antecedência, começava a estudar bem antes das provas...
Depois que eu parei... eu continuava os estudos, mas sem tanta determinação...a falta de concentração era mais forte que eu, por mais que eu fosse uma adulta e soubesse das minhas responsabilidades, eu não conseguia me livrar dos devaneios, eu ficava pensando em várias coisas ao mesmo tempo, quando devia estar pensando em Física, Calculo ou Algebra.
Apesar de eu sempre ter me achado meio devagar, meio lerda, na primeira vez que passei no vestibular fiquei entre os 10 primeiros colocados, e agora depois do jubilamento, fiz novamente e fiquei em quarto lugar.
Mais uma vez, obrigada pelo incentivo, vou seguir teu blog.
Luísa.
Oi Luísa, que bom que gostou!
ExcluirSinceramente, temi que ficasse chateada com o que eu disse.
Isso mesmo, amiga, vai se tratar, ame-se, sua vida vale muito mais do que a opinião alheia.
Seja feliz e conte comigo.
Abraços
Alexandre
Em resposta ao leitor Alexandre, que faz engenharia mecânica no Rio Grande do Norte.
ResponderExcluirTambém faço um curso de engenharia, em uma universidade estadual. Estar na universidade era o grande sonho da minha vida. Acabou se tornando um pesadelo. Todo final de semestre, eu ia para casa chorando, pois eu mais reprovava do que passava nas matérias. O pior para mim, era ser vista pelos professores como uma aluna preguiçosa que não levava os estudos a sério.
Eu não quero ser fatalista, e colocar toda a culpa do meu fracasso escolar na falta de concentração. Eu cometi muitos erros.
Mas nunca foi por falta de tempo nem de vontade de estudar. As vezes eu começava a estudar Resistência dos Materiais, Termodinâmica, mas eu não conseguia entender muita coisa, as vezes ficava até 4 horas seguidas tentando resolver um exercício e não conseguia.
Apesar de tudo, não penso em desistir de nada. É como eu falei antes, chega num ponto que dá até vergonha de aparecer na faculdade, mas o jeito é enfrentar.
Desejo boa sorte para você, só quem faz um curso de exatas, sabe o sofrimento que é!
Luísa
Luisa, me identifiquei bastante com o seu comentário. Faço faculdade tb e acumulo várias reprovações em disciplinas de exatas principalmente. O pior de tudo é a frustração ao perceber que não fui aprovado não por falta de inteligencia, mas sim pela maldita procrastinação, falta de motivação, etc. A vontade de largar tudo é muito grande, mas estou resistindo (não sei como). Sucesso e um grande abraço a todos os portadores de TDAH. Vocês são meus grandes heróis e motivadores nessa vida de altos e baixos.
ExcluirJuro por Deus que fiquei chocada com esse post.
ResponderExcluirNunca imaginei ler tantos detalhes do que está acontecendo comigo NESSE MOMENTO da minha vida aqui.
Eu nunca fui diagnosticada. eu "descobri" que me encaixo em todos os sintomas que descrevem na internet mas me falta a iniciativa de ir ao médico e, realmente buscar o tratamento (o que mais desanima é saber que não tem cura, que é um remédio do qual ficarei dependente, pra vida toda).
Entrei num curso superior em 2007, e como já disseram aqui, de início era um sonho, eu tinha passado pra uma das melhores faculdades, estava tudo nos trilhos, exatamente como eu queria. Mas depois tudo foi degringolando, as reprovações, a aceitação dos outros alunos em relação a mim, a distância da faculdade (quase 2h), e todo e qualquer pequeno detalhe q podia entrar no caminho, eu deixei entrar.
Naquela época eu nem imaginava que eu poderia ser doente, todos e inclusive EU achávamos que eu era muito, muito preguiçosa mesmo. Os anos passaram e eu nem sequer percebi que tanto tempo tinha passado, q eu larguei tantas matérias no meio... Então em 2012, quando tudo (claro) estava dando errado no meu emprego (em q mais uma vez a história se repetiu, emprego dos sonhos,que era onde eu queria, com as pessoas que eu queria me relacionar, e o quanto eu queria ganhar, de repente e tornou um pesadelo sem fim, com direito a bullying e td mais) eu resolvi sair daquele inferno e dar um jeito na minha vida, mas pra procurar outro emprego do mesmo nível eu teria q ter o curso q eu nunca cheguei a terminar. Então lá fui eu fazer o vestibular de novo. (A sensação de fracasso completo, fazendo aquela prova pra qual eu já tinha passado e por desleixo total deixei a oportunidade da minha vida fugir das minhas mãos)
E experimentei a msm sensação que vc descreveu, "Pra quem é tão burra e lerda (como todos dizem e eu tb acho) como eu consegui passar 2x nisso?" Ou seja, eu não tenho nada de burra, mas o foco realmente se distancia do objetivo na maior parte do tempo. Dessa vez teve q ser muito mais esforço da minha parte, pq agora eu não tinha mais dinheiro, nem pediria aos meus pais para pagar pré-vestibulares. Tive q estudar tudo sozinha. E passei.
Mas agora depois de toda essa jornada, nesse ano solitário e mais q dificil, vem a dúvida e a insegurança de novo. Como é que eu vou enfrentar essa situação? O que eu vou dizer pras pessoas que trabalham lá e me conhecem, como vou explicar? Na maior parte do tempo eu penso como vc disse, ninguém tem nd com isso, não preciso explicar nada pra ninguém, a vida é minha, eu sei que eu fiz errado, e eu estou tentando consertar as coisa agora, e se alguém não puder enxergar que isso é uma coisa boa, e achar que eu sou uma perdedora, isso é uma problema dela. Porque afinal (e isso nunca esteve tão nítido e cravado na minha cabeça) O QUE PESSOAS PENSAM DE NÓS, NÃO É UM PROBLEMA NOSSO, É UM PROBLEMA DELAS!
De noite, na hora que eu deito a cabeça no travesseiro, vem aquela insegurança. E se? E se tudo der errado de novo? E se eu cair de novo? Mas de manhã eu sei q eu tenho q continuar tentando. E dane-se o que todo mundo vai pensar de mim. Agora é one to one. Sou eu comigo mesma. Só a opinião que eu tenho de mim me importa. E deveria ter sido assim desde o início.
Não achava que outra pessoa tivesse vivido exatamente a mesma situação que eu. Foi muita surpresa ler essa história aqui, até porque eu já pensei em escrever diversas vezes, mas achei q não fosse importante. Queria desejar tudo de bom pra Luísa, que tudo dê certo dessa vez, pra nós, viu? Eu vou começar o curso agora em abril, e eu sei q vou lembrar de vc, dessa história, pq eu achava q ninguém tinha feito a mesma (desculpe) "cagada" que eu tinha feito nessa vida, mas agora eu sei que teve alguém que errou o mesmo erro que eu, e tá tentando se reerguer assim como eu. Boa sorte pra gente. E como sempre, MUITO OBRIGADO por postar nesse blog Alexandre.
Oi Cris, você não é a unica que passou por esta situação.
ExcluirQuando eu entrei na faculdade, eu nunca, mas nunca mesmo, imaginei que eu iria sofrer tanto. E olha, não é exagero. Só eu sei o que eu passei.
Já entrei sabendo que um curso de engenharia é só calculo, física e matérias de raciocínio lógico. Mas de uma certa forma, eu nunca fui má aluna. Eu raramente faltava, não saía durante as aulas, procurava estudar com antecedência.
Mas nunca consegui tirar boas notas, essa é a verdade, eu ia de mal a pior.
Eu me esforçava e não via resultado nenhum.
Um dia vi um neurologista falando sobre deficit de atenção num programa da tv local aqui da minha cidade. No outro dia eu já estava me consultando com ele.
Ele me receitou ritalina 10 mg, senti uma grande melhora, minha notas aumentaram, consegui organizar meu tempo melhor.
Pela primeira na minha vida, eu conseguia pensar em uma coisa de cada vez.
Eu não sei se com outras pessoas é assim, mas na minha mente sempre tem vários pensamentos ao mesmo tempo, uns com maior intensidade, outros com menos.
E o pior, eu nunca consigo dar prioridade ao pensamento mais importante, é algo incontrolável para mim.
Quando eu estava me aproximando do quinto ano, e ainda devia matéria do primeiro, comecei me apavorar com minha situação.
Eu já tinha largado um emprego a noite na biblioteca da faculdade, não saía final de semana, tudo para me dedicar somente aos estudos.
Todas essas técnicas de estudos, que a gente lê na internet, como estudar em local calmo com boa iluminação e longe de distrações, eu tentei, mas para mim nunca resolveu.
Cada vez que os professores divulgavam as notas das provas eu tinha vontade de sumir. Eu me sentia a pior das criaturas, muitas vezes a nota mais baixa da turma era a minha.
Eu tinha um professor que vivia falando que aluno repetente era um prejuízo para o governo, que tinha gente que não dava valor ao ensino público, que tinha aluno que só vinha para fazer volume na faculdade...
Lógico que ele não falava exatamente para mim, pois eu não era a única que repetia.
Mas toda vez que eu ouvia uma desta, eu desanimava ainda mais. É como eu disse no comentário anterior, eu me sentia uma retardada, incapaz de aprender.
Chegou um momento que eu comecei a ter vergonha de mim mesma. Tinha vergonha dos professores, tinha vergonha da minha incompetência como estudante, vergonha de todo inicio de ano estar lá fazendo a mesma matéria pela quinta ou sexta vez.
Jubilar na faculdade foi a maior dor da minha vida. E como explicar isto para as pessoas, para a família principalmente?
Quando tinha visitas na minha casa, eu sempre dava um jeito de sair. Porque eu não aguentava mais as pessoas me perguntando quando eu iria me formar.
Nunca menti para os meus pais, dizendo que eu ia bem nos estudos. Sempre fui bem sincera, sempre disse que reprovava, e que não estava sendo fácil. Graças a Deus, ele nunca ficaram me cobrando.
Marquei consulta com o neurologista que me atendeu em 2007 para quinta feira desta semana, pois não consegui horário para antes. Como já fui paciente dele, acho que ele vai me receitar ritalina de novo, e agora não vou parar por conta própria. Alias boa pergunta, por que sera que eu parei? Nem me lembro mais.
Cris, procure um médico o quanto antes. Não fique esperando este problema passar sozinho. E também não fique preocupada pelo fato de não ter cura, ou ter que tomar remédio a vida toda.
De Graças a Deus por existir um remédio que possa te ajudar!
E se no seu caso, algum médico receitar algo, siga as recomendações dele.
Não faço como eu, que parei por conta própria, As vezes penso que se eu tivesse continuado com o medicamento, eu poderia ter me formado na época certa, já poderia estar trabalhando,
Esta minha inconsequência, causou muito atraso na minha vida.
Boa Sorte para você.
Luísa
Ai Luísa, essa parte disse tudo pra mim:
Excluir"Jubilar na faculdade foi a maior dor da minha vida. E como explicar isto para as pessoas, para a família principalmente?
Quando tinha visitas na minha casa, eu sempre dava um jeito de sair. Porque eu não aguentava mais as pessoas me perguntando quando eu iria me formar."
Isso ter acontecido foi uma das piores sensações de fracasso da minha vida. Meus pais sabem a verdade mas pra outras pessoas da família eu não contei e pedi pra q ninguém contasse. Você nem imagina o remorso pelas mentiras, cada vez q alguém pergunta alguma coisa. Foi de longe, a pior coisa que eu já fiz na vida.
Desde que eu comecei a praticar exercícios esse ano (natação e musculação) me sinto um pouco mais concentrada, nos dias q não faço tenho a mesma sensação que você, vários pensamentos ao mesmo tempo sem foco em nenhum. Acho q eu uso os exercícios como muleta pra ir adiando o inevitável. Obrigada pela ajuda, Luisa. Melhor mesmo eu seguir os conselhos de vocês quanto antes, as coisas podem melhorar mais rápido.
Oi Cris, concordo com a Luísa; procure um médico ontem. Não desperdice a sua vida, você só tem essa, não a negligencie.
ExcluirO tratamento não causa dependência nem é eterno. Eterno é o TDAH que é incurável e incansável no seu trabalho de destruir nossas vidas.
Um abraço
Alexandre
Olá pessoal e Luiza,
ResponderExcluirPostei já aqui um resumo da minha vida principalmente a acadêmica. Eu "acordei" mais cedo que vc, com uns 30 anos (hj tenho 36). Como escrevi anteriormente eu sofri feito um cão no período da escola até terminar meu MBA. Só após esse período de horror e sofrimento fui diagnosticado com TDAH e comecei a pesquisar sobre a doença e a me medicar de verdade. Estou na minha 2ª faculdade e agora ninguém me segura. Tudo que o Alexandre escreveu sobre seu depoimento eu sofri igual ou pior. Eu me arrebentava estudando depois das aulas pq nelas eu não conseguia prestar atenção em nada. No meu estudo eu criei mecanismos para me ajudar a entender e compreender as matérias e seus conteúdos...antes mesmo de saber o que era TDAH e que eu tinha uma doença. Através desse esforço nunca desisti e nunca me rebaixei para colegas ou professores. Sabia que para tirar uma nota 7 teria que estudar 10x mais que um aluno normal. Nunca rodei ou desisti de algo sempre me esforcei. Sofria sem o medicamento (pois a 15 anos atrás nem se sabia de TDAH), era taxado de burro ou vagabundo mas entre trancos e barrancos já estou na minha 2ª faculdade juntamente com um MBA na bagagem.
Luiza, posso te ajudar, ou ajudar alguém que se interesse em saber dessas” artimanhas” para estudar e anotar matérias que são muito parecidas com o Método Cornell de estudo que eu nem sabia que existia e já o praticava.
Nunca desista de você e lembre-se: a recompensa só vem depois de muito esforço !
Meu nome: Ricardo
e-mail: ricardo@dobil.com.br
Oi Ricardo, é sempre um alento saber que não é só eu que sofri na faculdade. Não que eu fique contente por ter mais gente nesta situação!
ExcluirÉ muito triste ser taxado de preguiçoso, vagabundo, parasita, burro.
Eu sei bem o que é isto. Na faculdade eu era bem desacreditada pelos professores e pelos colegas.
No inicio do curso, ouvi algo de um colega que me marcou para sempre, da pior maneira possível claro. A professora de fisica mandou os alunos se juntarem em grupos, para resolverem uns exercícios. Eu estava com mais duas amigas, esse colega chegou atrasado, os grupos já estavam formados, e a professora mandou ele se juntar a nós. Sabe o que ele falou? Aiiii com a Luisa eu não quero.
Ele falou baixo e rápido, ninguém ouviu. Mas eu ouvi. Nunca vou esquecer isto.
Você disse que esta tomando medicamento certo? Eu queria te perguntar, se só o uso do medicamento, fez você melhorar nos estudos. Eu tomei o Ritalina durante uns 3 meses somente, vi melhoras, mas não o suficiente para mim salvar o ano letivo.
Enfim, quero que este ano que está começando, seja diferente. Não aguento mais essa situação, de nunca terminar esta faculdade.
Faltam 12 matérias para eu me formar. Não é pouco eu sei, e ainda por cima essas 12 são as mais difíceis. São matérias que já fiz várias vezes e não consegui passar.
Para você ter ideia, já fiz até TCC e Estágio. Não posso abandonar na reta final não é?
Já anotei teu email, e vou pesquisar sobre esse método Cornell.
Luísa
Oi luiza,
Excluiro uso da ritalina fez eu melhorar nos estudos.
Tomo 2x ao dia pela manhã quando não tenho aula. Quando tenho, tomo uma pela manha e uma antes da aula (noite).
A ritalina está me ajudando 70% nos estudos. A organização na hora dos estudos é os outros 30%.
Vou te dar uns exemplos que funcionou para mim:
Tenho um quarto onde estudo e uma mesa voltada para uma parede. Na mesa não modifico nada que está em cima dela desde o começo da faculdade. Nada está fora do lugar..rsrsrs ...assim na hora de estudar meu cérebro fica voltado para o material de estudo e não me distraio olhando ou admirando o que não devo. Está tudo no lugar a uns 3 anos..rsrsrs parece loucura mas está me ajudando. Acordo domingo e começo a estudar das 9h até o ½ dia. Assim tenho silêncio absoluto para estudar. Silêncio na minha casa e o silêncio da rua. Apago as luzes do quarto e ilumino somente o material para estudo.
Uso o método Cornell para anotações e anoto em caderno sem linhas , folha branca mesmo, usando caneta de tinta azul e vermelha. Vermelha para “títulos” e azul para explicações. Tentei várias cores ...verde..preta...mas é a soma do azul e do vermelho que minha mente “fotografa”. Estou tão acostumado dessa maneira que muitas vezes, na hora de uma prova, fecho meus olhos e consigo visualizar o que estava escrito na folha. Para fórmulas isso é muito bom. Quando anoto uso muito “setas”, desenhos em formas quadradas e redondas com textos dentro. Isso me ajuda a memorizar e procurar em minha mente o que eu quero, relacionando formas geométricas aos conteúdos que nelas estão inseridos.
Meu caderno de anotações parece um caderno de “desenhos geométricos” cheio de formas e setas prá lá e pra cá....e o pessoal da aula tira sarro na boa me perguntando por que faço isso.
Parecem idiotas esses macetes que uso...
...mas para mim foi a salvação e uma nova vida. Não fico para trás e como disse antes, estudo muito para tirar notas razoáveis (7 ou 8), mais que um aluno “normal”, às vezes até aparecem uns “10”....rsrsr...outra coisa...seguindo orientação médica sempre tomo uma ritalina antes de estudar . O medicamento é insubstituível.
Gente, estou encantado com a quantidade de pessoas que se dispuseram a colaborar e oferecer sugestões à Luisa. Muito legal isso e é o objetivo primordial desse blog.
ExcluirObrigado a todos vocês que enriqueceram esse blog com sugestões e vivências que eu não tive e não poderia oferecer à Luísa.
Abraços
Alexandre
Olá,
ResponderExcluirPrimeira vez que escrevo aqui. Excelente seu blog Alexandre. Estou na segunda tentativa de tratamento do DDA. Na primeira uma médica sem noção me iniciou com uma dose muito alta de ritalina LA e praticamente me chamou de lesado enquanto reclamava porque eu estava indo na consulta usando plano de saúde se eu era um profissional tão bem conceituado. Por causa dela tive um primeiro contato com a Ritalina LA minha desinibição aumentou e fiquei ligado no 220 volts produzi bastante e comecei a ter melhor raciocínio para contas. Como estava no meio do mestrado fiquei com medo de achar que só conseguiria passar com ritalina, e acabei largando para tentar provar para mim mesmo que conseguiria sem. Consegui, mas tive que trancar o curso e tomei tanto energético que fiquei com problema de sensibilidade nos dentes. Conclusão: Besteira, sofri atoa, eu devia era ter largado de médico. Encontrei um ótimo médico agora, este prefere usar o Concerta e este já me disse que sempre se inicia com dose pequena. Dose pra criança, para que o cérebro se acostume e os efeitos colaterais não sejam tão fortes. E aos poucos a dose correta nós vamos encontrar. Lembro que na primeira ritalina (LA 60mg) tive uma dor de cabeça extremamente forte, hoje penso se não foi em razão da alta dose inicial. Voltei na médica disse que tinha melhorado 50%, ela falou hmm melhorou 50%? então vamos dobrar a dose ritalina (LA 120mg)ai o efeito foi contrário de disinibido fiquei apático. Olha até hoje não vi em nenhum blog alguem que tomasse essa dose só achei relatos de menos quantidade ou de pelo menos ter ido a 120 e depois retornado a pequenas doses. Com o concerta por enquanto em 18mg estou bem achei que ele me deu mais disposição mental, a concentração melhorou assim uns 20%. Estou preocupado porque tenho sentido tonturas e arritmias e na consulta com meu médico vou mencionar mas me preocupo pq acho que ele pode cortar o metilfenidato já que ele é um agravante para hipertensos.... Enfim (desabafei) desculpe.Mas só para dizer para a musa do post que é ruim mesmo a sensação das coisas da vida e tal mas nesse blog tem várias pessoas com exemplos parecidos. Acredito que você vai conseguir assim como eles basta querer e se puder financeiramente falando, retorne ao remédio. Se não der pesquise na internet técnicas comportamentais para ajudar o dda a estudar. Uma ótima técnica para organizar os afazeres é a técnica pomodoro. Bem legal. Abraços
Boa noite!
ExcluirEm primeiro lugar não se desculpe, esse é um espaço de desabafo mesmo. Meu e de vocês.
Um médico ruim é pior do que nenhum. Você poderia ter desacreditado no tratamento e jamais voltar a tratar-se.
Obrigado por sua participação e colaboração
Abraços
Alexandre
Olá, tenho 22 anos, estudo engenharia. E minha vida precisa de ajuda.
ResponderExcluirAinda não tenho tanta coragem de me expor, mas, vou chegar lá...
Quero dizer que é muito confortante não se sentir só, este blog, esta matéria, é uma das poucas vezes que eu CONSIGO ler até o final, sem pular, sem passar para o próximo parágrafo.
Sou TDAH desde que me entendo por gente, e na infância, sempre fui medicado, mas nós TDAH temos uma grande dificuldade em tomar o remédio, um boicote cerebral ao ser sempre o do contra e aquela voz ''nao toma não'' ou ''vc já esta bom, esquece isso'' ou então, pior, nem voz... nada, vc simplesmente esqueceu q tomava remedio.
No ensino médio, decidi para de tomar o remédio, por indisciplina minha, por achar que meus pais jogavam dinheiro fora para eu não tomar.
De lá para cá, minha vida, meu humor, minha felicidade, vai de mau a pior... Estou fazendo engenharia, era o meu sonho, assim como vcs, Mas desde o meio do ano passado, é o meu maior pesadelo.
É tão ruim a sensação de não conseguir prestar atenção, se concentrar, chegar em casa e estudar sem se distrair com a primeira coisa...
Então comecei a repensar toda a minha vida, e percebi que assim como voces, os sinais do TDAH estão todos em alta e que preciso de tratamento mais do que urgente.
Ja perdi as contas, de tantas coisas que comecei, tantas ideias que não deram em nada. As vezes, fico horas pra resolver um exercicio de fisica, calculo e chega outra pessoa, e resolve em 2 minutos... E eu penso, como eu não consegui ver isso antes.
Só sei que amanhã estarei indo ao meu antigo neurologista em busca de continuar meu tratamento e voltar a ser feliz. E vou dividir, se eu consegui me lembrar (e vou conseguir) vir aqui e dividir isso com voces.
Vou ler quantas vezes for preciso essas materias, para tentar controlar meu humor, minha disciplina, minha memória, meus erros... coisas que são extramente simples para outras pessoas, porém para mim NÂO É!
Não quero que a continuação dos meus 22 anos, sejam iguais ao 22 anos que se passaram e aos projetos que abandonei... ;/
Alexandre, parabéns pela sua coragem e por conseguir manter o blog. O maximo que consegui foi contar para os meus familiares mais proximos, e aconselhar os TDAH que identifico usando o meu exemplo para conseguir ajudar...
Torçam por mim, que todos consigamos melhorar.
olá,sempre estudei com professora particular,nunca consegue estudar só. No ensino fundamental quando tinha trabalho para fazer em grupo, era uma dificuldade pois nunca fui os alunos não queria fazer comigo.No ensino médio eu gostei mais pois o colegio que estudei era voltado para o vestibular então não tinha que me expor(apresentar trabalhos,dividir opnioes) para ninguem, era só o professor explicando, os alunos não precisava dá aulas,gostava muito pois percebo que eu erro muito, então não queria e nem quero me expor ao ridiculo. Então passei em duas faculdade publica mas não era o curso que eu queria,então passei em uma particular,tava gostando pois no lugar de trabalhos era prova para ajudar nas provas finais e quando tinha trabalho era individual, entao gostava pois não precisava me expor, pois sempre da errado, ai me sinto mal,então fico meia deprê pois as pessoas percebem que sou lerda, vivo no mundo da lua. Então casei fui morar em outro estado e entrei em uma faculdade para continuar o curso,mas foi um pesadelo para mim,pois os professores toda semana passam um trabalho em grupo para apresentar, se fosse pelo menos individual para entregar seria melhor para mim. não sei se é só eu que percebo, mas os professores da maioria das faculdades é só empurrando trabalhos para os alunos, mas o pior é que esses trabalhos é os alunos dá aulas,e o professor fica sentado vendo os alunos da aulas,mas é engraçado que eu não paguei faculdade para eu dá aulas não, eu paguei para assistir as aulas e quando eu tiver duvisas eu perguntar.não gosto da metodologia dessas faculdades. então tranquei pois eu não sei me relacionar com os colegas na hora de fazer trabalho e nem eles querem fazer comigo pois percebem que não consigo fazer as coisas direito, logico que o erro ta comigo pois não consigo me adaptar com mudanças. tenho vontade de fazer outros cursos mas tenho medo pois quase toda faculdade tem muitos trabalhos para apresentar,será se é bom fazer faculdade pela internet? eu estou sem direçao, não sei pra onde eu vou! esse povo que dizem que tiveram tdah que ficam conhecidos por algo que fizeram, como sera que eles reverteram a situaçao, se alguem sabe seria uma gentileza publicar. espro que alguem responda pois estou sem saber o que fazer da vida.
ExcluirEu também fui jubilado (faculdade publica de São Paulo)....Alguém sabe dizer se existe como entrar com recurso usando direito legais do TDA????
ResponderExcluirAcho que vai ser difícil eu entrar de novo via vestibular, pois é a mais concorrida do brasil.....Alguém tem o caminho das pedras pra entrar com recurso após jubilamento, usando direitos do TDA???
ResponderExcluirEu entrei na faculdade em engenharia química . Entrei ja fazendo o tratamento hj estou com 3 anos d tratamento , na faculdade tiro mais nota baixa q boa e a cada nota baixa penso em sair da ffaculdade , e queria dicas d como estuda estou vendo a hora d perde meu fies , eu estou dissiperada quanto mais estudo mais notas baixa vem , ja ñ sei Oq faze .
ResponderExcluirOlá Alexandre, gostaria de deixar aqui um pouco da minha história,há alguns anos meus parentes e amigos me aconselham procurar um profissional que me de um diagnóstico e inicie o tratamento da TDAH , porém eu sempre relutei, achando que isso seria desnecessário, quando criança eu sempre fui disperso não conseguia me concentrar em nada, uma inquietação que incomodava todos os meus professores, porém sempre tirei notas altas ( nas provas , pq nos trabalhos eu nunca fazia ou então fazia de qualquer jeito)
ResponderExcluirHoje tenho 21 anos, sou servidor público estadual e sou aluno de engenharia elétrica na federal do meu estado.... Porém eu mudo de foco constantemente... Nunca está bom , não consigo ter um rendimento acadêmico considerável, sempre quero outro coisa. A prova é tanta que está já é a terceira graduação que eu iniciei e isso me preocupa muito... Meus amigos estão terminando as suas graduaçoes e eu ainda nem sei o que eu quero da vida.
Eu sei que preciso de ajuda , mais ainda estou com muito receio de procurar um profissional